terça-feira, 15 de abril de 2008
Entardecer em Lublin
Estive este fim de semana, mais uma vez em Lublin. Esta rua - Ulica Grodzka - é o calçadão do centro que leva até a Brama Kraków, ou o portão da cidade antiga com saída para Cracóvia, daí o nome de Kraków.
Fotógrafas polacas 4
Detido presidente do MKS Cracóvia
A imprensa polaca apenas hoje divulgou que a polícia deteve no último sábado o famoso homem de negócios e presidente do clube de futebol Cracóvia prof. Janusz Filipiak, que depois de interrogativo foi libertado. Ele é suspeito de irregularidades na transação de um jogador. Por ordem do promotor público de Cracóvia, os policiais detiveram Janusz Filipiak às 15 horas, no aeroporto de Balice (Cracóvia), quando este voltava de viagem do estrangeiro. Junto com ele foram detidos outras três pessoas ligadas ao clube de futebol. Durante a manhã de domingo todos os quatro foram liberados mediante fiança (Filipiak 100 mil złotych e as demais pessoas, 20 mil złotych). O motivo da detenção se refere à questão financeira envolvendo o ex-jogador do clube Paweł Drumlak. O presidente do Cracóvia, Janusz Filipiak foi acusado pelo jogador de atividades danosas para os credores do centenário clube ao assinar contrato com data anterior à correta. Uma segunda acusação se refere a infringir os direitos trabalhistas de Drumlak - informou o porta-voz do promotor público regional de Cracóvia Bogusław Marcinkowski.
Os membros da administração do Cracóvia Rafał W. e Jakub T. são suspeitos de tentativa de fraude ao preparar um anexo no contrato de Drumlak com assinatura falsa, onde obrigavam o jogador a concordar com os aditivos ao contrato que tinha firmado com o vice-presidente anterior do clube Pawel M. O professor Janusz Filipiak fundador e presidente da empresa de informática ComArch, patrocinava o MKS Cracóvia em 2002, quando o clube estava na terceira divisão. Filipiak começou então a comprar ações do Clube do qual acabou se tornando o principal acionista e levando o centenário clube da cidade novamente a primeira divisão do campeonato polaco. Janusz Filipiak foi entrevistado por um repórter da Rádio RMFM depois que foi liberado da detenção:
Repórter: Quando no sábado o senhor foi detido no aeroporto internacional de Cracóvia por policiais com algemas, pensou que poderia ter algo a ver com algum escândalo de corrupção? Filipiak: Sim. Eu pensei, mas nada temi, porque não tenho nada em comum com a corrupção. Mas com todos estes escândalos de suborno no futebol polaco, alguém poderia ter citado meu nome.
Repórter: O senhor estava voltando de Roma, onde foi tratar de assuntos de sua empresa de informática...
Filipiak: Não quero sobre isto falar, não quero prejudicar a imagem da ComArch.
Repórter: O senhor somente foi solto sob fiança. O senhor não quer explicar porque é suspeito?
Filipiak: Não sou suspeito de nada, paguei 100 mil złotych para poder responder a estas acusações. Este assunto se refere ao ex-jogador do Cracóvia Paweł Drumlak que exige indenizações.
Os membros da administração do Cracóvia Rafał W. e Jakub T. são suspeitos de tentativa de fraude ao preparar um anexo no contrato de Drumlak com assinatura falsa, onde obrigavam o jogador a concordar com os aditivos ao contrato que tinha firmado com o vice-presidente anterior do clube Pawel M. O professor Janusz Filipiak fundador e presidente da empresa de informática ComArch, patrocinava o MKS Cracóvia em 2002, quando o clube estava na terceira divisão. Filipiak começou então a comprar ações do Clube do qual acabou se tornando o principal acionista e levando o centenário clube da cidade novamente a primeira divisão do campeonato polaco. Janusz Filipiak foi entrevistado por um repórter da Rádio RMFM depois que foi liberado da detenção:
Repórter: Quando no sábado o senhor foi detido no aeroporto internacional de Cracóvia por policiais com algemas, pensou que poderia ter algo a ver com algum escândalo de corrupção? Filipiak: Sim. Eu pensei, mas nada temi, porque não tenho nada em comum com a corrupção. Mas com todos estes escândalos de suborno no futebol polaco, alguém poderia ter citado meu nome.
Repórter: O senhor estava voltando de Roma, onde foi tratar de assuntos de sua empresa de informática...
Filipiak: Não quero sobre isto falar, não quero prejudicar a imagem da ComArch.
Repórter: O senhor somente foi solto sob fiança. O senhor não quer explicar porque é suspeito?
Filipiak: Não sou suspeito de nada, paguei 100 mil złotych para poder responder a estas acusações. Este assunto se refere ao ex-jogador do Cracóvia Paweł Drumlak que exige indenizações.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
A história dos JAROSIŃSKI no Brasil
Meus ancestrais chegaram ao Brasil, no navio vapor Columbia, da Companhia Austro-Americana Janowitzer, Wahle & Cia., comandado por Antonio Dminak (Comandate) e Rodolfo Godnig (1°. comissário), em 14 junho de 1911, procedentes do porto italiano de Trieste.
Foram 24 dias no mar. Na viagem morreram duas crianças, Alexander Chajar, de 1 ano, de convulsão e Jan Sołdys, com 2 meses, de bronquite e nasceu a filha de Wojciech Wróblewski e Michalina Wróblewski Jaraika, no dia 6 de junho, já em águas territoriais brasileiras.
Os Wróblewski eram originários da localidade de Rodzienec em Guber Liedlecka, "capitanato" de Milanor. O atestado de nascimento não apresenta o nome da criança, mas foi assinado conjuntamente pelo Dr. Leo Mager e pela enfermeira Anna Grusovin, os mesmos que atestaram a morte das duas crianças.
Os Jarosiński faziam parte de um grupo de 194 famílias, procedentes das governadorias de Siedlce, Chełm e Lublin. Cada família era constituída em média de 6 pessoas, ou seja, estavam naquele navio 1150 imigrantes.
Após permanecerem 10 dias na hospedaria do imigrante da Ilha das Flores, na baia da Guanabara, embarcaram com destino a Paranaguá no navio costeiro Itaúba.
Era 24 de junho.
Depois de Paranaguá, subiram a Serra do Mar de trem e passaram alguns dias na Casa do Imigrante, em Curitiba, até serem encaminhados a Colônia Iapó de Castro.
A viagem desde Wojcieszków foi cansativa, penosa mas cheia de esperança. Antes de embarcarem na estação de trem de Krzywda com destino a Lublin, Viena e Trieste, tinham feito os doze quilômetros que separavam a cidade natal de Anna da estação.
Meus bisavós, Piotr (Jackowska) Jarosiński e Anna (Ognik Filip) Jarosiński, nasceram respectivamente em 10 de dezembro de 1880, em Poręby, paróquia de Dobre, proximidades de Mińsk Mazoviecki, governadoria de Varsóvia, e 15 de maio de 1878, na Stare Wieś de Wojcieszków, a cerca de 18 quilômetros de Łuków, respectivamente.
Antes de virem para o Brasil, viviam na Vila Helenów, distrito de Wojcieszków, sub-Província de Łuków, Província de Siedlce (atualmente pertencente a Voivodia de Lublin), a cerca de 150 km da capital Varsóvia, na Polônia.
Os dois, com as idades de 31 e 32 anos trouxeram os filhos Wiktoria (9 anos), Bolesław (4 anos), Józef (2 anos) e Maria (dois meses de idade). Os pais de Piotr, Jan Jarosiński e Wiktória Jackowska (de Poręby) e de Anna, Antoni Filip e Katarzyna Ognik (de Wojcieszków), ao que tudo indica ficaram na Polônia, não se sabe se vivos ou mortos, pois a insurreição de 1905 a 1907 foi bastante dura para a população da região de Łuków. Foram os camponeses desta região os primeiros a se rebelarem contra o jugo invasor dos russos.
Na Colônia Iapó, em Castro, nasceram Jan (João) e Władysław (Ladislau). Na cidade vizinha de Ponta Grossa, nasceram Angelina, Anastazia e Francisco (que morreu com alguns meses de idade).
Dificuldades com a língua portuguesa e a necessidade de se integrar ao novo país logo modificaria a grafia e a pronúncia de seus nomes para Pedro, Ana, Vitória, José, Boleslau (Boles) e Maria. Os demais filhos já podiam ser considerados brasileiros e seus nomes foram registrados em português. Os primeiros permaneceram com a cidadania polaca e nunca se naturalizaram.
Pedro, apesar de alfabetizado em polaco e russo, quando assinava seu nome em documentos, como certidões de nascimento e casamento dos filhos, alternava a grafia do sobrenome, ora em português, ora em polaco. O sobrenome Jarosiński foi ditado em polaco aos tabeliães e cartorários e estes grafaram como ouviram em português e trocaram a grafia polaca pela pronúncia. Assim Jarosiński virou Iarochinski.
Em 1956, após a morte de Piotr, foi feita tradução do seu passaporte em idioma russo para português, pelo tradutor juramentado Renato Silvio Wolf, de Curitiba.
O tradutor, grafou Pjutr (transliterou do alfabeto círilico o nome polaco Piotr) como Pedro. Em outras partes traduziu e grafou o sobrenome de três formas diferentes: Jarisonski, Jarosinski e Jarosinsk (provalemente levado pelas declinações da língua). O que facilmente se configura em pobreza de tradução.
Familiares do tradutor já falecido confirmaram que ele era apenas tradutor de alemão e nunca o tinha sido da língua russo. Os erros ficam mais evidentes, quando ele traduziu para o alfabeto latino, os nomes das localidades.
Gminno ficou sendo o nome do município, quando se sabe que a palavra município é Gmina no idioma polaco.
O passaporte foi emitido na localidade de Wojcieszków em 1 de outubro de 1906.
A vida dos Jarosiński no Brasil foi sempre muito difícil. Desde os primeiros momentos da viagem, passando pelo assentamento até suas mortes, eles sofreram toda a sorte de agruras.
Conta-se que a fome era tanta, que um dia, por desconhecimento, mataram um urubu para comer. Mas acabaram em jejum porque a carne era muito dura e porque foram alertados para a espécie da ave, que eles nunca tinham visto na Europa.
Logo que puderam, começaram a plantar arroz, feijão, mandioca, batata e milho. O produto do trabalho dava apenas para a alimentação, pois como Castro era muito pequena, e eles não tinham para quem vender. Resultado: sem dinheiro não podiam comprar outros produtos, como utensílios e roupas. Obrigavam-se a trabalhar na cidade como carpinteiros e marceneiros.
Como o trabalho na cidade começou a ser mais lucrativo, Piotr abandonou a colônia, onde a agricultura não dava o sustento que a família numerosa necessitava e foi viver na rua Coronel J. Marcondes, na Vila Rio Branco. Piotr construiu a própria casa e os móveis.
Corria o ano de 1928. Por essa época, junto com os filhos e outros polacos das colônias vizinhas trabalharam na construção da estrada de ferro Sorocaba - Marcelino Ramos. Recebiam 200 réis a hora e trabalhavam 10 horas por dia. Em Jaguariaíva, o soldo era melhor, pagavam 500 réis a hora, o que dava 5 contos de réis por dia.
Os polacos de Castro, em busca do soldo de Jaguariaíva iam a pé até esta cidade em busca do trabalho. Levavam dois dias para percorrer os quase 80 quilômetros. Cada vez mais, os polacos se afastavam da agricultura e de suas terras.
Os filhos homens de Piotr e Anna, em função da infância miserável, foram sempre pessoas revoltadas e agressivas. Quando jovens e depois como adultos buscaram trabalho como carpinteiros, marceneiros e motoristas.
Bolesław (meu avô) nasceu em 14 de janeiro de 1905 em Helenów - Wojcieszków, como a mãe.
No final dos anos 30, ele saiu de Castro e foi viver com a esposa Paulina e seus filhos em Monte Alegre, município de Tibagi (atual Telêmaco Borba).
Ali participou da construção da fábrica de papel da Klabin como motorista de caminhão e outras funções, transportando toras de madeira e outros materiais. Bóles, como era chamado pelos companheiros, trabalhava com um caminhão Chevrolet ano 41, de propriedade da empreiteira do Sr. Danilo, subcontratado das Indústrias Klabin do Paraná.
Os pais, Piotr e Anna, também tinham se transferido para a localidade, mas não se deram bem, entre outras coisas por causa da idade avançada e voltaram para Castro, onde possuíam casa própria.
Bolesław permaneceu com a esposa e os filhos. Mas aos 39 anos, após uma extração dentária foi obrigado a se medicar em Castro. A cirurgia infeccionou tanto que o impediu de se alimentar. Como não havia soro, ele acabou morrendo não só da infecção que havia tomado completamente sua boca, mas principalmente de fome.
Seis meses após o início da infecção, morreu sozinho na pequena casa que o pai construiu, especialmente, para abrigá-lo neste período angustiante. Era 21 de dezembro de 1944.
Com a morte de Bolesław, a esposa Paulina permaneceu em Monte Alegre, em Harmonia (sede da Klabin do Paraná), trabalhando como costureira para sustentar os filhos Janina, Amélia, Plínio, Vitório, Cassemiro (meu pai) e Azélia.
A primeira filha do casal, Ana, morreu aos 2 meses de idade, em Castro, e Rosa após desentendimentos com o pai, saiu de casa, para nunca mais retornar.
Piotr Jarosiński morreu em 5 de dezembro de 1955 e Anna (Babucha) atingiu os 94 anos de idade, morrendo em 20 de outubro de 1972, também em Castro.
Os netos mais velhos contam que Piotr os convidava para ir a missa toda semana. Junto levava o livrinho do novo testamento escrito no alfabeto cirílico. Piotr sempre foi muito católico e dizia, no idioma polaco, ao neto que o acompanhava, que sempre respeitasse a Deus e fosse obediente aos pais. Babucha até morrer, conservou a lucidez e o idioma polaco na ponta da língua.
Foram 24 dias no mar. Na viagem morreram duas crianças, Alexander Chajar, de 1 ano, de convulsão e Jan Sołdys, com 2 meses, de bronquite e nasceu a filha de Wojciech Wróblewski e Michalina Wróblewski Jaraika, no dia 6 de junho, já em águas territoriais brasileiras.
Os Wróblewski eram originários da localidade de Rodzienec em Guber Liedlecka, "capitanato" de Milanor. O atestado de nascimento não apresenta o nome da criança, mas foi assinado conjuntamente pelo Dr. Leo Mager e pela enfermeira Anna Grusovin, os mesmos que atestaram a morte das duas crianças.
Os Jarosiński faziam parte de um grupo de 194 famílias, procedentes das governadorias de Siedlce, Chełm e Lublin. Cada família era constituída em média de 6 pessoas, ou seja, estavam naquele navio 1150 imigrantes.
Após permanecerem 10 dias na hospedaria do imigrante da Ilha das Flores, na baia da Guanabara, embarcaram com destino a Paranaguá no navio costeiro Itaúba.
Era 24 de junho.
Depois de Paranaguá, subiram a Serra do Mar de trem e passaram alguns dias na Casa do Imigrante, em Curitiba, até serem encaminhados a Colônia Iapó de Castro.
A viagem desde Wojcieszków foi cansativa, penosa mas cheia de esperança. Antes de embarcarem na estação de trem de Krzywda com destino a Lublin, Viena e Trieste, tinham feito os doze quilômetros que separavam a cidade natal de Anna da estação.
Meus bisavós, Piotr (Jackowska) Jarosiński e Anna (Ognik Filip) Jarosiński, nasceram respectivamente em 10 de dezembro de 1880, em Poręby, paróquia de Dobre, proximidades de Mińsk Mazoviecki, governadoria de Varsóvia, e 15 de maio de 1878, na Stare Wieś de Wojcieszków, a cerca de 18 quilômetros de Łuków, respectivamente.
Antes de virem para o Brasil, viviam na Vila Helenów, distrito de Wojcieszków, sub-Província de Łuków, Província de Siedlce (atualmente pertencente a Voivodia de Lublin), a cerca de 150 km da capital Varsóvia, na Polônia.
Os dois, com as idades de 31 e 32 anos trouxeram os filhos Wiktoria (9 anos), Bolesław (4 anos), Józef (2 anos) e Maria (dois meses de idade). Os pais de Piotr, Jan Jarosiński e Wiktória Jackowska (de Poręby) e de Anna, Antoni Filip e Katarzyna Ognik (de Wojcieszków), ao que tudo indica ficaram na Polônia, não se sabe se vivos ou mortos, pois a insurreição de 1905 a 1907 foi bastante dura para a população da região de Łuków. Foram os camponeses desta região os primeiros a se rebelarem contra o jugo invasor dos russos.
Na Colônia Iapó, em Castro, nasceram Jan (João) e Władysław (Ladislau). Na cidade vizinha de Ponta Grossa, nasceram Angelina, Anastazia e Francisco (que morreu com alguns meses de idade).
Dificuldades com a língua portuguesa e a necessidade de se integrar ao novo país logo modificaria a grafia e a pronúncia de seus nomes para Pedro, Ana, Vitória, José, Boleslau (Boles) e Maria. Os demais filhos já podiam ser considerados brasileiros e seus nomes foram registrados em português. Os primeiros permaneceram com a cidadania polaca e nunca se naturalizaram.
Pedro, apesar de alfabetizado em polaco e russo, quando assinava seu nome em documentos, como certidões de nascimento e casamento dos filhos, alternava a grafia do sobrenome, ora em português, ora em polaco. O sobrenome Jarosiński foi ditado em polaco aos tabeliães e cartorários e estes grafaram como ouviram em português e trocaram a grafia polaca pela pronúncia. Assim Jarosiński virou Iarochinski.
Em 1956, após a morte de Piotr, foi feita tradução do seu passaporte em idioma russo para português, pelo tradutor juramentado Renato Silvio Wolf, de Curitiba.
O tradutor, grafou Pjutr (transliterou do alfabeto círilico o nome polaco Piotr) como Pedro. Em outras partes traduziu e grafou o sobrenome de três formas diferentes: Jarisonski, Jarosinski e Jarosinsk (provalemente levado pelas declinações da língua). O que facilmente se configura em pobreza de tradução.
Familiares do tradutor já falecido confirmaram que ele era apenas tradutor de alemão e nunca o tinha sido da língua russo. Os erros ficam mais evidentes, quando ele traduziu para o alfabeto latino, os nomes das localidades.
Gminno ficou sendo o nome do município, quando se sabe que a palavra município é Gmina no idioma polaco.
O passaporte foi emitido na localidade de Wojcieszków em 1 de outubro de 1906.
A vida dos Jarosiński no Brasil foi sempre muito difícil. Desde os primeiros momentos da viagem, passando pelo assentamento até suas mortes, eles sofreram toda a sorte de agruras.
Conta-se que a fome era tanta, que um dia, por desconhecimento, mataram um urubu para comer. Mas acabaram em jejum porque a carne era muito dura e porque foram alertados para a espécie da ave, que eles nunca tinham visto na Europa.
Logo que puderam, começaram a plantar arroz, feijão, mandioca, batata e milho. O produto do trabalho dava apenas para a alimentação, pois como Castro era muito pequena, e eles não tinham para quem vender. Resultado: sem dinheiro não podiam comprar outros produtos, como utensílios e roupas. Obrigavam-se a trabalhar na cidade como carpinteiros e marceneiros.
Como o trabalho na cidade começou a ser mais lucrativo, Piotr abandonou a colônia, onde a agricultura não dava o sustento que a família numerosa necessitava e foi viver na rua Coronel J. Marcondes, na Vila Rio Branco. Piotr construiu a própria casa e os móveis.
Corria o ano de 1928. Por essa época, junto com os filhos e outros polacos das colônias vizinhas trabalharam na construção da estrada de ferro Sorocaba - Marcelino Ramos. Recebiam 200 réis a hora e trabalhavam 10 horas por dia. Em Jaguariaíva, o soldo era melhor, pagavam 500 réis a hora, o que dava 5 contos de réis por dia.
Os polacos de Castro, em busca do soldo de Jaguariaíva iam a pé até esta cidade em busca do trabalho. Levavam dois dias para percorrer os quase 80 quilômetros. Cada vez mais, os polacos se afastavam da agricultura e de suas terras.
Os filhos homens de Piotr e Anna, em função da infância miserável, foram sempre pessoas revoltadas e agressivas. Quando jovens e depois como adultos buscaram trabalho como carpinteiros, marceneiros e motoristas.
Bolesław (meu avô) nasceu em 14 de janeiro de 1905 em Helenów - Wojcieszków, como a mãe.
No final dos anos 30, ele saiu de Castro e foi viver com a esposa Paulina e seus filhos em Monte Alegre, município de Tibagi (atual Telêmaco Borba).
Ali participou da construção da fábrica de papel da Klabin como motorista de caminhão e outras funções, transportando toras de madeira e outros materiais. Bóles, como era chamado pelos companheiros, trabalhava com um caminhão Chevrolet ano 41, de propriedade da empreiteira do Sr. Danilo, subcontratado das Indústrias Klabin do Paraná.
Os pais, Piotr e Anna, também tinham se transferido para a localidade, mas não se deram bem, entre outras coisas por causa da idade avançada e voltaram para Castro, onde possuíam casa própria.
Bolesław permaneceu com a esposa e os filhos. Mas aos 39 anos, após uma extração dentária foi obrigado a se medicar em Castro. A cirurgia infeccionou tanto que o impediu de se alimentar. Como não havia soro, ele acabou morrendo não só da infecção que havia tomado completamente sua boca, mas principalmente de fome.
Seis meses após o início da infecção, morreu sozinho na pequena casa que o pai construiu, especialmente, para abrigá-lo neste período angustiante. Era 21 de dezembro de 1944.
Com a morte de Bolesław, a esposa Paulina permaneceu em Monte Alegre, em Harmonia (sede da Klabin do Paraná), trabalhando como costureira para sustentar os filhos Janina, Amélia, Plínio, Vitório, Cassemiro (meu pai) e Azélia.
A primeira filha do casal, Ana, morreu aos 2 meses de idade, em Castro, e Rosa após desentendimentos com o pai, saiu de casa, para nunca mais retornar.
Piotr Jarosiński morreu em 5 de dezembro de 1955 e Anna (Babucha) atingiu os 94 anos de idade, morrendo em 20 de outubro de 1972, também em Castro.
Os netos mais velhos contam que Piotr os convidava para ir a missa toda semana. Junto levava o livrinho do novo testamento escrito no alfabeto cirílico. Piotr sempre foi muito católico e dizia, no idioma polaco, ao neto que o acompanhava, que sempre respeitasse a Deus e fosse obediente aos pais. Babucha até morrer, conservou a lucidez e o idioma polaco na ponta da língua.
Meu pai, Cassemiro (Kazio diminutivo de Kazimierz que se pronuncia como Cajo), morreu assassinado, aos 25 anos de idade, em Harmonia (ora Telêmaco Borba), em 1961.
Seu matador, Nadal Banik (de origem ucraniana), fugiu e nunca foi encontrado para pagar pelo crime que cometeu injustamente.
Seu matador, Nadal Banik (de origem ucraniana), fugiu e nunca foi encontrado para pagar pelo crime que cometeu injustamente.
Meses após o incidente, o delegado do distrito interceptou uma carta, onde o criminoso reconhecia ter matado um inocente e pedia a esposa para que fosse ao seu encontro com os filhos.
Apesar da carta, a polícia nunca conseguiu encontrá-lo. Tampouco os militares do Exército o encontraram. A ajuda do Exército tinha sido pedida em função de Kazio ter chegado ao posto de cabo.
Só mais recentemente, através de uma neta do assassino, soube-se que Nadal Banik, morreu 9 anos após assassinar injustamente Cassemiro, de ataque cardíaco, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde está enterrado, no cemitério municipal.
JAROSIŃSKI NO BRASIL
Piotr e Anna Jarosiński deixaram dezenas de descendentes no Brasil, que se uniram aos Kuk, Bigaski, Wisniewski, Ratuchney, Sarnoski, Marques, Oliveira, Mendes do Prado, Valentim, Domingues, Pereira da Silva e outros.
Até outubro de 1999, os descendentes destes dois pioneiros passavam de 244 pessoas. Perdeu-se o contato com Rosa, filha de Bolesław e de Pedro, filho de Jozéf, que ao que se sabe teve dois filhos, porém não se tem conhecimento se possui netos e bisnetos. Destes, apenas 37 pessoas conservaram o sobrenome Jarosiński (às vezes grafando Iarochinski, Jarosinski, e Iarosinski).
No Brasil, ao que tudo indica, os primeiros Jarosiński chegaram em 1903, procedentes de Łódż. (uudji).
Jan chegou ao Rio de Janeiro com o casal de filhos Alfred e Cesaria. A esposa ficou na Polônia, onde tinha abandonado o marido para se casar com um oficial russo.
Desgostoso, Jan acompanhado dos filhos de 5 e 3 anos veio tentar a sorte na capital brasileira. Em 1920, Jan e o filho Alfred, então com 22 anos, mudaram-se para a comunidade de Rio dos Índios, atual município de Reserva, no Paraná.
Alfred se casou com Catarina Cembak e seus filhos passaram a assinar Iarozinski. Alfred casou uma segunda vez e os filhos deste segundo casamento tiveram o sobrenome mudado para Iarocrinski.
Atualmente, os descendentes de Jan e Alfred estão radicados no vale do rio Ivaí, região central do Paraná e na cidade de Ponta Grossa.
Outro Jaroszyński se estabeleceu em Mafra, em Santa Catarina. Pedro e Júlia chegaram em ano incerto e no Brasil tiveram 13 filhos.
Seus descendentes vivem nas cidades de Mafra e Canoínhas em Santa Catarina e Curitiba no Paraná. Em sua maioria assinam Iarrochenski e Iaruchinsqui.
Uma outra família Jaroczyński se estabeleceu no início deste século em Massaranduba-SC e alguns de seus descendentes vivem em Curitiba e Mato Grosso.
Um outro Jarosiński, de nome Karol, chegou ao Brasil em ano incerto e se estabeleceu em Pariquera-açu, em São Paulo. Lá casou com Marianna Redys. Tiveram filhos.
Mais tarde Carlos Jarochinski (como passou a assinar seu nome aportuguesado), mudou-se para Barão de Antonina, pequena cidade paulista na divisa com o Paraná.
Seus filhos José Maria e Ewa multiplicaram o sobrenome na região. Deste núcleo existem Jarochinski, atualmente, em Itaporanga, Itapeva, Sorocaba, São Paulo e Lavras em Minas Gerais.
E finalmente, o mais novo imigrante Jarosiński é um padre que chegou da Polônia e reside em São Paulo.
LISTA DO NAVIO
Lista de passageiros do navio vapor Columbia, que chegou ao Rio de Janeiro em 14 de junho de 1911, procedente do porto italiano de Trieste. O Columbia era de propriedade da empresa austro-americana Janowitzer, Wahle & Cia. Eram 194 chefes de família, algumas destas chefiadas por mulheres. A grande maioria era de polacos da região ocupada pela Rússia. Portavam em sua maioria passaportes russos, em alfabeto cirílico, com exceção de 5 famílias austríacas, 3 alemãs e 1 russa (pelo menos assim se identificavam, como bem podem ser polacas também). Cada família se compunha em média de 6 pessoas (casal e 4 filhos), o que soma 1150 imigrantes. São estes os passageiros, por ordem alfabética do sobrenome:
Adamik, Paweł - Antol, Jozéf - Babniak, Michał - Bakune, Michał - Banhowski, Bolesław - Beida, Piotr - Beik, Jozéf - Bek, Marya - Bojarczuk, Marcin - Brokopnik, Jacob - Bronikowski, Jan - Budniewski, Alexander - Burzec, Jan - Czech, Teodora - Czerwiński, Wojciech - Czupryna, Andrzej - Delezneh, Jozéf - Delczuk, Franz - Dmybruk, Stanisław - Dmytruk, Stanisław - Daniluk, Jan - Durckiak, Antoni - Eekhart, Johann (austríaco) - Feldman, Ornsk (russo) - Filewski, Jan - Framiński, Anton - Fymeszuk, Helena - Gadomski, Jan - Gadomski, Simon - Gajka, Jozéf - Gługowski, Jozéf - Gorka, Jozéf - Gortal, Andrzej - Gur, Wladysław - Halabura, Antoni - Hanak, Jan - Hange, Erdmann - Harwyłuk, Jan - Hawyłuk, Stanisław - Hawyłuk, Ludwik - Hebrawski, Michał - Herski, Antoni - Holejko, Piotr - Hrynerzk, Antoni - Hrynczuk, Jan - Hrzpernuk, Jozéf - Hrzek, Jozéf - Hubiński, Marek - Hudek, Ludwik - Hunik, Jozéf - Hukaszuk, Jgnacy - Hurko, Kondrak - Husbek, Karl (austríaco) - Jabłoński-Michał - Jachar, Janczuk - Jajac, Jan - Jamelinak, Jozéf - Jańkowski, Julian - Jańkowski, Teofil - Jarmuk, Jan - Jarosiński, Piotr - Jasarski, Julian - Jelecki, Janina - Jezdrzjewski, Stanisław - Jdrinek, Adam - Jlürzel, Johan (alemão) - Jodełka, Alexander - Jurzwik, Antoni - Jusreryński, Jacob - Jzych, Jan - Karpysz, Jgnacy - Kasiński, Sever - Kazulek, Jan - Kazubek, Jozéf - Koch, Piotr - Kocyba, Benedykt - Kocyła, Jozéf - Kogelski, Jan - Kohrioc, Jan - Komon, Karol - Kopice, Marcin - Korioł, Fedor - Korioł, Jozéf - Korioł, Marya - Korkik, Adolf (austríaco) - Korolezwk, Nikodem - Korylko, Andrzej - Koschut, Felix - Kowalewski, Felix - Kowalik, Karol - Krawczuk, Adam - Król, Tomasz - Krwiwtkowski, Jozéf - Krystał, Fedor - Krzyszłoszyk, Stanisław - Kulik, Leon - Kuriełko, Franz - Kutiewicz, Jan - Kutniewierz, - Shorupska, Stefan - Kruzniak, Wicenty - Kryk, Grzegorz - Leszczyński, Wladysław - Lewansdowski, Jan - Liszek, Andrzej - Liwgowicz, Franz - Lwzyński, Jan - Madej, Wicenty - Marciniuk, Michał - Marecki, Kazimierz - Margzal, Katarzyna - Melniczyn, Michał - Miłwra, Jozéf - Mikuc, Jan - Mitura, Alexander - Molniczyn, Andrzej - Moœcilerodzki, Michał - Muciał, Semen - Naumiak, Jozéf - Naumowicz, Joachin - Onojetek, Jgnacy - Orzechowski, Jan - Osiak, Adam - Oslapi, Wawrzyncz, Teofila - Palenczuk, Michał - Panarowski, Marcin - Partyka, Jan - Paszko, Paweł - Pasykiewicz, Jan - Patryareki, Franciczek - Pawlik,Andrzej - Pientosa, Ludwik - Pietraszek, Stanisław - Pietrowski, Tadeusz - Pola, Jan - Pokorecki, Filip - Prelack, Andrzej - Prijuk, Arseu - Pzyjmak, Jawło - Pulo, Leonard - Rakowski, Wojciek - Rejniczak, Andrzej - Rodak, Paweł - Rokicki, Jozéf - Roman, Stanisław - Rosa, Wicenty - Rymwski, Anton - Sadi, Jgnacy - Sawczuk, Jan - Seńkala, Franz - Seńkala, Michalina - Schenk, Heinrich (austríaco) - Schröller, EdwardMarya - Sobianek, Andrzej - Sobieraj, Wawrzynge - Sobiesek, Andrzej - Sołkys, Antoni - Solendrak, Antoni - Sokołowski, Andrzej - Sokołowski, Jacob - Sokołowski, Jozéf - Spil, Piotr - Spi, Grzegorz - Sryszka, Bolesław - Srzyjmak, Jurko - Stachał, Jgnacy - Staszkiewicz, Wladysław - Stefaniac, Franciszek - Stielgman, Simon (alemão) - Stypkowski, Michał - Surdykowski, Felix - Szezerka, Michał - Szezypaniuk, Jan - Szymaniuk, Jacob - Szymonka, Wojcieck - Szyplowska, Agnieszka - Szyrerzyk, Roman - Syek, Jan - Tarisk, Mathias (austríaco) - Uss, Jacob - Walewski, Alexander - Walilewski, Adam - Wasilewski, Karol - Wawrecki, Andrzej - Wesp, Hans (alemão) - Wesriczuk, Jan - Wojcieki, Anton - Wojtowiez, Stanisław - Wokyeki, Wladysław - Worchon, Władysław - Wróblewski, Wojcieck - Wsyniewski, Dmytry - Zakrzewski, Jan - Zieliński, Jgnacy.
P.S. A reprodução deste trecho da história da minha família polaca esta presente nas páginas de meu livro "SAGA DOS POLACOS - A Polônia e seus emigrantes no Brasil", a venda na Livraria do Chaim. O livro com preço de 25 reais pode ser adquirido pelo correio. Para tanto basta ligar para 041 3336 4275 (em Curitiba) que a remessa será providenciada rapidamente. O livro é um pequeno compêndio das coisas da Polônia com história, tradição, receitas, minidicionário polaco-português, principais colônias polacas no Brasil e uma série de informações que permite aos descendente de polaco e interessados compreender um pouco mais de suas origens.
domingo, 13 de abril de 2008
O lago de Choszczno
Foto: Ulisses Iarochinski
Este senhor é um tranqüilo morador da cidade de Choszczno, na voivoda Zachodniopomorski (Pomerânia Oeste), região de Szczecin. Até bem pouco tempo este aprazível lago atendia pelo nome de See Arnswalde (em alemão mesmo, pois a cidade de Choszczno esteve sob domínio prusso-alemão por 150 anos com o nome de Arnswalde. Mais uma cidade visitada pelo "buscador de origens"
Nas águas do Báltico
Em minhas recentes andanças pelos quatro cantos da Polônia como "buscador de origens" andei passando por belas paisagens. A foto acima é do Mar Báltico, lá em cima, no mapa da Polônia, no cantinho mais à esquerda (bem no Noroeste), coladinho no mapa da Alemanha. A cidade chama-se Świnoujście (schvinouischtchie) e fica difícil de traduzir, mas como ali é a desembocadura do rzeka (rio) Świna (Świno - ujście: escapar).
Saber que lá do outro lado destas águas calmas está a terra sueca... foi legal! Ah! E sim é primavera, a areia é branquinha e fina, mas a temperatura era de 4 graus positivos...e um vento de cortar orelhas.
Saber que lá do outro lado destas águas calmas está a terra sueca... foi legal! Ah! E sim é primavera, a areia é branquinha e fina, mas a temperatura era de 4 graus positivos...e um vento de cortar orelhas.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Buscador de origens viajando
Caros leitores ganhei a estrada nos "caminhos de ferro" polacos. Estou em em busca de documentos na regiao de Lublin... quando voltar apresento o relatório.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Governo polaco "briga" contra a inflação
A quantidade de notas de 200 złotych em circulação é mais um indício da inflação que ninguém admite mas que tem dado sérias dores de cabeça ao governo do primeiro-ministro Donald Tusk.
Os prognósticos mais pessimistas da OCDE - Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (que reúne os países mais ricos do mundo) é de que a inflação fique acima dos 7% na Polônia, no próximo ano. Os especialistas da OCDE, ao analisarem os 11.4% de desempregados do final de 2007 e os atuais 5% de inflação, acreditam que o poder de compra da moeda polaca vai ficar entre 4,2% e 8,4% em 2008.
Piotr Kalisz, economista do banco CitiHandlowy, afirma que a situação dos Estados Unidos, Ásia e Grã-Bretanha tem forte influência na economia da Polônia, já que muitos polacos estão trabalhando nestas regiões. Também a valorização do złoty em 30% em relação ao dólar nos últimos meses pode estar influenciando esta alta da inflação na Polônia.
P.S. E parece que a solução de segurar os salários nos últimos dois anos em patamares muito inferiores aos práticados nos outros países membros da União Européia é sintomático dos métodos arcaicos dos economistas dos últimos governos polacos. Soluções como esta faziam parte do receituário brasileiro nos tempos de hiperinflação.
Os prognósticos mais pessimistas da OCDE - Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (que reúne os países mais ricos do mundo) é de que a inflação fique acima dos 7% na Polônia, no próximo ano. Os especialistas da OCDE, ao analisarem os 11.4% de desempregados do final de 2007 e os atuais 5% de inflação, acreditam que o poder de compra da moeda polaca vai ficar entre 4,2% e 8,4% em 2008.
Piotr Kalisz, economista do banco CitiHandlowy, afirma que a situação dos Estados Unidos, Ásia e Grã-Bretanha tem forte influência na economia da Polônia, já que muitos polacos estão trabalhando nestas regiões. Também a valorização do złoty em 30% em relação ao dólar nos últimos meses pode estar influenciando esta alta da inflação na Polônia.
P.S. E parece que a solução de segurar os salários nos últimos dois anos em patamares muito inferiores aos práticados nos outros países membros da União Européia é sintomático dos métodos arcaicos dos economistas dos últimos governos polacos. Soluções como esta faziam parte do receituário brasileiro nos tempos de hiperinflação.
terça-feira, 8 de abril de 2008
Escoteiros polacos em São Paulo
O Consulado Geral da República da Polônia, em São Paulo, está informando está sendo criado um Grupo de Escoteiros Polacos. O Grupo será afiliado à União dos Escoteiros do Brasil. Crianças descendentes de polacos podem particpar nas categorias:
Ramo Lobinho, de 7 a 10 anosRamo Escoteiro, de 11 a 14 anos
Ramo Sênior, de 15 a 17 anos
Ramo Pioneiro, de 18 a 20 anos
A iniciativa de formar um Grupo de Escoteiros Polaco, em São Paulo, faz parte de um projeto de continuidade desta tradição de escoteirismo que a comunidade polaca possui e que durante décadas esteve presente através do grupo “Orzel Bialy” Águia Branca), encerrado nos anos 80. Inscrições e maiores detalhes com Edson Dobgynski pelo e-mail: edsoncaec@hotmail.com
O mundo do Pierogi
A iguaria mais popular na Polônia, sem dúvida, é o Pierogi. Sua preferência é tanta, que existem restaurantes especializados apenas nele, as chamadas Pierogarnia. Além dos “Bar Mleczny” (mlétchni – de leite) – pequenos restaurantes remanescentes do período comunista, que funcionam com subsídio do governo e, portanto são extremamente baratos. Para se ter uma idéia, enquanto num restaurante comum do centro da cidade uma porção de pierogi com 8 unidades custa entre 15 e 32 zł (depende do status do estabelecimento), no Bar Mleczny custam apenas 2,70 zł. Evidentemente que estou falando de Cracóvia. Os preços em Varsóvia, em geral, costumam ser mais altos e em outras cidades mais baixos. Após a queda do regime comunista e do fim da economia de escassez, a maioria destes bares de leite desapareceu. Contudo, alguns deles foram preservados como meio de apoiar as pessoas mais pobres da sociedade. Atualmente, quase todas as cidades do país têm pelo menos um “bar de leite”. O subsídio do Estado alcança vinte milhões de złotych por ano e, frequentemente, também bancados pelas autoridades municipais. São populares entre as pessoas mais velhas, pensionistas, sem abrigo e também entre os estudantes e professores universitários e procurados cada vez mais pelos turistas. Nestes bares evidentemente que o prato mais vendido é o pierogi que pode ser servido com molho de alho frito, toicinho frito, cebola frita, mostarda, manteiga ou creme de leite doce. E as variedades são:
Pierogi salgados servidos molho de alho frito, cebola frita, toicinho, mostarda, ou manteiga.
- ruskie – cozido com batata e ricota. Pierogi salgados servidos molho de alho frito, cebola frita, toicinho, mostarda, ou manteiga.
- z kapustą i grzybami – repolho azedo, cogumelo seco.
- wrocławskie – trigo sarraceno, ricota, toicinho.
- z kaszą – trio sarraceno, repolho azedo, cogumelo seco.
- z soczewicą – lentilha verde, cogumelo seco.
- z mięsem – carne de porco e gado, cebola, manjericão, alho, pimenta.
- Diavolo – carne de porco e gado, páprica, cebola, páprica forte e doce, manjericão e pimenta.
Pierogi servidos com creme de leite doce
- z serem – queijo branco, açúcar de confeiteiro, baunilha.
- Działkowca – queijo branco, czarna porzeczka (fruta de cassis), açúcar de confeiteiro.
- z jagodami – mirtilo e açúcar de confeiteiro.
- z jabłkami - maçã, açúcar de confeiteiro, canela.
Receita básica do pierogi ruskie
INGREDIENTES:
- 1 kg de farinha de trigo
- 3 ovos
- 3 colheres de azeite
- 1 colher de sobremesa de sal
- 1 kg de de ricota ou requeijão
- 1 Kg de batatas
- Sal a gosto
- cheiro - verde a gosto
- Coloque numa bacia grande os ovos, a farinha e o azeite.
- Amasse muito bem, quando a massa estiver lisinha, abra como massa de pastel, usando rolo, uma garrafa limpa.
- Corte a massa com um copo, recheie a massa, feche passando um garfo nas bordas e cozinhe, em aproximadamente 2 litros de água fervente, por 5 minutinhos.
- Coloque por cima seu molho preferido, branco ou ao sugo.
- Cozinhe as batatas, amasse bem com garfo ou passe no espremedor.
- Misture a ricota ou requeijão muito bem até ficar num ponto de creme.
- Acerte o sal, coloque o cheiro verde.
- Misture mais um pouco.
- Recheie a massa com essa mistura.
É preciso dizer ainda que deve-se cozinhar a massa em água quente com sal. Está bom quando subir, deixe mais 2 minutos e retire com uma escumadeira. Faça o molho de manteiga e cebolas fritas (frite na manteiga mesmo) e jogue em cima dos pierogi cozidos.
P.S. e ainda tem o Pierogi de Pinhão (receita do Otacílio Drutchajki) já publicado aqui neste blog...ver na coluna ao lado de Arquivo.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Wisła Kraków: Quase...campeão!!!
Os adversários já estão cumprimentando o treinador do Wisła Kraków pelo título antecipado. Maciej Skorża, entretanto, refuta e diz que talvez daqui a duas semanas possa aceitar os cumprimentos. Para isso sua equipe não pode perder e o Legia e o Groclin continuarem estacionados. Mas não há como o time de Cracóvia perder este campeonato 2007-2008. Além de um plantel com jogadores de seleção e do artilheiro do Campeonato, Paweł Brożek, conta ainda com os brasileiros Cleber e Jean Paulista, este por exemplo, nesta última vitória por 2 a zero contra o Chorzów, deixou o banco de reservas, ofendido por não ter entrado em campo.
Venceu o Wisła com Pawełek - Baszczyński, Dudka, Kokoszka, Piotr Brożek - Łobodziński (63, Niedzielan), Sobolewski, Jirsak, Zieńczuk (81, Junior Diaz) - Paweł Brożek, Boguski (76, Matusiak). Ou seja, não estavam em campo os dois brasileiros e argentino (de pai brasileiro) Mauro Cantoro que foi a Buenos Aires tratar de assuntos problemas particulares. Jirsak, destaque deste jogo, conseguiu completar sua segunda partida na equipe como titular desde que foi contratado.
P.S. em destaque na escalação os jogadores da Seleção Nacional.Venceu o Wisła com Pawełek - Baszczyński, Dudka, Kokoszka, Piotr Brożek - Łobodziński (63, Niedzielan), Sobolewski, Jirsak, Zieńczuk (81, Junior Diaz) - Paweł Brożek, Boguski (76, Matusiak). Ou seja, não estavam em campo os dois brasileiros e argentino (de pai brasileiro) Mauro Cantoro que foi a Buenos Aires tratar de assuntos problemas particulares. Jirsak, destaque deste jogo, conseguiu completar sua segunda partida na equipe como titular desde que foi contratado.
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