sexta-feira, 23 de maio de 2008

O polaco da Pedra

Nossa foto da placa do Brasil na muralha do Castelo de Wawel continua repercutindo na imprensa paranaense. O colunista Dante Mendonça foi atrás de maiores informações e publicou mais uma texto sobre Władysław Kamiński de Guarapuava:

Saga de polaco (2)

Dante Mendonça [23/05/2008]

A velha casa de Wladyslaw Kaminski, restaurada, hoje recebe turistas em Guarapuava.


O município de Virmond tem esse nome em homenagem ao médico Guilherme Frederico Virmond, o primeiro pintor a se radicar no Paraná. Surgiu da fazenda Amola Faca, comprada para assentar imigrantes polacos. Os 10 mil réis vieram da generosidade de Władysław Kamiński, o pioneiro de Guarapuva que tem o nome gravado na pedra de Cracóvia.

Na região de Guarapuava, o município de Virmond comemorou neste 17 de maio mais um aniversário de fundação com a inauguração a Casa da Memória, uma réplica de residência pioneira que preserva a história das 70 famílias de descendentes de polacos que formaram a Colônia Amola Faca, cepa do município emancipado em 1990.

Há quem diga que a denominação Amola Faca seria mais pitoresca para uma região agrícola, apesar da origem francesa do nome Virmond. Por certo, registrou no “Diccionário Histórico e Geográfico do Paraná” (1926) o historiador Ermelino de Leão: “A família Virmond, provem do casal de Frederico Guilherme Virmond, natural de Colonia, Allemanha, f. do Dr. João Maurício Virmond, médico, que immigrou para o Brasil em 1818, casando-se com Isabel Maria de Andrade, f. de Manoel Ferreira de Andrade e de sua mulher Edeltrudes de Andrade. A família Virmond é de origem francesa, mas, em virtude das perseguições religiosas devido ao Edito de Nantes, teve que imigrar para a Allemanha. Frederico Guilherme Virmond estabeleceu-se na Lapa, depois de sua permanência no Rio de Janeiro, onde teve uma casa de ferragem”.

Um dos ilustres descendentes dos Virmond é o advogado Eduardo Rocha Virmond, ex-secretário de Cultura no governo de Jaime Lerner, que por certo tem muito a contar sobre o pintor que estudou medicina em Berlim e que comprou a fazenda Amola Faca em 1852, embora residindo na Lapa.

Os 24 mil hectares adquiridos por Frederico Guilherme Virmond (1791 / 1876), foram mais tarde vendidos ao guarapuavano Ernesto Queiroz.

Em 1921, o primeiro cônsul da Polônia no Sul do Brasil formou uma sociedade de colonização para formar uma colônia com famílias de imigrantes polacos espalhados pelo Brasil.

Em 1923, a sociedade colonizadora achou o paraíso na fazenda Amola Faca, de Ernesto Queiroz. 10 mil réis, pediu o guarapuavano pelos 24 mil hectares no Terceiro Planalto paranaense. Naqueles tempos miseráveis, quem teria 10 mil réis para acomodar tantas famílias originárias de Curitiba, São Mateus do Sul, Prudentópolis e do Rio Grande do Sul?

Foi então que entrou na história o generoso homem de Guarapuava: Władysław Kamiński emprestou 10 mil réis à colonizadora e a semente do futuro município de Virmond foi assim lançada nos caminhos dos tropeiros.

Władysław Kamiński nasceu 1868 em Bielystok, Polônia. Chegou a Guarapuava por volta de 1888, onde faleceu em 1947. Foi dono de serraria e do Hotel dos Viajantes (Também conhecido como Hotel Kaminski, que pegou fogo em 1952, quando não mais pertencia à família.)

É o mesmo homem que em 1922 contribuiu com a restauração do Castelo de Wawel, na Cracóvia, e hoje tem o nome gravado na pedra.

Kamiński (segundo o jornalista e historiador Ulisses Iarochinski) tem origem na palavra polaca “kamien”, pedra. A terminação “nski” pode ser traduzida como “ense”, no português). Ou seja: Władysław Kamiński, o homem de pedra.

Um comentário:

Anônimo disse...

JPPalinski.
Parabéns Dante!!!!! Parabéns Ulisses a comunidade Polonesa de Virmond agradece!!!!!!!!!!
Bardzo Dziekuje!!!!!!!!!!!!!!!!!!!