sexta-feira, 8 de maio de 2015

Polônia comemora os 70 anos do fim da II Guerra


Uma cerimônia no monumento de Westerplatte, em Gdańsk, o mesmo lugar onde em 1939 começaram os primeiros combates da Segunda Guerra Mundial, serviu para encerrar nesta quinta-feira os atos comemorativos do 70º aniversário do fim do conflito organizados pela Polônia.
O chefe de Estado da Polônia, Bronisław Komorowski, foi o anfitrião da cerimônia da qual participaram o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e o presidente do Conselho Europeu, o também polaco Donald Tusk.
Junto a eles estavam os presidentes de Bulgária, Croácia, Chipre, República Tcheca, Estônia, Lituânia, Romênia e Ucrânia, além de representantes de outros países europeus e aliados da OTAN.


O ato, que terminou com uma interpretação do hino europeu, contou com um discurso de Komorowski, que apoiou as aspirações europeístas da Ucrânia e criticou as ações da Rússia, especialmente a anexação da Crimeia.
A Rússia mudou as fronteiras da Europa "e isso não se pratica desde 1939", disse o líder polaco em Westerplatte.
"Estas práticas e atitudes anacrônicas não podem ser consentidas", acrescentou Komorowski.
Os representantes europeus também acenderam velas em frente ao Monumento aos Trabalhadores Caídos em Gdańsk por sua oposição ao regime comunista polaco, já que foi nesta cidade onde nasceu o Movimento Solidariedade e se deram os primeiros passos para o fim do comunismo na Europa oriental.
Os atos organizados pela Polônia centraram a comemoração internacional do fim da guerra, mas o aniversário também será lembrado em outros lugares do mundo entre hoje e amanhã.
Entre esses lugares se destaca Moscou, onde a cada 9 de maio acontece um desfile militar comemorativo ao qual este ano não comparecerão os representantes dos principais países ocidentais em uma demonstração de desaprovação perante a política da Rússia na crise da Ucrânia.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Pianista "masakra" na Capela Santa Maria

Ao final da audição, esperei na fila de autógrafos para dizer ao artista:
Pan jest masakra na pianinie. Gratuluję! Brawo!
Po portugalsku: "o senhor abusa do piano".
Ele não entendeu, evidentemente, então disse: Pan nadużycie fortepian.

Estou falando do pianista Artur Dutkiewicz, que pela primeira vez tocou no Brasil, na noite de ontem, na Capela Santa Maria, em Curitiba, em comemoração ao 3 de maio - dia da Constituição da Polônia.
A sala de concertos lotou e não apenas com descendentes de polacos, mas também de curitibanos de outras etnias.
O próximo concerto é em Brasília ainda esta semana. Dutkiewicz é simplesmente um dos maiores pianistas jazzistas da Europa.

Aqui uma pequena amostra do talento desse virtuoso, que confessou que quando começou a aprender a tocar com uma professora idosa, num castelo da Polônia, ele aproveitava para improvisar na lição, por não se lembrar corretamente dos acordes e toques ensinados. Mas isso só quando, a professora cochilava, naqueles momentos:

Ditkiewicz interpreta "Woodoo Child" de J. Hendrix

sábado, 25 de abril de 2015

Polônia perde seu último herói


Morre 74 anos após ser libertado do
Campo de Concentração e Extermínio Alemão de Auschwitz,
o herói contemporâneo polaco
Władysław Bartoszewski
"Não sou filósofo, nem teólogo.
Não tenho respostas prontas.
Sou um homem simples,
mas tento pensar!
E pode que em certo momento,
quando já não se é jovem, ou de meia idade,
ter a idéia, de se olhar pra si mesmo no espelho,
sem desgosto?
Isto também pode ser importante,
com quem se termina vagando pela terra."
Władysław Bartoszewski
no livro "Importante ser descente"

Bartoszewski morreu, em Varsóvia, com a idade de 93 anos, neste 24 de abril de 2015. Ele que nasceu em 19 de fevereiro de 1922, na mesma capital polaca.
Foi historiador, professor, jornalista, membro da resistência polaca durante a Segunda Guerra Mundial e recebeu o reconhecimento de "Justo entre as Nações" pelo povo de Israel.
Foi senador e ministro das relações exteriores da Polônia. Estudou na Universidade de Varsóvia.  Quando a guerra estourou Bartoszewski tinha 17 anos. Ele foi detido em 19 de setembro de 1940, em Żoliborz durante um ataque em massa organizada pelos nazistas e foi enviado ao campo de Auschwitz, onde recebeu o número 4427 de prisioneiro.


Foi liberado em 8 de abril de 1941, graças ao trabalho da Cruz Vermelha polaca.
Em agosto de 1942, começou a atuar junto à resistência popular, no Armia Krajowa (Exército Nacional do Povo).
Em setembro de 1942, já participava da Comissão de Ajuda aos Judeus - "Żegota". Em abril de 1943, já ajudava os insurgentes do gueto de Varsóvia.

Com a destruição da cidade, acabou se estabelecendo em Cracóvia.
Após a guerra, foi membro do PSL (União de povo polaco), a única organização política de oposição ao Partido Comunista.

Em 15 de novembro de 1946, foi preso pelos comunistas por espionagem e colocado em uma prisão do Ministério da Segurança. Foi condenado a oito anos, mas acabou liberado devido a sua saúde debilitada, em 1954.

A partir de 1955, dedicou-se ao jornalismo e em 1966, o Instituto Yad Vashem o denominou "Justo entre as Nações".

Também recebeu distinções como "Comandante da Legião de Honra", "Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno", "Ordem do Mérito de Baden-Wuerttemberg", "Ordem da Águia Branca", entre mais de uma centena de honrarias, prêmios, títulos e comendas de vários países.


"Vale à pena ser honesto,
mas nem sempre compensa.
Compensa ser desonesto,
mas não vale à pena."
Władysław Bartoszewski
fonte: rosa "Gali"
12 de novembro de 2007

Bartoszewski foi um homem que podia acalmar as emoções negativas em qualquer situação.
Ele era um homem, que passou por Auschwitz, e ainda assim, deu toda a sua vida em prol da paz.

Bartoszewski em trechos do filme documentário "Auschwitz Birkenau - Cemitério sem Tumbas", produção e direção de Ulisses Iarochinski.
Bartoszewski fala diante do Monumento ao Holocausto, no campo de Birkenau, nas comemorações de 60 anos de liberação do campo de concentração e extermínio alemão, em 27 de janeiro de 2005, em Oświęcim:



terça-feira, 21 de abril de 2015

Diretor do FBI fala bobagens sobre Holocausto

O Ministério de Relações Exteriores da Polônia convocou com urgência o Stephen Mull, neste domingo para "protestar e exigir desculpas".
embaixador dos Estados Unidos,
A medida é uma reação a fala do chefe do FBI, que sugeriu que os polacos foram cúmplices no Holocausto. O diretor do FBI James Comey fez os comentários em um artigo sobre o Holocausto que foi publicado na edição do Washington Post de quinta-feira.
O artigo era uma adaptação de um discurso feito por Comey no Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos.
No artigo, o diretor dizia que "em suas mentes, os assassinos e cúmplices da Alemanha, Polônia, Hungria e muitos, muitos outros lugares, não fizeram nada mau".
diretor do FBI - James Comey
Ele continuou afirmando que tais pessoas "se convenceram de que aquilo era o certo a fazer".
Depois desse infeliz comentário o jornal "The Washington Post" publicou uma versão de seu discurso, onde Comey foi criticado por alguns comentaristas que argumentavam que ele sugeriu que polacos e húngaros compartilharam a responsabilidade em condições de igualdade com os alemães para as atrocidades do Holocausto.
Comey é um republicano que serve a uma administração democrata. Está registrado que Comey doou dinheiro para a campanha do senador norte-americano John McCain na eleição presidencial de 2008 e para a campanha do governador Mitt Romney na eleição presidencial de 2012.

Seu discurso foi também criticado por autoridades polacas e Stephen D. Mull, o embaixador EUA na Polônia, foi chamado para se apresentar no Ministério das Relações Exteriores da Polônia, em Varsóvia.
A primeira-ministra da Polônia, Ewa Kopacz, afirmou que as palavras de Comey eram inaceitáveis ao seu país. "A Polônia não foi uma perpetradora, mas uma vítima da Segunda Guerra Mundial", disse ela.

Depois de encontrar o vice-ministro de Relações Exteriores polaco Leszek Soczewica, o embaixador norte-americano Stephen Mull disse que entraria em contato com o FBI sobre o problema.
Mais cedo, ele havia comentado que as declarações foram "erradas e ofensivas" e que não refletiam a visão do governo norte-americano.

Fontes: Associated Press e Wikipedia