terça-feira, 14 de abril de 2009

Klabin, uma história de sucesso

A fábrica nos anos 60

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está hoje, no interior do Paraná para a comemoração de 110 anos do grupo Klabin. No próximo dia 19 deste mês a Klabin completará 110 anos. 
Depois da sessão solene haverá um pequeno almoço, em tenda montada sobre o rio Tibagi, na moderna usina de Monte Alegre. Lula comemora o centenário da família Klabin no Brasil na maior fábrica de papéis e cartões de embalagem do Brasil e a décima no mundo inteiro. A Klabin é a maior produtora, exportadora e recicladora de papel do Brasil. Há 10 anos a empresa conseguia a certificação FSC e está entre os seis maiores fabricantes globais de cartões de fibras virgens e referência mundial no desenvolvimento sustentável. 
Reconhecida como fábrica ecológica, após sua ampliação nos últimos anos, a unidade Monte Alegre passa a ser uma das 10 maiores fábricas integradas de papel e celulose do mundo.
Mas além disto, preciso dizer que foi onde eu nasci, bem nos fundos desta fábrica, quando ainda todas aquelas terras de Monte Alegre pertenciam ao município de Tibagi. Quanto a família Klabin, eles são originários do Grande Reino Unido Polônia Lituânia, o mesmo que foi invadido, ocupado e dilapidado em 1795, por russos, prussos e austríacos. Os Klabin saíram da Lituânia em fins do século 19. E durante todo o tempo, desde a compra da fazenda Monte Alegre em 1934, no sertão do Paraná, passando pelas construção e produção...sempre acolhereram ali, milhares de polacos, descendentes de polacos, fossem eles católicos os judeus como os próprios Klabin e Lafer.

Cronologia 
1889 - Chegada de Maurício Freeman Klabin ao Brasil.
1890 - Criação da empresa M.F.Klabin e Irmão, tipografia (Empreza Graphica Klabin) e casa importadora de artigos para escritório, em São Paulo, por Maurício Klabin.
1899 - Fundação da Klabin Irmãos e Cia.(KIC), composta por Maurício Klabin, seus irmãos Salomão Klabin e Hessel Klabin e o primo Miguel Lafer. A empresa importa produtos de papelaria e produz artigos para escritório, comércio, repartições públicas e bancos.
1902 - Entrada da família Klabin-Lafer no setor de produção de papel, com o arrendamento da Fábrica de Papel Paulista de Vila do Salto de Itu.
1814 - Início da produção da CFP, fábrica construída no Bairro de Santana, na cidade de São Paulo (SP).
1923 - Falecimento de Maurício Klabin.
1925 - Os herdeiros de Maurício Klabin retiram-se da sociedade.
1928 - Divisão do capital social entre os sócios-gerentes Hessel Klabin, Salomão Klabin, Wolff Klabin e o filho de Miguel Lafer, Horácio Lafer, como seu herdeiro.
1934 - Em 1934 foi adquirida a Fazenda Monte Alegre no município de Tibagi (PR), para a construção da primeira fábrica integrada do Grupo e do país, denominada Indústrias Klabin do Paraná (IKP).
1941 - 9 de julho: alteração da razão social da IKP para Indústrias Klabin do Paraná de Celulose S/A (IKPC).
1943 - Associação da KIC à Empresa de Caolim Ltda, como controladora majoritária das ações. Início dos trabalhos de reflorestamento na Fazenda Monte Alegre, com plantação de araucárias.
1944 - Construção da barragem de Harmonia para a Usina Hidrelétrica Mauá.
1945 - Em 1945, a estrutura societária foi reformulada com a entrada de Ema Gordon Klabin - representante dos herdeiros de Hessel Klabin - e de Samuel Klabin, representando os herdeiros de Salomão Klabin. Ambos passaram a compor, formalmente, o quadro de quotistas de Klabin Irmãos & Companhia - KIC, como sócio-gerentes, após o falecimento de seus pais. KIC é dirigida pelos sócios gerentes Horácio Lafer, Samuel Klabin, Ema G. Klabin e Wolff Klabin, a segunda geração, até finais da década de 1950.
1946 - Início das operações da unidade fabril de Monte Alegre. Primeira vez na história da indústria nacional que uma parcela da demanda de mercado interno de papel imprensa é suprida por indústria brasileira.
1953 - 26 de janeiro: inauguração da Usina Hidrelétrica Mauá (PR), com presença de Getúlio Vargas, então presidente da República.
1958 - Início das obras de construção do bonde aéreo em Monte Alegre (PR).
1959 - 11 de novembro: inauguração do bonde elétrico, na época, considerado o mais rápido e de maior extensão de vão livre do mundo.
1960 - A administração de Klabin Irmãos & Companhia - KIC sofreu mudanças com a criação do Conselho Consultivo, composto por Abrahão Jacob Lafer, Armando Klabin; Daniel Miguel Klabin, Ema Gordon Klabin, Esther Klabin Landau, Graziela Lafer Galvão, Horácio Klabin, Israel Klabin, Jacob Klabin Lafer, Lilia Levine Martins Xavier, Miguel Lafer, Sylvia Lafer Piva e Vera Lafer.
1963 - Incêndio nas reservas florestais (pinheiros e eucaliptos) da IKPC.
2003 - 03 de abril: Klabin S.A. deixa de produzir papel imprensa e sai do setor.

Depoimentos
Seu Leon Feffer este mês vai fazer 92 anos e ainda está em ativa. Bom, mas isso era do pai dele, a papelaria era do pai dele até 1955, quando ele faleceu. O pai era imigrante que veio pro Brasil da Rússia no princípio do século, e ele vendia material de escritório, no interior, ia pra Goiás, Mato Grosso e tal. Ele me contava que ele viajava junto com Maurício Klabin, o dono da fábrica... o patriarca da, dos Klabin. Ele e mais um sírio, árabe que tinha uma tecelagem na Lapa que chamava Tecelagem Iodete, eu cheguei a conhecer esse sírio, Maurício Klabin, não? Eles viajavam, alugavam um quarto, ficavam lá juntos e cada um ia trabalhar. O Maurício Klabin trabalhava com calendários suíços, aqueles assim, e aceitava serviços gráficos: notas fiscais, papel de carta, envelopes; ele vinha pra São Paulo, fazia, depois ele despachava. E o... o seu Feffer trabalhava com material de escritório: clips, fitas, enfim, todo esse negócio aqui, e vendia. Não era lá grande coisa mas ele se sustentava. Isso foi logo no princípio do século. Inclusive, um fato, um fato interessante, pitoresco - se vocês me permitem contar -, ele me contava que em Cuiabá, ele entrou no bar, que nem eu estou sentado aqui, ele sentou, ele mais um colega dele lá, em frente lá do balcão tinha dois fregueses... não, tinha um freguês e o balconista atendendo ele bebendo cachaça, ou... qualquer coisa. Ao lado dele tinha dois caboclos sentados, e um falando pro outro: "Você aposta quanto?" "Eu aposto 100 mil réis." "De quê?" "Direita." "Não, eu aposto esquerda, direita, esquerda." Aí um tirou um revólver, pá! acertou no cara que estava lá, diz: "Você viu, era a direita, você perdeu" e foi embora... (riso) Isso ele me contou! Caso que... aconteceu muitos casos semelhantes. Depois que faleceu o senhor... o nome dele era Simpson Feffer, ficou pra família Feffer que continua até agora. Só que faz uns 30 anos que eles não aparecem lá na firma. (Chaim Kuperman - Papepalaria Formosa São Paulo)

"O meu pai, quando queria fazer uma encomenda, falava com o Klabin. Hoje o Klabin ainda é o dono, mas a empresa está muito maior. O Getúlio Vargas deu uma área para ele, no Paraná, que é do tamanho da Bélgica, porque queria substituir as importações. Eu acho que a firma ainda pertence ao Klabin, mas dizem que ele está em dificuldade para começar a produzir celulose, que era importada". (Aristides Miranda de Albuquerque - Casa Cruz - Rio de Janeiro)


"E eu diria que esse é o primeiro contato grande que eu tenho com a natureza e o segundo contato é quando eu começo a me lembrar das visitas ao Paraná, onde a fábrica da Klabin estava instalada e ali é uma fábrica numa região muito grande, que é uma fazenda que foi fundada em 1934 e nessa região estão plantadas as florestas, que vamos dizer assim, mantém a fábrica funcionando, que produzem celulose e papel. Àquela época, eu era pequeno e eu me lembro de já ter memórias do Paraná. Acho que com sete anos mais ou menos, eu ia e o programa lá era andar a cavalo, era ficar no mato, era acampar, era fazer e uma relação muito grande com essa região, que embora tivesse florestas plantadas, tinha e ainda tem florestas nativas muito grandes e bastante sadias. Então eu tinha uma relação também interessante com esse lugar". (Roberto Luiz Leme Klabin - herdeiro Klabin)


"Como ele sendo a primeira família no Bom Retiro - quando ele já veio pro Bom Retiro - de judeus, ele começou a procurar mais famílias que estavam chegando de todos lados da Europa: Polônia, Lituânia, Rússia, pois o senhor Maier - que era meu avô - era imigrante vindo da Rússia e esses imigrantes estavam fugindo dos seus países por causa da grande anti-semitismo reinante no mundo. Um belo dia o senhor Maier encontrou um judeu vindo da Lituânia e convidou-o para a sua casa para jantar, que na ocasião ele morava na Rua Tenente Pena - isso meu avô. E era esse convidado nada mais que o senhor Maurício Klabin, o qual se tornou o grande milionário e depois muitos anos o empresário de papel. Naquela época existiam três famílias só. Os Goldsteins, que eram os meus avós, a família Pretzel e a família Klabin. Depois vieram os Tabacoff, os Teperman e os Gordon. Mais três famílias.(...) Também na casa dos Gordon que era também uma família judia que chegou depois dos meus avós, dona Sara se casou com senhor Samuel Coulikoff no ano de 1907, e os padrinhos dos meus pais foram os Nessel Lafer que foi o pai do ministro Horácio Lafer." (IDA COULICOFF GOTLIEB).


"Na Segunda Guerra houve o êxodo judeu da Europa. Os Estados Unidos foram extraordinariamente beneficiados pelos cérebros que foram atrás de um porto seguro. No Brasil, a migração de judeus se deveu a alguns abnegados, entre os quais um diplomata intelectualizado de nome João Guimarães Rosa.
Wolf Klabin, o patriarca da família, era casado com a filha de Arthur Haas, empresário francês cuja casa era freqüentada por Guimarães Rosa. O pai de Haas tinha sido intendente do exército francês na revolução napoleônica. Francês de nascimento, com a anexação de sua cidade à Alemanha, Haas tentou se radicar na Rússia. Acabou vindo para o Brasil, onde ajudou na construção de Belo Horizonte. Mas sempre manteve relações próximas com as lideranças judaicas no mundo.
Quando estourou a Segunda Guerra, Augusto Frederico Schmidit conseguiu atrair alguns químicos de altíssima categoria, judeus alemães e belgas, alguns recém-saídos de campos de concentração. O mais ilustre era o químico Kurt Weill.
Por insistência de Getúlio Vargas, Klabin acabou se associando à Orquima. As ligações de Getúlio com os Klabin eram antigas. Nas negociações com Franklin Delano Roosevelt, que resultaram na criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), entrou um acordo paralelo que garantiu à Klabin o fornecimento de placas de aço (cuja produção era quase privativa do exército americano) que permitiram a construção da Klabin Paraná.
Wolf conseguiu atrair para o Brasil Joseph Blumenfeld um dos judeus mais ilustres do século, concunhado Chaim Weizmann, primeiro presidente do estado de Israel.
Blumfeld era a grande figura internacional da química atômica e teve papel fundamental na criação do Estado de Israel, graças a uma barganha com a Inglaterra, consubstanciada na chamada “promessa Balfour”. Na Primeira Guerra, Rod Balfour prometeu o apoio inglês ao acordo de divisão do território palestino em troca da produção de acetona sintética, fundamental para o esforço de guerra inglês.
Junto com os químicos da Orquima, Blumenfeld desenvolveu uma tecnologia de extração do tório das areias monazíticas. Dois fatos concorreram para a Orquima não dar certo. O primeiro, a forte reação nacionalista contra a venda das areias monazíticas. O segundo, o fato da tecnologia do urânio ter saído vitoriosa sobre a do tório.
Com o tempo, a Orquima - que iniciou suas atividades produzindo cafeína - acabou absorvida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, presidida pelo engenheiro Álvaro Alberto.
Nos anos seguintes, a casa de Wolf Klabin receberia conspiradores e lideranças judaicas da fase inicial do Estado de Israel, de Golda Méier e Pinhas Safir, político influente de Israel.
Uma política racional poderia ter atraído para o Brasil um contingente enorme de cérebros judeus expulsos pelo nazismo. Mas ficou-se apenas nessa experiência. O país não estava preparado para ser grande.
Israel acabou indo fazendo mestrado em Matemática e Física. Depois, fez pós-graduação em Ciências Sociais na França e planejou ter vida acadêmica.
Quando seu tio Horácio Lafer tornou-se Ministro das Relações Exteriores, Israel anunciou sua intenção de não trabalhar na empresa da família. Acabou sendo colocado na Comissão Mista-Brasil-Estados Unidos, chefiada pelo engenheiro Ary Torres. Seus dois chefes eram Roberto Campos e o geólogo Glycon de Paiva.
A rede de relações dos Klabin se estendeu também aos Estados Unidos. Nos anos 40, Wolf se tornou grande amigo do embaixador americano Adolfo Berle Jr., professor de Columbia, presidente do Partido Liberal, e com grandes ligações com a ala mais avançada dos democratas. Berle Jr teve papel essencial no início da implantação das refinarias brasileiras, ao impedir que a Standard Oil torpedeasse o projeto.
Berle se tornou o maior amigo de Wolf por várias razoes. Uma das quais é porque, através dos seus serviços de inteligência, tinham a decisão sobre o Livro Negro, o registro sobre os colaboracionistas alemães na América do Sul. Israel foi criado com os filhos de Berle Jr.
Coube a Berle escrever o discurso de posse de John Kennedy, no qual foi lançada a tese da reformulação da política externa americana com a América Latina, em resposta às pressões da OPA (Operação Panamericana, organizada por Augusto Frederico Schmidit no governo JK).
Em seguida, Kennedy promoveu uma espécie de upgrade dos Latin American Desks, os escritórios de representação que haviam sido relegados a papel meramente burocrático.
O passo seguinte foi constituir um Conselho dos Nove Sábios, um dos quais o economista Rosenstein-Rodan, do MIT, professor de Israel. Do lado brasileiro, um dos nove era Rômulo de Almeida, o homem que desenhou a Petrobrás, na condição de assessor econômico de Getúlio Vargas. Outro era Arthur Schlesinger Jr, falecido dias atrás.
Israel se integrou ao grupo e passou a freqüentar a Casa Branca. Na época, o embaixador brasileiro em Washington era Roberto Campos, e o representante brasileiro no FMI Alexandre Kafka.
O grupo começou a trabalhar país por país. Quem comandava o projeto da Aliança para o Progresso era um porto-riquenho. A cabeça jurídica era William Rogers, do reputado escritório de advocacia Arnold & Porter.
Quando Kennedy morreu, Israel permaneceu amigo da família, especialmente de Ted Kennedy. Quando Jânio assumiu, a pedido do governo brasileiro organizou um encontro com Ted, que compareceu acompanhado de professores de Harvard.
Foi um fracasso completo. Jânio agiu com brutalidade sem tamanho com seu chanceler Afonso Arinos, colocado para fora da sala, porque o presidente não queria nenhuma autoridade do seu governo presente. Ficou dando ordens a Israel, que se limitou a intermediar o encontro. Na saída,a comitiva americana ficou com a nítida impressão de que Jânio era louco." (Luiz Nassif - jornalista)

Celso Lafer tomou posse como “imortal” da Academia Brasileira de Letras, na cadeira do jurista Miguel Reale. Em seu discurso, relatou emocionado episódios acontecidos com seus primos, da família Klabin, e lembrou de seu bisavô, um judeu imigrante que chegou ao Brasil na década de 20. Terminou citando um ensinamento judaico da “Ética dos Pais”, que preconiza que as raízes são mais importantes do que as folhas.
No final, foi aplaudido efusivamente de pé por vários minutos. Lafer é professor titular da Faculdade de Direito da USP, foi chanceler e Ministro de Estado. Sua atuação foi fundamental no julgamento do nazista brasileiro Siegfried Ellwanger, quando elaborou um estudo entregue aos ministros do STF, por solicitação da Conib.
Com a Segunda Guerra em curso, Getulio Vargas deu início ao seu plano de substituição de importações para produzir aqui itens essenciais que já faltavam naquele início dos anos 1940, entre eles o papel imprensa. A Unidade Monte Alegre começou a ser construída em 1942 para atender àquela demanda. 
Em 1945 a Unidade foi inaugurada, possibilitando uma produção de papel numa escala até então inédita no País. Já em 1946 a produção atingia 40 mil toneladas de papel. Nos anos 1950, década marcada pela consolidação do empreendimento, foram produzidas 85 mil toneladas de papel/ano. O crescimento era contínuo e, em 1963, foi inaugurada a máquina de papel nº. 6, considerada a maior máquina de papel imprensa da América Latina. Em 1978, foi instalada a máquina de papel nº.7 e a produção anual chegou a 350 mil toneladas. 
Como resultado de expansões nas áreas fabril e florestal, a Klabin atingiu a produção de meio milhão de toneladas em 1988. A década de 90 e o novo milênio foram marcados pela busca do aprimoramento tecnológico e ganhos de produtividade aliados à qualidade e desenvolvimento socioambiental. O impulso culmina com o Projeto MA-1100, que já contribuiu para que a Unidade Monte Alegre fixasse mais um marco: no último dia 25 de agosto de 2008, a fábrica atingiu o volume de 20 milhões de toneladas (líquidas) de papel produzidas em toda a sua trajetória. 

Exemplo de sustentabilidade 

A Unidade possui hoje diversas certificações importantes, que confirmam seu alinhamento com as melhores práticas de gestão e qualidade vigentes. 
As florestas da Klabin no Paraná, que somam 270 mil hectares entre plantações de eucalipto e pínus e matas nativas, foram as primeiras do hemisfério Sul a receber o selo FSC (Forest Stewardship Council), a entidade mais atuante no mundo no monitoramento das melhores práticas de gestão florestal e de atividades derivadas. Agora, as áreas florestais da Klabin no estado acabam de ser recertificadas pelo FSC, tornando a Klabin a primeira empresa do setor de papel e celulose a completar 10 anos detendo o selo. O modelo de plantio praticado pela Klabin, chamado de mosaico, mescla florestas plantadas com áreas de matas nativas entremeadas, formando corredores ecológicos que permitiram a identificação, até aqui, de 629 espécies de animais, 15 delas consideradas raras, de acordo com o Ibama. A Klabin possui, para cada 100 hectares de florestas plantadas, 83 hectares de matas nativas preservados.
As áreas plantadas de eucalipto no Paraná contribuíram para que a Klabin consumasse, em janeiro de 2007, sua primeira venda de créditos de carbono, num total de 29,5 mil toneladas de CO2. O projeto total da Klabin levado à CCX (Chicago Climate Exchange) contempla 32.000 hectares de florestas plantadas de eucalipto.
Em 2006, a empresa conquistou o selo FSC para a sua cadeia de custódia de produção, no Paraná, de papelcartão e kraftliner, papéis utilizados para a confecção de embalagens. 
A Klabin no Paraná foi a primeira empresa do mundo a receber o certificado FSC pelo manejo de plantas medicinais, fitoterápicos e fitocosméticos, em 1999. A certificação da cadeia de custódia dos produtos florestais não-madeireiros ocorreu em 2001.
A Klabin, maior produtora, exportadora e recicladora de papéis do País, inaugurou na última segunda-feira, 15 de setembro, em Telêmaco Borba (PR), o Projeto de Expansão MA-1100, maior investimento de seus 109 anos de história e um dos mais importantes já feitos por uma empresa brasileira do setor de papel e celulose. 

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Tragédia em Kamień Pomorski

Foto: Marcin/Alert24 Gazeta

Um incêndio de grandes proporções irrompeu a meia-noite desta segunda-feira no Hotel Socialnego, na cidade de Kamień Pomorski, fronteira Noroeste da Polônia. Pelo menos 21 pessoas morreram, entre estas um bombeiro. Outras 77 ficaram feridas. Uma pessoa ainda está desaparecida. O prefeito da cidade Bronisław Karpiński disse que 41 pessoas tinham sido salvas.
O fogo teria começado na parte frontal-esquerda do edifício. O primeiro grupo de bombeiros chegou ao local aos 20 minutos da madrugada. Neste momento pelo menos 20 metros do teto do edifício já estava em chamas. Participaram no socorro 75 bombeiros e 21 caminhões de bombeiros. Muitos tentaram sair pelas janelas e jogaram suas crianças para que os bombeiros as agarrassem, colocando-as a salvo. O fogo só foi controlado após três horas de trabalho.
O Presidente da República Lech Kaczyński imediatamente decretou luto nacional.
O premier Donald Tusk já esteve no local da tragédia e prometeu a liberação de 4 mihões de złotych em ajuda. Tusk tinha na mão uma mensagem do presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Barroso com as condolências. Também o presidente da Ucrânia enviou mensagem dizendo-se bastante triste com a tragèdia. Wiktor Juszczenko enviou o telegrama para Kaczyński. Este por sua vez está se encaminhando para a cidade do trágico incêndio.
Um promotor e equipe de investigadores está no local procurando saber as causas do que teria causado a destruição do hotel. 


Foto: Agência PAP

domingo, 12 de abril de 2009

A maior pisanki de Páscoa


Wielkanocne życzenia - Gazeta Wyborcza


Świąt radosnych, 

pełnych wiary, 

dobroci i miłości 

życzy 
wszystkim Czytelnikom  
JAROSIŃSKI DO Brasil.
Ulisses iarochinski

sábado, 11 de abril de 2009

Misteria Paschalia em Cracóvia


Como parte da programação do 6º. Festival Misteria Paschalia, que acontece em Cracóvia, nesta semana de 6 a 13 de abril, o concerto deste sábado de Aleluia, será na Capela de Santa Kinga, na Mina de Sal de Wieliczka, com início às 20.00 horas.

O concerto "La Settimana Santa a Napoli nel Seicento" tem a participação de:

Francesco Provenzale – Dialogo per la Passione
Giovanni Vittorio Majello – Quasi cedrus
Giovanni Maria Sabino – Crux Fidelis
Giovanni Maria Sabino – Jesu corona coelsior
Pietro Andrea Ziani – Sonata a 5
Giovanni Salvatore – Stabat Mater
Giovanni Salvatore – Litanie per la Beata Vergine Maria

Cristiana Arcari – soprano
Valentina Varriale – soprano
Eufemia Tufano – mezzosoprano
Giuseppe De Vittorio – tenor
Rosario Totaro – tenor
Giuseppe Naviglio – baixo

Cappella della Pietà de’ Turchini
Antonio Florio – maestro

O conjunto de Nápoles existe há mais de vinte anos sempre com a direção de Antonio Florio. Atualmente é membro das formações europeias especializadas em música antiga. Do repertório mais executado do grupo fazem parte músicas napolitanas dos séculos XVII e XVIII. A Cappella della Pietà de’Turchini já se apresentou praticamente em todo o mundo, como por exemplo no Konzerthaus de Viena, Cité de la Musique em Paris, Teatro San Carlo de Napoles, Teatro de la Zarzuela de Madrid, Teatro Olimpico de Roma e nos festivais internacionais de Barcelona Early Music Festival, La Coruña Mozart Festival, Festival do Pais de Gales, BBC Early Music Festival e festival de Beaune.

Bolek e Lolek de férias

O desenho animado na Polônia, tem em Bolek (diminutivo de Bolesław - Boleslau) e Lolek (diminutivo de Karol - Carlos) seus personagens mais famosos. Neste filme, os dois fazem uma viagem de férias de Bielsko Biała, cidade ao Sul do país, quase fronteira com a Eslováquia, até o Norte, nas praias do Mar Báltico.



O desenho tem roteiro e conceção artística de Władzysław Nehrebecki e Leszek Mech, trabalhos plásticos de Tadeusz Depa, com música de Tadeusz Kocyba, desenhos e animação de Ryszard Lepióra, Wiktor Kasza, Tadeusz Wyroba e Janusz Jamróg, com decoração de Stefania Dąbrowiecka, fotografia de Dorota Poraniewska, som de Otokar Balcy, Montagem e efeitos especiais de Alojzy Mol, direção de produção de Romana Miś e direçao de Ryszard Lepióra.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sexta "Wielki piątki" da Paixão na Polônia

A sexta-feira da paixão na Polônia Católica Apostólica Romana teve muita procissão. A reportagem do canal de informação da Telewizja Polska TVPInfo mostra um panorama das comemorações que vai de Varsóvia a Kalwaria Zebrzydowska, a 20 km de Cracóvia, com homília do Cardeal Arcebispo Metropolitano de Cracóvia, Stanisław Dziwisz (secretário particular do Papa João Paulo II) por 4 décadas. Na catedral, onde Karol Wojtyła despertou para sua vocação sacerdotal, ainda criança, o cardeal Dziwisz falou para mais de 100 mil fiéis que os políticos cinicamente "matam a verdade" ao aprovarem leis que favorecem o aborto. A reportagem é de Joanna Bukowska

PO sobe PiS cai


O semblante calmo de Tusk - Foto: Wojciech Olkuśnik

Metade dos polacos querem votar nas eleições para o partido da Platforma Obywatelska (PO) segundo sondagem publicada pelos dois maiores jornais do país, "Gazeta Wyborcza" e "Rzeczpospolita".
O interessante, segundo a pesquisa do "Rzeczpospolita" é que as intenções de voto para o partido do primeiro-ministro Tusk cresceu na última semana de 48% para 59%, enquanto a queda do partido PiS dos gêmeos Kaczyński foi de 6% e agora está apenas em 24%. O SLD do ex-presidente Aleksander Kwaśniewski cresceu para 12%.
Para o Prof. Ireneusz Krzemiński, sociólogo da Universidade de Varsóvia a pesquisa reflete o que andou ocorrendo na última semana, entre outras coisas, com a votação no Congresso de quem deve representar a Polônia nas reuniões de Cúpula da União Européia. A maioria da sociedade entende que esta é uma tarefa para o primeiro-ministro, mas o presidente Lech Kaczyński e seu gabinete reagem de forma arrogante na questão. Também o modo como se comportou o presidente da República na escolha do novo chefe da OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte, não apoiando o ministro das relações exteriores Radosław Sikorski, por ele ser do Platforma Obywatelska que segundo o sociólogo foi antipatriótico.
Para o jornalista da Gazeta WyborczaMariusz Jałoszewski, a queda do PiS também foi consequência do conflito causado pelo lançamento do livro do mestre em história da Universidade Iaguielônia e funcionário do Instituto da Memória Nacional, Paweł Zyzak destilando mentiras contra Lech Wałęsa
Na opinião de Jałoszewski, a maioria dos polacos confia em Wałęsa e está atento as tentativas dos Kaczyński de politicamente destroçar o status de herói de Lech Wałęsa no panteão nacional. Além disso o gêmeo Jarosław Kaczyński, presidente do PiS tem um rosto agressivo, enquanto Donald Tusk, o primeiro-ministro é o preferido pelo seu semblante de paz.

Prefeitura não pagou ainda o túnel

Foto: Mateusz Skwarczek

O consórcio ZUE e Budostal 5 encerrou o contrato com a Agência de Desenvolvimento da Cidade de Cracóvia na construção do tubel para o tranwaj rápido (bonde elétrico), pois não recebeu 30 milhões de  zł. Os empresários querem entrar na justiça.
Meio ano atrás o consórcio assinaram contrato para a conclusão do túnel entre a rotatória Mogilsko e a ulica (ulitssa - rua) Pawia.  Os trabalhos orçados em mais de 160 milhões de złterminaram em 11 de dezembro de 2008. Pouco tempo depois, o prefeito Jacek Majchrowski depois de muitos anos de espera inaugurou com pompa a linha de tramwaj Krowodrza Górka e Kurdwanów. No trecho circula a linha 50 do tramwaj.
Para quem chega em Cracóvia depois de não ter estado aqui há seis anos, as mudanças ocorridas na região da Estação Central Ferroviária são muitas, a começar pela estação rodoviária implantada, o maior shopping center da europa e finalmente ares de metrô, justo na conexão entre a rodoviária e a ferroviária...escadas rolantes que levam ao subssolo para a linia 50 do tramwaj. Tudo muito bonito e moderno, mas aqui demora de três meses em pagar dá problemas com a justiça.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Feliz Semana Santa


Serdeczne Życzenia
Radosnych Świąt
Wielkanocnych


O quadro de Jacek Waltoś faz parte da coleção do Museu Nacional da Polônia, em Cracóvia, foi pintado, em 1971, e tem como título "Piedade de Avignon".

Banqueiros mesquinhos

A manchete principal do jornal Gazeta Wyborcza, desta quinta-feira, 9 de abril de 2009 é: "Banqueiros Mesquinhos".
E na coluna da esquerda a manchete é: "TVP não quer o filme de Sendlerowa".
Esta notícia diz que o atual presidente da Televisão pública Polaca não quer assinar o contrato de co-produção do filme sobre Irena Sendlerowa, polaca que durante a segunda guerra mundial salvou 2.500 crianças judias da morte. O filme que está sendo produzindo por Norte-americanos tem orçamento previsto de 11 milhões de dólares, os produtores querem 5 milhões de złotych da TVP além do fornecimento de material de arquivo sobre a heroína dos polacos e dos judeus.

Festa em Kołobrzeg

Foto: Marcin Koczan – Discovery Historia

Em 21 de março algumas milhares de pessoas participaram das comemorações dos 64 anos da vitória do batalhão polaco que recuperou Kołobrzeg para a Polônia. A festa foi no mar Báltico.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Polaco feito de Curitiba

Foto: blog do cartunista Solda (Itararé-Curitiba)


já quis morar em nova york das mil gentes
amsterdam de todos os bagulhos
tóquio dos mil sóis nascentes
e até são paulo coberta de entulhos
mas não, fui ficando por aqui mesmo
o mundo é pequeno pra mais de uma cidade
e minha vida é tudo que tenho
curitiba entrou nela e, pra minha felicidade,
no seu ecossistema existiam potys leminskis
soldas prados trevisans mirans vellosos
ivos alices buenos buchmanns guinskis
koproskis rogérios pilares franças rettamozos
paixões backs bárbaras shoembergers hirsts
minha mãe meu pai tios avós irmãos primos
gente do mundo inteiro como meus vizinhos

já quis morar em outros planetas, outras galáxias
mas eu sou feito de curitiba da cabeça aos pés
correm em minhas veias seus bosques, ruas, praças
vanzolins, marildas, coronas, diedrichs, josés
em cada uma de minhas moléculas, átomos, partículas
collins kolodys lours farias tatáras cardosos
leprevosts góes vulcanis smaniottos claudetes
dantes recchias bettegas setos viralobos
sneges justens arnaldos octávios bergers
e fui ficando cada vez mais parecido com curitiba
e fui algemado a essa minha alma gêmea
estrela de cada dia estendida por toda minha vida
minha mulher, minha puta, minha santa, minha fêmea
do berço ao túmulo, minha caminhada inteirinha
eu, antonio thadeu wojciechowski, polaco da barreirinha
Autor: Antonio Thadeu Wojciechowski

Exposição de fotos da Varsóvia de 1944

Foto: Divulgação da exposição

Desde hoje, cartazes dispostos ao longo da calçada da rua Krakowska Przedmieście, até 24 de maio, em Varsóvia, acontece a exposição de fotografias organizada pelo "Dom Spotkań z Historią" (casa de encontros com a história) "Warszawa z wysoka, niemieckie zdjęcia lotnicze z National Archives w College Park" (Varsóvia do alto, fotografias áereas do Arquivo Nacional no Parque College).
São 30 painéis com mais de 40 fotos. A maioria delas mostra bairros de Varsóvia no dia 30 de agosto de 1944. Pode se ver nelas os bairros de Praga, Annopol, Ochota, Stary Mokotów e Las Bielański. Todas as fotos foram feitas pelos alemães nazistas que destruíram a capital polaca.
A foto de 26 de outubro de 1944 foi tirada três semanas depois da derrocada do Levante de Varsóvia. A maioria das fotos foram encontradas por Zygmunt Walkowski no Museu de Washington, nos Estados Unidos. A exposição é livre.

Concurso de fotografia: Judeus em Wrocław

Foto: Paweł Kozioł
A "Fundacja Pro Arte", a "Gmina Wyznaniowa Żydowska" de Wrocław, o "Dolnośląskie Centrum Fotografii Domek Romański" em colaboração com o jornal "Gazeta Wyborcza". anunciaram a realização do concurso fotográfico "Wrocław: oblicza żydowskości". O concurso faz parte do "XI Festival da Cultura Judaica Simcha.
Durante muitos anos viveram em Wrocław muitos polacos de origem judaica, que deixaram marcas na cidade. Entre estes, dois cemitérios e a Sinagoga pod Biały Bocian".
O concurso é aberto a fotógrafos amadores e os trabalhos podem ser inscritos em duas versões, papel e CD até o dia 8 de maio, vale a data do selo postal. Os temas são abertos, mas devem ser sobre a presença judaica na cidade. Endereço para envio dos trabalhos; DCF "Domek Romański", pl. Nankiera 8, 50-140 Wrocław.
A melhor fotografia do concurso será exposta durante a realização do festival Simcha e posteriormente publicada pelo jornal "Gazeta Wyborcza".

terça-feira, 7 de abril de 2009

Stelmachowski nie żyje

Foto: Jerzy Gumowski

O ex-presidente do Senado da Polônia e presidente da Wspólnota Polska, Andrzej Stelmachowski faleceu ontem em Varsóvia.
ex-ministro da educação da Polônia, esteve várias vezes ao Brasil, na condição de presidente do senado e da Wspólnota e muitas realizações culturais e folclóricas junto aos brasileiros descendentes de Polacos contou com seu apoio, financeiro inclusive.
Andrzej Stelmachowski, reconhecido jurista e político, nasceu em 1925 em Poznań. Durante a segunda guerra mundial lutou com junto os resistentes da Armia Krajowej. De 1962 a 1969 foi professor na Universidade de Wrocław. Após se formar em direito lecionou em escolas superiores em Poznań, Varsóvia, Wrocław e Białymstok. Em 1969 recebeu o título de professor pela Uniwersytet Warszawska. Em 1980 fez parte do Sindicato Solidariedade e em 1990 criou a Wspólnota Polska, entidade nos moldes de um Instituto Cervantes, Instituto Camões e Instituto Goethe.

Festa de polacos em Curitiba


Quadro do pintor Paul Garfunkel, "Festa de Polacos", pintado em 1979, em Curitiba.
Garfunkel nasceu em Fontainebleau, na França e emigrou para o Brasil aos 27 anos, e como disse Luiz Roberto Soares "explicitou e reiterou a descoberta do Brasil como ponto de partida daquilo que Valéry denominou o "imprevisto" no processo de criação. Daí haver considerado a seqüência de acidentes que se seguiram à sua chegada - a revolução de 30 e o desemprego, as novas tentativas empresariais em Santos, Mallet, Cruz Machado, no interior do Paraná, até a fixação em Curitiba, na década de 40 - como concorrentes insólitos para que tivesse início sua carreira de artista. Mas será a terra, sempre a terra, a paixão que acabaria transformando Garfunkel no "pintor brasileiro", identificação indissociável e auto-definição absolutamente precisa."

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Domingo de Ramos na Polônia

Foto: Bartosz Siedlik

A Polônia parou na manhã de ontem para realizar procissões e missas em lembrança do Domingo de Ramos e entrada da semana santa. As Palmas coloridas foram levadas para todos os cantos do país, nesta foto em Lipnica Murowana a cerimônia contou a exposição do concurso "Palma de Lipnica Józef Piotrowski", que se realiza desde 1958. O concurso é organizado pelo Administração do Distrito, Małopolskie Centrum Kultury Sokół de Nowy Sącz e pela Paróquia de Santo André Apóstolo.São três as categorias no concurso, para as palmas mais artísticas segundo o tamanho, até 3 metros, de 3 a 10 metros e acima de 10 metros de altura.
Os organizadores estimaram que mais de 15 mil turistas e peregrinos vieram a pequena cidade neste domingo.
A localidade fica na região da Małoposka (Pequena Polônia) a 55 km de Cracóvia, próximo ao município de Bochnia.

domingo, 5 de abril de 2009

Chełm, uma cidade judaica

Centro de Chełm - Foto: Ulisses Iarochinski

A etimologia sobre o nome da cidade de Chełm (pronuncia-se réu-m) permanece indefinido, embora linguístas afirmem que a palavra deriva da raiz eslava helm ou holm que significaria colina. De fato, o centro da cidade se encontra numa colina, chamada de "Góra Chełmska". Outros dizem que seria na verdade uma variante de raiz Celta.
Em 981, o local era habitado pela tribo eslava dos ledzianos e passou a fazer parte do principado de Kiev, junto com as terras de Czerwień. Vladimir-o Grande teria construído um castelo ali 1001. Com os polacos conquistando Kiev en 1018, toda aquela região voltou para os domínios da Polônia. Nova guerra e Kiev a recuperou em 1031.
Em 1235, Daniel Romanovich de Halych outorgou a Chełm o estatuto de cidade e a transformou na capital do Principado da Halych-Volinia. Até o século 16, a cidade se desenvolveu como parte daquele principado com o nome de Principado de Chełm e Bełz. Mas 1366, o rei polaco Casimiro-o Grande recuperou a cidade para o reino da Polônia e a convirteu em sede de um bispado católico. Em 14 de janeiro de 1392, com a elevação a cidade pela Lei de Magdeburgo, ela ganhou uma maior autonomia.

Catedral Católica Romana - Foto: Ulisses Iarochinski

E foi somennte a partir de 1492 que começaram a surgir as primeiras referências sobre a presença de judeus na cidade. Em 1566, o rei Zygmunt August concedeu privilégios a comunidade judaica ali estabelecida.
Em 1629, Chełm era habitada por 2.600 pessoas, incluindo cerca de 800 judeus (31% da população). Durante o Levante de Chmielnicki, em 1648, quatrocentos judeus perderam suas vidas. No final do século 18 havia 245 casas na cidade, destas, 147 casas eram ocupadas por judeus. Ao redor da Praça do Mercado existiam 49 edificações, 47 delas pertenciam a judeus. O centro do bairro judeu estava localizado no setor Sul da Praça do Mercado. No início do século 19, o rabino Natan de Chełm estabeleceu na localidade uma dinastia Hasídica. Os Hasidícos logo construíram sua sinagoga na cidade.
Em 1846, a cidade era habitada por 3.461 pessoas, das quais 2.570 eram judias (68,5%). Em 1903, os registros de Kahal incluiam, uma sinagoga, uma casa de oração, seis escolas de oração, 45 heders, duas casas de banho e um cemitério. No período entre as duas Guerras Mundiais circulavam na cidade cinco jornais judaicos.
Os judeus de Chełm eram personagens bastante populares e naturalmente foram sendo criadas várias anedotas e piadas, onde o elemento judeu simbolizava sempre a estupidez. Coleções destas irônicas piadas foram publicadas em livretos que alcançaram relativo sucesso editorial naqueles tempos.
Em 1939, Chełm contava com uma população de 31.000 habitantes, metade dos quais eram judeus. Os nazistas realizaram execuções em massa de judeus na cidade, a partir do início da guerra. Em 1942 e 1943, os judeus daqui foram transportados para os campos de extermínio de Sobibór e Majdanek.
Entre as edificações judaicas da cidade só restaram após a guerra o cemitério e a nova sinagoga. A primeira delas tinha sido erigida em meados do século 16. Mais tarde, outras sinanogas foram sendo sucessivamente construídas. Porém incêndios as destruíram e elas eram reconstruídas e modificadas. A Grande Sinagoga estava situada nas proximidades da Ulica (ulitssa - rua) Jatkowa, contudo foi destruída pelos alemães nazistas em 1940.
A única sinagoga que ainda permanece de pé foi erguida em 1914. Durante a Segunda Guerra Mundial, os alemães de Hitler a devataram. Mas foi restaurada no período comunista e passou a sediar o Dom Technika (Casa Técnica), isto, a partir de 1987. Ela é a chamada Pequena Sinagoga e fica na esquina da ulica (rua) Kopernika com ulica (rua) Rrzywa. Atualmente o imóvel que foi comprado anos atrás por um empresário local, foi transformado no restaurante Saloon Mckenzee. Uma ONG internacional formada por judeus nascidos e seus descendentes na cidade pretende recuperar o edíficio para que volte ter as funções de Sinagoga.

Pequena Sinagoga - Foto: Ulisses Iarochinski

A arquitetura da Pequena Sinagoga e os arranjos das salas foram preservados. Os detalhes arquitetônicos do teto tiveram que ser reconstruídos. O pórtico na parte frontal do prédio e a sala de orações, que agora é um salão de festas, permanecem os mesmos de antes. O mobiliário do salão, contdudo, agora são modernos. Mas a balaustrada na parte inferior da escada continua a original.
O cemitério judeu, localizado na esquina da ulica (rua) Starościńska com a ulica (rua) Kolejowa, foi criado em meados da segunda metade do século 16. Mas alguns escritos hebraicos lidos em algumas lápides sugerem que já já tinham sido enterradas pessoas lá desde a primeira metade do século 15.
Os alemães destruíram o cemitério e pavimentaram as ruas e praças com as lápides (por exemplo, na área onde funcionava a Gestapo). Estas lápides permaneceram ali. Na década de sessenta uma parte considerável do cemitério foi transformada em parque. Mais de 100 lápides, a maior parte delas em ruínas, foram deixadas ao longo do muro Sul do cemitério. Muitas lápides foram devolvidas às sepulturas no restaurado cemitério.
Atualmente Chełm é uma cidade pertencente a Voivodia Lubelska, que tem como capital Lublin e tem status de munícipio Estende-se por uma área de 35,28 km², com 67.887 habitantes, segundo o censo de 2007, tendo portanto uma densidade populacional de 1.924 hab/km². Está a 25 km da fronteira com o atual território da Ucrânia.
Nasceram em Chełm, entre outros, Mykhailo Hrushevsky, historiador e político ucraniano, Ida Haendel,violonista, e pelo menos dois brasileiros naturalizados, o sr. Icek Dawid Kielmanowicz, (ainda vivo e saudável), em São Paulo e o sr. David Lorber Rolnik (falecido ano passado), de Curitiba.

Casa onde viviam os Kielmanowicz - Foto:Ulisses Iarochinski

sábado, 4 de abril de 2009

O polêmico Instituto da Memória



Envolvido na polêmica do livro "Lech Wałęsa - Idea i Historia" do mestre em história pela Universidade Iaguilônia, Paweł Zykak, o Instituto da Memória Nacional e Comissão para o julgamento dos crimes contra a Nação polaca, foi tema de acalorados debates nas televisões da Polônia durante a semana. Já na segunda-feira, no programa de Tomasz Lis, foi realizada uma enquete por telefone com os telespectadores e o resultado foi: 67% pela sua extinção e 33% pela sua continuídade.

Mas o que é o IPN - Instytut Pamięci Nadorowej?
Instituído pelo Parlamento polaco, em 18 de dezembro de 1998, através de lei especial, o IPN é dirigido por um presidente, cujo cargo é independente dos poderes públicos e eleito para um mandato de cinco anos. O Instituto iniciou suas atividades em 1º. de julho de 2000, com sede em Varsóvia. Possui onze filiais em algumas das cidades mais importantes da Polônia, onde estão localizados os Tribunais de Apelação. Além disso possui sete delegações em todo o país.
O Instituto da Memória Nacional foi criado para tratar de questões que são consideradas essenciais para o poder legislativo na Polônia, principalmente para preservar a memória dos prejuízos sofridos pela Nação polaca, resultantes da II Guerra Mundial e também do período do pós-guerra; lembrança das tradições de luta patrióticas contra os ocupantes, o nazismo e do comunismo; dos esforços dos cidadãos na luta por um Estado polaco independente, em defesa da liberdade e da dignidade humana. Entre seus deveres estão os de reprimir crimes contra a paz, a humanidade e crimes de guerra; a necessidade de compensar os danos sofridos pelos que foram reprimidos e pessoas lesadas nos momentos em que os direitos humanos eram desobedecidos pelo Estado.
Expressando com isto a convicção de que nenhuma ação ilegal do Estado contra seus cidadãos possa estar protegida por sigilo, ou ser simplesmente esquecida. Já no capítulo da Comissão para o julgamento dos crimes contra a Nação polaca, os chamados crimes comunistas são entendidos como aquelas ações realizadas por funcionários do Estado Comunista no período de 17 de setembro de 1939 a 31 de dezembro de 1989 e que tiveram o intuito de reprimir indivíduos e grupos de pessoas, infringindo com isto os direitos humanos. Crimes contra a humanidade são compreendidos, principalmente, como crimes de genocídio definidos pela Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio de 9 de dezembro de 1948, bem como outras formas de perseguição e opressões por agentes oficiais que foram dirigidas contra pessoas que pertenciam a uma nacionalidade, grupo político, social, racial ou religioso.
De acordo com os princípios veiculados no direito internacional, sem limitação legal, aplica-se aos crimes de guerra, crimes contra a paz e crimes contra a humanidade, quer sejam cometidos em tempo de guerra ou em tempo de paz, independentemente da data da sua constituição.
Assim, o IPN é responsável por recolher, avaliar, custodiar e divulgar a documentação criada entre 22 de julho de 1944 e 31 de dezembro de 1989 pelos serviços de segurança do Estado polaco. A documentação também inclui registros relativos aos comunistas, nazistas e outros crimes cometidos contra cidadãos polacos, no período de 1º. de setembro de 1939 a 31 de dezembro de 1989, bem como repressões políticas incetadas pelos funcionários dos antigos órgãos de investigação e de justiça polacos daqueles tempos. A documentação relativa às atividades dos órgãos de segurança é tema de maior interesse do IPN. O acesso aos registros do IPN é concedido a estrangeiros, numa base de reciprocidade.
Outra importante responsabilidade do Instituto é o de investigar crimes nazistas e comunistas, bem como crimes de guerra e crimes contra a humanidade e da paz. O IPN é obrigado a investigar crimes contra a Polônia, não só nacionais, mas também de outros cidadãos de nacionalidade polaca e de outros cidadãos que foram prejudicados no território polaco.
Finalmente, o IPN é encarregado da educação pública e tem se empenhado na investigação no que diz respeito aos anos 1939-1989, bem como a divulgação dos resultados da investigação sob a forma de publicações, exposições, seminários e de outras formas.
As atividades realizadas pela IPN enquanto cumpre a sua missão deve ter em consideração a necessidade de proteger os dados pessoais das pessoas reprimidas.
O Instituto possui quatro departamentos, Comissão para o julgamento dos crimes contra a Nação polaca, Instituto de Preservação e Divulgação dos Arquivos, Educação Pública.
Seu atual presidente é Janusz Kurtyka, cracoviano, doutor em história e filosofia pela Universidade Iaguielônia.
Tudo estaria correto, se IPN após a chegada dos irmãos Kaczyński não houvesse se transformado num tribunal de inquisição, nos moldes das caças às bruxas da idade média. As bruxas para o IPN são os funcionários públicos que serviram ao governo e ao partido comunista derrubados em 1989.
Suas polêmicas divulgações, suas pesquisas e publicações parecem orientadas políticamente contra os inimigos e adversários do Partido PiS (Prawo i Sprawdliwości - Direito e Justiça) de forte inclinação conservadora e direitista. No afã de mostrar serviço para seu chefes maiores, os gêmeos Kaczyński, seus funcionários não se detêm em mentiras e provas infundadas.
O Ex-presidente da República Aleksader Kwaśniewski, da atual Social-Democracia polaca, disse esta semana que o Instituto deixou de ser da Memória Nacional para se transformar em Instituto da Mentira Nacional.

O portal do IPN pode ser acessado por http://www.ipn.gov.pl/

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Faculdade da UJ será investigada

Instituto de Historia da UJ - Foto: Michal Lepecki

O Ministério da Ciência e Ensino Superior anunciou, ontem, que a Faculdade de História da Universidade Iaguielônia, envolvida no polêmico livro "Lech Wałęsa - Idea i historia", lançado pelo ex-aluno Paweł Zyzak será controlada em caráter extraordinário.
A Ministra Barbara Kudrycka assinou pedido à Comissão Estatal de Credenciamento para que se faça ainda em maio em caráter extraordinário verificação rigorosa nos procedimentos educacionais e metológicos, incluíndo análise de orientadores e examinadores das bancas de defesa de dissertações de mestrado e teses de doutorado levadas a efeito na Faculdade de História da UJ. Um reexame de tal magnitude é a primeira vez que é realizado numa faculdade, segundo, Mareck Rocki da Comissão Estatal de Credenciamento.
O Diretor da Faculdade e catedrático de história Prof. dr hab. Andrzej Banach diz não temer a comissão, pois apesar da dissertação de Zyzak ter sido aprovada, a Universidade não tem nada a ver se esta foi publicada em forma de Livro. Nem mesmo que o chefe da editora Arkana seja o orientador da dissertação do ex-aluno.

Mas a verdade é que já há tempos coisas estranhas têm acontecido naquela faculdade, como afastamento de professores com passado de colaboradores do regime comunista, ou da não aceitação de temas para dissertações e mestrados que não estejam de acordo com o que estudam e se especializam os orientadores. Um estudante candidato a mestre ou doutor não tem liberdade de escolha de tema, pode até sugerir mas se nenhum professor não estiver estudando o assunto, o estudante não conseguirá pesquisar e escrever o que deseja.
No caso de Zyzak, seu tema, eminentemente político e não científico, não só foi aprovado, como mais tarde o próprio orientador tratou de publicar em forma de livro. Muitos dos professores desta faculdade estão de alguma forma ligados ao partido de inclinação direitista PiS (Direiro e Justiça) dos irmãos Kaczyński.
Segundo o ex-diretor do Instituto de História da faculdade, prof. Piotr Franaszek, "se alguém escolhe escrever sobre limitados costumes isto não não significa que esteja de acordo com os critérios de uma tese histórica, mas que escreve um livro com intenções sensacionalistas. Para mim como historiador tal assunto sobre a biografia de Wałęsa não me interessa". Seja como for, o mesmo professor, enquanto diretor do Instituto, que era na época da defesa da dissertação de Zyzak, e ainda como membro do conselho da Faculdade, permitiu que o trabalho de Zyzak, baseado em fontes anônimas e com bibliográfia duvidosa fosse escolhida, escrita e defendida. E ele poderia ter impedido.