sexta-feira, 20 de junho de 2008

Szot - orgulho para o Brasil e para a Polônia

O imenso sorriso de Liza Minnelli recebeu um aturdido Paulo Szot no palco do Radio City Music Hall, em Nova York, na noite de domingo.

Andei viajando e por isso não deu para acompanhar o noticiário brasileiro esta semana. Nem mesmo o noticiário da Polônia foi possível. Assim, que perdi de saber com antecedência sobre a grande vitória de um filho de polacos nos palcos de Nova Iorque.
Paulo Szot, barítono brasileiro-polaco conquistou "Prêmio Tony", a máxima honraria para uma peça da Broadway novaiorquina. Szot (pronuncia-se chót) é o melhor ator de musicais de Nova Iorque pelo espetáculo "South Pacific". A conquista permitiu além da glória, fama, reconhecimento a assinatura de um novo contrato com um aumento salarial de 500%.
A seguir, trecho da entrevista, que o filho do sr. Kazimierz Szot (imigrante polaco que chegou ao Brasil depois da Segunda Guerra Mundial), deu ao jornal "O Estado de SPaulo":



O musical alterou muito sua rotina?

Sim, vivo 24 horas em função do espetáculo. Apesar de não exigir como uma ópera, ou seja, eu não canto tanto como, por exemplo, em Bodas de Fígaro, a responsabilidade é enorme. É a primeira vez que atuo com texto falado, então meu grau de concentração agora é maior do que tudo já fiz na vida.

Como foram as audições?

Inicialmente, eu estava apenas curioso pela experiência, pois não acreditava que um estrangeiro fosse escolhido, especialmente na Broadway, em que o domínio é dos americanos. Mas, na primeira audição, eu já me convenci de que teria chance. Eles analisaram mais a interpretação, pois queriam um cantor de ópera que conseguisse atuar. Depois de escolhido, participei ainda de mais duas audições para escolher o meu par.

Como é participar de um musical? Há uma exigência vocal diferente para um cantor lírico?

A experiência é fascinante, pois atuamos com uma orquestra com 30 músicos, algo pouco habitual até para a Broadway. Vocalmente, não há muita diferença, pois South Pacific é um exemplo daqueles musicais escritos há 60 anos, ou seja, com uma concepção que se aproximava da ópera. Assim, não preciso cantar como nos musicais modernos. Também não tenho muita coreografia. E a expectativa é grande, porque temos casa lotada até junho.

Como ficou sua carreira lírica?

Ainda estou negociando minha participação em duas óperas: Sansão e Dalila, em setembro, em São Paulo, e La Bohème, em outubro, no Rio. Gosto muito de cantar no Brasil. Tenho compromissos agendados em 2009 e 2010, mas minha carreira tomou uma nova direção. Essa oportunidade em musicais vai abrir um novo caminho.

Como você encara o preconceito na ópera contra o cantor lírico que atua em musicais?

Aqui, nos Estados Unidos, também tem isso. É normal entre os puristas, que se fecham em seu mundo. Sempre fui aberto a todo tipo de música - no início da carreira, aliás, preferia musicais a ópera (fiquei emocionado ao assistir Chorus Line). Mas prefiro não falar nada. Cada um deve fazer o que julga ideal.

Perfil de Paulo Szot

Descendente de polacos de primeira geração, Paulo Szot iniciou a carreira ao estudar música a partir dos 4 anos: piano, violino e depois o canto. Começou como tenor e depois passou para o registro mais grave de barítono. Com 18 anos, embarcou para a Polônia, onde aperfeiçoou os estudos vocais. Ingressou na Companhia Estatal de Canto Slask, do Grande Teatro de Varsóvia, no qual atuou durante quatro anos. Lá, experimentou pela primeira vez papéis que, mais tarde, formariam a base de seu repertório. Entre seus papéis na ópera, destacam-se Figaro no Il Barbieri di Siviglia (Rossini) e no Le Nozze di Figaro (Mozart); Escamillo, na Carmen (Bizet); Marcello em La Bohème (Puccini); Silvio em I Pagliacci (Leoncavallo); Lescaut, em Manon (Massenet); o protagonista de Eugene Onegin (Tchaikovsky); e Belcore, em L’Elisir d’Amore (Donizetti).

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Lech insiste: Não é verdade

Foto: jornal Rzeczpospolita

Lech Wałęsa finalmente pode ler nos manuscritos de Sławomir Cenckiewicz e Piotr Gontarczyk, o documento onde os dois historiadores querem provar que o ex-presidente foi espião do serviço secreto do comunismo polaco em 1970. Lech mais uma vez afrimou categoricamente que tudo isso não passa de mentira o que eles querem é vender este livro horrível. O livro patrocinado pelo Instituto da Memória Nacional deve ser lançado no próximo dia 23 de junho, em Varsóvia.

Przegorzaly em preto e branco

Foto de um dos painéis imensos no Aeroporto Internacional João Paulo II, em Balice-Cracóvia. O castelo da foto é o Przegorzały, pertencente a Universidade Jagiellonski, e coincidentemente onde eu moro. E para quem pensa que Cracóvia não tem morro, esse é um deles... entre tantos.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Euro2008: Infelizmente não deu

A principal manchete do jornal Gazeta Wyborcza, desta terça-feira, 17 de junho de 2008, não poderia ser outra para demonstrar a frustração do povo polaco com a Euro2008: "Mais fracos, mas infelizmente não deu".

Manchetes dos demais jornais:

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Rzeczpospolita: Fracos, livres, perderam
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Fakt: Boruc - classe mundial, o resto - embaraço
- Metro: Pena ter que falar mal
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Dziennik: Euro, adeus
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Przegląd Sportowy: 0-1, já o fim
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Super Express: Embaraço! Beenhakker deve devolver dinheiro! (Borucowi)
- Życie Warszawy: Não houve milagre

Foto: Miguel Vidal / Reuters

Polêmica contra Wałęsa continua


E o polêmico livro, que nem foi lançado ainda continua provocando discórdia entre Lech Wałęsa e os dois historiadores do IPN -Instituto da Memória Nacional. Na noite de ontem, em horário nobre o Canal 1 da Telewizja Polska, promoveu debate entre o ex-presidente e um dos historiadores no programa "Tomasz Lis na żywo" (...ao vivo). Foram sucessões de desmentidos de ambas as partes.
O apresentador Tomasz Lis tentou ser incisivo com os dois convidados, para deixou as perguntas mais constrangedoras para o historiador. Perguntou, por exemplo, se ele o Instituto da Memória Nacional estão fazendo uma caça as bruxas, ou tentando destruir a imagem de herói de Wałęsa. A resposta foi não, mas que contra documentos não existem versões, "eles existem. O sr. Wałęsa foi agente do serviço secreto do governo comunista da Polônia, nos anos 70".
No programa falando pelo monitor desde os estúdios da TV em Gdańsk, o homem, que com seus companheiros de sindicato solidariedade derrubou o sistema soviético, bradava que isto é mentira, que o Instituto é uma brincadeira, "e os documentos que o senhor historiador dizem existir podem ter sido forjados, esta era uma prática muito comum no comunismo: a mentira e a delação. Mas a verdade é uma só, os historiadores com este livro idiota estão mentindo, estou vivo e garanto com toda minha luta contra o comunismo de que não fui espião e ponto final".
O jornal "Rzeczpospolita" veio a carga nesta manhã, com mais uma reportagem sobre o assunto. Nela, o jornal divulga que Sławomir Cenckiewicz e Piotr Gontarczyk deram uma "avant-premier" de seu livro "SB a Lech Wałęsa. Przyczynek do biografii" (SB e Lech Wałęsa. Contribuição para a biografia).
Durante alguns anos desde 1970, Lech Wałęsa com o codinome "Bolka" entregou seus colegas do estaleiro Gdańsk e recebeu dinheiro por esta informação? Foi a pergunta que Piotr Gontarczyk e Sławomir Cenckiewicz, os dois historiadores autores do livro, responderam ao jornal. "No livro está publicado um questionário que evidencia a participação de Wałęsa. Nesta prova está escrito que em 29.12.1970 que ele colaborava com SB. Foram encontradas do período de 1970 a 1972 informações negativas da colaboração dos operários do estaleiro de Gdański com o serviço secreto. Porém, o delegado da UOP Krzysztof Bollin encontrou em 1991 mais de 20 delações do espião Bolka".
Os historiadores, após mais de um mês de polêmica sobre o assunto nos meios de comunicação da Polônia, afirmam que "anotações de 1978 comprovam que Wałęsa como espião Bolka prestou informações ao preço de 13.100 zł. Tal nota foi escrita por um oficial do SB."

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Internet gratuita nas ruas de Cracóvia

Foto: Ulisses Iarochinski
Os cracovianos e naturalmente todos os turistas que inundam a cidade terão conexão com a Internet gratuita através do sistema wireless até março de 2009, também no Planty (parque que circunda a cidade e que foi o antigo fosso da cidade murada - Na foto, todo este circulo verde). O sistema já está instalado no Rynek (Praça Central) e na praça Wszystkich Świętych, onde está a prefeitura da cidade.
Segundo Piotr Malcharek, diretor do departamento de informática da Prefeitura, praticamente toda a área que comprende a antiga cidade fortificada de Cracóvia terá sinal gratuito de Internet através de computadores portáteis, os laptop / notebook, que possuam a placa wireless de transmissão via rádio. Porém ele não garante que os moradores, os frequentadores dos bares, e cafés da região possam ter acesso de dentro de suas casas, ou salas. Por outro lado ele dizer que a idéia não é fazer concorrência com as operadoras comerciais de Internet. Serão investidos na colocação das antenas e todo o sistema 1 milhão de złotych.

Polacos a favor do Tratado de Lisboa


45% dos polacos chamam a atenção, apesar do fiasco do referendo na Irlanda, o, presidente Lech Kaczyński deveria ratificar o Tratado de Lisboa. Segundo pesquisa de opinião da TNS OBOP para o jornal "Dziennik".
24% reconheceram que ele deve assinar; 31% não têm a mínima idéia do que é o tratado. Na pesquisa da NPB o resultado também diz que o referendo na Polônia quando acontecer deverá ser aprovado com 71% e 14% votariam contra. A pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 14 passados com um universo de mil adultos.
O Tratado de Lisboa, fruto de um trabalho de 2 anos, quer definitivamente sanar as discórdias sobre o texto da Constituição da União Européia, que levou um duro revés ao ser rejeitada em referendo dois anos e meio atrás pelo holandeses.

Cracóvia no bar

Foto: Ulisses Iarochinski
Painel da Cracóvia medieval fortificada por altos muros e fosso, num bar no Rynek Główny (rinek guufni), ou Praça do mercado central. Com 2,5 x 2 m a obra não está assinada. Mas é bastante colorida e bela.

domingo, 15 de junho de 2008

Resposta mais do que adequada

Bastante curioso e engraçado este vídeo com a entrevista como uma senhora polaca. A repórter pergunta: Para o que a senhora veio até aqui hoje? Assista como inicia a resposta para enfim também perguntar se foi muito:

Proposta mudança na Lei de Cidadania Polaca

Foto: Agência AFP
As informações já circularam no mundo inteiro, mas creio que cabe repercuti-las aqui, por dar uma noção da animosidade que ainda existe entre alemães e polacos. Embora estes se manifestem, mesmo, mais radicalmente contra os russos. Afinal o comunismo terminou há bem menos tempo do que os horrores que Hitler, Von Bismarck e os Cruzados Teutônicos perpetraram contra a Polônia ao longo da história.
No último domingo, parte da torcida alemã que invadiu a Áustria foi pega entoando gritos nazistas contra a Polônia, em Klagenfurt, cidade austríaca onde aconteceu o jogo entre Polônia e Alemanha. Ao redor das 20h30min horas, 157 alemães foram presos pela polícia, após ataques e alguma confusão.
Um fotógrafo da agência AFP denunciou que foi mantido entre 60 homens alemães que gritavam "Todos os polacos deveriam ter a estrela amarela", em referência ao símbolo que os judeus polacos foram obrigados a usar durante o regime nazista.
Horas depois, era o polaco naturalizado alemão Łukas Podolski que dava a vitória ao time de Berlim, após tabela com Klose, também nascido na Polônia. E os alemães neonazistas que não foram detidos ainda foram obrigados a ver em campo, Mario Gomez, neto de imigrantes espanhóis, Kuranyi que é carioca, filho de pai húngaro e mãe panamenha.
A resposta polaca para estes incidentes não tardou. O ex-deputado ultra-conservador e atual presidente do PLR Partido da Liga da Família Polaca, Mirosław Orzechowski, além de falar numa emissora de rádio apresentou uma moção no parlamento e enviou uma carta diretamente ao Presidente Lech Kaczyński, para que este retire a cidadania polaca do jogador Łukas Podolski. Na seqüência deu entrevista ao jornal Dziennik, onde afirmou que: "Se alguém fizer alguma performance para as cores de um Estado estrangeiro, já há nisto um desejo para renunciar cidadania. Você não pode dizer isto mais claramente. E o presidente deveria interpretar aquele fato assim: que é intencional.". Embora Podolski tivesse comemorado de forma discreta seus dois gols contra a Polônia e depois ter dito que, "não celebrei porque a Polônia é parte de meu coração. Eu parti quando tinha dois anos, mas meu pai, tio e outros parentes continuam na Polônia. Tenho que ter um pouco de respeito pelo país.", Orzechowski não se deixou convencer. Em seu blog na Internet o político de extrema-direita, escreveu que “após a derrota da seleção na Euro2008 alastrou-se uma onda de excitação pela Polônia. Nossas casas ostentando bandeiras branco-vermelhas nos fez sentirmos bem, mais importantes. De repente se ouve que a administração da equipe alemã, proibiu a seus jogadores de origem polaca de dar de entrevistas em idioma polaco. Condoeram-se. Condoeram-se. Após a derrota polaca, desordeiros alemães se bateram contra os torcedores polacos. Portaram-se na Áustria, como se estivessem em suas próprias casas”. Em outro trecho diz que, “no dia que atraí a atenção presidencial para decidir sobre o de problema de cidadãos polacos que representam um Estado estrangeiro em assuntos internacionais. A imprensa e a mídia imediatamente gritaram - Orzechowski quer tirar a cidadania polaca de Podolski e Klose - Ninguém teve o cuidado de me escutar.”
Antes de apresentar um projeto de mudança no Estatuto de Concessão de Cidadania, ainda escreveu que, “deixe-me lembrar, porém! Ninguém respeita a nós polacos na Europa e no mundo, se antes não nos respeitemos a nós mesmo.” Orzechowski propõe: “Sem consideração a jogadores de futebol que joguem na representação alemã, ou Em qualquer outra seleção de outro país que possua cidadania polaca, proponho as seguintes mudanças no Estatuto da Cidadania Polaca.” Em seu projeto de lei sobre mudança no Estatuto sobre cidadania polonesa do dia 15 de fevereiro de 1962, e texto do dia 03 de abril de 2000 (Dz.U. Nr 28, poz. 353), quer alterar os artigos, 1 em seu parágrafo 2ª. ; 2 parágrafo; Alega que de acordo com o art. 82 da Constituição é dever do cidadão polaco fidelidade a República da Polônia. Pessoas que pelos seus próprios desempenhos públicos se identifiquem a si mesmo com outros Estados, por exemplo, representando estes países em conversações diplomáticas, competições esportivas, infrinjam este dever civil básico. O Presidente da República da Polônia possa declarar nula a cidadania polaca a esta pessoa".

sábado, 14 de junho de 2008

Ali Agca quer ser polaco

Foto: AFP

Ali Agca
, de 50 anos de idade, não perde tempo na prisão. Pelo menos foi o que deixou entrever a rede de emissora de rádio da Polônia RMF FM, nesta quinta-feira, quando informou que o plenipotenciário turco teria entrado com pedido de cidadania polaca para Agca, no Consulado da República da Polônia em Ancara.

Para o prof. Zbigniew Hołda da Fundação Helsinski de Direitos Humanos, em Varsóvia, reagiu que "tal pedido só pode ser uma piada".
Esta idéia de cidadania polaca foi colhida alguns meses atrás e divulgada pelo mundo todo. Em meados de maio, houve a entrega de um primeiro pedido junto ao consulado. Contudo, faltaram alguns documentos exigidos. Nesta quinta-feira o representante de Agca voltou ao consulado com o pedido e todos os documentos exigidos. Dentro de alguns dias para completar o processo deverá pagar taxas. O pedido agora será analisado pelo MSWiA - Ministério das Relações Exteriores e Administração da Polônia. Se não nenhum senão no pedido e documentos apresentados será enviado ao Gabinete da Presidência da República. A decisão presidencial é final e não cabe recurso.
Para Zbigniew Hołda, o requerimento de Agca é completamente sem fundamento. "Ele não obterá a cidadania polaca, pois não possui as condições legais para tal. O procedimento no caso da concessão de cidadania para estrangeiros é bastante complicado". Segundo Hołda de acordo com o art. 8 do Estatuto sobre Cidadania Polaca, o estrangeiro poderá ter decisão positiva em seu requerimento se reside permanentemente no território da Polônia pelo menos há cinco anos. Em situações especiais, o Presidente da República pode, contudo, não observar este fundamento, tal qual ocorreu no processo do jogador de futebol brasileiro Roger Guerreiro. "Embora, a cidadania de Roger, pedida pelo treinador Leo Beenhakker, sofra grande controvérsia, é completamente diferente de uma para Agca." avalia Hołda.
O representante da Fundação Helsinki analisa que "Roger mora e trabalha na Polônia há dois anos. Agca nunca esteve na Polônia. Surpreende que ele pense que possa pedir isto e que seja levado a sério". Entretanto, Hołda, salienta que se realmente durante o encontro de Agca com o Papa João Paulo II, conforme o turco sustenta, Sua santidade mencionou que poderia tratar da cidadania polaca para seu agressor, "então a Polônia teria agora mais de 200 milhões de cidadão," acrescenta.
A pergunta que se fazem os polacos agora é, por que Agca teve esta idéia? Hołda, responde: "Ele é uma pessoa inteligente, que sabe, como atrair a atenção da mídia para si. Mas para mim isto não é estranho, porque ele já conseguiu ter em sua cela uma televisão de 14 polegadas e não satisfeito solicitou uma de maior tamanho. Tal processo foi julgado em duas instâncias e ao final ele nada conseguiu, além de atrair a atenção para sua pessoa".

Senado da Polônia reúne polacos do mundo


A Braspol, organização que reúne associações sociais e culturais de descendentes de polacos estará se reunindo nos dias 23 e 24 de junho próximo em Varsóvia, numa promoção do Senado da República da Polônia.
No encontro, "Posiedzenie Komisji Spraw Emigracji i Łączności z Polakami za Granicą", na sala 217, do Senado, serão abordados alguns temas de interesse da comunidade de origem polaca no Brasil, como reflexão sobre a busca de efetivas formas de parceria entre localidades brasileiras com forte presença da etnia polaca e a Polônia; popularização da língua e cultura polaca; ensino do polaco como segunda língua estrangeira; possibilidades de promoção da Polônia nos meios políticos, comerciais e culturais da localidade brasileira, perspectivas regionais de parceria entre organizações polacas, com aprovação especial do Conselho "Polônico" Mundial.
Segundo a agenda do Senado, o "Encontro com o Comitê de Representantes das Colônias Polacas no Mundo" terá como pauta: informações do Ministério da Relações Exteriores da Polônia sobre a liquidação das agências diplomático-consulares, análise de moções sobre encargos do Estado no âmbito dos cuidados com a Polônia e os polacos no exterior e assuntos gerais.
Segundo André Harmerski, de Nova Prata-RS, "Essa promoção e convite a um representante do Brasil, evidencia que o Senado da Polônia, responsável por assuntos da etnia polaca no mundo, lembra-se de nós. Você, líder da Braspol e da polonidade, o que tem a dizer sobre os temas para enriquecer a defesa de nossa causa? Agradecemos muito a sua ajuda até o dia 17 de junho." Hamerski estará representando o Brasil, na reunião do Senado da Polônia , como vice-presidente nacional da Braspol.

Maiores informações através do e-mail: andrehamerski@terra.com.br

Capoeira na Polônia - I

Foto: Ulisses Iarochinski

Neste fim de semana, em Cracóvia, está acontecendo um grande encontro de capoeiristas de toda a Polônia. Além do tradicional "batizado" com Mestres brasileiros, que vieram especialmente para esta cerimônia, estão sendo realizadas rodas de capoeira, cursos rápidos de samba e até um concurso da mais bela capoeirista. Na noite desta sexta-feira, uma das organizações que promovem a capoeira na Polônia, a Unicar, que segue o legado dos mestres Baianos, promoveu o concurso da mais bela capoeirista da Unicar, no Club Rotunda. Participaram 13 jovens representado suas cidades. A Unicar está presente em 34 cidades da Polônia e conta com 1000 alunos do sexo masculino e 2000 do sexo feminino. A Unicar tem como mestre o polaco Adam Faba, também chamado Mestre Sem Memória.
A outra organização que mantém seguidores na Polônia é a Arte das Gerais, capitaneada pelo mineiro Wellington Leandro de Freitas, ou Mestre Nem como é chamado, e desenvolve a capoeira denominada Regional. Seguem os ensinamentos da Arte das Gerais, cerca de 20 grupos com cerca de 1000 alunos em toda Polônia. Mestre Nem está sediado, em Hamburgo, na Alemanha, e vem regularmente a Polônia para os "batizados". Já a Unicar de Sem Memória está sediada em Katowice, Cracóvia e Łódź. Na Polônia, inclusive, foi criada há cerca de dois anos a Federação Polaca de Capoeira, organização que não tem similar nem mesmo no Brasil, onde não existe associação de grupos, federações, ou confederação de capoeira.
Neste sábado, no Rynek (praça central de Cracóvia), alunos de ambas organizações realizam um um desfile de capoeira com seus alunos e passistas (mulatas) brasileiras vindas do Brasil especialmente para o evento. O encontro encerra-se com uma grande festa de carnaval no Club Rotunda, neste sábado á noite.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Fenomenal Artur Boruc

Foto: AFP
No jogo de ontem contra a Áustria, Artur Boruc demonstrou uma grande classe como jogador de futebol. E embora não tenha conseguido defender o pênalti nos minutos de descontos da partida, não há a menor dúvida, de que ele foi a grande estrela do estádio de Viena. Artur, é a grande esperança da complicada situação em que o árbitro inglês Howard Webb colocou a Polônia nesta primeira fase da Euro 2008. O Sr. Webb simplesmente inventou uma penalidade máxima para que os anfitriões não saissem derrotados da partida. Uma vergonha, que merece punição drástica da FIFA e UEFA.
Roger Guerreiro por pouco não ficou ao lado do goleiro Boruc na constelação das estrelas do jogo para a imensa torcida na Polônia. Não fosse o juíz, o brasileiro nascido em São Paulo teria tido sua maior noite de glória. Ainda assim ficou sendo apenas aquele que marcou o primeiro gol da Polônia na história da Eurocopa de Seleções Européias. Por este feito já está na história do futebol polaco. E também por isso saiu com o prêmio de melhor da partida. "Tinha esperança, que meu gol pudesse ter sido o da vitória. Estivémos tão perto... Estamos muito desapontados com o que aconteceu no final, porque nada ocorreu para que pudéssemos perder por aquele penalti. Sem pensar eu trocaria o prêmio da partida pelos três pontos." disse o jogador que nasceu em São Paulo. Para finalizar, Roger ainda acrescentou que: "Dediquei o gol ao meu pai que morreu um ano atrás. Fico feliz que tenham se escadalizado com meu nome. Isto significa que reconheceram minha ambição e meu conhecimento. De mais a mais toda a equipe esteve maravilhosa. Prometo que sempre darei tudo de mim. Para os torcedores e para a Polônia."

Foto: AFP

A imprensa polaca, apesar de reconhecer o fato de Roger ter sido escolhido o melhor pela comissão da UEFA que assistiu ao jogo elegeu o goleiro Boruc como o herói da partida e só teve críticas para o árbitro inglês Howard Webb. Para os jornalistas polacos, a Polônia foi roubada pelo árbitro e qualificaram sua decisão de marcar o pênalti como idiota:

Manchete do jornal Gazeta Wyborcza: E Boruc não nos salvou.
Comentário: gol polaco se esfumaçou pelo duvidoso pênalti austríaco.

Manchete do jornal Dziennik: Perdemos para o inglês que nos roubou a vitória
Comentário: Depois de 90 minutos de jogo contra a Áustria no céu do futebol. Mas antes do final do encontro fomos jogados ao inferno por Howard Webb, o qual ordenou um pênalti de sua cabeça. E assim, o que seria nossa primeira vitória na Euro, os polacos empataram em 1:1.

Manchete do jornal Polska: árbitro Webb roubou a vitória dos Polacos.
Comentário: O juiz inglês Howard Webb fez de tudo, descarado para imprimir nas costas o número 11. Caso contrário como se pode qualificar isto que aconteceu ontem no estadio Ernst Happel. O fato é que Mariusz Lewandowski foi empurrado por Sebastian Proedle, mas a caída do austríaco foi apenas teatral.

Manchete do Jornal Rzeczpospolita: Aos polacos restou crença e milagre
Comentário: Temos direito de nos sentir desapontados: Austríacos empataram apenas no último minuto com pênalti duvidoso.

Manchete do jornal Życie Warszawy: Boruc - Áustria 1:1
Comentário: Aos 93 minutos o juiz deu pênalti e o empate para os rivais. Pouco antes marcou a penalidade contra nós. Agora só com milagre a Polônia pode sonhar com as quartas-de-final.

Manchete do jornal Trybuna: galocha inglesa
Comentário: É dramático e para o sucesso bastou um minuto. Os jogadores da representação polaca em seu segundo jogo no campeonato europeu empataram em Viena por 1:1 com a Á Austria e agora só teoricamente têm chances de avançar para as quartas-de-final. O inglês "tipógrafo-galocha" tirou a vitória da equipe de Leo Beenhakker e de nós tudo.

E trouxeram ainda a ficha do gato inglês:

Foto: Christian Hartmann/Reuters

Em 2007 Webb dirigiu o jogo Copa do Mundo Sub-20 entre Polônia e Brasil, ganho pelos polacos com com supreendente 1 X 0. Dois anos antes o inglês apitou a partida em que o Légia Warszawa perdeu por 4 X 1 para o FC Zurich pela Copa da UEFA.

Perfil do árbitro Webb:

Howard Webb (assistentes na partida Áustria X Polônia: Darren Cann e Mike Mullarkey)
País: Inglaterra
data de nascimento: 14.07.1971
local de nascimento: Rotherham
altura/peso: 184 cm/92 kg
Árbitro desde 1989
Árbitro internacional desde 2005
Profissão: policial
Idioma: Inglês
outro esporte: tenis
hobby: correr
Torneios: Campeonato Europeu sub-21 (2006-Portugal)
Copa do Mundo sub-20 (2007-Canadá)

Kaminskas paranaenses visitam Wawel

Foto: Ulisses Iarochinski

Semanas atrás publiquei aqui neste blog, a existência de uma placa na muralha de entrada do Castelo de Wawel, em Cracóvia, de um doador na reconstrução do principal castelo real da Polônia. De Guarapuava, o imigrante polaco de Białystok, havia enviado uma soma em dinheiro na década de 20 para que o destruído simbolo da união nacional polaca pudesse reviver seus melhores dias de poder e beleza. O colunista do jornal O Estado do Paraná, Dante Mendonça repercutiu em sua coluna e imediatamente descendentes de Władzysław Kamiński souberam lá no interior do Paraná. Logo o esposo de uma neta do "Sr. Ladislau" (o equivalente em português de Władzysław) me telefonou para saber se os poderia atender numa visita a Cracóvia. Mais rápido do que a àguia branca a família chegou aqui.
No centro da foto acima, Leonorin, a neta e no lado direito Kristie, a bisneta com Luiz (marido e pai das Kaminski). Este logo após esta foto quis comprar ingressos para visita ao Castelo. Impedi que ele fizesse isso. "Primeiro vamos conversar com alguém do museu de Wawel e apresentá-los.", disse e fomos até o vice-diretor, que mesmo não podendo nos atender naquele momento, destacou a funcionária Katarzyna para que nos levasse até a guia oficial, Marzena (majena - Sonho em português), para fazer a visita a todas as instalações do Castelo. Não mais apropriado, o nome da guia, para um momento de sonho.

As Kaminskas e ao fundo a Catedral e Castelo de Wawel. Foto: Ulisses Iarochinski.

Enquanto visitávamos o Castelo, Luiz recebeu um telefonema do prefeito de Guarapuava Fernando Ribas Carli manifestando interesse em contatar a direção do Museu de Wawel com o fim de estabelecer um acordo de cooperação cultural entre a Casa da Cultura de Guarapuava (antiga residência de Władzysław Kamiński) e o Wawel. O prefeito Ribas Carli deseja que uma sala da Casa da Cultura possa abrigar uma exposição permanente do Castelo de Wawel.

Casa da Cultura de Guarapuava, antiga residência de Władzysław Kamiński

"Não sei como agradecer Ulisses. Parece um sonho. Fui tratada aqui como uma autoridade. As duas pessoas que nos atenderam, principalmente a guia Marzena foram espetaculares. Senti como se ela estivesse prestando contas de uma contribuição que meu avô fez há mais de 80 anos. E tudo isto começou no teu blog." agradeceu Leonorin.


Na foto de Luiz Küster, ao lado da muralha com as placas dos contribuintes da restauração do Castelo de Wawel, em Cracóvia, Kristie, Ulisses e Leonorin Kamiński, bisneta e neta de Władzysław Kamiński, respectivamente. Para saber como começou a história desta visita acesse:
Guarapuava no Wawel,
O polaco da pedra ,
E tem mais sobre Guarapuava...,
,
Guarapuava é tema de...

Curso de graduação Letras-Polaco na UFPR


Reitora Márcia Helena Mendonça /Foto: Isabel Liviski



A Universidade Federal do Paraná através do REUNI – Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Públicas Federais divulgou o Edital 04/2008 que traz as regras do Processo Seletivo 2009. E nele aparace pela primeira vez a existência de um curso de graduação em Letras-Polonês, com duração de quatro anos e a possibilidade do diploma de bacharel. Portanto não é apenas um curso de idioma, mas um curso de licenciatura longa. E é o primeiro a ser criado na América Latina.
O vestibular da UFPR ofecerá 5.273 vagas em 88 cursos de graduação, das quais 1.174 são vagas novas e 21 novos cursos de expansão, desta forma a universidade começa a formalizar para a sociedade o compromisso assumido com o Ministério da Educação. E em relação ao curso de polaco, compromisso assinado com a Universidade Jagiellonski de Cracóvia em maio de 2007.
Ano passado, a UFPR havia ofertado 4.099 vagas. “Somos a primeira instituição pública federal a divulgar edital de concurso vestibular com as vagas e cursos de expansão do REUNI constantes no projeto enviado ao MEC. A comunidade acadêmica tem trabalhado de forma dedicada e cumprimos o primeiro compromisso de divulgar com dois meses de antecedência o edital do Processo Seletivo 2009”, esclarece a reitora em exercício, Márcia Helena Mendonça.
O curso de "Letras-Polonês" com 10 vagas e funcionará no período noturno.
As inscrições ao Vestibular serão abertas às 8 horas do dia 17 de agosto (último dia do “UFPR: Cursos e profissões”) e permanecerão abertas até às 16 horas do dia 15 de setembro. A inscrição deverá ser feita pela Internet, no site do Núcleo de Concursos, e a taxa poderá ser paga na rede bancária ou nas casas lotéricas, no valor de R$ 72,00 (setenta e dois reais). Os alunos treineiros podem fazer sua inscrição ao valor de R$ 70,00 (setenta reais). Novamente a UFPR diminui sua taxa de inscrição, que em 2007 foi de R$ 73,00 (setenta e três reais).
O Vestibular será em duas fases, sendo a primeira no dia 16 de novembro e a segunda, dias 07 e 08 de dezembro. Este ano as provas serão aplicadas em Curitiba – para os cursos dos "campi" de Curitiba, Pontal do Paraná e Palotina – para os cursos deste campus, sempre no período da tarde.
P.S. Link para fazer a inscrição ao vestibular a partir do dia 17 de agosto: núcleo de concursos

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Bêbê nasce bêbado

A agência de notícias FrancePress distribuiu para o mundo uma notícia publicada hoje nos jornais internacionais. Na Polônia, a informação já tinha chegado ás páginas de jornal na segunda-feira. A nota foi sobre uma polaca, Monika K. de 38 anos, que deu à luz luz uma menina, a qual nasceu com 2,9 gramas de álcool por litro de sangue. Os médicos do hospital de Otwock, localidade na região metropolitana de Varsóvia, alertaram a polícia na segunda-feira sobre uma grávida bastante alcoolizada, que havia dado entrada no hospital. "Exame de sangue revelou que a mãe tinha 1,2 gramas de álcool em seu sangue no momento do parto", declarou a porta-voz da polícia de Varsóvia, Dorota Tietz.
A mãe pode ser condenada a até 5 anos de prisão por ter colocado em risco a vida e a saúde de sua filha, segundo a porta-voz. Alguns jornais brasileiros publicaram fotos junto com a notícia, mas percebe-se claramente que na foto estão japoneses e convenhamos, polaco não tem nenhuma semelhança com japonês, a não ser o fato que são seres humanos que pensam, como diria a célebre frase: penso logo existo. Mas parece que a polaca só existe, não pensa.

As maçãs da Polônia

Foto: Ulisses Iarochinski

Não querendo fazer propaganda, afinal não recebo nenhuma publicidade em meu blog, mas a foto das maçãzinhas foi feita com um celular LG KU990 Viewty... o celular que é uma câmara fotográfica, não só no aspecto, mas por que que possui excelente qualidade com 5.1 megapixel, zoom de 16x etc.
Mas seja como for, a Polônia para quem equivocado pensa que o fruto é coisa só de alemão está muito enganado. Se alguém sai por aí dizendo que a torta de maça, o famoso appel strudel tem origens nos reinos germânicos também não está sendo sincero. A torta na verdade chama-se Szarlotka e tem origem na Polônia. Tem este nome em homanagem a Charlotte (nome de mulher francesa). O Rei polaco fez vir da França mestres confeiteiros e cozinheiros para que desse uma "melhorada" na apresentação das iguarias do palácio real. Os mestres da culinária francesa que pensavam encontrar nesta Europa Central, um bando de bárbaros se surpreenderam com a confeitaria polaca. Deram um toque francês ao que já existia e que mais tarde invasores prussos e germânicos levariam para o mundo e o fariam deles.
A Polônia produz muita maça e em grande variedade. A produção anual das Gala, Golden Delicious, Jonagored, Gloster, Elise, Ligol, Szampion e outras ultrapassa os 3 milhões de toneladas.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Vôos de preço baixo estão mais caros

Foto: Bartosz Siedlik

Passageiros que esperam pelo verão europeu para viajar terão uma péssima surpresa. Os vôs de baixos preços que fizeram sucesso nos últimos três anos estão mais caros, entre 10 a 20 por cento em relação há um mês atrás. E os preços de hoje devem subir ainda mais a partir de primeiro de julho. A culpa segundo as companhias aéreas é do combustível que subiu o preço em 44 por cento.
Mas não é só o barril de petróleo o vilão. A empresa GermanWings anunciou que a bagagem também será cobrada, a partir de agora. Para os voôs que partem da Polônia, cada passageiro pagará entre 5 a 10 Euros a mais, além de 100 zł pelo aumento dos preços dos combustíveis.
Em 2007, viajaram aproximadamente 17, 2 milhões de pessoas nestas linhas de baixo preço, um aumento de 30% em relação a 2006.

Imigrantes no porto

Foto do Porto de Bremen, na Alemanha, em 1909. No pátio, imigrantes polacos esperavam a hora de embarcar para "fazer a América". Muitos deles tinham como destino as colônias federais no Sul e nos Campos Gerais do Estado do Paraná.