terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A Geórgia e o temor da Rússia

Nino Burjanadze, a mulher que pode ser a próxima presidente da Geórgia

A imprensa mundial, dependendo das pautas e direciionamento da informação das grandes agências noticiosas, como Reuters, AP, UPI, FrancePress e redes de TV como BBC e CNN, vivem do factual. Mas também é verdade que ninguém aguenta mais esta proteção e exposição diária, semanal, anual das coisas de Israel. Parece que o planeta está a pagar constantemente pelos horrores que os alemães cometeram contra o povo judeu de nacionalidades europeias na segunda guerra mundial. Enquanto isto países e questões tão ou mais importantes do que essa cobertura das atrocidades israelenses em Gaza contra inocentes palestinos deixam de ser noticiadas. Mas não é porque a Reuteus e a CNN não noticiam que as coisas não estejam acontecendo. A vida e as nações seguem seu destino apesar das vontades editoriais das agências de notícias.
Uma região que não recebe o mesmo tratamento notícioso está a passar por momentos delicados e recebe pouca atenção dos editores chefes da notícia internacional. Esta região é o cáucaso e as ações da Rússia.
Em novembro passado os russos invadiram a Geórgia, intimidaram presidentes de outros países que foram a Tbilissi manifestar apoio aos georgianos. Alguma coisa foi noticiada. No Brasil, por exemplo, os disparos contra o presidente polaco Lech Kaczyński passou em branco, porque coincidia com visita do presidente da Federação Russa Dymitr Miedwiedwiew ao Rio de Janeiro.
A EuroNews, uma televisão que está presente em quase todos os países europeus com notícias e edições em vários idiomas, colocou no ar uma longa entrevista com a líder das oposições na Geórgia. A deputada e ex-presidente do Parlamento da Geórgia, Nino Burjanadze, distanciou-se dos manifestantes contrários ao presidente Mikail Saakashvili.
Burdjanadze fundou recentemente o Movimento Democrático para uma Geórgia Unida, um movimento da ala direita moderada, inspirada em Margaret Thatcher. Segundo a georgiana a democracia em seu país ainda corre sérios riscos, "digamos que o nível de democracia do nosso país não é satisfatório. Claro que a Geórgia é um país mais democrático do que outras ex-repúblicas soviéticas. Não quero fazer comparações entre o nível da democracia na Geórgia com outros países ex-soviéticos. Quero compará-lo com o de países bálticos, com o da Polônia, República Tcheca e outros, que têm uma democracia sólida." Sobre o presidente Mikail, a deputada lembra que ele foi reeleito triunfalmente em maio de 2008 e que, "o presidente goza de uma popularidade ainda forte, apesar dos ataques da oposição. Aos olhos dos georgianos ainda é ele quem resiste à Rússia. A dificuldade para a oposição é: Como fazer cair o governo, sem fazer o jogo de Moscou". 
Burjanadze entende que o povo de seu país está unidos contra o que ela chama de agressão russa e, "as pessoas estão unidas e apoiaram o presidente quando a Rússia tentou mudar o regime, porque não cabia a Moscou decidir quem deve presidir ao nosso país. Só os georgianso devem decidir quem fala em seu nome. Isso não cabe decidir nem à Rússia nem a mais ninguém."
No caso da Abcásia e da Ossétia do Sul, Nino Burjanadze, acredita numa armadilha preparada por Moscou e Tbilissi não a soube evitar, "A Rússia criou todas as situações de provocação e era visível que queria provocar a Geórgia. Só fomos perceber, isto mais tarde, quando Vladimir Putin, presidente nesse momento, assinou a declaração de relações diretas com a Abcásia e a Ossétia do Sul, um documento completamente ilegal, claro. Era evidente que a Rússia queria provocar uma crise com a Abcásia mas, felizmente, pudemos evitar a crise naquele momento." 
Nino Burjanadze acusa a Rússia e crítica a ONU e outros países ao dizer que "A Rússia enviou o exército contra um país soberano, violando as fronteiras de um país soberano. Desprezou a soberania e integridade territoriais de um país membro das Nações Unidas. E ainda que a Rússia quisesse proteger os ossetas, ainda que a Rússia quisesse respeitar as suas obrigações enquanto força de manutenção de paz, poderia ter apelado à ONU, ela não tinha o direito de agir sozinha." E finalmente ela acredita que as agressões ao seu país, a tentativa de o desintegrar reconhecendo a independência de suas províncias Abcásia e a Ossétia do Sul, só vão ter um fim quando os russos respeitarem o que eles próprios assinam em fóruns internacionais, "Não penso que o isolamento total da Rússia produza resultados positivos, não sou favorável e não sou favorável à criação de uma nova Cortina de Ferro entre a Rússia e o resto do mundo. Mas é lógico, para ser totalmente honesta, que esperávamos uma reação mais forte e dura dos demais países, porque é evidente que a Rússia foi culpada ao organizar a agressão contra a Geórgia. É importante conseguir que a Rússia participe nas negociações internacionais e não bloqueie as discussões."

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Versos contra atrocidades

Os acontecimentos na Faixa de Gaza têm indignado os quatro cantos do mundo. Muitos se perguntam: como um povo que sofreu os horrores maiores da humanidade, passados sessenta anos da última catástrofe podem repetir as ações de seus algoses contra outro povo. Os descendentes daqueles que sofreram com os alemães e Hitler, estão fazendo o mesmo agora com os palestinos.
Há tempos venho tentando colocar no blog arquivos de som, com entrevistas, narrações, músicas, mas o serviço ainda não permite colocar diretamente som neste espaço para que seja ouvido. Mas existem outras formas e foi esta a que descobri, (clique no link do título da poesia para ouvir) . Como experiência desta primeira tentativa de apresentar áudio no blog aqui está meu protesto contra a matança de crianças e inocentes palestinos, com a declamação do poema "Versos Íntimos" do poeta Augusto dos Anjos,





Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Israel passou dos limites

O jornalista brasileiro Mário Augusto Jakobskind, descendente de polacos judeus, que sofreram os horrores alemães em solo da Polônia durante a Segunda Guerra Mundial, publica nesta semana no site "Direto da Redação" de Eliakim Araújo e Leila Cordeiro, artigo onde se posiciona frontalmente com as atrocidades que o governo de Israel está cometendo contra os palestinos. Este é o artigo:

Crianças palestinas observam estragos causados por ataques à escola da ONU em Gaza. Foto: Reuters.

A barbárie que Israel vem cometendo na Faixa de Gaza precisa ter uma pronta resposta da comunidade internacional. A partir de agora, não bastam apenas notas oficiais que não produzem efeitos. Pressionado, Israel comprometeu-se a interromper os bombardeios por três horas diárias, para permitir a entrada de comboios com ajuda humanitária. Nem isso foi cumprido, segundo a própria ONU, que acusou os militares israelenses de atacarem um dos comboios resultando na morte de dois motoristas. Israel nega, mas já negou outras vezes violações dos direitos humanos contra palestinos.

E quais poderiam ser as respostas da comunidade internacional à barbárie israelense? O Mercosul firmou recentemente um acordo comercial com Israel, então por que não suspendê-lo? O governo da República Bolivariana da Venezuela expulsou os representantes diplomáticos e está rompendo as relações com Israel. O chanceler Celso Amorim está percorrendo a região oferecendo o Brasil como mediador entre palestinos e israelenses.

Cada governo com seu estilo. O que não é mais possível é o mundo assistir impassível o que está acontecendo. Na época do apartheid da então racista África do Sul, a comunidade internacional reagiu de forma concreta, sancionando o odioso regime e apressando o seu fim. A pá de cal foi a batalha de Cuito Canavale, quando angolanos e cubanos derrotaram um dos mais poderosos exércitos do mundo, o sul-africano.

Na verdade, mais de 60 anos depois do fim do pesadelo do III Reich, o Ocidente continua respaldando Israel em tudo, numa espécie de complexo de culpa pelo que aconteceu com os judeus naquele período. Certamente o que aconteceu não pode ser esquecido ou ignorado, como querem os revisionistas neonazistas da atualidade, mas daí a aceitar passivamente que os descendentes das vítimas do holocausto vistam a camisa do opressor nazista e repitam os crimes contra a humanidade, desta vez contra um povo sem pátria e vivendo em condições sub humanas, como os palestinos, vai uma grande diferença. Isso envergonha o gênero humano.

Antes que alguém conteste ou critique o jornalista, informo que o autor destas linhas teve familiares assassinados pela barbárie nazista e quer ficar bem com a sua consciência não silenciando diante da repetição de outras barbáries em cenários diferentes.

E nesta guerra desproporcional, civis são os que mais sofrem. O bombardeio israelense de escolas mantidas pela Organização das Nações Unidas em campos de refugiados palestinos de Gaza é, de fato, um crime contra a humanidade. Deve ser apurado com o máximo rigor. Representantes da ONU garantem que Israel tinha sido avisado sobre o perigo que acarretaria uma incursão naquela área e que por lá não havia combatentes do Hamas. Israel justificou o ataque sangrento afirmando que de lá partiam ataques de militantes do Hamas. Será que representantes da ONU fariam tão grave acusação se não tivessem certeza?

O cessar-fogo da ONU não resultou em nada. Israel e Hamas com seus foguetes artesanais ignoraram a resolução aprovada com a abstenção dos Estados Unidos.

Diante deste quadro tenebroso, uma comissão internacional deveria ser formada imediatamente para apurar o que acontece em Gaza. Os responsáveis por este crime contra a humanidade deveriam então ser submetidos a um tribunal internacional. Crimes contra a humanidade não investigados com rigor e mantidos impunes geram mais violência contra seres humanos.

Depois da II Guerra Mundial, os nazistas responsáveis por crimes contra a humanidade foram julgados no Tribunal de Nurenberg e devidamente condenados. Nos dias de hoje existe um Tribunal Penal Internacional para julgar violações dos direitos humanos e crimes de guerra.

O premier Ehud Olmert, a Ministra do Exterior, Tzipi Livni, o Ministro da Defesa Ehud Barak e demais integrantes do governo israelense que deram o sinal verde para os ataques desproporcionais devem responder pelos crimes que estão sendo cometidos contra os palestinos.




Mário Augusto Jakobskind é correspondente no Rio de Janeiro do semanário uruguaio "Brecha". Foi colaborador do "Pasquim", repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. É autor do livro, "Dossiê Tim Lopes".

Gás: nada para a Polônia

A machete principal do jornal Gazeta Wyborcza desta segunda-feira, 12 de janeiro de 2009, é: "Sobre o gás sem polacos". 
A reportagem fala sobre as negociações entre a Rússia-Ucrânia-República Tcheca e União Europeia. A Rússia teria vetado qualquer participação de representantes polacos na comissão da UE que negocia o gás russo e se encerre o conflito. Como se sabe o gasoduto russo para países como Alemanha, França e Itália, passam pela Ucrânia. Esta além de um preço menor ainda recebe pelo trânsito do gás em seu território. A Rússia de uma hora para outra resolveu aumentar o que cobra da Ucrânia, esta não tem como pagar o preço pedido. A Rússia então fechou o escoamento do gás e acusou a Ucrânia de roubar gás do gasoduto e estocar em armazéns subterrâneos da zona rural. A  Ucrânia nega. Mas depois de mais de uma semana de negociações teriam sido assinados protocolos de um acordo para regularizar a situação neste fim-de-semana.

Variação da temperatura é terrível

Para se ter uma idéia de como a temperatura nestes dias de inverno polaco mudam radicalmente durante o dia, o gráfico abaixo, mostra, para esta segunda-feira, dia 12 de janeiro de 2009, que em Cracóvia, às sete da manhã estava 15 graus negativos, sob para 4 negativos e vai variando ao logo do dia.

Orquestra Ra´anana está na Polônia



A Ra’anana Symphony Orchestra de Israel começou uma "tournèe" pela Polônia em tributo a Irena Sendlerowa, a polaca que salvou 2.500 crianças polacas-judias durante a segunda guerra mundial.
O ponto alto das apresentações, que tem no roteiro as cidades de Poznan, Gniezno, Konin, Kalisz, Leszno e Pila, será uma composição do isralense Kobi Oshrat, entitulada "Canção de Irena – um raio de luz na escuridão (Irena´song - a Ray of Light through the Darkness) para orquestra, voz e violino.
A excursão faz parte de um projeto educacional, que envolve 2.500 estudantes de segundo grau de Israel. Todos escreveram uma carta para Irena Sendlerowa como um gesto simbólico. Todas foram colocadas em jarros, igual aquele em que Irena colocava pepelzinho com o nome da criança salvada, para que eles ao fim da guerra pudessem se reunir às suas famílias.
Os jarros dos estudantes israelenses serão presenteados a personalidade da Polônia e Israel. Todas as cartas foram colocadas dentro de envelopes especialmente produzidos. As autoridades filatélicas de Israel emitiram para a ocasião dois selos, criados pelo artista polaco Rafał Olbinski (famoso pelos seus posters). 
Irena Sendlerowa morreu em maio de 2008 aos 98 anos de idade. Entre suas várias destinções se inclui a cidadania honorária do Estado de Israel.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Sikora é líder do mundial

Foto: Hannibal Hanschke

O polaco Tomasz Sikora ficou em terceiro lugar no "esqui nórdico" e somou pontos na prova deste fim de semana, em Oberhof, na Alemanha, pelo Campeonato Mundial de Biatlo (campeonato de esqui nórdico e tiro). Os pontos deram a primeira posição na classificação geral do campeonato. O ganhador da prova foi o russo Maxim Czudow, seguido do alemão Michael Roesch. O então líder da classificação Emil Svendsen ficou apenas em 21 primeiro na prova.
Tomasz Wacław Sikora, nasceu em 21 de dezembro de 1973 em Wodzisław Śląski. Já foi campeão mundial 1995, o melhor corredor do campeonato de 2004 e medalha de bronze em 1997 (competição por equipe). Em 25 de fevereiro de 2006 ficou em segundo lugar nos 15km de prova do Jogos Olimpicos de Inverno realizados em Turim e ganhou a inédita medalha de prata para a Polônia neste esporte. Em marco de 2006, Sikora venceu o IBU World Cup, batendo Ole Einar Bjørndalen em cinco 5 pontos.

Foto: Hannibal Hanschke

O biatlo envolve dois esportes, esqui nórdico e o tiro. Tem provas intercaladas durante toda a prova. A corrida de esqui tem em determinados pontos do trajeto paradas para que os concorrentes disparem com espingarda sobre um alvo estático. Cada tiro fora do alvo é penalizado com uma distância adicional de corrida no esqui, ou então, adicionando tempo ao total da prova. Ganha quem termine a prova com menos tempo. O biatlo surgiu na na Noruega como treinamento de soldados. O primeiro campeonato mundial foi realizado em 1957. Três anos mais tarde, a modalidade foi incluída no programa dos Jogos Olímpicos de Inverno.

Morreu a polaca general


Prof. Elżbieta Zawacka - Foto: Robert Górecki / AG

Em Toruń, morreu a legendária carteira do Principal Comando das Armas do País (Armia Krajowa). Única mulher conhecida no meio como a famosa "Cichociemnych" (algo como escuro silêncio) e segunda polaca na história das forças armadas da Polônia a ser promovida ao grau de general de brigada.
A centenária Elżbieta Zawacka iria completar 100 anos de idade em março próximo. Durante a Segunda Guerra Mundial ela foi carteira, depois apenas a mulher "Cichociemnych".
John Nowak Jezioranski escreveu sobre "Zo" na publicação "Kurierze z Warszawy": - "Mesmo para a conspiracy, quando reinava o anonimato, "Zo" se tornou uma lenda. Perdeu a família Já nasceu como um ser humano, forte, mais exigente que os demais, mas muito mais consigo mesma. Sua devoção beirava o fanatismo. ( ) Foi austera, séria, um pouco grosseira e muito concreta".
Zawacka há 19 anos atrás foi condecorada com a Cruz de Oficial da Ordem do Renascimento da Polônia e, em 2006, foi promovida a general de brigada do Exército da Polônia e igualmente honorável cidadã de Toruń, a mesma cidade onde nasceu o astrônomo Nicolau Copérnico.

Warta: O terceiro maior rio da Polônia

O rio Warta quando passa no distrito de Warta

No Norte do Paraná, uma cidade homenageia um rio e uma localidade da Polônia. Warta (pronuncia-se várta e em português significa sentinela, não confundir com Warto, que traduzindo significa vale a pena) é um principais rio da Polônia em seus 808 km de extensão. Como corre em região de planície possui uma lenta vazão para um rio de seu tamanho, apenas 195 metros cúbicos por segundo.
O Warta banha várias localidades e cidades desde que nasce Kromołów, próximo a Częstochowa e deságua no Rio Odra, em Kostrzyn nad Odrą.
Estas são as localidades e cidades banhadas pelo terceiro maior rio da Polonia: Zawiercie, Myszków, Częstochowa, Działoszyn, Sieradz, Warta, Uniejów, Koło, Konin, Pyzdry, Śrem, Mosina, Puszczykowo, Luboń, Poznań, Murowana Goślina, Oborniki, Obrzycko, Wronki, Sieraków, Międzychód, Skwierzyna, Gorzów Wielkopolski e Kostrzyn nad Odrą.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Sobieski: viemos, vimos e Deus venceu

Quadro de Jan Matejko, onde o rei Sobieski envia mensagem de vitória ao Papa

O grande imperador romano Julio Cesar quando, em 47 a.C., chegou a Ásia e conquistou rápida vitória sobre Farnaces, rei do Ponto, disse uma de suas frases célebres, "Veni, vidi, vinci"  (Vim, vi, venci).
Já, o grande rei polaco Jan III Sobieski, quando em 12 de setembro de 1683, salvou a Europa de invasão pelo Império turco Otomado, na famosa batalha de Viena, enviou mensagem ao Papa Inocêncio XI, repetindo a frase de Cesar, mas conferindo a vitória, não a ele, mas a Deus: "Venimus, Vidimus et Deus vicit" - "Viemos, vimos, e Deus venceu".
Sensibilizado, o Papa desejando homenagear Maria, estendeu a festa do Santíssimo Nome de Maria que já era comemorado em 12 de setembro no calendário litúrgico da Igreja Católica,  para toda a igreja. Assim o Dia do Santíssimo Nome de Maria é em comemoração à vitória polaca nesta batalha da Europa cristã sobre as forças muçulmanas do Império Otomano.
Antes da batalha o rei Jan III Sobieski já havia colocado seus hussardos alados (legião de soldados polacos mais poderosa da história mundial) sob a proteção da Virgem Maria, quando antes de partir para a Áustria foi ao santuário de Częstochowa com este sentido de humildade perante a mãe de Cristo.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

"Meu Paraná" na Polônia

Nas duas últimas semanas de 2008, esteve na Polônia, uma excursão organizada por André Hamerski, de Nova Prata -RS, com paranaenses, catarinenses e gaúchos descendentes de polacos para ver de perto como ainda é comemorado o natal na Polônia.
Acompanhando o grupo, a também descendente de polacos, repórter Adriana Milczevsky-Rendak, da Rede Paranaense de Televisão, coligada da Rede Globo, no Paraná.
O grupo antes de seguir para a fria Zakopane, passou por Cracóvia algumas horas. Adriana aproveitou então para fazer uma entrevista comigo. O resultado da entrevista e da excursão dos brasileiros pela Polônia está no programa especial "Meu Paraná", que vai ao ar, neste sábado, às 11:40 da manhã. 
Mas hoje, no telejornal "Bom dia Paraná", transmitido para as repetidoras da TV Globo no Estado, foi apresentada uma "reportagem-chamada". E nela já tem minha participação. Acompanhe no video:

Niewolnica Izaura na Tv Silésia

Atendendo sugestão de um dos leitores do Blog em Portugal, Sérgio Luiz, corrigimos a informação de que estaria sendo apresentado em televisões da Polônia apenas a novela da Band,  "Dance, dance,dance", pela TVPuls.
A histórica "Escrava Isaura" de 1976, apresentada na Polônia pela primeira vez em 1984 e muitas vezes repetida, está mais uma vez sendo apresentada aqui, só que desta vez na televisão regional TV Silésia, (http://www.tvs.pl/) e com uma novidade para os padrões polacos. Ao invés do locutor único (Lektor) para todos os personagens, esta versão de "Niewolnica Izaura" é dublada por várias vozes em idioma śląski, ou silesiano (uma vertente do idioma polaco). Aqui um trecho da novela com Lúcelia Santos e o falecido Ruben de Falco.
É comum, em encontros com polacos, ao me apresentar como brasileiro, a pessoa imediatamente dzer: niewolnica Izaura. O sucesso da novela foi tanto durante o período comunista, apesar das críticas desfavoráveis dos jornais, que diziam ser um "produto classe B", em poucas semanas de exibição Isaura atingiu 84% de audiência, um recorde nunca superado. Naqueles meses de exibição (a versão exportada tinha apenas 40 capítulos dos 100 originais) 38 pessoas ganharam o nome Izaura e nenhum Leôncio, ou Leonciusz. O sucesso foi tanto, que em 1985, a atriz Lucélia Santos, obteve permissão do governo comunista e foi ovacionada como grande estrela internacional nas cidades de Varsóvia, Łódź, Skierniewice, Katowice, Sosnowiec e Cracpovia.  

Prefeitos: emigrantes voltem para a Polônia.

Missões de cidades buscam atrair as polacas emigradas na Inglaterra.

Uma missão da cidade de Szczecin viaja, nesta sexta-feira, para a Grã-Bretanha com o objetivo de conquistar emigrantes polacos que vivem lá. O prefeito Piotr Krzystek quer aproveitar o fim-de-semana para conversar com polacos que se encontram trabalhando na terra da rainha Elizabeth II. O prefeito quer atrair estes trabalhadores para sua cidade.  Segundo o prefeito "está mais do que na hora dos polacos voltarem para casa" e está oferecendo emprego em algumas empresas como a TietoEnator, que está precisando de 300 pessoas e o banco UniCredit que vai contratar 450 pessoas. Além disso, a própria prefeitura desburocratizou a abertura de novas firmas. Assim é possível registrar a própria empresa em poucas horas e com uma série de incentivos da prefeitura, desde que seja polaco e emigrante.
Calcula-se que desde 2004, quando a Polônia entrou na União Européia, mais de 2,5 milhões de polacos, em sua maioria jovens formados com o diploma de mestres na mão, emigraram para as Ilhas Britânicas. Mas o que era bom começou a ficar ruim. A libra esterlina que valia mais de 6 zł. agora está pouco mais de 4 zł. O trabalho que era bastante e atraente,  já não existe mais. A crise mundial desencadeada pelos inconsequentes agentes imobiliários Norte-americanos está afetando a economia da Casa de Windsor.
A Polônia, ao contrário, com investimentos privados em ascensão e muito crédito da União Europeia para financiar a infraestrutura do país está precisando de mão-de-obra.  A grande questão dos emigrandos é para onde voltar na Polônia, pois algumas regiões estão recebendo mais crédito e investimentos que outras. Por exemplo: Varsóvia, Cracóvia, Poznań e principalmente Wrocław estão concentrando a abertura de fábricas, empresas de "out-sourcing" e grandes "shopping centers".  A região Leste, por sua vez, com Lublin, Białystok, Suwalki, Rzeszów e Przemisł continuam batendo a porta de todo mundo pedindo investimento e infraestrutura. 
Em função disso, até o fim de 2009, uma vez por mês, missões de 12 cidades polacas, estarão na Inglaterra, Irlanda e Escócia oferecendo empregos, aluguéis mais baixos, facilidades de compras em imóveis e outros benefícios. São elas: Szczecin, Poznań, Katowice, Bydgoszcz, Varsóvia, Lublin, Gdańsk, Białystok, Łódź, Cracóvia, Rzeszów e Wrocław.
É preciso que fique bem claro, a oferta de trabalho é para os polacos que emigraram e não para estrangeiros que desejam imigrar para a Polônia. 
Tanto isso é verdade, que a Dell, segunda maior fabricante mundial de computadores, anunciou nesta sexta-feira, está transferindo a base de sua produção européia da Irlanda para a Polônia e cortando entre 1,9 mil e 3 mil postos de trabalho na unidade de Limerick.
Mas ela só está vindo para a cidade de Łódź, por causa dos custos mais baixos de mão-de-obra na Polônia. Muitos destes que estão perdendo o emprego na Dell irlandesa são polacos, que entretanto, dizem não voltarão para Polônia, pois os salários ainda são muito baixos, comparados com o que estavam ganhando na Irlanda. Economistas irlandeses projetam que o desemprego supere os 10% até o final deste ano, o maior índice em mais de uma década, na Irlanda.

Conflito do gás ainda sem acordo

A manchete principal do jornal Gazeta Wyborcza desta sexta-feira, dia 9 de janeiro de 2009 é:
Gás não, porque não! (A palavra Niet está grafada em alfabeto latino mas é russa).

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Noite gelada no Przegorzały

Com a neve caindo continuamente e a temperatura caindo cada vez mais na madrugada, dar um passeio à noite é condenar-se a congelar. Nos últimos dias morreram quase uma dezena de pessoas na Polônia, em sua maioria pessoas "sem-teto", que dormem em abrigos de associações de caridade, ou nas estações de trem. A sequência de fotos é do Przegorzały, às 23:30 da quarta-feira, local onde moro em Cracóvia.

Subida da montanha a pé. Foto: Ulisses Iarochinski

Uma árvore iluminada pela luz do poste. Foto: Ulisses Iarochinski

Tronco vestido de branco. Foto: Ulisses Iarochinski

Castelo do Przegorzały por trás da neve que cai. Foto: Ulisses Iarochinski

Reunião informal em Praga

Foto: Ulisses Iarochinski

O Presidente Lech Kaczyński viajou até Praga, na Tcheca, nesta quinta-feira, para reunião informal com os chefes da diplomacia da União Europeia. O presidente polaco foi convidado pelo presidente tcheco Vaclav Klaus. Entre as reuniões Kaczyński se encontra com o primeiro-ministro Mirek Topolanek. O motivo das reuniões é a crise do gás russo. O presidente polaco está convencido de que a União Europeia deve exigir da Rússia uma rápida solução. Os estoques subterrâneos de gás na Polônia estão diminuindo bastante, apesar de importar apenas 6% da Rússia.
Sobre o conflito na Faixa de Gaza, o presidente da Polônia, afirmou que não é "nosso interesse se envolver nisso". Apesar de um encontro informal, o Tratado de Lisboa, rejeitado em referendum na Irlanda e não assinado ainda pela Alemanha e a República Tcheca, é outro tema abordado. Desde o dia primeiro de janeiro, o presidente rotativo da União Europeia é o tcheco Klaus, em substituição a Nicolas Sarkozy da França. Lech Kaczynski, no entanto, não deseja se pronunciar a respeito, já que para ele com o "não" irlandês, o Tratado de Lisboa é questão encerrada.

Novela brasileira na TV da Polônia

Sofia e Rafael, personagens de Juliana e Ricardo.

A TV Puls, ligada a igreja católica polaca, está apresentando a telenovela brasileira, "Dance, Dance, Dance", estrelada pela atriz Juliana Baroni e Ricardo Martins, no horário das 9:30 da manhã. Nos créditos finais, surge a logomarca da Telemundo International de Miami, Estados Unidos.
Mas como se sabe, a novela dirigida por Del Rangel  foi gravada nos Estúdios Quanta, na Vila Leopoldina, em São Paulo. Escrita pela colombiana Juana Uribe, ela foi a primeira no Brasil a ser produzida no sistema HD, ou de altadefinição. O que significa que do antigo sistema militar PAL-M de 512 linhas, o novo sistema alcança 1024 linhas de definição, o que garante melhor imagem e som. A novela foi apresentada, no Brasil, pela TV Bandeirantes, em 2007. 
A última novela brasileira apresentada na Polônia, foi da TV Globo há mais de dois anos.  Foi na TVN. 
O tempo todo, os sete canais de TV aberta na Polônia apresentam  novelas do México, Colômbia, Argentina e minisséries da Alemanha, França, Rússia, Áustria, em vários horários. Normamente pela manhã, com repetição do capítulo à tarde, nunca à noite, pois no horário nobre só filmes e programas de entrevistas políticas. Todas as novelas são apresentadas com o som original, sem dublagem e sem créditos. Um único locutor diz as "falas" de todos os atores, sejam crianças, mulheres e homens. Assim tá dando para ouvir o idioma "brasileiro" (já que os portugueses resistem ao novo acordo ortográfico) misturado a voz do locutor polaco. Ao que tudo indica, uma das alegações para as telenovelas brasileiras serem tão esporádicas na Polônia é devido ao custo. As hispânicas são muito mais baratas. 

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Doda no Reveillon de Wrocław

A revista semanal Angora saiu esta semana com Doda na capa. Na reportagem diz que ela recebeu 80 mil złotych para cantar uma música. Esta: Nie daj się.

Impossível acertar a temperatura

Foto: Ulisses Iarochinski

O saudoso prof. Iwamato da UFPR, de Curitiba, parece que tem seguidores aqui na Polônia. Mesmo contando com poderosos satélites e computadores, os técnicos em prognósticos do tempo, invariavelmente acertam muito, mas também erram feio.... No sábado a previsão deles era de que a temperatura nesta quarta-feira deveria estar em quase 30 negativos. Na manhã de hoje, a TVP, mostrou no mapa metereológico que em Zielona Góra, no extremo Oeste do país faria 28 negativos. Fez na verdade 6 negativos... Em compensação ,em Varsóvia, onde estive hoje, em busca de certidão de nascimento, estava muito frio, nevando muito, temperatura de 6 negativos, mas a sensação era terrível. Andando naquelas extensas e largas avenidas (Lúcio Costa para projetar o eixão de Brasília deve ter se inspirado na Aleia Jerozolime de Varsóvia e outras) o queixo congelou.
Os especialistas da "pogoda" na Polônia, agora à noite, já reviam suas previsões e diziam que vai esquentar no fim de semana....a temperatura vai variar entre 8 negativos a 3 negativos, mas que vai continuar a nevar. Semana que vem volta a esfriar...aí sim... é perigoso chegar a 30 negativos. Enquanto isto, polacos e estrangeiros dos trópicos (está aumentando) estão com o nariz escorrendo e o peito chiando. Em Cracóvia disseram que ficaria nos 16 negativos, fez 23 negativos.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A verdadeira história de Bielski

Daniel Craig como Tewje Bielski no filme "Defiance" (Opór). Foto: Karen Ballard

O ator britânico, Daniel Graig deixa a pele do agente 007 para viver um guerrilheiro polaco-judeu.  A mega-produção hollywoodiana dirigida por Edward Zwick estréia nos Estados Unidos no próximo dia 16 de janeiro e uma semana depois na Polônia e resto da Europa.  O jornal "New Iork Times" publicou reportagem, após um de seus jornalistas ter assistido a pré-estréia logo após o reveillon.  Para o jornal, o personagem do ator Daniel Craig é "nobre, corajoso,atirador certeiro e beija muito bem." Seu Tewje Bielski é representado com autenticidade, segundo o jornalista.
O herói judeu, assim como Oskar Schindler, é para a direita polaca, um assassino. Para o jornal polaco "Nasz Dziennik", Bielski é um jagunço e um açougueiro de polacos. O filme é baseado no livro de Jan Tomasz Gross e já levantou polêmica quando de sua publicação.
 
Quem foi Tewje Bielski?
Nasceu em 1906, em uma pequena vila rural próximo a Mickiewiczowski Nowogródki, numa família judia proprietária de um moinho.  Tinha cidadania e passaporte polaco, e serviu por curto período as Forças Armadas da Polônia. Dominava os idiomas polaco e iddysh. Provavelmente se ocupou de contrabando na fronteira soviética, quando chegava a caminhar 50 km desde sua família Stankiewicz. Independente do juízo que se possa fazer dele nesse mister era reconhecido como um bom negociante na cidadezinha de Sobotniki. Após a invasão soviética em 17 de setembro de 1939, começou uma nova atividade, agora como funcionário público. Dois anos após, quando Hitler atacou Stalin, Tewje escapou do gueto através do Bosque. Depois de se casar se tornou o guerrilheiro de Bielski, que sobreviveu a guerra junto com outros mil judeus.
Tewje e seus irmãos Zus, Asael e o adolescente Aaron, entre o inverno de 1942 e 1943  lutaram lado a lado com a Armia Krajowa (Legião Nacional Polaca). Depois de Katyn, em 1943, explodiu em Nowogródki a guerra polaco-soviética. Neste período, os judeus de Bielski lutaram ao lado dos russos, mas sozinho Tewje ficou com a Legião Polaca, lutando contra os alemães e os soviéticos. O pior momento de suas ações aconteceu em Nowogródki, quando foram assassinados 128 moradores nos campos de Naliboki.
Alguns protestos da direita já aconteceram na Polônia, contra a figura de herói que se pretende dar a Tewje. Para o historiador polaco Jerzy Robert Nowak, "Nós polacos estamos furiosos. Isto é um escândalo, que ninguém poderia pensar. Transformar num filme, um assassino que massacrou polacos em um vilarejo distante, num herói. Os irmãos de Bielski não foram heróis, eles foram assassinos e bandidos." Nowak é mais um destes pesquisadores a serviço do Instituto da Memória Nacional, que desde a ascensão de Lech Kaczyński, não tem feito outra coisa a não ser uma caça as bruxas do período comunista... Todos os que são ou foram de esquerda, para eles são apenas bandidos.
P.S. Todos tem o direito de pensar como querem, mas que parece equívoco condenar todos a fogueira isto parece... Querem fugir do diabo para se abraçarem a outro diabo muito pior... Se é que existem diabos piores ou melhores.  Quanto a resposta se Tewje era herói ou bandido... só o filme ou o livro, quie não vi e não li podem dizer algumas coisa... Mas o Instituto da Memória Nacional, mesmo ainda fazendo investigações sobre o assunto... já tem seu veredito: bandido!!! Sendo assim...Tewje Bielski deve ter sido mesmo herói... um dos tantos desconhecidos na luta desigual da segunda guerra mundial. A Polônia ainda tem muitos heróis, que ela propria desconhece e que o mundo dividido entre israelenses e palestinos, iraquianos e Norte-americanos desconhece.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Mais neve e mais frio na Polônia

Às 16 horas desta segunda-feira, 5 de janeiro de 2009, são estas as condições do tempo. A temperatura mais mais é em Białystok, onde faz 15 graus negativos. Durante esta madrugada, em Olsztyn chegou a fazer 27 graus negativos, como acaba de infomar a TVPInfo, e não 23 negativos como informado pela manhã. Em Szczecin, no Noroeste do país a canalização de fornecimento de gaz para aquecimento das casas estourou.. e as pessoas vão ter problemas para enfrentar o frio que promete baixar nas próximas horas para 10 negativos, naquela cidade. 

Menos saudade do comunismo


O gráfico mostra a evolução da preferência dos polacos sobre os melhores períodos do país durante o século 20.  Mostra o que pensavam os polacos em 2001 e na mais recente pesquisa da empresa IMAS International para o jornal Rzeczpospolita, em 2008. A década de 1990 é considerada a melhor época da Polônia. O comunismo, que na pesquisa de 2001, tinha a preferência de 42% dos entrevistados, diminui e agora tem 27%. Em compensação, os criticados anos de Lech Wałęsa e Aleksander Kwaśniewski como presidentes, ultrapassam a saudade do comunismo e chega a 56%.
Está claro, que os polacos cada vez mais se dão conta de que a liberdade é algo insuperável. Para o sociólogo Andrzej Rychard, "as transformações radicais precisam de tempo para serem absorvidas e entendidas." O resultado das duas pesquisas, segundo ele, podem ser entendidas também de que, no período da redemocratização a economia e o emprego eram situações muito difíceis para a população, quando comparado com a tranquilidade do período comunista. "Mas distanciados daqueles períodos, as pessoas passam a entender melhor".
A pesquisa ainda apontou que aqueles que mais sentem saudades do período comunista são os mais idodos (pessoas com mais de 50 anos). O que também é compreensível, pois os jovens não viveram naquele período e não poderiam fazer comparações. Assim o que eles podem é ter uma ideia do que foram os anos 90 e os primeiros 8 anos do século 21. 

Palavras e expressões do gráfico:
- sondaż = sondagem /pesquisa
- przed I wojną Światową = antes da primeira guerra mundial
- w okresie międzi-wojennym = no periodo entreguerras
- w latach = nos anos
- po roku = depois dos anos
- brak odpowiedzi = falta resposta

Hoje: Noite mais fria do inverno

A Baszta no Przegorzały. Foto: Ulisses Iarochinski

Foi a noite mais fria, na Polônia, neste inverno. Na região Norte, em Olsztyń, chegou a 23 negativos. Nas demais regiões variou entre 4 a 9 negativos. Em Cracóvia durante a noite fez 5 negativos, em compensação agora de manhã desceu a 8 negativos, enquanto em Suwałki subiu de 17 negativos para 5 negativos.
Os alertas à população aumentam nestes dias. A polícia pede para redobrar os cuidados ao dirigir e não só nas estradas, mas também nas cidades. O perigo de colisões por engavetamento (um carro bater no da frente e na sequência ser atingido por outros) e deslizes para fora da pista são os maiores. Os bezdomny (os sem teto) também existem por aqui. Instituições abrem suas portas para os receber e nas estações de trens e ônibus, a polícia recolhe aqueles que não conseguem encontrar abrigo. O número de mortes entre estas pessoas aumenta em noites muito frias. Na Polônia, nem tanto, mas na Rússia, em Moscou, são dezenas os mortos por queda da temperatura.
Sim... é bonito levantar, abrir as cortinas do quarto e ver tudo lá fora branco... mas é frio... muito frio. Só mesmo no aquecimento das casas é possível sobreviver.

As previsões são de que as temperaturas vão cair ainda mais.... Nesta semana deve chegar a 28 negativos.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Polônia não tem problema com gás

Waldemar Pawlak. Foto: AG

O vice-primeiro ministro e ministro da econômia da Polônia, Waldemar Pawlak, deu entrevista coletiva, neste sábado, para acalmar a população sobre a crise do gás envolvendo Rússia, Ucrânia e União Europeia. Segundo Pawlak, o anúncio de Bohdan Sokołowski, conselheiro energético do presidente ucraniano Viktor Juszczenko, de que se a Rússia não chegar a um acordo sobre o preço do gás e se não aumentar a vazão pelos gasodutos, em dez dias, países como Alemanha e França que importam o gás russo vão ter sérios problemas técnicos. O sistema de transmissão de gás estará comprometido. As consequências disso serão custos não previstos para readequar o sistema para que volte a funcionar perfeitamente.
Contundo, a Polônia está livre deste problema, quem garante é justamente o homem forte do governo do primeiro-ministro Donald Tusk. Na opinião dele, o problema não existe, pois os 6 por cento que vinham da Ucrânia foram trocados pelo gás que vem da Bielorrússia. "O trânsito do gás trocado da seção ucraniana para a bielorrussa compensa o sistema polaco". afirma Pawlak.
Reforçando as palavras de Pawlak, o diretor da companhia polaca Gaz-Systemu, Tadeusz Abramowski, que passaram a ser transitados pelo sistema 5 milhões de metros cúbicos por dia, vindos da Bielorrússia. 
Ainda no sábado, em Praga, na República Tcheca, o porta-voz russo Aleksander Miedwiediew afirmou que a Ucrânia rouba diariamente 35 milhões de metros cúbicos do gás russo que passa pelo território daquele país em direção aos demais países da União Europeia.  E o porta-voz da empresa russa Gaz-promo disse que também Hungria, Eslovaquia, Romênia e Polônia roubam o gás russo nos gasodutos. 
O engraçado é que pela Polônia não trafega o gasoduto... Os russos constroém com a parceria da Alemanha um gasoduto atravessando o mar báltico justamente para excluir a Polônia.  O gás que vem da Ucrânia e Bielorrúsia podem até ser russo, mas é comprado destes dois países que certamente o revendem.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Trabalho duro em dias de neve

Foto: Ulisses Iarochinski

Com a neve caindo ininterruptamente, as entradas, ou ruas particulares, que não contam com o serviço da prefeitura ou do departamento de estradas, tem que fazer a limpeza da neve no "muque". É o caso da subida da montanha do Przegorzały. O simpático funcionário, munido de pá, carrinho de mão e sal, levanta muito cedo para jogar sal na rua. Sem o trabalho dele, carro, ônibus, e entregador de pizzas consegue chegar até em cima. Ele está jogando sal para deixar a rua transitável....e com uma temperatura de 8 negativos.

Os mais simpáticos para os polacos


Simpatias e antipatias são determinadas por lozalização geográfica. Pelo menos é o que se deduz do estudo apresentado pela empresa CBOS sobre a preferência dos polacos. Eslovacos e britânicos estão entre oss nacionais mais simpatizados pelos polacos. Cada um destes contam com mais de 50% da preferência dos entrevistados.
Na sequência estão os norte-americanos, franceses, irlandeses e escandinavos (suecos, noruegueses e finlandeses).
Não contam com a simpatia dos polacos, pessoas da Rússia, ciganos, árabes e alemães. Os pesquisadores da CBOS acreditam que os gostares são ditados por razões geográficas. Fica claro  para eles, que as simpatias estão dirigidas mais para o Ocidente, enquanto as antipatias para o Leste e Sudeste.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

A reforma ortográfica em Portugal

Três dos maiores jornais de Portugal ignoram a entrada em vigor do acordo sobre regras ortográficas na língua portuguesa. 
O jornal Público, de Lisboa,  presta um deserviço a unificação da língua portuguesa ao publicar notícia sobre a adoção das novas regras ortográficas na língua portuguesa, mas na grafia de sempre. Como não adotou ainda as novas regras, o Público, continua a ignorar o acordo em discussão há 19 anos e aprovado e sancionado entre outros pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Anibal Cavaco Silva... e grafa as palavras como "dantes na terra de Abrantes".
Abaixo trecho da reportagem do jornal Público, que reproduz material da Agência de Notícias Lusa. Logo mais abaixo repercussões tímidas nos jornais Diário de Notícias e Correio da Manhã. Nota-se que vai ser difícil o orgulho português entender que não se trata de render-se ao brasileiro, ou aos demais falares de 6 países, mas de ser coerente com os tempos, ser progressita e não um rancoroso conservador:

Jornais brasileiros adoptam a partir de hoje novas regras ortográficas 
01.01.2009 - 15h30 Lusa
Os jornais "Folha de São Paulo" e "O Estado de São Paulo", dois dos principais diários brasileiros, adoptam a partir de hoje as novas regras da reforma ortográfica da língua portuguesa.

"Acordo ortográfico entra em vigor hoje" é um dos destaques da primeira página da "Folha de São Paulo", ao salientar que as novas regras serão adoptadas de forma gradual até 2012, no Brasil. 

O diário destaca que "ainda há dúvidas sobre a grafia de algumas palavras" e dedica três páginas da sua edição para explicar as principais mudanças na versão brasileira da língua portuguesa. 

No editorial "A fôrma e suas ideias", o diário afirma que as mudanças "por ora são ignoradas pela maioria da população brasileira e terão impacto reduzido no cotidiano: a cada mil palavras utilizadas, cinco serão alteradas". 
Por sua vez o Diário de Notícias, aproveitou o editorial onde fala sobre o presidente Cavaco Silva, em seu pronunciamento de primeiro de ano, para criticar a reforma e o Brasil, nos três parágrafos finais:

entrada em vigor do Acordo Ortográfico pode estar condenada à partida pelo País que mais o deseja, o Brasil, pela sua própria atitude perante a nossa língua comum. Quando, dentro de seis anos, Portugal assumir na prática as regras com que agora se comprometeu, irá confrontar-se com uma realidade evolutiva do português falado no Brasil muito diferente da que existe hoje. Como todos os que vêem novelas sabem, por cá cultiva-se as palavras existentes. Lá criam-se novas formas de as escrever e adoptam-se vocábulos novos. 

Nessa altura, já o Acordo Ortográfico estará a necessitar de uma nova reforma. Do que Portugal precisa, por isso, é menos de um Acordo Ortográfico e mais de uma verdadeira política diplomática baseada na sua língua - como faz, por exemplo, Espanha. O português cresceu 800% na Internet, e isso não aconteceu por causa destes dez milhões de falantes do rectângulo onde nasceu. 

Para o Brasil, o desejo de afirmação da Língua Portuguesa no mundo justifica-se principalmente por uma necessidade geopolítica de poder por parte de uma nação que pretende afirmar-se como potência emergente e não como uma pátria de poetas. Para Portugal, esse pode e deve ser o ponto de partida para outras relações bem mais produtivas e interessantes tanto económica como diplomaticamente. |



Bruno Colaço Isabel Pires de Lima (na foto) e Teresa Portugal foram as únicas a ouvir os argumentos dos opositores do AcordoIsabel Pires de Lima (na foto) e Teresa Portugal foram as únicas a ouvir os argumentos dos opositores do Acordo
26 Setembro 2008 - 00h30

Língua - mais de 95 mil assinaturas contra o acordo ortográfico

Parlamentares ignoram petição

Dos 38 deputados convidados apenas uma deputada compareceu na audição parlamentar da petição contra o Acordo Ortográfico, ontem realizada na Assembleia da República. Além de Teresa Portugal, deputada do PS, a colega de bancada Isabel Pires de Lima – que não pertence à Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura – também marcou presença, tendo a ex-ministra da Cultura dito que o fez "por razões de interesse pessoal ".

'Acredito que, por razões de agenda, os deputados foram impedidos de comparecer. Mas a documentação foi distribuída aos membros da Comissão e estamos convencidos de que a ausência pode ser suprida pelo facto de todos os elementos estarem à disposição', comentou Vasco Graça Moura, primeiro subscritor da petição, relativamente à ausência dos convidados. O manifesto, que conta já com cerca de 96 mil subscritores, pretende que o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 seja suspenso e revisto, uma vez que, 'além de apresentar uma série de vícios e erros, foi feito à socapa, sem ninguém dar por isso e sem um único parecer científico e académico', acrescentou o escritor e eurodeputado durante a audição.

A delegação de peticionários, liderada por Vasco Graça Moura, aguarda agora, nos termos da lei, pelo agendamento para apreciação do manifesto em plenário na Assembleia da República.

VASCO GRAÇA MOURA, SUBSCRITOR DO MANIFESTO: 'O ACORDO ESTÁ CHEIO DE ERROS'

Correio da Manhã – Os portugueses entendem o Acordo?

Vasco Graça Moura – Eu espero que tomem consciência das implicações de aceitar este acordo, mas, com quase cem mil assinaturas, parece que muitos estão esclarecidos do que está em causa.

– Levarão a cabo outras formas de protesto?

– Para já esperamos que haja uma possibilidade de reanálise desta questão. Depois, logo veremos.

– Não concorda, de todo, com um acordo ortográfico?

– Concordo. Aliás, há pormenores que se pode aplicar. Mas este acordo, especificamente, está cheio de erros e apenas pretendo que seja revisto. Só isso.

P.S. retirado da página do jornal Correio da Manhã, de Lisboa.




Realmente Portugal, onde um homem comum do povo historicamente diz, "vou trabalhar na Europa" - como se o país não ficasse no velho continente - (embora tenha melhorado bastante esta arcaica visão com a entrada na União Européia), com esta rejeição ao acordo ortográfico tende a se manter isolado do mundo. Os séculos passam, as décadas passam, mas os portugueses continuam a acreditar que são um grande império presente nos cinco continentes e que a língua que espalharam pelo mundo pertence só a eles, ledo engano. E que editorial, hein meu caro jornalista português?

Ainda sobre a reforma

A língua portuguesa está presente oficialmente nos cinco continentes.

O jornal O Estado de São Paulo disponibiliza em seu site um manual de redação que passa a ser adotado em função das novas regras de ortografia entradas em vigor, neste primeiro de janeiro de 2009, nos oito países de língua portuguesa. Evidentemente que em função da diferença de mudanças entre o Brasil, o,5% e demais países de 1,6%, o manual do Estadão vale mais para o Brasil.  Nele há um pequeno trecho escrito de várias formas ao longo do tempo. Vale a pena conferir:


Museu do carro em Bielsko Biała

Bielsko Biała, cidade a cerca de 100 km, ao Sul de Cracóvia é a sede da Fiat Automóveis. na Polônia. Ali desde a década de 70 foram produzidos os "Maluch" - Fiat 126 de 500 celindradas. Ali também existe um museu de carros antigos polacos bastante interessante. Assista ao vídeo e conheça algumas preciosidades do período comunista e anterior.

Nossa família na Polônia


Dia destes fui apresentado ao site nasza-klasa... Uma versão polaca do orkut e facebook. Bastante interessante apesar de ser apenas no idioma polaco. Talvez seja um instrumento muito bom para encontrar familiares na Polônia. Eu mesmo já me fiz amigo (tal como no orkut e facebook) de 25 pessoas com meu sobrenome, entre centenas que estão cadastrados. 
Enviei recados a eles, que prontamente responderam ao convite de amizade. Agora envio recados aos demais me apresentando e dizendo que busco as origens do sobrenome e minha família. Espero ter algum sucesso.  O endereço é http://nasza-klasa.pl. 

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Eslováquia começa a usar Euro

O euro produzido na Eslováquia

Desde hoje, primeiro de janeiro de 2009, a vizinha Eslováquia faz parte dos 16 países da zona Euro. A Eslováquia é o primeiro país da Europa do Leste a adotar a moeda única européia. Sai na frente das vizinhas República Tcheca, Polônia e Hungria.
O câmbio está em 30,1260 coroas para cada 1 Euro. Nos dezesseis primeiros dias de janeiro deverão ainda conviver as duas moedas, coroa e euro. Porém no comércio, lojas, farmácias, supermercados só são aceitas moedas e notas de Euro. Até o final de 2009, a coroa poderá ser trocada nos bancos comerciais, depois disso só no Banco Central da Eslováquia.
Entre 19 de agosto e 15 de dezembro de 2008, O banco central produziu 500 milhões de moedas ou 2.405 toneladas em EURO de 2 €, 1 €, 50 centavos, 20 centavos, 10 centavos, 5 centavos, 2 centavos e 1 centavo de. A cada mês a produção é de 150 milhões destas moedas.
Na Polônia, seguem as discussões entre o Presidente Lech Kaczyński e o primeiro-ministro sobre a adoção do Euro. Tudo leva a crer, entretanto, que a Polônia só estará na zona Euro em 2012. Até lá o złoty (ouro) seguirá sendo a moeda polaca.

Decidido: Hanna Lis volta ao "Wiadomości"

Hanna Lis

Os novos diretores gerais da TVP - Telewizja Polska, Piotr Farfał e Tomasz Rudomino, respectivamente presidente e vice, deram entrevista ao vivo, ontem, na própria emissora estatal, pelo canal TVPinfo. Eles substituem a polêmica administração de Andrzej Urbański, Sławomir Siwki e Marcin Bochenki (os três eram indicados pelo partido PiS do presidente da República). Embora os três susbtituídos aleguem ilegalidade na posse de Farfał, a verdade é que a presidência dos novos diretores foi confirmada pelo Tribunal Nacional.
Além de oito diretores de setores que serão demitidos, ou transferidos para outras funções, a primeira decisão do novo presidente é de que a jornalista Hanna Lis voltará a conduzir o principal telejornal da emissora, o "Wiadomości", já nesta segunda-feira dia 5 de janeiro.
Ainda não se sabe, contudo, qual jornalista será o editor chefe, já que Krzysztof Rak,  que retirou Hanna do ar duas semanas atrás, entrou em férias. A dúvida se ele continua, ou não, se deve aos boatos dos corredores da emissora de que a ordem para tirar a bela Hanna do vídeo partiu do presidente substituído Urbański. Este por sua vez, teria sido forçado pelo partido PiS que não admitia a presença do casal Hanna e Tomasz Lis na condução do telejornal e no "talk-show" político do marido Tomasz.
A verdade é que do ponto de vista jornalístico, a mudança de poderes na principal emissora de televisão do país, pouco acrescentará a liberdade de expressão, pois os novos presidente e vice foram indicados pelos partidos LPR (Partido da Liga da Família Polaca) e Samoobrona (Partido da Autodefesa), dois partidos ainda mais à direita do que o conservador partido de extrema-direita do presidente Lech Kaczyński. Assim, ao que tudo indica a liberdade de expressão e jornalismo sem censura continuará com mordaças, apesar da independência de Hanna Lis em seus comentários.  A jornalista vinha aproveitando as "enrascadas" e gafes do presidente da República para destilar algumas verdades que o partido não gostou. Por isto teria sido afastada do vídeo.

QUEM É HANNA


Hanna Lis, cujo sobrenome de solteira é Kedaj, é filha de dois jornalistas Aleksandr e Waldemara e nasceu em 13 de maio de 1970, em Augustów. Por sua vez, a mãe dela é filha de Stanisław Stampf'l, também jornalista e escritor.
Hanna morou alguns anos na Itália, já que seu pai era correspondente do jornal Życia Warszawy, em Roma. Ela começou sua carreira na TVP, onde entre outros programas apresentou o telejornal "Teleexpress". Em 2002, transferiu-se com um bom salário para a televisão privada TV4 (do grupo Polsat), onde apresentou outro telejornal, o "Dziennik".
Em 2004, ela foi transferida para o canal principal do grupo a TV Polsat. Ali foi âncora do telejornal "Wydarzenia". Fez algumas aparições como correspondente da CNN norte-americana, neste período. 
No tempo que viveu na Itália, chegou a representar a Polônia no 20º Festival da Canção Infantil "Zecchino d'Oro", de 1977. No ano seguinte, ela se apresentou com Piccolo Coro dell' Antoniano no Vaticano e cantou algumas canções para o Papa João Paulo II.
Casou-se com Tomasz Lis, um popular jornalista, que faz dublê de galã em suas aparições televisivas. Em 2002, ela fez uma aparição como atriz no filme "Rób swoje ryzyko jest twoje". É formada pela Universidade de Varsóvia, em Filologia Italiana e conquistou o prêmio jornalístico  "Wiktor 1996", na categoria "Descoberta do Ano". 

Houve gueto em Cracóvia?

Portões de entrada do gueto de Płaszów, em Cracóvia

Cracóvia antes de 1918 estava sob jugo do Império Austríaco por 123 anos. Neste período fez parte da província austríaca da Galícia. Muitos eram os judeus residindo na cidade, especialmente no bairro do Kazimierz. Em 1939, estes judeus alcançavam o número de 68.482, quase um quarto de uma população total de aproximadamente 250.000 habitantes. Em 6 de  setembro de 1939, Cracóvia foi capturada pelas tropas alemãs.  
A perseguição aos judeus começou imediatamente e se intensificou logo depois dos alemães terem declarado Cracóvia capital do Generalgouvernement, a área da Polônia que a Alemanha não anexou diretamente a suas províncias orientais. Os alemães ordenaram o fechamento das sinagogas e do "Judenrat". O primeiro presidente da "Judenrat" era Marek Biberstein, conhecido professor judeu ativista social.  O SS-Oberscharführer Paul Siebert, apontado como membro da "Judenrat", disse que todas as ordens alemãs deveriam ser cumpridas com absoluta obediência e com precisão. Uma das primeiras ordens da SS foi recolher utensilhos e peças de valor das sinagogas e entregar-las todas aos alemães. Em 1940, foi organizada pelos alemães um polícia judaica, e foi designado como chefe Symche Spira, o qual antes da guerra tinha sido carpinteiro e judeu ortodoxo. Embora não falasse fluentemente polaco ou alemão, ele se tornou o melhor colaborador da SS e da Gestapo.  Em novembro de 1939, todos os judeus de 12 anos e acima desta idade tiveram que usar uniformes e a estrela de David. Segundo dados da "Judenrat" foram vendidas 53.828 "Estrelas de David" para serem usadas pelos judeus com mais de 12 anos de idade. 
Na cidade, o castelo de Wawel se transformou na residência do advogado nazista Hans Frank, que tinha sido indicado como governador geral da Polônia. Montelupich se transformou em uma prisão das polícias de segurança alemãs. Em 1942, o campo de Płaszów (ou Plachóvia) foi estabelecido no sul da cidade como um campo de trabalhos forçados para os judeus de Cracóvia. Em 1944, Plachóvia se transformou também num campo de concentração. O gueto cobria uma área de 20 hectares, e incluía 15 ruas e 320 edificações com 3.167 cômodos. Em maio 1940, os alemães iniciaram a desocupação do Kazimierz e a transferência dos judeus de Cracóvia para o campo vizinho, do outro lado do rio Vístula.  


Judeus sendo transferidos através da ponte de ferro sobre o rio Vistula, na rua Starowiślna.

Em 15 de agosto, quase todos já haviam sido retirados de Cracóvia, bem como das localidades ao redor da cidade. Membros da "Judenrat" tentaram impedir as transferências forçadas. Marek Biberstein, e diversos outros membros da "Judenrat" e até alguns oficiais alemães que não concordavam com as medidas foram presos. Biberstein foi aprisionado em Cracóvia e depois em Tarnów até 1942. Um advogado de Cracóvia, Dr. Artur Rosenzweig, tentou se tornar o novo líder da da "Judenrat". Rosenzweig era uma pessoa modesta e recusou-se a colaborar com a SS. Marek Biberstein foi morto em Placchóvia em 1944.
Em março de 1941, quase todos os judeus já estavam em Plachóvia. Apenas 15.000 permaneceram em Cracóvia. Ainda no começo de março de 1941, os alemães resolveram fazer um gueto, ali perto no bairro do Podgórze. Os alemães concentraram assim os judeus que haviam permanecido em Cracóvia neste gueto criado na outra margem do Vístula. Ao redor de 20.000 judeus foram confinados neste gueto do Podgórze. Apesar de cercado por cercas de arame, barricadas e muro, os bondes elétricos continuaram atravessando o bairro, porém ser fazer nenhuma parada dentro da área do gueto. Os alemães criaram fábricas dentro do gueto, entre elas a Optima e Madritsch, onde judeus eram usados como mão-de-obra escrava. Centenas de judeus também foram empregados em fábricas e outros serviços fora do gueto, mas sempre tinham que retornam para dormir amontoados.
Em março de 1942, os alemães prenderam aproximadamente 50 intelectuais no gueto e os enviou para o campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau, distante 64 km. Na segundo semestre de 1942, os alemães retiraram cerca de 13.000 pessoas do gueto. Durante estas transferências, a Plac Zgody e a fábrica Optima foram os pontos principais de retirada.
A maioria dos transferidos foram enviados pra o campo de extermínio de Belzec, no sudeste da Polônia, a algumas dezenas de quilômetros de Rzeszów (ou Jechóvia em português). Outros tantos foram enviados para Auschwitz. Centenas de pessoas foram executadas durante estas transferências pelos motivos mais torpes.
Em março de 1943, os alemães destruíram o gueto de Cracóvia. Mais de 2.000 pessoas foram transladadas para Auschwitz-Birkenau e imediatamente assassinadas. O resto da população do gueto foi transferida para bem mais perto, ali mesmo no campo de Plachóvia. Uma unidade especiais, conhecidas como Unidades 10051 desenterrou corpos putrefatos para queimá-los e dispersar as cinzas. O trabalho das unidades 10051 durou quase dois anos e envolveu a exumação de mais de dois milhões de corpos. Em Plachóvia, em janeiro de 1945, uma Unidade 10051 exumou 9.000 corpos de 11 sepulturas coletivas.
Existiu um movimento de resistência judeu dentro de Plachóvia, já a partir do momento em que o gueto foi estabelecido.

O campo de Płaszów (Plachóvia)

Operações clandestinas tentaram dar suporte para a educação e o bem-estar das crianças. Em outubro de 1942, entretanto, a Organização Judaica de Luta (Zydowska Organizacja Bojowa - ZOB), organização clandestina independente da ZOB de Varsóvia, preparou-se para lutar contra os alemães. A ZOB, contudo, decidiu não lutar nos confins limitados do gueto, mas usar o gueto como base para atacar alvos na cidade de Cracóvia. O mais importante ataque da ZOB ocorreu no centro de Cracóvia, no Café Cyganeria, que era frequentado por oficiais alemães. Os rebeldes do gueto também tentaram reunir grupos ativos de rebeldes da região de Cracóvia. Em confrontos sucessivos com os alemães, os rebeldes do gueto sofreram muitas perdas. No outono de 1944, os remanescentes da resistência fugiram da Polônia, atravessando a Eslováquia e indo para a Hungria, aonde se juntaram aos grupos de resistência judaica em Budapeste. Cracóvia permaneceu como sede administrativa do Generalgouvernement até os alemães evacuarem a cidade em janeiro de 1945.
As condições de vida neste campo foram terríveis. O comandante da SS no acampamento Amon Goeth fazia de tudo para tornar a vida dos prisioneiros um inferno. Um prisioneiro de Plachóvia podia se considerar uma pessoa de sorte se sobrevivesse ali mais de quatro semanas. Sim, pois apesar de difícil sempre existia uma mínima possibilidade de escapar com vida do campo, sonho este alimentado por todos. Após a liberação, o comandante Amon Goeth foi preso por oficiais polacos, sentenciado à morte e enforcado. Em 18 de janeiro de 1945 as Forças Armadas Soviéticas libertaram Cracóvia, pondo fim ao terror que dominou corações e mentes por cinco anos. 

P.S. Respondendo a pergunta do título. Sim, houve!. Pois se antes, Plachóvia, Podgórze e Cracóvia fossem cidades diferentes, a verdade é que hoje as duas primeiras são bairros de Cracóvia. E de certa forma já o eram antes, apenas é que ficavam no outro lado do rio Vístula. E outra coisa é que o texto aqui, foi baseado em alguns outros, inclusive de publicações do United States Holocaust Memorial Museum.