terça-feira, 27 de novembro de 2007

Gorlice: origem de araucarianos I

Foto: Ulisses Iarochinski
Estive nesta segunda e terça-feira buscando documentos para brasileiro descendente de polacos na região de Gorlice, Sudeste da Polônia. Levantei bem cedo, às 6 horas da manhã, com temperatura a 5 graus negativos e muita neve acumulada por mais de 15 horas de intensa nevasca. Era esta a imagem da praça central da cidade com o sol teimando em surgir. Da zona rural deste munícipio emigraram muitos polacos no ano de 1892 e que acabam formando entre outras a colônia de Tomas Coelho, na divisa de munícipios de Curitiba e Araucária.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Busca demorada pelas origens

Muitos leitores do blog e também de meu site "Saga dos Polacos" entram em contato querendo saber sobre buscas de documentos de ascendentes nascidos na Polônia. O desejo, quase unânime de todos, é solicitar a cidadania polaca, para com esta, ter a possibilidade de um passaporte polaco, que em última instância facilitaria uma residência em algum país europeu e não necessariamente na Polônia. Vou contar aqui um pouco da minha experiênciua pessoal na busca de documentos na Polônia. Creio que serve de informação e de alerta a todos quantos estão neste caminho de buscas.
  1. Antes de qualquer coisa é preciso dizer que os consulados da Polônia no Brasil só recebem pedidos de cidadania se todos os documentos exigidos estiverem em ordem e corretos.
  2. Para tanto é necessário, entre outras coisas, um documento (com fotocópia autenticada) do original em polaco sobre o ancestral nascido na Polônia. Ou seja, este documento pode ser, ou o registro de nascimento, ou a certidão de casamento, ou o certificado militar, ou ainda o passaporte.
  3. Muitas vezes, estes documentos estão no idioma da nação invasora da Polônia, ou seja, pode estar escrito em alemão, russo, ou mesmo, latim. Então é necessário traduzir aquele assentamento encontrado em livros de arquivos, igrejas ou cartórios, em oficial juramentado, para o idioma polaco.
  4. Atenção: certidão de casamento entre polacos, expedida por autoridade Brasileira, não vale. É necessário que o registro de nascimento do ancestral tenha sido expedido por autoridade polaca.
  5. Com os modelos de cartas que disponibiliza o site "Saga dos Polacos" é possível solicitar estes documentos diretamente a um Cartório na Polônia. A probabilidade de resposta é quase nula, pois...
  6. Fiz esta tentativa. Na época nada consegui, pois não sabia que a grafia correta de Iarochinski, em polaco era Jarosiński. Mais tarde consegui com uma prima em Castro, uma tradução do passaporte do meu bisavô Piotr Jarosiński. A tradução foi feita, em 1956, por um tradutor de idioma alemão, de Curitiba. Ocorre que o passaporte estava em russo. e o tradutor só sabia alemão. Assim, fez um trabalho muito mal feito. Os nomes das cidades simplesmente não correspondem aos nomes das cidades no mapa da Polônia atual.
  7. Indo ao Arquivo Nacional no Rio de Janeiro, localizei uma ficha de tia Maria, irmã de meu avô Bolesław Jarosiński. Era uma ficha da Polícia Federal, de 1941, onde Tia Maria solicitava uma carteira de identidade de estrangeiro. Pelo jeito, meus Iarochinski nunca se naturalizaram, a não ser esta tia-avó. Pois não encontrei nenhuma outra solicitação parecida dos demais parentes, tampouco a de meu avô. Naquela ficha consegui, pela primeira vez, localizar o nome de uma cidade na Polônia, que poderia ser a origem de meus ancestrais. Em todos os documentos que havia conseguido localizar nos cartórios do Paraná, apenas era escrito: “naturais da Polônia”.
  8. Finalmente na Polônia, fui até a cidade que estava apontada naquela ficha. Tratava-se de Łuków (pronuncia-se: uucuv). Nesta cidade encontrei um primo Jaroszyński (observe a grafia). A esposa dele, Elżbieta, ajudou-me bastante. Com ela, fui ao arquivo da Igreja, da prefeitura, da biblioteca, da polícia....Mas infelizmente, não encontramos nada.
  9. Contudo, portava aquela tradução do passaporte de meu bisavô. Um funcionário da prefeitura local, ao analizar o documento, descobriu o mistério.
  10. O tradutor alemão de Curitiba tinha traduzido o nome da vila, da paróquia e da cidade grande mais próxima da forma mais errada possível. Entretanto, um daqueles nomes parecia ter sentido e era justamente o de Lukow. Pudemos entender então, que a Vila Gerchanov, que estava na tradução do passaporte, era Hermanów. E havia na região, um distrito com esta denominação. A localidade estava distante dali uns 25 km.
  11. O funcionário alertou que, talvez, os documentos estivessem numa outra localidade distante 18 km. Aconselhou a passar primeiro em Wojcieszków (que o tradutor curitibano tinha colocado como Weitzeschovsk), pois era ali que poderia estar o cartório com os registros de Hermanów.
  12. No cartório de Wojcieszków, perguntei primeiro pelo registro da Tia Maria. Nova decepção: nada estava registrado com este nome. Pedi então pelo registro do avô Bolesław Jarosiński, o qual havia nascido em 1905.
  13. Qual não foi minha emoção quando o cartorário, mostrou-me, naquele livrão grande de 1905, todo escrito em russo antigo, o nome de meu avô. Chorei bastante de emoção.
  14. Perguntei então se era possível continuar procurando pelos outros irmãos de meu avô que nasceram na Polônia, ou seja, Wiktoria e Józef. Encontramos apenas o de Wiktoria.
  15. Acabamos por encontrar também, a certidão de casamento dos meus bisavôs Piotr e Anna. Pude então saber, quais eram os nomes dos meus trisavôs. Pelo lado de Piotr Jarosiński eram Jan Jarosiński e Wiktoria Jackowska e pelo lado de Anna Filip eram Antony Filip e Katarzyna Ognik.
  16. Aquela Vila Gerchanov, da tradução, na verdade era: Helenów - um bairro de Wojcieszków.
  17. Através da certidão de casamento soube que Piotr tinha nascido em outra região da Polônia. Piotr nasceu na vila de Poręby, Paróquia de Dobre, em Mińsk Mazowiecki.
  18. De posse daquelas segunda-vias originais, expedidas por aquele cartório na Polônia, voltei ao Brasil, decidido a fazer a solicitação de cidadania.
  19. Além dos documentos encontrados na Polônia, foi exigido o preenchimento de um formulário em polaco e o pagamento de taxas consulares.
  20. A solicitação foi então enviada pelo cônsul de Curitiba para o Mistério das Relações Exteriores da Polônia. O Ministério, por sua vez, encaminhou para o governo da região a solicitação para ser analisada.
  21. São os governos das voivodas (região, ou província) que analisam e decidem sobre a solicitação.
  22. Ainda estou aguardando a decisão.

domingo, 25 de novembro de 2007

Quatro meses de blog

Pois... não é que hoje também está fazendo quatro meses que este blog nasceu. E tem permanecidono ciberespaço apenas pelo carinho com que tem sido recebido e pelos acessos que só aumentam. Já estamos atingindo quase 10 mil acessos. Neste período os "posts", ou seja, as informações mais lidas e acessadas foram: "Doda na Playboy Polska", "Pierogi de pinhão" e "Casas de madeira", nesta ordem. Também as informações que relacionam as buscas de ancestrais com história da Polônia, também são bem acessadas.

Brasil Alegria em Cracóvia 6

Fotos: Ulisses Iarochinski
Turistas que vêm a Cracóvia, depois de passarem o dia conhecendo e visitando as maravilhas da cidade e região, acabam confessando: "Em Cracóvia só tem mulher bonita. As feias devem estar em outro lugar, menos aqui". E na festa "Brasil Alegria", no Klub Rotunda, neste sábado, 24 de novembro foi fácil comprovar isso. Ainda mais que sambando elas sorriam ainda mais, o que as fazia mais bonitas ainda.

Brasil Alegria em Cracóvia 5

Foto: Ulisses Iarochinski
As polacas e polacos entenderam logo que sambar é sentir o batuque do coração e se deixar levar pelo ritmo dos sambas, axé, timbaladas, forrós. Ja de madrugada e cansados queriam saber quando é a próxima festa "Brasil Alegria", pois nunca se divertiram tanto com tamanha facilidade. "O Brasil é quente e agora sabemos o segredo: o samba mexe com a gente e contagia", dizia uma esgotada polaquinha.

Brasil Alegria em Cracóvia 4

Foto: Ulisses Iarochinski
Os polacos e polacas do grupo de Capoeira "Unicar" de Cracóvia arrebentaram com os balões verde-amarelos. Tanta foi a empolgação do público do Rotunda, na festa "Brasil Alegria", deste sábado, 24 de novembro. A frente do grupo esteve o polaco Adam Faba que ensinou o público a cantar o refrão "Ehh Paranaueee... Parana". Na Polônia, existem mais de 40 grupos de Capoeira. Até Federação já existe, coisa que nem no Brasil se foi pensando ainda. Estes grupos estão divididos em duas vertentes da luta/dança brasileira. Uns seguem "Mestre Nem", um mineiro de Belo Horizonte, que vive em Hamburgo, na Alemanha, líder da "Arte das Gerais". Os demais, seguem os Mestres de Salvador-Bahia e estão agrupados na "Unicar".

Brasil Alegria em Cracóvia 3

Foto: Ulisses Iarochinski
O pontagrossense Edilson Ribeiro de Lima passou meia hora mostrando às polacas e polacos, no Rotunda, de Cracóvia, que para dançar o samba, a timbalada, o axé e o carnaval brasileiro não precisa mais que alegria, energia e se envolver com o batuque e as batidas do coração. Uma vez aprendido os passos e movimentos básicos de quadris e pés, o público se deixou levar e não arredou pé do salão até a madrugada chegar. Bastou alguns minutos com o bailarino Edilson Lima para que os polacos entendessem que alegria e calor estão no samba e não na salsa. Na dança latina, os polacos passam meses aprendendo nas escolas de salsa que abriram, em Cracóvia, através de estudantes hispano-americanos. No samba, ao contrário, basta apenas sentir, sentir e sentir o ritmo... o resto o próprio corpo faz sozinho. Que nos perdoem os salsistas, mas quem não gosta de samba é ruim da cabeça e doente do pé.

Brasil Alegria em Cracóvia 2

Foto: Ulisses Iarochinski
Grupo "Nasza Fawela" com os brasileiros "polskiego pochodzenia" Rodrigo Kurek (no cavaquinho) Mauro L. Kraenski (no violão) e Rogério Piasecki (na pecussão) cantaram sambas que as polaquinhas ouviram atentamente. Ao final o grupo cantou uma composição de Mauro Kraenski. A música que ainda não tem título talvez seja o primeiro samba em polaco da história. As polacas se renderam a simpátia dos três e cantaram o refrão pedindo bis.

Coxa: campeão do Brasil 2007 "b"

Da-lhe Coxa Iarochinski com os capoeiristas polacos da Unicar

O jornalista paranaense Ulisses Iarochinski, organizou uma festa em Cracóvia para comemorar o título do Coritiba FootBall Club em Cracóvia.

A Festa com muito samba aconteceu no Klub Kultural Rotunda. Além de Ulisses participaram da festa o grupo de capoeira polaco Unicar e os estudantes brasileiros, Rogério Piasecki, Mauro Kraenski e Edilson Ribeiro de Lima (todos de Curitiba) juntos a Josiane Faganello, Rodrigo Kurek, Gicele Rakowski, Franciele Balin, Alessandro Rakowski, Denise (Rio Grande do Sul), além de Néia (e filhas) Angela (e filha).

A Festa foi até as 4 da madrugada (horário da Polônia). Muita cerveja e vodka polaca. Ulisses dançou o tempo todo com a camisa 10 dos 90 anos do Coxa e a bandeira "Da-lhe Coxa", com os dizeres de "Campeão do Brasil 2007 -B- Cracóvia".

História da Batalha do Arruda
O alviverde abriu o placar com um gol de Henrique ainda no primeiro tempo. A vitória, embora simples, já garantia ao Coxa o título da Série B, independente do resultado entre Paulista e Ipatinga. Mas a vantagem paranaense se transformou rapidamente em aflição quando o Santa Cruz empatou e em Jundiaí o Ipatinga conseguiu a virada.

Em poucos minutos o título – que era dado como certo pelos torcedores há várias rodadas – passou das mãos alviverdes para as do Ipatinga. O Santa Cruz marcou o gol da virada e o desespero tomou conta dos jogadores do Coritiba. Volante queria ser atacante, zagueiro não sabia mais onde atuar e todos receberam uma injeção de adrenalina nos pés e no coração.

Com um jogador a menos depois da expulsão de Jeci, os jogadores do Coxa “se enervaram”. No minuto seguinte Henrique Dias, que havia entrado no segundo tempo, cruzou para Keirrison mandar para as redes.

No sufoco o Coxa seguiu pressionando e mesmo sem ter mais um jogador – já que Túlio também foi expulso – o alviverde alcançou sua redenção aos 47 minutos. Henrique Dias mandou para o gol depois de um bate-rebate, configurando o típico gol chorado, sofrido, mas merecido. Festa Coxa em todo o país. (extraído do site da Gazeta do Povo).

sábado, 24 de novembro de 2007

York em Cracóvia





O ator britânico Michael York está em Cracóvia gravando um filme documentário sobre a coleção particular do cardeal metropolitano Dziwisz . São objetos e livros do período de longa convivência entre o Papa João Paulo II e seu secretário pessoal, o polaco Stanisław Dziwisz. Este é co-autor do roteiro do filme. Michael York logo após chegar já teve uma audiência privada com o cardeal. O será o narrador do filme que já tem título: Testemunho. O polaco Paweł Pitera é o diretor do filme.

Wrocław não acredita na Expo 2012

Rynek, praça central de Wrocław
A chance de Wrocław (vrotssuaf) sediar a Expo Universal de 2012 parece cada vez menor. Nesta próxima segunda-feira, 26 de novembro, em Paris, o BIE- Bureau International des Expositions deve anunciar a próxima sede, entre a cidade polaca da Baixa Silésia, Tanger no Marrocos e Josu na Coréia do Sul. Enquanto as concorrentes vão com tudo para tentar uma última pressão, a Polônia parecer já ter aceito a derrota. O rei Mohammed VI vai a Paris, o primeiro-ministro Han Duck-Soo, também. Mas nem o presidente Lech Kaczyński (leerrrh catchinhsqui) e nem o primeiro-ministro Donald Tusk reservaram passagem. Da Polônia vai apenas o presidente do senado, Bogdan Borusewicz. Estão sendo esperadas delegações de 130 países no anúncio da cidade sede da Expo Universal 2012. A comissão polaca encarregada de apresentar a candidatura de Wrocław contou com 14 milhões de Złotych, enquanto o Marrocos gastou 14 milhões de Euros (1 Euro = 3,6 Złotys) e a Coréia não mediu a conta bancária. Parece que os coreanos estão sempre a competir com os japoneses, pois depois que o Japão organizou a última em 2005, teria que ser a Coréia do Sul, a próxima sede. Ou seja, não só por causa do investimento, mas pelo descaso das principais cabeças do governo polaco a capital da Dolny Śląski vai estar de fora mesmo. As Exposições Universais, ou simplesmente Expo são encontros em que todos os países de 5 em 5 anos apresentam o máximo de suas coisas. As Expo modernas tiveram início em 1885, em Paris, e deixou um ícone para a posteridade: a Torre Eiffel; Também foi assim com Bruxelas e seu Atomium; Sevilha com Isla de la Cortuja; e Lisboa com a torre Vasco da Gama. A última Expo ocorreu em 2005 em Aichi, no Japão.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Neve com sol

Foto: Ulisses Iarochinski
O Sol apareceu depois de mais de duas semanas de céu encoberto. Conseqüência: a neve derrete. Mas ainda assim é belo. No teto da Baszta (um minicastelo) no Przegorzały, em Cracóvia, o branco do teto combina com as nuvens.