terça-feira, 10 de junho de 2008

Podolski: meu coração é polaco

Foto:Marek Biczyk / Agencja Przegląd Sportowy

"Estes foram os mais tristes gols da minha carreira" - declarou o artilheiro dos dois gols da Alemanha no jogo contra a Polônia, Łukas Podolski. "Afinal eu sempre digo, que tenho coração polaco. Mas que o destino nos arrasta assim, e não ao contrário e eu jogo para a Alemanha". acrescentou o jogador.
Podolski tem certeza, que a Polônia lhe sempre será importante e por isto foi difícil para ele ficar alegre, ao marcar os gols contra sua pátria. "Ainda antes do jogo pensei comigo mesmo, se acontece de eu marcar, não farei nenhum gesto de alegria. Fiz os gols, mas de verdade com muita dor no coração. Senti-me um tanto triste, quando marquei" - declarou o atacante polaco nascido em Gliwice ao jornal "Super Express".

Elogios para Lewandowski e Roger

Łukas elogiou os jogadores da seleção polaca. "A Polônia não jogou assim tão mal. Afinal tiveram uma situação muito difícil, e eu não sei, como teria sido o fim deste jogo, quando Maciej Żurawski quase acertou no primeiro tempo. Dos polacos gostei muito de Lewandowski. Joga com certeza muito bem. E Roger no segundo tempo também. Sua entrada foi muito boa e nos intranquilizou, foi preciso ter muita atenção para com ele, pois transformou o modo de jogar da Polônia". Ao final, buscou justamente a camisa alvirubra número 18 de Lewandowski. Além da troca de camisas dentro de campo, no túnel de acesso ainda conseguiu as camisas do goleiro Boruc e do atacante Żurawski. "Conversei com os rapazes, principalmente com Maciej e Jacek Krzynówek. desejo que a Polônia tenha sorte nos próximos jogos. Vou cruzar os dedos por vitórias da Polônia contra Áustria e Croácia. Também posso fazer mais gols contra os próximos rivais dos polacos, assim que sabe ainda possa ajudar na classificação da Polônia. Gostaria muito de poder!"

Enviou sms para Kubica

Podolski ficou extramamente feliz com a vitória de Robert Kubica (cubitssa) no Grande Prêmio do Canadá. "Quando soube do resultado, enviei a ele um sms SMS com meus parabéns. Torco por ele. Gostaria muito de me encontrar com ele e conversar, como quanbdo conversei com Adam Małysz. Acredito, que Kubica ainda será campeão do mundo. e por que não nesta temporada? Afinal está em primeiro lugar!", concluiu Podolski.

Maluch faz 35 anos

Foto: Fiat Polska

Naquele início dos anos 70, as maiores autoridades da República Popular da Polônia que haviam decidido comprar a licença dos italianos estouraram suas garrafas de champagne. O anúncio da assinatura do acordo havia sido feito 29 de outubro de 1971, com o primeiro-ministro Edward Gierek declarando que na Polônia finalmente seria fabricado o "samochód dla Kowalskiego", ou seja, o "carro para o Kowalski". Este carro popular seria o Fiat 126p, um veículo à gasolina, com motor de 2 cilindros e 594 cm cúbicos, torque de 23 KM, para quatro passageiros e em duas versões, um deles, do tipo Berlina. A licença seria paga com a exportação dos próprios automóveis.

Um ano depois, em novembro de 1972, o pequeno automóvel foi a principal estrela da exposição na Praça Defilad em Varsóvia. A imprensa escreveu que, "Protótipo polaco do Fiat 126p, que iniciava uma era de massificação de motorização individual em nosso país foi realmente uma sensação”.

Finalmente o Fiat 126p veio ao mundo, em 6 de junho de 1973, montado em Bielsko Biała com componentes italianos, mas motorizado na Polônia. Quando começou a sair da linha de produção, os polacos tinham que trabalhar dois anos, ou a totalidade dos salários de 24 meses, para conseguir comprar um daqueles veículos populares. Além disso, era preciso pagar antecipadamente e esperar uma longa fila de compradores. O preço era de 69 mil zł para o modelo básico. Contudo, no mercado o Fiat 126p chegava a alcançar 120 mil zł. A garantia de fábrica era de apenas seis meses. No final de 1975, uma segunda unidade da “FSM - Fabryka Samochodów Małolitrażowych” (fábrica de automóveis de pequena cilindrada) foi instalada na cidade de Tych. A produção atingiu seu máximo. De 1976, o Fiat 126p ("p" significando polaco) já era montado com 100 por cento de componentes fabricados na Polônia. Também em 1976, começaram a ser produzidos na versão com motor 650.

Em 1980, os italianos encerraram a produção do Fiat 126 na fábrica de Cassino. Desde então a FSM da Polônia, passou a ser a única produtora e comercializadora do veículo na rede Fiat em todo o mundo. O carro de número 1 milhão saiu da linha de montagem em 1981. Quatro anos mais tarde saiu o número 2 milhões. O terceiro milhão foi produzido em 1993.

O nome Maluch, contudo, só apareceu em dezembro de 1996. Quanto foi introduzido catalisador (euro1) aquele pequeno veículo oficialmente recebeu o nome de Fiat 126 elx Maluch (de o menor dos menores).

Mas como nem tudo são problemas mecânicos, a notícia que definitivamente entristeceria a todos os aficionados chegaria em 22 de setembro de 2000. Era então, anunciado o encerramento da produção do sonho de muitos polacos da década de 70. O último Fiat 126 Maluch de série limitada de mil unidades com o nome de Happy End na cor amarela saiu da linha de produção de Bielsko naquela mesma tarda. Esta última unidade está atualmente no Museu Fiat em Turim, na Itália. Uma outra unidade destas mil está no Muzeum Techniki de Varsóvia.

Entre os anos 1973 a 2000, as linhas de montagem de Bielsko-Biała e Tych produziram exatamente 3.318.674 unidades do Fiat 126p Maluch. Entre 1975 a 1992 foram exportadas 897.316 unidades. Na Itália, entre 1972 a 1980, foram produzidos mais 1.352. 912 Fiat 126.

Entretanto, o “menor dos menores” continua a rodar pela Polônia e muitos países ao redor do mundo, infelizmente não no Brasil. Digo infelizmente, porque desde que cheguei na Polônia vivo repetindo para todos e para mim mesmo: ainda vou comprar um Maluch alaranjado e levar para Curitiba. Lá farei sucesso, foi deixar todos os taxistas com “raiva” e “inveja”, pois tenho certeza de que todos os passageiros vão preferir o “meu Maluch” aos potentes Volvo, BMW, Mercedes e Vectra. Mas isso ainda não aconteceu, não comprei o Maluch Laranja pela simples razão que o governo brasileiro impede a importação de produto usado e terminantemente veículo automotor que não seja através das próprias montadoras instaladas no país. E olha que é fácil comprar um aqui, em Cracóvia, simplesmente porque muitos polacos o detestam, alegam que é uma herança do período comunista. Por outro lado, há aquelas pessoas que chegam a dizer que o Maluch tem alma e por isso não se desfazem dele, ao contrário vivem aumentando suas frotas... Fazem coleção! Apesar destes fanáticos, ainda assim aqueles que odeiam vendem o simpático automóvel por até 500 zł, ou seja, algo em torno de 350 reais... E olha que ele faz 25 km com um litro de gasolina.


Maluch e Iarochinski. Foto tirada por um transeunte, na Ulica Grodzka, logo em minha primeira semana de Cracóvia, há seis anos atrás.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Entrevista com o polaco Kubica

Foto: Agência AFP

A vitória do polaco Kubica (kubitssa) pode ter surpreendido a muitos, inclusive para aqueles que vivem seguindo o circo da Fórmula 1 pelos quatro cantos do mundo. Geralmente estes jornalistas e comentaristas só têm olhos e atenção para as grandes equipes. E estas há alguns anos se resumem a duas apenas: Ferrari e Mclaren. Com uma breve exceção causada pela Renault. Assim não importa muito quem são os pilotos. Pois senão vejamos, David Couthard que chegou neste Grande Prêmio do Canadá em terceiro, fazia muito tempo que não ganhava espaço na imprensa mundial. E isto não se deve ao fato de que seja bom, ou mal piloto, afinal já foi vice-campeão mundial. Ocorre que desde 2000 e tantos não é piloto da gigante Mclaren. Dessa forma seria exigir muito de colunistas e do público que semanalmente acompanha o campeonato através dos textos e reportagens destes "especialistas" que fazem uma cobertura quase sempre tendenciosa e equivocada do que ocorre nos bastidores, nos treinos, classificações e provas. Basta fazer uma leitura dos principais jornais do mundo e dos comentários dos leitores para perceber que tanto uns quanto outros não conseguem entender aquilo que a tela da televisão está mostrando e de forma quase automática, deixam-se guiar pelos que falam ou escrevem estes "especialistas" em Fórmula 1. Mas nem tudo está perdido! Prova disto é que o jornal El País, da Espanha, que patrioticamente incessa o asturiano Fernando Alonso destacou Manel Torres para entrevistar às vésperas do Grande Prêmio do Canadá o piloto da Polônia, ROBERT KUBICA. A seguir a tradução (informal) desta entrevista publicada em idioma espanhol na edição desta segunda-feira, 09 de junho. Reproduzo esta, por que não encontrei nenhuma outra nos jornais brasileiros pela Internet e tampouco em ornais de outros países.
Inicialmente o jornal traz um texto de apresentação da entrevista exclusiva dizendo que, "A vida mudou para Robert Kubica. Após uma brilhante carreira nos Karts, em que frequentemente superava Lewis Hamilton e Nico Rosberg, e logo em em seguida ser recuperado para o automobilismo por Joan Villadelprat, que lhe deu um volante para a World Series em Epsilon Euskadi, o polaco, de 23 anos (Cracóvia, 7 de dezembro de 1984), se converteu em um dos personagens mais carismáticos do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 e ontem, no Grande Prêmio do Canadá, conquistou sua primeira vitória. Em sua terceira temporada com a BMW, a qual também ganhou sua primeira corrida desde que estreou em 2006, Kubica subiu quatro vezes ao pódio e já é o líder, com 42 pontos, á frente do britânico Lewis Hamilton (McLaren Mercedes) e do brasileiro Felipe Massa (Ferrari), ambos com 38. Esta entrevista foi realizada antes de sua vitoriosa corrida de ontem."

Foto: Agência AFP


Torres - O que mudou tanto para que você consiga estes resultados? O carro, ou você?

Kubica - O carro é o mesmo do anos passado. Meu problema era que não conseguia colocá-lo no ponto e não podia tirar o máximo dele. Esta temporada mudei de engenheiro (o espanhol Antonio Cuquerella assumiu o posto), fizemos algumas modificações e tudo acabou funcionando muito melhor.

T - Você já se sente o primeiro piloto da equipe?

R - Não creio que o seja, nem tenho necessidade de o ser. O único que me importa é fazer bem meu trabalho, correr tudo o que possa e tratar de melhorar a cada dia. No final, isso é o que conta: mantener-se concentrado em seu trabalho para poder ganhar corridas.

T - Fernando Alonso sempre te elogia. Assegura que, da nova generação, você é o melhor. E ainda acrescenta que você já ganhava de Hamilton e Rosberg quando vocês competiam com karts.

K - Sou muito amigo do Fernando e gosto que ele diga isso. Eu o aprecio muito como piloto e também como pessoa. E sei que quando ele diz algo é porque pensa realmente nisso. Não é alguém que se prenda a imagem, a mercadotécnica, ou simplemente, para ficar bem. Se um bicampeão mundial afirma isso sobre mim, é para sentir-me satisfeito.

T - Vocês mantém uma boa relação, não é mesmo?

K - Sim. Jogamos baralho muitas vezes e ele é o único piloto do paddock com quem me encontro, inclusive fora das corridas para ir jantar ou para conversar. Embora, quase nunca falamos sobre Fórmula 1 em si mesma.

T - Pode-se ter amigos no paddock?

K - É difícil porque cruzas com muita gente que dá muito mais valor a competição do que ao aspecto humano. Sinto-me bem com Fernando e o considero um amigo. Evidentemente, cumprimento e trato de me dar bem com todo mundo. Mas só com ele mantenho contato fora dos circuitos.

T - Na pista, a rivalidade é notória.

K - Não só com ele, mas com todos os demais. Contudo acredito que ele é um destes pilotos que pode fazer diferença. Tenho muito respeito e creio que ele também tem em relação a mim. Quando vejo vir por trás, tanto nos treinos de classificação como nas provas, tento estar muito atento porque sei que, se me descuido, ele me ultrapassará.

T - Você gostaria de ter Alonso em 2009 como companheiro na equipe BMW?

K - Para mim, não haveria nenhum problema. Gostaria. Não sei o que nos oferece o futuro. Mas se viermos a compartilhar a mesma equipe BMW, poderemos nosdivertir muito.

T - Atualmente, a Renault anda atrás da BMW e tua escuderia não consegue alcançar a Ferrari.

K - Começamos muito bem a temporada e em Barcelona parecia que tinhamos um ritmo muito semelhante ao da McLaren. Contudo na Turquia algo falhou e a McLaren se distanciou de nós e se aproximou bastante da Ferrari. Acredito que recuperamos o terreno com algumas modificações na embreagem. Mas o que não se pode mover é que a Ferrari sempre está três ou quatro décimos à frente de todos.

T - Você acredita que a Renault pode prejudicarlhes depois da melhoria de Barcelona?

K - É uma escuderia que ganhou dois títulos mundias com o Alonso. Melhoraram muito no que diz respeito ao início da temporada e penso que mais tarde, ou mais cedo vão conseguir chegar.

T - A mudança de pneus Michelin para os da Bridgestone costou tanto para você como para o Alonso. Os dois tiveram que mudar a forma de conduzir. Também te afetou a perda do controle de tração?

K - Não tanto. A mudança maior fiz ano passado com a exigência de apenas um jogo de pneus Bridgestone. Estava acostumado a pilotar com Michelin. Ao Fernando acontecia o mesmo. Éramos rápidos na trajetória. Buscávamos o ângulo e logo girávamos e com Bridgestone isso era impossível. Tivemos que nos acostumar a fazer a manobra de modo mais suave. Agora, sem o controle de tração, a diferença é mínima: mas é necessário ser ainda mais suave.

T - De volta ao Canadá, como você se lembra do acidente que sofreu em Montreal (o bólido foi atirado vários metros virado de cabeça pra baixo e com o cock-pit roçando o muro de proteção indo se chocar a 230 km/h) ano passado?

K - Lembro-me de tudo. E constato que quando alguém entra num monobloco já se sabe que está correndo riscos. Em Montreal foi comigo. Mas, felizmente, a segurança dos pilotos melhorou de forma substancial nos últimos dez anos. Em momento algum tive a sensação de que havia sido tão impactante. De fora, visto pela televisão, pareceu impresionante. Mas eu não vivi da mesma forma. Enquanto ocorria o acidente, eu não podia facer nada. E depois, quando o carro parou, mexi todas as pontas do corpo para comprovar que não tinha quebrado nada e fiquei trânqüilo. Recuperei a calma e pensei que, apesar de tudo, não tinha acontecido nada comigo.

T - Voltar a Montreal te refrescou a memória?

K - Não. Em todo caso, o acidente voltou a minha cabeça quando voltei a competir duas corridas depois daquilo. E não me afetou em nada. Em Magny Cours, inclusive, fiquei surpreso porque não pensei nele em nenhum momento. Sou consciente do que me aconteceu, mas não teve nenhuma repercussão no meu modo de dirigir.

T - Sua chegada a Fórmula 1 produziu uma grande explosão na Polônia?

K - Sim. Há apenas quatro anos, a Fórmula 1 era totalmente desconhecida em meu país. Nem se podia ver os grandes prêmios pela televisaõ. Este ano o interesse cresceu ainda mais em função dos meus resultados. E tudo isto despertou um movimento em direção a este esporte. Existem muitas crianças agora querendo pilotar. Mas são poucos os recursos e mínimas possibilidades de dessenvolvimento. Nos falta ainda muita cultura automobilística.

T - Como se vive com fama?

K - É difícil. Gostaria de ter mais tempo para mim mesmo, não sofrer o assédio das pessoas que me perseguem pedindo coisas. Mas entendo que ser um piloto de Fórmula 1 também significa tudo isto.

Polaco - 2 X 0 - Polônia

Foto: Piotr Nowak
O polaco Podolski fez dois, a Polônia não fez nenhum gol. Resultado: Polaco dois Polônia zero. O goleiro da Polônia, Artur Boruc cumprimentou o jogador da Alemanha que fez os gols. Podolski, alegria dos alemães, entretanto, não comemorou seus tentos. No segundo, ainda esboçou um sorriso quando envolvido pelo abraço do outro polaco, Klose, companheiro de equipe. Encerrada a partida, Podolski estava com a camisa branco-vermelha com o número 18 de Lewandowski, outro polaco, mas jogador da seleção da Polônia. Ao lado, por outras razões evidentemente, um carioca e um paulista também trocavam as camisas. O controvertido passaporte polaco Roger Guerreiro, há dois anos em Varsóvia, dava sua camisa branco-vermelha número 20 para Kuranyi. Este apesar de nascido no Rio de Janeiro, portanto cidadão brasileiro é filho de pai alemão (mas com origens húngaras) e de mãe panamenha. Embora torcedor do Flamengo e dono de um RG de carteira de identidade brasileira será mesmo brasileiro? E Roger? Este parece ser mesmo brasileiro, pois as suas origens são as mesmas de todos os cidadãos da República Federativa do Brasil: uma mistura de raças e etnias, a começar pela portuguesa. O que está por detrás destas confraternizações, infelizmente, o "analfabeto funcional" não percebe. A questão subliminar é que enquanto alguns dão valor ao que está escrito em Malaquias "...recordai-vos dos feitos que vossos antepassados realizaram em seu tempo e merecereis uma grande glória e um nome eterno" ( 1 Mac.2:51), ou que conseguem se guiar pelo que escreveu o filósofo-psicólogo Carl Jung quando disse que "Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença. É absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia. Nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando tem relações com essas coisas. Se um indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e tentasse perceber o mundo exterior com exatidão. É o mesmo que mutilá-lo.", outros, sem consciência de suas origens, acham normal e absolutamente plausível que a cidadania de alguém possa ser vendida, ou usada, para defender a sua pátria, ou a de outros. E a FIFA, organização, que está por cima dos canônes da ONU, dos Estados, das leis nacionais e internacionais e principalmente dos indivíduos reconhece que tanto faz se alguém nasceu, ou etnicamente pertence a uma nação ou outra. O campeonato europeu, sul-americano, mundial de seleções de países passa por cima das cores e brasões dos estandartes das nacionalidades. Assim, um jogador de futebol só não pode jogar por duas seleções diferentes, como fez o brasileiro Mazola e depois Altafini para os italianos nas décadas de 50 e 60, o resto pode tudo. Afinal, o que importa são os cifrões advindos dos espetáculos. Etnia, nacionalidade, origem, paixão, patriotismo são meros adereços para aqueles que embalados pelo neo-liberalismo só pensam em lucro e riqueza. Para resolver a questão basta vender uma certidão de cidadania e um passaporte e está resolvida a questão. Controle de imigração, deportação de ilegais... isto tudo é coisa para Bruxelas e Strasburgo, não para Zurique. Pena daqueles que mesmo tendo avôs europeus precisam provar e esperar por funcionários de provincias, departamentos, regiões e voivodas decidirem se têm direito a cidadania ou não. Perdoem a divagação, pois o assunto aqui é futebol, mas é que na leitura dos jornais polacos desta manhã pós derrota na Euro2008, as entrelinhas não são tão obscuras, ao contrário estão bem nas linhas.
A imprensa polaca, desta segunda-feira faz menção ao fato de que jogar numa seleção de futebol européia, há algum tempo, não significa estar jogando pela pátria. Não discordam daquela expressão bem brasileira, a seleção canarinho do Brasil é a pátria de chuteiras, ao contrário, parece que a endoçam. O jornal Rzeczpospolita, um dos dois maiores da Polônia, traz escrito o texto: "no primeiro jogo na Euro nos venceu o nascido em Gliwice, Łukas Podolski, o qual marcou dois gols. Podolski emigrou da Polônia quando crianças. Nunca quis jogar para a Polônia, mas sempre falou calorosamente sobre seu país natal. Em Klagenfurt até depois de seu segundo gol, o qual significou o fim das esperanças polacas, não demonstrou nada além de um tímido sorriso. Seus colegas também não demonstraram qualquer euforia. Os polacos não quiseram pensar sobre o fato de que a Polônia poderia perder. Os jogadores, por alguns momentos até que jogaram bem. Dois anos atrás, houve um outro encontro bastante diferente em Dortmund. A equipe de Leo Beenhakker quis vencer e não só se defender. [...] Depois do segundo gol ficou claro, que não ajudaria aos polacos, nem Roger, o qual começou como reserva e entrou no lugar do capitão Maciej Żurawski, e os branco-vermelho das arquibancadas."
No Gazeta Wyborcza, o outro grande jornal da Polônia, não foi diferente. Uma das manchetes foi: "Łukas Podolski: Desejo que a Polônia se classifique conosco no grupo" . No texto está escrito que o atacante da representação alemã de origem polaca fez dois gols contra nós no primeiro jogo dos polacos na Copa Européia. "Ganhei depois do jogo muitas camisas da seleção polaca, pois tenho uma numerosa família também na Polônia. E claro, uma até vesti". Disse Łukas Podolski ao repórter da TV Polsat Sport e completou dizendo: "Vi que ía ser duro, mas ganhamos muito bem. Poderíamos fazer mais gols. Jogamos apenas no contra-ataque. Agora desejo que a Polônia junto com a gente passe para a próxima fase, embora os próximos jogos devam ser muito mais duros. A Áustria é forte e vai jogar em casa."

No mais, falam que de repente, no estádio de Klagenfurt, os 70 mil torcedores polacos trocaram o refrão de "Jogamos com vocês, Polacos, jogamos com vocês", por "Kubica, Kubica!”. Numa evidente demonstração de que o grande orgulho da Polônia, no momento atende pelo nome de Robert Kubica (pronuncia-se cubitssa) e estava bem longe daquele estádio, subindo no lugar mais alto do pódium do autódromo de Montreal, no Canadá. Este sim, se não pôs o coração no bico da chuteira, botou as mãos no volante do BMW (curiosamente um carro alemão), com sangue frio, regularidade, mas nem por isso com menos paixão. Paixão pela pátria polaca, que Podolski também demonstrou ter.
O polaco voador enviou imeditamente após a vitória uma menssagem a Mario Theissen, diretor da equipe BMW: “Estou em primeiro agora, o que é fantástico para nossa equipe, para mim, meu país (a primeira vitória na Fórmula 1), os fãs. Espero contar com 100% de apoio de nosso time até o final.”

Foto: Jim Young /Reuters

E no terceiro jornal, o Dziennik, a manchete não poderia ser mais explicita como a deste texto do meu blog: "Perdemos para Podolski 0:2. Leo, por que ?" A resposta parece ser óbvia, o treinador holandês da seleção polaca deveria ao invés de pressionar pelo passaporte polaco para o paulista Roger, ter solicitado às autoridades polacas e a FIFA que permitissem o polaco Podolski de Gliwice jogar com a camisa alvi-rubra e não alvinegra. Talvez aí, o resultado seria o contrário.

O Jogo

Local: Estádio Wörthersee, em Klagenfurt (Áustria)
Data: 8 de junho de 2008, domingo
Horário: 20h45
Árbitro: Tom Henning Ovrebo (Noruega)
Assistentes: Geir Age Holen e Jan Petter Randen (ambos da Noruega)
Cartões amarelos: Schweinsteiger (Alemanha); Smolarek e Lewandowski (Polônia)
Gols: Podolski, aos 19 minutos do primeiro tempo e aos 27 minutos do segundo tempo.

ALEMANHA: Lehmann; Lahm, Metzelder, Mertesacker e Jansen; Frings, Ballack, Fritz (Schweinsteiger) e Podolski; Gómez (Hitzlsperger) e Klose (Kuranyi).
Técnico: Joachim Low

POLÔNIA: Boruc; Wasilewski, Zewlakow, Bak e Golanski (Zaganowski); Dudka, Lewandowski, Krzynowek, Lobodzinski (Piszczek) e Zurawski (Roger Guerreiro); Smolarek.
Técnico: Leo Beenhakker

Na outra partida do grupo B, a Croácia venceu a co-anfitriã Áustria por 1 a 0. O gol foi anotado aos quatro minutos do primeiro tempo por Luka Modricque. A próxima rodada do grupo será disputada na quinta-feira (dia 12) com os seguintes jogos: Alemanha x Croácia e Áustria x Polônia.

domingo, 8 de junho de 2008

O polaco Kubica é líder

Foto: Chris Wattie/Reuters

Sim senhor! Contra todos aqueles comentários dos que pensam entender de Fórmula 1, no Brasil, a Polônia pela primeira vez sobe no pódium mais alto de um Grande Prêmio. ROBERT KUBICA (pronuncia-se cubitssa, viu?) vence sua primeira prova e assume a liderança do campeonato 2008. Aos "entendidos" só têm olhos para Lewis, Alonso, Massa, Barrichelo, Piquet Junior, Kimi e todos estes "grandes" pilotos da atualidade... atenção: A Polônia mesmo sem possuir um autódromo apresenta ao mundo mais poderoso do automobilismo mundial ROBERT KUBICA. Que "pole-positions" que nada! Que Ferrari, que Maclaren, que nada! O melhor piloto da atualidade é o polaco Kubica... e a pronúncia repito é: CUBITSSA. Viu? Senhor "locutor" da "Globo". Atente para o fato de que nem tudo no mundo tem pronúncia inglesa. Atenção!!!!

Na mesma pista onde sofreu o pior acidente da sua carreira, no ano passado, ROBERT KUBICA venceu sua primeira vitória na Fórmula 1. O polaco da BMW-Sauber venceu o GP do Canadá, disputado neste domingo, em Montreal, e assumiu a liderança do campeonato, com 42 pontos. E por que assumiu????... Porque há dois anos é o piloto mais regular do circo!!!! Atenção Livio Oricchio, Galvão Bueno, Flávio e etc abram seus olhos.

Pois parece que não entendem nada do que pensam estar falando como prova a manchete do site das Organizações Marinho:


Surpresa, Kubica se mostra feliz com segunda colocação em Montreal


Surpresa????? Mas que supresa?????? Ele foi primeiro e não segundo...atenção atenção tem editor chefe de plantão????

É preciso dizer para os ignorantes que "Bons" foram Pace, Wilson, Emerson, Airton e Nelson... Jornalista que assiste pela televisão só pode se surpreender mesmo. Mas veja só, outra manchete que prova a ignorância e preconceito daqueles que pensam entender. Esta é uma das manchete das organizações Mesquita:

Kubica aproveita GP confuso e ganha pela primeira vez na F-1.

Aproveita? Confuso pode até ser, mas o polaco não tem nada a ver com a incompetência dos demais "incensados".

Esta foto é para não se esquecerem deste rosto cracoviano...Sim, eu sei, o campeonato não terminou... Mas só tenho a pedir humildade nos julgamentos e melhor conhecimento do mundo das rodas velozes àqueles que pensam entender de corrida de carros!
Ah! e tem mais uma... para os comentaristas polacos, KUBICA é o segundo piloto polaco na história da Fórmula 1... o primeiro atende pelo nome de Emerson Fittipaldi, nasceu no Brasil mas é filho de uma polaca de nascimento e etnia.

Todos com a biało-czerwoni!

Foto: Bartosz Jankowski
Neste domingo, num estádio no Sul da Áustria começa a Euro2008 para a seleção polaca de futebol. O jogo é contra a poderosa Alemanha. A torcida biało-czerwoni está em polvorosa em todo país e mais ainda em Klagenfurt local da partida. Na televisão alemã uma propaganda mostra polacos roubando o carro dos torcedores alemães que estão viajando para o grande confronto:



Estes são os jogadores polacos na Euro2008:


Goleiros

1. Artur Boruc (Celtic Glasgow) nascido em 20.02.1980

12. Tomasz Kuszczak (Manchester United) nascido em 20.03.1982

22. Łukasz Fabiański (Arsenal Londyn) nascido em 18.04.1985

Zagueiros

2. Mariusz Jop (FK Moskwa) nascido em 03.08.1978

4. Paweł Golański (Steaua Bukareszt) nascido em 12.10.1982

3. Jakub Wawrzyniak (Legia Warszawa) nascido em 07.07.1983

6. Jacek Bąk (Austria Wiedeń) nascido em 24.03.1973

13. Marcin Wasilewski (Anderlecht Bruksela) nascido em 09.06.1980

14. Michał Żewłakow (Olympiakos Pireus) nascido em 22.04.1976

23. Adam Kokoszka (Wisła Kraków) nascido em 06.10.1986

Meias

5. Dariusz Dudka (Wisła Kraków) nascido em 09.12.1983

8. Jacek Krzynówek (VfL Wolfsburg) nascido em 15.05.1976

10. Łukasz Garguła (PGE GKS Bełchatów) nascido em 25.02.1981

15. Michał Pazdan (Górnik Zabrze) nascido em 21.09.1987

16. Jakub Błaszczykowski (Borussia Dortmund) nascido em 14.12.1985

18. Mariusz Lewandowski (Szachtar Donieck) nascido em 18.05.1979

19. Rafał Murawski (Lech Poznań) nascido em 09.10.1981

20. Roger Guerreiro (Legia Warszawa) nascido em 25.05.1982

Atacantes

7. Euzebiusz Smolarek (Racing Santander) nascido em 09.01.1981

9. Maciej Żurawski (AE Larisa) nascido em 12.09.1976

11. Marek Saganowski (Southampton FC) nascido em 31.10.1978

19. Wojciech Łobodziński (Wisła Kraków) nascido em 20.10.1982

21. Tomasz Zahorski (Górnik Zabrze) nascido em 22.11.1984

Festa do Dragão do Wawel

Foto: Ulisses Iarochinski

O Teatr Groteska de Cracóvia promoveu, neste sábado, pelas ruas centrais da cidade e com destino à Caverna do Dragão, sob o Castelo de Wawel, o VIII Grande Desfile do Dragão e o finalíssima do Concurso do Cavaleiro e Dama do Castelo. No desfile participaram mais de 50 figuras alegórias e monstros de toda Polônia, alguns com mais de 4 metros de comprimento. As figuram foram conduzidas por quase mil crianças.
Foto: Ulisses Iarochinski

sábado, 7 de junho de 2008

Nysa - o minibus polaco

Foto: Ulisses Iarochinski

Passeando pelas ruas de Cracóvia, de repente vejo este minibus "engraçadinho". Será Polaco? Tentei perguntar, mas não encontrei o dono. Dia seguinte encontro o mesmo minibus em outro local...e era o mesmo pois guardei a placa. Enfim consegui apenas saber que se trata de um Nysa, um minibus do período comunista que é baseado no motor e caixa de marchas no FSO Warszawa, o qual tem licença de construção da GAZ Pobieda, que segundo diz foi copiado de um design Ford, montado na fábrica de Gorki. Não tenho certeza, mas deve ser para 10 passageiros.

Foto: Ulisses Iarochinski

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Dragão de Ouro para "Alumbramiento"

Cine Kijów em Cracóvia, sede do festival
Com uma grande festa de gala, encerrou-se na noite desta quinta-feira, o 48° Festival do Filme de Cracóvia. Mais de 30 pessoas receberam os troféus Dragão de Ouro / Prata, Chifre de Ouro / Prata, Cavalinho-de-Pau de Ouro e diplomas nas categorias nacional, internacional e documentários, além de prêmios especiais e estudantis.

Na categoria Internacional:
Troféus Dragão de Ouro e de Prata

O júri composto por Andrzej Fidyk - presidente (Polônia), Nenad Puhovski (Croácia), Irena Taskovski (Grã-Bretanha), Gerrit van Dijk (Holanda e Laurence Boyce (Grã-Bretanha) anunciou os vencedores :
O Dragão de Ouro para o filme “Alumbramiento” dirigido por Eduardo Chapero-Jackson (Espanha).
O Dragão de Prata para o diretor do melhor filme de animação para: Wiola Sowa, pelo filme “Refreny”(Polônia).
O Dragão de Prata para o diretor do melhor filme de ficção para: Agnieszka Smoczyńska, pelo filme “Aria Diva” (Polônia).
O Dragão de Prata para o diretor do melhor filme documentário para: Marcin Koszałka pelo filme “Do bólu” (Polônia).
Prêmio UIP Cracow de Nominação para o European Film Award, na categoria de curta-metragem para o filme “Time Is Running Out” dirirgido por Marc Reisbig (Grã-Bretanha).
Diplomas honorários para os filmes: “Humoresca” dirigido por Diana Deleanu (Romênia) e “Sianoze” dirigido por Rokhsareh Ghaemmaghami (Irã).
Prêmio FIPRESCI (Críticos de filme Internacional) concedido pelo Juri do 48° Festival do Filme de Cracóvia e composto por Maria Kornatowska (Polônia), Tomislav Sakic (Croacia), Ingeborg Bratoeva (Bulgária) foi dado para o filme da diretora polaca Wiola Sowa por seu filme de animação “Refreny”. Os críticos consideraram o filme como mostra de expressão individual, imaginação original e de perspectiva artística acima da média.
Integrantes do FICC (International Federation of Film Discussion Clubs) também assistiram todos os filmes da competição internacional e decediram dar o Prêmio Don Quixote para o filme “Le Jardin de Jad” dirigido por Georgi Lazarevski (França). Este júri do FICC foi composto por Arnold Deć (Polônia), Arne Feddersen (Alemanha) e Mats Frendberg (Suécia).
O Juri Estudantil composto por Juliusz Lubelski, Sebastian Liszka e Jacek Dziduszko decidiram dar o prêmio para "Auf Der Strecke” dirigido por Reto Caffi (Alemanha/Suíça). O Diploma de Honra foi para Marc Reisbig, diretor de “Time Is Running Out” (Grã-Bretanha.

Categoria Documentários:

Troféu Chifre de Ouro

O júri desta categoria foi presidido por Jerzy Śladkowski (representando ao mesmo tempo a Súecia e a Polônia), Sean Farnel (Canadá) e Michał Chaciński (Polônia), apresentou os seguintes ganhadores:

O Chifre de Ouro de melhor filme foi para ”Revue” dirigido por Sergei Loznitsa (Alemanha/Rússia/Ucrânia)
O Chifre de Prata para o melhor diretor foi para Igor Heitzmann do filme “Nach Der Musik”.
O Juri Estudantil composto por Marta A. Zajbert, Stanisław Liguziński e Jakub Klich decidiram dar o prêmio para o filme "Złota rybka" dirigido por Tomasz Wolski.
O Diploma de Honra foi para Michael Noer, diretor do filme "Vesterbro".

Categoria Nacional:

Troféus Cavalinho-de-Pau de Ouro e de Prata

O Juri desta categoria foi composto por Witold Giersz – presidente, Sławomir Fabicki, Bożena Janicka, Antoni Krauze e Rafał Skalski, que decidiram dar prêmios para:

O Cavalinho- de-Pau de Ouro para o filme "Gugara" dirigido por Jacek Nagłowski e Andrzej Dybczak.
O Cavalinho- de-Pau de Prata para o diretor do melhor documentário, Maciej Cuske do filme "III. Pamiętaj, abyś dzień święty święcił".
O Cavalinho- de-Pau de Prata para a diretora do melhor filme de animação, Wiola Sowa do filme “Refreny”.
O Cavalinho- de-Pau de Prata para a diretora do melhor filme de ficção, Agnieszka Smoczyńska, do filme “Aria Diva”.
Diplomas Honorários para os filmes “Kamienna Cisza”, dirigido por Krzysztof Kopczyński; “14 Dni. Prowokacja Bydgoska”, dirigido por Jacek Petrycki e Grzegorz Eberhardt; “Do bólu”, dirigido por Marcin Koszałka.
Prêmio "Presidente da Associação dos Cineastas Polacos" de melhor filme para Tomasz Jurkiewicz, diretor de "Radioakcja”.
Prêmio "Presidente da Associação dos Cineastas Polacos" de melhor montagem para Wojciech Jagiełło do filme "Aria Diva”.
Prêmio "Presidente da Televisão Estatal Polaca" para o melhor filme documentário para Jacek Nagłowski e Andrzej Dybczak, diretores de "Gugara” .
Prêmio "Presidente da Televisão Estatal Polaca" para o melhor diretor de fotografia de documentários para Szymon Lenkowski do filme "Jak w niebie”, dirigido por Filip Marczewski.
Prêmio Maciej Szumowski - fundador do Kino Polska e TV Cyfrowy Polsat para o diretor Kuba Maciejko, diretor de "Felgarz z Woli”.
A Escultura Bronisław Chromy para o melhor produtor polaco de filme curta-metragem e documentário para a Mistrzowska Szkołą Reżyserii Filmowej Andrzej Wajdy.
O Juri Estudantil composto por Agnieszka Winczakiewicz, Dorota Timew e Marta Sykut decidiu dar o prêmio para o filme "III. Pamiętaj, abyś dzień święty święcił”, dirigido por Maciej Cuske (Polônia).
Diploma Honorário para Michał Jóźwiak, diretor de "Henio, idziemy na Widzew” (Polônia.

Controle na fronteira austríaca

Foto: Piotr Nowak
O governo austríaco, alegando medidas de segurança, reativa o controle de passaporte nas fronteiras do país durante a realização dos jogos da Euro2008. Dessa forma fica sem efeito, o livre trânsito dos europeus da zona Schengen.
O ministro do interior da Polônia, Grzegorz Schetyna, pediu ontem aos torcedores polacos que mantenham a calma e evitem discutir com os agentes de fronteira. Em vez de discutir devem apresentar a carteira de identidade, ou o passaporte. Para ajudar o ministério colocará pessoal polaco naquelas fronteiras, apesar da Polônia, não ter limites geográficos com a Áustria.
Da mesma forma, a Suíça, outro país sede do torneio, exige o documento de viagem. Mas neste caso é por que aquele país não faz parte da União Européia e tampouco da zona Schengen.
O controle já está sendo feito desde o último dia 02 de junho e vigorará até primeiro de julho. Depois acaba-se novamente a exigência de documentos para cruzar a fronteira com a Áustria.
A alegre e comportada torcida polaca pretende invadir literalmente as cidades onde acontecerão os jogos da Polônia contra as difíceis equipes da Alemanha, Croácia e da anfitriã Áustria, na primeira fase.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Acidente em mina mata 4 polacos

Foto: Rafał Guz


Quatro mineiros morreram soterrados na mina de carvão "Borynia" em Jastrzębie Zdrój, na Silésia, Sul da Polônia e outros 23 ficaram feridos. Os sobreviventes encontram-se no hospital e três estão muito mal. Os mineiros mortos tinham 22, 35, 45 e 50 anos.
Segundo informações dos diretores da empresa que explora a mina WUG e JSW, o acidente ocorreu nesta quarta-feira, ao redor das 23 horas. Os 32 mineiros haviam descido 900 metros abaixo do solo. Ainda segundo os diretores, o acidente pode ter sido causado por explosão de gás metano, comum nestes locais de exploração.
Desde o ano 2000 morreram em acidentes em minas de carvão na Polônia 49 mineiros, nas minas Piekary; Jas-Mos; Pokój; "Zofiówka" e Helemba, onde em 2006 morreram 23 mineiros, na maior tragédia da história mineira da Polônia desde 1974, quando então morreram 68 pessoas em duas minas, Silesia e Dymytrów.

As minas de carvão são a principal atividade econômica das regiões ao Sul da Polônia, principalmente na Silésia e Małopolska, pois é a base energética do país.

A polêmica voz judaica

Foto: Miguel de Icaza

Para aqueles que se interessam pelos assuntos judaicos na Polônia, uma boa e interessante leitura é o livro "The Holocausto Industry - Reflections on the Exploitation of Jewish Suffering". No Brasil foi publicada uma tradução de Vera Gertel, pela Editora Record, em 2001, com o título de "A Indústria do Holocausto - Refelexões sobre a exploração do sofrimento judeu".
Polêmico, por ter sido escrito por um professor doutor, filho de um casal de polacos judeus que viveram os horrores da segunda guerra mundial em guetos e campos de concentração, a obra mostra como dois judeus, Simon Weisenthal e Elie Wiesel, ao criarem a Fundação Holocausto, sediada em Washington, nos Estados Unidos, montaram um indústria que se dedica a cobrar indenizações de empresas e países, mentindo sobre o número de sobreviventes para extorquir dinheiro que não é efetivamente entregue às vítimas reais. O que segundo, Finkelstein reduz o martírio de milhões de pessoas a instrumento de chantagem.
Desde a publicação de suas pesquisas, estudos e livros, o Prof. Dr. Norman Finkelstein não tem sido fácil. Perseguições e elogios têm marcado sua trajetporia nesta primeira década do século 21. Ano passado, depois de muita pressão, marcada por suspensão de suas aulas e seus cursos, ele pediu demissão da Universidade DePaul de Chicago, onde lecionava desde 2001.
Talvez não tão exagerada como foram as ações contra o escritor Salman Rushdie, que foi condenad à morte pelos fundamentalistas muçulmanos, e desde então vive prisioneiro em sua própria casa na Inglaterra, Finkelstein acabou de receber um duro golpe semanas atrás. Quando desembarcou no Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, no dia 23 de maio de 2008, foi colocado num vôo de volta a Amsterdam de onde tinha partido. As autoridades israelenses impediram a entrada de um judeu no país, por Finkelstein considerarem suspeito "ter tido contato com elementos hostis a Israel".
Norman nasceu em NovaIorque, nos Estados Unidos, em 1953 e defendeu tese de doutoramento na Universidade de Princenton com o título de "The Theory of Zionism", filho de Zacharias Finkelstein e Maryla Husyt Finkelstein. A mãe viveu os horrores do Guetto de Varsóvia e o pai passou pelos campos de Auschwitz e Majdanek e sobreviveram como muitos outros polacos judeus.
Na introdução de seu livro, Finkelstein escreve: "Exceto meus pais, todos os membros de ambas famílias foram exterminados pelos nazistas. Posso dizer que minha mais remota lembrança do holocausto nazista é a de ver minha mãe, grudada na tela de televisão, assistindo ao julgamento de Adolf Eichmann (1961), ao voltar da escola. Embora eles tivessem sido libertados dos campos apenas dezesseis anos antes do julgamento, um abismo intransponível sempre separou, na minha cabeça, os pais que eu conhecia daquilo."
Para o escritor Norte-americano judeu a indústria do Holocausto prosperou nos Estados Unidos somente depois da Guerra dos Seis Dias na Palestina. Foi quando os estadunidenses de origem judaica (polacos em sua maioria) se deram conta da importância do Estado de Israel. "De fato, a política de identidade e O Holocausto tiveram lugar entre os judeus americanos não por seu status de vítimas, mas por eles não serem vítimas", escreve em seu livro Finkelstein, para dizer logo em seguida que, "assim que caíram as barreiras anti-semitas, logo após a Segunda Guerra Mundial, os judeus se destacaram nos estados Unidos. Segundo Lipset e Raab, a renda per capita dos judeus é quase o dobro dos não-judeus; dezesseis dos quarenta americanos mais ricos são judeus; 40 por cento dos ganhadores americanos do Prêmio Nobel de ciência e economia são judeus, assim como o são 20 por cento dos professores das maiores universidade; e 40 por cento dos sócios das grandes firmas de advocacia de Nova iorque Washington".
The United States Holocaust Memorial Museum em Washington

Em outra página ele escreve que "Nos desastres da Segunda Guerra Mundial, o holocausto nazista não foi classificado como um fato unicamente judeu, como um acontecimento historicamente único." E tal é verdade que estudos recentes na Alemanha e na Polônia desmentem o número de 6 milhões de judeus mortos no Holocausto. O atual presidente da Polônia Lech Kaczyński, durante as discussões do Pacto de Lisboa para a Constituição Européia pediu que fizesse constar que durante a segunda guerra mundial morreram 6 milhões de polacos. Historiadores e pesquisadores estão sempre a revisar os números e alguns deles sustentam que foram 2 milhões e 700 mil os judeus mortos pelos alemães nazistas e não seis milhões como Weisenthal propaga pelo mundo com sua Fundação.
E para não colocar aqui o texto todo do livro encerro com uma última citação de Finkelstein sobre as ações do romeno-judeu Elieser Wiesel, "Comparar O holocausto com os sofrimentos dos outros constitui para Wiesel, uma traição total da história judaica (Wiesel, Agasit Silence, v. iii, 146). Alguns anos atrás, uma tablóide de Nova iorque fez uma paródia na manchete - Michael Jackson, e outros 60 milhões morreram num Holocausto Nuclear -. O texto provocou um irado protesto de Wiesel - Como se atrevem a se referir ao que aconteceu ontem com um Holocausto? Só houve um Holocausto -."