terça-feira, 14 de maio de 2013

O livro Saga dos Polacos continua vendendo


Prefácio do livro "Saga dos Polacos - A história da Polônia e seus emigrantes no Brasil".

Conheci Ulisses lá pelos idos de 1976, tão logo havia eu chegado a Curitiba na condição de imigrante argentino. Leitor de Érico Veríssimo, interessado pelo Brasil e seu futuro, não nos surpreende que venha a se preocupar por aqueles que deixaram a vida e o sangue para fazê-lo arvorar, por aqueles que estão na origem deste Ulisses Iarochinski.
O resultado é uma conseqüência lógica, se quiser necessária: Saga dos Polacos. Pretender que seja um livro de história é uma exigência a que a obra não se propõe, exigir que seja uma exaltação polonesa dos polacos é contrária à visão do autor.
Entretanto é um livro de notável pesquisa e ricas informações, feito com a paixão de um descendente que rende homenagem a uma etnia da qual nosso Estado não pode deixar de sentir orgulho. Quem pode falar do Paraná sem falar dessa força, desse espírito que os polacos imprimiram? Paraná é tão polaca que quando casei com Jandyra (em tupy: "doce como mel") eu disse, casei com uma autêntica paranaense (na realidade ela não é tupy e sim filha e neta de polacos.)
O livro faz um percurso pela história da Polônia, tão sofrida e castigada ao longo dos séculos, e também pela história da imigração, não menos sofrida e castigada. Vida dura como pedra, mas não é em pedra dura onde melhor se lavra?
Ulisses nos conta como eles mesmos lavraram em pedra dura, desafiaram a intempérie com suas butkas e domy, atravessaram as falsas promessas com suas wielki wosy, aqueceram suas noites com Kapusniaki e adoçaram seus silêncios e suas broncas com sernik.
 Deparando-nos com a riqueza da etimologia das palavras, podemos notar que sendo o polaco eslavo, e o termo słowianie em polaco significa "verbo", "palavra", que é a arma da criação do mundo, e sua raiz sław significa "glória", deparamo-nos também que slavo em latim significa "escravo". Que relação poderia haver entre palavra, glória e escravo? Conforme nos ensinou Hegel, é o escravo quem faz a história - apesar de que seja o senhor quem leva a glória. Mas enquanto que o senhor precisa do escravo para se reconhecer, o escravo se reconhece através do seu próprio trabalho.
Noutras palavras, ninguém escapa de ser escravo, mas parece que o senhor é o pior deles, já que precisa do outro para se reconhecer. Um ,escravo do reconhecimento, o outro do trabalho.
Não é que estes eslavos tinham como farol a frase da Bíblia: o trabalho dignifica? Se o verbum divino - palavra em latim - criou o mundo o trabalho humano deu a continuidade, essa é a glória neste povo de palavra. E não devemos em grande parte a esta gente o fato de sermos reconhecidos no Brasil como um povo trabalhador?
Os primeiros plantaram batatas para fazerem crescer médicos, artistas, e poetas. Ulisses preocupa-se em recuperar o termo polaco ao invés de polonês, pois que este surge do preconceito com os "polacos", do preconceito do sofrimento desta gente.
Assim como os jovens da aristocracia paranaense usurpavam o corpo de uma polaquinha, também usurpavam a indígena, a negra, a italiana, a ucraniana, etc.. Preconceitos à parte, dos encantos femininos, quem é o verdadeiro escravo?
Disse Golias a Sanuel: Escolham um de vocês para lutar contra mim. Se ele for suficientemente forte para me vencer, nós seremos seus escravos.(Livro de Samuel 17). Davi não era suficientemente forte, mas astuto o suficiente.
A condição da mulher é outorgar na sua alteridade, um lugar ao homem. A força está no Dom e não no surrupiar, este livro nos mostra muito bem isso. Por quê negar aquilo que nos faz raiz, seja por seus aspectos positivos ou negativos? Ou por acaso todos os imigrantes de qualquer etnia foram fora de série, ninguém roubou, matou ou traiu?
A história, não só na Polônia, nos fala disso, mas, por exemplo, nem por isso todos os italianos são carcamani. O termo "polonês" de alguma maneira surrupia o que de mais sacrificado, doloroso e glorioso este povo encerra. O grande poeta falou : Meu coração polaco voltou, e voltará sempre enquanto hajam Leminskis, Iarochinskis, Morozowiczs, Osinskis, etc. Voltarão através desta mistura "viralata" que tanto dignifica esta terra.
E será mesmo que existe alguma raça pura, ou a história já se encarregou de "viralatá-la"? O povo polaco é fundamentalmente sua língua e se ele existe hoje como nação foi porque existiram Kosciuszkos e Piłsudskis que falavam polaco, porque existiu uma religião, a católica, que os manteve unido diante da invasão protestante e ortodoxa, e porque eram slavos, eram verbo, palavra, escravos.
Senão como poderiam ser tão facilmente enganados com as promessas feitas pela elite brasileira se eles não fossem gentes de palavra? Como bons eslavos sonhavam com a liberdade, não foi por acaso nas senzalas que surgiram os Quilombos?
Ulisses Iarochinski nos toca fundo quando fala de Cruz Machado e de todo o drama que representa este nome para a coletividade polaca, mas ao mesmo tempo que caboclos tiravam vantagem de um povo de figura e língua estranha, tinha outros como o farmacêutico Antiocho Pereira que entregou-se por inteiro, como um "Bom Samaritano", para salvar a este povo da epidemia.
Passarão os anos e o Brasil haverá de integrar as etnias que o engrandeceram e enalteceram, assim como a selva Amazônica tomou conta da Transamazônica. Mas marcas de sua passagem continuarão sto lat sto lat , "cem anos cem anos" nos hábitos, nos costumes e na origem gravada nos sobrenomes Leminski, Wachowicz, Nadolny, Saporski, Morozowicz, Iarochinski, Bodziak, etc..
Niech żyje żyje nam, que viva que viva para nós, paranaenses e brasileiros. 

Hugo Mengarelli - Professor de Teatro e Cinema da UFPR. Diretor da Companhia de Teatro PalavrAção da UFPR e dramaturgo.

Exumação de vítimas do comunismo na Polônia

Fotos: Wojtek Radwanski / AFP
Depois de mais de um ano, chegou ao fim nesta segunda-feira, o processo de exumação de um túmulo coletivo da era stalinista no cemitério militar de Varsóvia, Polônia.
Acredita-se que o túmulo tenha restos mortais de cerca de 200 pessoas, vítimas do regime comunista polaco durante o regime pós-Segunda Guerra Mundial. "Durante a primeira etapa de trabalho no último verão, conseguimos exumar os restos de mais de cem vítimas", disse Krzysztof Szwagrzyk, oficial do Instituto da Memória Nacional que acompanhou o projeto.


No ano passado, o instituto exumou restos mortais de 117 supostas vítimas de uma era de terror stalinista que durou de 1948 a 1956 e caçou partidários antinazistas e antisoviéticos polacos.
Os restos foram removidos para o teste de DNA do Cemitério Militar de Powazki, na região central de Varsóvia. O objetivo do projeto é encontrar os restos mortais do general Emil Fieldorf, chefe da resistência armada antinazista da Polônia, e de Witold Pilecki, herói polaco que se infiltrou voluntariamente no campo de concentração de Auschwitz com a intenção de divulgar o que viu. 
Depois da guerra, os dois heróis da resistência foram acusados de traição e sentenciados à morte pelas autoridades comunistas na Polônia, fiéis ao ditador soviético Jozef Stalin.



Fonte: AFP

Força Aérea americana treina na Polônia


A Força Aérea dos Estados Unidos começa uma série de exercícios de duas semanas de duração na Polônia.
Cerca de 150 pilotos norte-americanos e seis caças-bombardeiros F-16 chegaram ao país para participarem das manobras e estão agora estacionados na base da aviação tática na cidade de Lask.
Os demais militares norte-americanos continuarão a chegar na Polônia até 26 de maio. Segundo o chefe da Força Aérea polaca, general Lech Majewski, o principal objetivo dos exercícios é o treino dos pilotos polacos.
"As lições aprendidas com a colaboração diária com os americanos, serão utilizadas na preparação de nossas unidades para as tarefas decorrentes das obrigações polacas perante a OTAN", disse ele.
Durante a invasão do Iraque a Polônia adquiriu alguns aviões F-16 no valor de mais de seis bilhões de dólares.

Fonte: Rádio Voz da Rússia

sexta-feira, 10 de maio de 2013

O polaco que cruzou o Atlântico numa avioneta


No ano em que a passagem de Skarżyński pelo Brasil completa 80 anos, a exposição: “Um intrépido polaco em céu brasileiro: o feito extraordinário do aviador Stanisław Skarżyński (1933)” com curadoria de Dulce Osinski e Everly Giller, traz a história dessa viagem através de reproduções fotográficas documentos e recortes de jornais da época, além disso, uma maquete confeccionada por Axel Giller, réplica da aeronave RWD-5bis utilizada pelo piloto e um selo postal comemorativo e cartaz, criados pela artista plástica Everly Giller, foram especialmente criados para a data e poderão ser apreciados pelos visitantes.
Relembrar a proeza de Skarżyński é uma maneira de celebrar a história do povo polaco e a vinda desses imigrantes para o Brasil (fluxos migratórios ocorridos a a partir do século 19 até meados do século 20).
Ao cruzar o Atlântico num avião, o piloto polaco relembra o trajeto que muitos polacos fizeram a caminho das Américas. A exposição Skarżyński celebra esse momento, valorizando a memória e resgatando a história da etnia polaca no Paraná.
A exposição é uma realização do Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba e da Casa de Cultura Polônia Brasil e conta com o apoio da Sociedade Polono-Brasileira Tadeusz Kosciuszko, Museu Paranaense, Secretaria da Cultura do Paraná e Nexo Design.
Serviço: Exposição: Um intrépido polaco em céu brasileiro: o feito extraordinário do aviador Stanisław Skarżyński (1933).
Local: Museu Paranaense Rua Kellers, 289, São Francisco, Curitiba - PR Período: De 03 de Maio a 02 de Junho de 2013
ENTRADA FRANCA: Terça a sexta das 9 às 18h Sábado e Domingo das 10 às 16h

quarta-feira, 8 de maio de 2013

A sensação Ewelina Lisowska do rock polaco


A nova sensação do rock-pop polaco atende pelo nome de Ewelina Lisowska, nascida em 23 de agosto de 1991, é cantora, letrista e compositora.
É graduada pela Escola de Música de Wroclaw, na classe de violão clássico. Desde 2007, é a cantora da banda de hardcore "Nurth" onde passeia pelas notas melódicas ao grunhido.


No último dia 26 de abril de 2013 na Radio Eska lançou seu terceiro single, "Jutra nie będzie" (Amanhã não vem).
Ontem, 7 de maio,  Ewelina lançou seu álbum de estréia "Aero-plano".
No clip promocional ela se apresenta com uma maiô bastante sensual e provocativo... É uma bela morena polaca.

Curta no vídeo Ewelina Lisowska em "Jutra nie będzie"

terça-feira, 7 de maio de 2013

Filme "Mój Rower" exibido em Curitiba

Avô, pai e filho, morando em diferentes partes da Europa, se encontram depois de anos sem se verem para procurar a avó desaparecida.
A tarefa torna-se uma oportunidade de reconciliação de gerações. Dizem que os homens não entendem as mulheres. Imagine se, ainda por cima, não se entendessem entre eles mesmos!
A mais recente comédia dramática de Piotr Trzaskalski é um guia diferente pelo mundo masculino. Włodek (avô), Paweł (pai), e Maciek (filho) são forçados a conviverem durante alguns dias e não perdem nenhuma oportunidade para deixar a vida ainda mais difícil.
Será que realmente mais coisas os separam do que juntam? Será que existe um modo de compreender o ponto de vista masculino?

Procedência: Polônia, 2012
Duração: 90 min
Direção: Piotr Trzaskalski
Roteiro: Piotr Trzaskalski, Wojciech Lepianka
Fotografia e Câmera: Piotr Śliskowski PSC
Música: Przemysław Stangierski, Wojciech Lemański
Elenco: Artur Żmijewski, Michał Urbaniak, Krzysztof Chodorowski, Anna Nehrebecka, Witold Dębicki, Sawa Fałkowska;
Produtores Executivos: Marta Laryssa Plucinska, Paweł Pluciński;
Coprodução: Dariusz Gąsiorowski;
Produtora: Federico Film / www.federicofilm.com;
Coprodutora: TVN (emissora);
Classificação: 16 anos;
Gênero: Comédia dramática.

*Pronúncia dos nomes dos personagens principais: Włodek (vuódék), Paweł (pavéu), e Maciek (matchiék)

Exibição em Curitiba, durante a Semana da Europa, nos dias 8 de maio, quarta-feira,  às 17:00 horas e dia 10 de maio, sexta-feira, às 18 horas, no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura no Shopping Curitiba (Rua Brigadeiro Franco, 2300 - Curitiba/PR)

Euro: A Polônia assume posição privilegiada


Alex Corsini
Sucursal da União Europeia.

Varsóvia - A Romênia transferiu para 2020 sua integração à Zona do Euro, seguindo o exemplo das Bulgária, Hungria, República Tcheca e Lituânia, já a Polônia adotou atenta posição de compasso de espera, enquanto a Letônia é a única que mostra-se disposta a integrar-se à Zona do Euro.
Há um década, o euro era sinônimo de fácil e barato endividamento, mas, simultaneamente, passagem para participar do "núcleo duro" da propalada complementação europeia.
Hoje, esta participação do encanto transformou-se em pavor, não só por causa do alto, até proibitivo, custo político de gerenciamento governamental, mas, principalmente, pela incerteza com relação ao futuro da moeda comum europeia. 
A disposição de Letônia em integrar-se à Zona do Euro explica-se pela sua pequena dimensão geográfica e pela insegurança que provoca a vizinhança com a Rússia presente nos três países bálticos. Além disso, o governo de Riga tem sido submetido à mais cruel receita de saneamento fiscal pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em comparação com Hungria e Romênia, e não tem nada pior a temer.
O verdadeiro barômetro para o futuro da Zona do Euro, assim como para o destino da complementação européia, será - ao que tudo indica - a posição da Polônia, que já é considerada, atualmente, o mais importante parceiro da Alemanha e - avalia-se na França - como a força emergente que permite à Alemanha desdenhar hoje a França - seu parceiro de décadas - na estrutura europeia.
Já a Polônia, que há alguns anos era o mais importante esteio dos EUA no Velho Continente e que foi o parceiro que por pouco não inviabilizou a formalização do Acordo de Lisboa, ao denunciar o acordo para o gasoduto Northstream, terá no futuro incentivos políticos, principalmente, para integrar-se à Zona do Euro e entrincheirar sua posição como grande força, igual à França, mais forte do que as despedaçadas pela frugalidade alemã Espanha e Itália.

Posição forte
A integração da Polônia à Zona do Euro significa, simultaneamente, certificação de continuação do processo da complementação européia mesmo sob severos preceitos alemães, algo que tudo menos fundamento pode ser considerado hoje.
A ironia da história é grande: durante a Reunião de Cúpula de Nice, em dezembro de 2000, Chirac e Jospin entraram em choque com Köhl para imporem a equivalência de votos da Polônia e da Espanha com os da Alemanha, França e Itália, em um esforço para controlarem a influência do governo de Berlim, uma indulgência da França retirada alguns anos depois, quando foi formalizada a Convenção de Lisboa.
Aliás, havia sido antecedido, também, o tripartite esquema de consultas Berlim-Varsóvia-Paris, por intermédio do qual o governo francês esperava equilibrar a Alemanha em nível de cooperação periférica.
Hoje, a Polônia surge como contrapeso ao Sul europeu, não só como exemplo de adequação à complementação européia, mas também, caso integre a Zona do Euro, como fator que fará com que a Europa Central adquira, por causa de dimensão da Polônia, a massa crítica de opção alternativa.
Se - e quando - a Polônia integrar-se à Zona do Euro, seguramente, arrastará todos os demais países da região, isto é, poderá influenciar, decisivamente, a composição da Europa alemã e poderá negociar com a Alemanha de uma posição muito melhor do que a França de hoje.



Petros Panayotídis
Sucursal dos Bálcãs.
Política para periferia é típica de corsários do passado
Atenas - Não faz muito tempo, desde quando os países imperialistas que objetivavam a punição ou a destruição total de seus adversários econômicos, ou buscavam a pilhagem dos recursos de outros países, atingiam o objetivo desejado com a forma "natural": participavam de bloqueios marítimos, ordenavam o desembarque de fuzileiros navais para derrubarem o governo local ou realizavam, então, invasão direta.
Já os líderes muçulmanos das regiões do Império Otomano na África do Norte incrementavam suas riquezas empregando bárbaros corsários para atacar e pilhar os navios mercantes. Na atual euroneoliberal União Europeia (UE), dominada pelo IV Reich da Alemanha, a pilhagem da riqueza dos países da periferia europeia pelo núcleo duro da Zona do Euro ocorre com uma pura e sem mistérios fórmula econômica, isto é, sem o uso de violência física, por intermédio das políticas dos bail-outs ("socorro") e, agora dos, voluntariamente, escolhidos bail-ins.
Com a explosão da "crise da dívida" na Zona do Euro, decorrência, principalmente, da defeituosa arquitetura da União Monetária Europeia e, em segundo, da irrespirável política seguida pelas autoridades europeias, a Alemanha agarrou a oportunidade para expandir seu predomínio econômico sobre a soberania europeia, seguindo a política que adotou no caso da Alemanha Oriental após a unificação das duas Alemanhas: dissolução da base industrial oriental e sua transformação em satélite do governo de Berlim, no âmbito de uma Alemanha, supostamente, unificada.

Salvação da Turquia
Nos dias atuais, as salvações dos bancos, travestidas em salvações dos países da Zona do Euro, as quais são acompanhadas por insuportáveis medidas de frugalidade para o resgate dos empréstimos de "salvação" e políticas econômicas com alvo a contração do nível de vida, a plena elasticidade no mercado de trabalho e a liquidação dos ativos patrimoniais estatais compõem o âmbito de uma estratégia alemã comum, destinada à pilhagem das economias dos países no Sul europeu.
Não é necessária sequer uma referência sobre o Acordo de Londres, em 1953, quanto a dívida alemã. As circunstâncias hoje são tão diferentes a ponto de não existirem possibilidades realistas para a consecução de um acordo semelhante para a dívida da Grécia.
Mas é possível utilizar o exemplo de salvação da Turquia, em 2001, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), instituição que - com toda razão - traz a fama de uma força extremamente perigosa no que diz respeito às condições sob as quais oferece financiamento e "ajuda técnica" a países super-endividados ou já falidos, a fim de ser esclarecida a questão da política estratégica que adota hoje a Alemanha contra os países de periferia da Zona do Euro.
O FMI, somente no período 2001-2002, emprestou à Turquia cerca de US$ 20 bilhões, volume de recursos que correspondia a cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
O resgate dos empréstimos deveria iniciar-se após cinco a seis anos, proporcionando a oportunidade de recuperação da economia turca, oferecida por causa da importância estratégica da Turquia na região do Grande Oriente Médio. 
Entretanto, a Turquia continuou recebendo ajuda econômica do FMI até 2008. Em 2013, espera-se que resgatará o saldo dos empréstimos remanescentes que recebeu do FMI desde o final da década de 1990.

Bancos alemães
Estas foram as condições de endividamento da Turquia para serem comparadas com as correspondentes impostas à Grécia por ordem de Angela Merkel e seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble.
Três anos mais tarde, com a Grécia a um passo de crise humanitária, enquanto país-membro do bloco econômico mais rico do mundo, a Alemanha recusa-se - de pirraça - a qualquer discussão sobre renegociação da dívida grega.
Mas isto é natural e compreensível, pois a transformação da economia grega em satélite da Alemanha não foi ainda totalmente concluída.
A "salvação" da República de Chipre integra-se à mesma lógica de pilhagem do Sul europeu. Chipre, tendo evoluído a uma economia de prestação de serviços financeiros "excepcionalmente competitivos", constituiu-se, há mais de uma década, em uma "lavanderia" de dinheiro sujo.
Com a derrocada do sistema bancário cipriota, a Alemanha conseguiu atingir dois alvos: a garantida desindexação da República de Chipre, da Rússia e o aumento de competitividade dos bancos alemães.
Na Alemanha, já desembarcaram, desde 2011, várias décadas de bilhões de euros provenientes dos super-endividados países do Sul europeu, e esta tendência, seguramente, deverá ser intensificada após a decisão de pilhagem dos depósitos bancários no Chipre.
A política estratégica do IV Reich é tão escancarada que vale a pena questionar: o que mais será necessário para despertarem os "empoados" líderes do Sul europeu?

Fonte: Jornal MONITOR MERCANTIL

Polônia X Alemanha em Curitiba


segunda-feira, 6 de maio de 2013

Museu judeu em Varsóvia une culturas


Essa deu no New York Times:

Texto: Piotr Malecki

Recentemente, no novo museu judeu daqui, o rabino chefe da Polônia revelou uma escultura incomum: um tijolo velho, escavado no meio e com uma única letra hebraica gravada.
O tijolo, uma adaptação imaginativa da mezuzah tradicional que os judeus colocam em suas portas como sinal de fé, veio de um prédio de apartamentos demolido na Ulica Nalewki, que já foi parte vital da Varsóvia judaica, e serve como um símbolo apropriado da relação entre os judeus e polacos: conturbado, enterrado e apenas recentemente desenterrado.
Quando os dignitários do mundo todo se juntaram aqui, em abril, no septuagésimo aniversário do levante do Gueto de Varsóvia, eles acharam o imponente monumento aos Heróis do Gueto ofuscado pelo grande museu, um símbolo extraordinário da transformação de Varsóvia de cidade escura e sombria pós-comunismo a capital próspera da Europa Central.
Na vizinha Alemanha, a relação com os judeus pode ser conturbada, mas é muito mais simples. A sociedade alemã aceitou a culpa coletiva como autora do genocídio nazista e reconhece os judeus como vítimas. Mas a identidade polaca também está ligada ao status de vítima da nação depois de uma história de séculos de conquistas, divisão e ocupação.
Entre os líderes cívicos daqui, há uma forte sensação de que a Polônia só irá se refazer completamente de seus traumas do século 20 quando reconhecer seu passado judeu, e o museu é visto como um grande passo. "A memória judaica está se tornando parte da memória polaca", disse o rabino chefe, Michael Schudrich, em uma entrevista no novo Museu da História dos Polacos-Judeus , "e o prédio onde estamos é o melhor exemplo disso"
 Cerca de 3,3 milhões de judeus moravam na Polônia no início da Segunda Guerra Mundial. O último censo mostrou apenas 7.508 pessoas se identificando como judias em 2011, e isso foi um salto das 1.133 que disseram ser judias em 2002.
Revestido com painéis de vidro do lado de fora, o museu tem um corredor curvo do lado de dentro que corre do início ao fim, quase como um desfiladeiro natural, que os arquitetos do prédio compararam ao Mar Vermelho partido. Uma recriação meticulosa do teto pintado cheio de cores de uma sinagoga de madeira está completa, mas cabos enrolados saem do chão cru de concreto, esperando para serem conectados aos monitores multimídia que ainda devem ser instalados.
Embora ele narre séculos de história judaica na Polônia, o museu não foi um empreendimento exclusivamente judaico. O governo polaco, grupos judaicos e doadores privados trabalharam juntos para levantar quase 100 milhões de dólares.
A cidade proporcionou o espaço de graça e, junto ao governo nacional, cobriu os custos de construção. A Associação do Instituto Histórico Judaico da Polônia arrecadou dinheiro para a mostra permanente, que não estava pronta para a recente abertura, mas estará pronta no próximo ano. "Economicamente, nós não somos mais um país pobre", disse Waldemar Dabrowski, a pessoa de confiança do ministro da cultura da Polônia junto ao museu. 
"Enquanto sociedade é saudável ser moralmente capaz de fazer tal coisa. Enquanto muitas doações significativas vieram de organizações e indivíduos dos Estados Unidos, um dos homem mais ricos da Polônia, Jan Kulczyk, que não é judeu, doou 6,4 milhões de dólares no verão passado. "Quando a nação judaica e a nação polaca, quando estamos juntos, quando olhamos na mesma direção, isso é ótimo para nós, ótimo para a Polônia e ótimo para o mundo", disse Kulczyk, cujos atividades comerciais ao redor do mundo incluem petróleo, imóveis e cerveja.
Nem sempre foi fácil. Uma proposta para construir na mesma área um monumento aos polacos que arriscaram a vida para salvar judeus durante o Holocausto provocou uma oposição enfurecida. Escrevendo para o jornal principal, Gazeta Wyborcza, a estudiosa do Holocausto, Barbara Engelking disse: "Isso é uma pequena parte de Varsóvia que pertence aos judeus e que não deveria ser apropriada"
Quando 1.250 alunos do ensino médio de Varsóvia foram questionados recentemente sobre qual grupo sofreu mais durante a guerra, os polacos ou judeus, quase metade, 44%, disse que os dois grupos sofreram igualmente; 28% responderam que foram os judeus; e 25%, os polacos (de outras religiões). Maciej Bulanda, de 23 anos, que, com seu pai, desenhou o suporte de mezuzah de tijolo, passou a se interessar por sua bisavó judia na adolescência, descobrindo que ela teve três irmãos que morreram no Holocausto e até achando suas sepulturas em Łódź (pronuncia-se uúdji).
"A geração de nossos pais não teve coragem, ou vontade, ou interesse de pesquisar sobre isso", disse Bulanda sobre o crescente interesse entre os jovens poloneses em explorar seu passado judaico. "Nós fomos criados em um mundo completamente diferente." Isso não significa que foi sempre fácil.
A mesma banca que examinou a questão do sofrimento judeu versus polaco descobriu que 61% dos alunos disseram que eles "ficariam descontentes" em descobrir que um namorado ou namorada fossem judeus, enquanto 45% preferiria não ter um judeu na família. "Quando você tem 7 anos e está jogando futebol no quintal, numa briga você ouve pessoas usando 'cigano' ou 'judeu' como xingamentos", Bulanda disse.
Depois de o museu ter anunciado uma competição de design para a mezuzah, Bulanda levantou a possibilidade de integrar a mesa de jantar da família. Seu pai, Andrzej, arquiteto, teve a ideia de usar um tijolo. Eles usavam mapas antigos da cidade para descobrir por onde a ulica Nalewki passava e escavaram um lugar onde hoje é um parque público e que já foi o alicerce dos números 10 e 12 ou o muro de contenção entre eles.
Piotr Wislicki, presidente da Associação do Instituto Histórico Judeu, falando ao público no auditório do museu depois que a mezuzah foi revelada, recordou: "Quando eu era garotinho, tinha medo de responder quando alguém dizia a palavra judeu. Eu tinha uma vontade enorme de correr. Quando jovem, eu contava apenas para os meus amigos mais próximos, pedindo que jurassem segredo". "Hoje", disse Wislicki, "estou aqui na sua frente orgulhoso de ser um polaco-judeu".

domingo, 28 de abril de 2013

Fotos de família polaca premiada pela Sony


Natalia Wiernik, estudente da Academia de Belas Artes de Cracóvia foi premiada no prestigiado concurso universitário Student Focus no Sony World Photography Awards 2013, concorrendo com outros 230 estudantes de todo o mundo.