terça-feira, 24 de junho de 2008

Tormenta em Cracóvia


Foto: Jurek/Alert24

Apesar do bom sistema de escoamento das águas pluviais, Cracóvia foi surpreendida na tarde de ontem com uma curta, mas intensa tormenta acompanhada de chuva de granizo. Aqui a rotatória Kocmyrzowski ficou completamente inundada. O temporal atingiu não só a Małopolska, mas também partes da Silésia, como a cidade de Bielsko Biała.

Europa censura internet?

Manchete principal do jornal Rzeczpospolita desta terça-feira, 24 de junho de 2008 diz "Czy w Internecie grozi nam cenzura", ou "Na Internet nos ameaça a censura?".
Governos de países como Suécia, Finlândia, Grã-Bretanha se movimentam no sentido de impor regulamentos que controlem o conteúdo exposto na Internet.
A censura também vem sendo mencionada na União Européia. O comissário de justiça e segurança, Franco Frattini pessoalmente teve sua página na Internet bloqueada, depois de ter sido invadida e mostrado como se constrói uma bomba. Na Polônia, ainda não houve nenhuma tentativa política neste sentido, mas como um dos 27 países da UE terá que forçosamente adotar o que vier a ser decidido no parlamento europeu.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Livro sobre Bolek esgotado

Foto: Jerzy Dudek

O que Lech Wałęsa menos desejava neste momento era ver as imensas filas que estão se formando em frente as livrarias da Polônia para disputar a compra do livro do IPN-Instituto da Memória Nacional escrito em parceria por Sławomir Cenckiewicz e Piotr Gontarczyk, "SB a Lech Wałęsa. Przyczynek do biografii" (SB e Lech Wałęsa. Contribuição para a biografia).
Tudo o que o ex-presidente da República e líder do Sindicato Solidariedade e um dos principais responsáveis pela queda do comunismo na União Soviética e seus países satélites, Lech Wałęsa queria, está acontecendo: o povo polaco faz filas nas livrarias para comprar o livro dos dois historiadores que revela que o homem que derrubou o comunismo era um espião do próprio regime. Pelo menos foi isto que ele fez (segundo o livro), antes de se tornar líder dos trabalhadores de Gdańsk e lutar pela queda do regime stalinista que imperava nos países socialistas desde a segunda guerra mundial.
Os responsáveis pela publicação certamente terão que fazer uma segunda edição, pois os 4 mil exemplares já foram praticamente todos vendidos e com certeza é o mais novo best-seller da Polônia. Em função disto já tem exemplar sendo vendido pela Internet ao preço de 315 złotych. (230 reais), quando o preço nas livrarias é de 65 złotych (47,50 reais).
Sławomir Cenckiewicz, um dos autores não esconde que a história de Lech Wałęsa tem um grande peso de qualidade. Cenkiewicz sublinha, que a identificação de Wałęsa como "TW Bolek", ou seja, como agente do terrível serviço secreto polaco SB até 1976 é algo que trai a consciência da luta pela democratização da Polônia.
Os dois historiadores sustentam que a comprovação de Lech como agente secreto do regime comunista é verdadeira. Mas o próprio ex-líder do Sindicato Solidariedade não se cansa de desmentir os dois autores nas últimas semanas .


domingo, 22 de junho de 2008

Wianki - flores mágicas da noite

Foto: Iza Kapuściarz
Mas de 100 mil pessoas se divertiram muito neste sábado, 21 de junho, em Cracóvia durante a festa do Wianki, ou festa da entrada do verão. As estrelas do anoitecer foram os integrantes do grupo britânico Jamiroquai, que antecedidos pelos artistas polacos Novika e Andrzej Smolik, enlouqueceram os cracovianos com sua música. Nas margens do rio Wisła (vissua - Vístula) em frente as muralhas do castelo de Wawel, a atmosfera foi alegria, dança e música ao ritmo de funk e acid-jazz. O espetáculo do Jamiroquai, foi um mix de velhas com as mais últimas canções lançadas pelo grupo.
A noite se encerrou com um grande show pirotécnico intitulado "Kwiat magicznej nocy" (kviat maguitchnei notssi - flores mágicas da noite). A festa custou aos organizadores mais de 2,5 mln zł.
Este evento do Wianki vem sendo organizado pela prefeitura de Cracóvia desde 1992. Contudo, esta festa tradicional ocorre sempre no sosticio de verão desde os tempos pagãos com o nome de Noc Kupały. Depois da adoção do cristianismo pelos polacos, a festa recebeu nova denominação, ou seja, "Noc Świętojańska" (Noite de São João). Alguns elementos originais permaneceram, contudo, tal como o costume de desejar sorte aos amigos, jogar cartas de amores sobre as águas dos rios e pular fogueira.
Depois da Lei Marcial de dezembro de 1981, a festa deixou de ser organizada até recomeçar em 1992. Esta festa é o grande dia do Vístula, um rio que parece ser esquecido pela cidade na maioria dos meses do ano. A cidade de Cracóvia decididamente não valoriza o Vístula como fazem cidades como Paris, Lisboa, Roma,Viena, onde o Sena, o Tejo, o Tevere e o Danúbio, respectivamente, são parte integrante do dia-a-dia de suas cidades. O Vístula no Wianki parace ser redescoberto pelos moradores, que sentam-se às suas margens, para assistirem aos shows de música e fogos de artíficio.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Szot - orgulho para o Brasil e para a Polônia

O imenso sorriso de Liza Minnelli recebeu um aturdido Paulo Szot no palco do Radio City Music Hall, em Nova York, na noite de domingo.

Andei viajando e por isso não deu para acompanhar o noticiário brasileiro esta semana. Nem mesmo o noticiário da Polônia foi possível. Assim, que perdi de saber com antecedência sobre a grande vitória de um filho de polacos nos palcos de Nova Iorque.
Paulo Szot, barítono brasileiro-polaco conquistou "Prêmio Tony", a máxima honraria para uma peça da Broadway novaiorquina. Szot (pronuncia-se chót) é o melhor ator de musicais de Nova Iorque pelo espetáculo "South Pacific". A conquista permitiu além da glória, fama, reconhecimento a assinatura de um novo contrato com um aumento salarial de 500%.
A seguir, trecho da entrevista, que o filho do sr. Kazimierz Szot (imigrante polaco que chegou ao Brasil depois da Segunda Guerra Mundial), deu ao jornal "O Estado de SPaulo":



O musical alterou muito sua rotina?

Sim, vivo 24 horas em função do espetáculo. Apesar de não exigir como uma ópera, ou seja, eu não canto tanto como, por exemplo, em Bodas de Fígaro, a responsabilidade é enorme. É a primeira vez que atuo com texto falado, então meu grau de concentração agora é maior do que tudo já fiz na vida.

Como foram as audições?

Inicialmente, eu estava apenas curioso pela experiência, pois não acreditava que um estrangeiro fosse escolhido, especialmente na Broadway, em que o domínio é dos americanos. Mas, na primeira audição, eu já me convenci de que teria chance. Eles analisaram mais a interpretação, pois queriam um cantor de ópera que conseguisse atuar. Depois de escolhido, participei ainda de mais duas audições para escolher o meu par.

Como é participar de um musical? Há uma exigência vocal diferente para um cantor lírico?

A experiência é fascinante, pois atuamos com uma orquestra com 30 músicos, algo pouco habitual até para a Broadway. Vocalmente, não há muita diferença, pois South Pacific é um exemplo daqueles musicais escritos há 60 anos, ou seja, com uma concepção que se aproximava da ópera. Assim, não preciso cantar como nos musicais modernos. Também não tenho muita coreografia. E a expectativa é grande, porque temos casa lotada até junho.

Como ficou sua carreira lírica?

Ainda estou negociando minha participação em duas óperas: Sansão e Dalila, em setembro, em São Paulo, e La Bohème, em outubro, no Rio. Gosto muito de cantar no Brasil. Tenho compromissos agendados em 2009 e 2010, mas minha carreira tomou uma nova direção. Essa oportunidade em musicais vai abrir um novo caminho.

Como você encara o preconceito na ópera contra o cantor lírico que atua em musicais?

Aqui, nos Estados Unidos, também tem isso. É normal entre os puristas, que se fecham em seu mundo. Sempre fui aberto a todo tipo de música - no início da carreira, aliás, preferia musicais a ópera (fiquei emocionado ao assistir Chorus Line). Mas prefiro não falar nada. Cada um deve fazer o que julga ideal.

Perfil de Paulo Szot

Descendente de polacos de primeira geração, Paulo Szot iniciou a carreira ao estudar música a partir dos 4 anos: piano, violino e depois o canto. Começou como tenor e depois passou para o registro mais grave de barítono. Com 18 anos, embarcou para a Polônia, onde aperfeiçoou os estudos vocais. Ingressou na Companhia Estatal de Canto Slask, do Grande Teatro de Varsóvia, no qual atuou durante quatro anos. Lá, experimentou pela primeira vez papéis que, mais tarde, formariam a base de seu repertório. Entre seus papéis na ópera, destacam-se Figaro no Il Barbieri di Siviglia (Rossini) e no Le Nozze di Figaro (Mozart); Escamillo, na Carmen (Bizet); Marcello em La Bohème (Puccini); Silvio em I Pagliacci (Leoncavallo); Lescaut, em Manon (Massenet); o protagonista de Eugene Onegin (Tchaikovsky); e Belcore, em L’Elisir d’Amore (Donizetti).

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Lech insiste: Não é verdade

Foto: jornal Rzeczpospolita

Lech Wałęsa finalmente pode ler nos manuscritos de Sławomir Cenckiewicz e Piotr Gontarczyk, o documento onde os dois historiadores querem provar que o ex-presidente foi espião do serviço secreto do comunismo polaco em 1970. Lech mais uma vez afrimou categoricamente que tudo isso não passa de mentira o que eles querem é vender este livro horrível. O livro patrocinado pelo Instituto da Memória Nacional deve ser lançado no próximo dia 23 de junho, em Varsóvia.

Przegorzaly em preto e branco

Foto de um dos painéis imensos no Aeroporto Internacional João Paulo II, em Balice-Cracóvia. O castelo da foto é o Przegorzały, pertencente a Universidade Jagiellonski, e coincidentemente onde eu moro. E para quem pensa que Cracóvia não tem morro, esse é um deles... entre tantos.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Euro2008: Infelizmente não deu

A principal manchete do jornal Gazeta Wyborcza, desta terça-feira, 17 de junho de 2008, não poderia ser outra para demonstrar a frustração do povo polaco com a Euro2008: "Mais fracos, mas infelizmente não deu".

Manchetes dos demais jornais:

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Rzeczpospolita: Fracos, livres, perderam
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Fakt: Boruc - classe mundial, o resto - embaraço
- Metro: Pena ter que falar mal
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Dziennik: Euro, adeus
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Przegląd Sportowy: 0-1, já o fim
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Super Express: Embaraço! Beenhakker deve devolver dinheiro! (Borucowi)
- Życie Warszawy: Não houve milagre

Foto: Miguel Vidal / Reuters

Polêmica contra Wałęsa continua


E o polêmico livro, que nem foi lançado ainda continua provocando discórdia entre Lech Wałęsa e os dois historiadores do IPN -Instituto da Memória Nacional. Na noite de ontem, em horário nobre o Canal 1 da Telewizja Polska, promoveu debate entre o ex-presidente e um dos historiadores no programa "Tomasz Lis na żywo" (...ao vivo). Foram sucessões de desmentidos de ambas as partes.
O apresentador Tomasz Lis tentou ser incisivo com os dois convidados, para deixou as perguntas mais constrangedoras para o historiador. Perguntou, por exemplo, se ele o Instituto da Memória Nacional estão fazendo uma caça as bruxas, ou tentando destruir a imagem de herói de Wałęsa. A resposta foi não, mas que contra documentos não existem versões, "eles existem. O sr. Wałęsa foi agente do serviço secreto do governo comunista da Polônia, nos anos 70".
No programa falando pelo monitor desde os estúdios da TV em Gdańsk, o homem, que com seus companheiros de sindicato solidariedade derrubou o sistema soviético, bradava que isto é mentira, que o Instituto é uma brincadeira, "e os documentos que o senhor historiador dizem existir podem ter sido forjados, esta era uma prática muito comum no comunismo: a mentira e a delação. Mas a verdade é uma só, os historiadores com este livro idiota estão mentindo, estou vivo e garanto com toda minha luta contra o comunismo de que não fui espião e ponto final".
O jornal "Rzeczpospolita" veio a carga nesta manhã, com mais uma reportagem sobre o assunto. Nela, o jornal divulga que Sławomir Cenckiewicz e Piotr Gontarczyk deram uma "avant-premier" de seu livro "SB a Lech Wałęsa. Przyczynek do biografii" (SB e Lech Wałęsa. Contribuição para a biografia).
Durante alguns anos desde 1970, Lech Wałęsa com o codinome "Bolka" entregou seus colegas do estaleiro Gdańsk e recebeu dinheiro por esta informação? Foi a pergunta que Piotr Gontarczyk e Sławomir Cenckiewicz, os dois historiadores autores do livro, responderam ao jornal. "No livro está publicado um questionário que evidencia a participação de Wałęsa. Nesta prova está escrito que em 29.12.1970 que ele colaborava com SB. Foram encontradas do período de 1970 a 1972 informações negativas da colaboração dos operários do estaleiro de Gdański com o serviço secreto. Porém, o delegado da UOP Krzysztof Bollin encontrou em 1991 mais de 20 delações do espião Bolka".
Os historiadores, após mais de um mês de polêmica sobre o assunto nos meios de comunicação da Polônia, afirmam que "anotações de 1978 comprovam que Wałęsa como espião Bolka prestou informações ao preço de 13.100 zł. Tal nota foi escrita por um oficial do SB."

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Internet gratuita nas ruas de Cracóvia

Foto: Ulisses Iarochinski
Os cracovianos e naturalmente todos os turistas que inundam a cidade terão conexão com a Internet gratuita através do sistema wireless até março de 2009, também no Planty (parque que circunda a cidade e que foi o antigo fosso da cidade murada - Na foto, todo este circulo verde). O sistema já está instalado no Rynek (Praça Central) e na praça Wszystkich Świętych, onde está a prefeitura da cidade.
Segundo Piotr Malcharek, diretor do departamento de informática da Prefeitura, praticamente toda a área que comprende a antiga cidade fortificada de Cracóvia terá sinal gratuito de Internet através de computadores portáteis, os laptop / notebook, que possuam a placa wireless de transmissão via rádio. Porém ele não garante que os moradores, os frequentadores dos bares, e cafés da região possam ter acesso de dentro de suas casas, ou salas. Por outro lado ele dizer que a idéia não é fazer concorrência com as operadoras comerciais de Internet. Serão investidos na colocação das antenas e todo o sistema 1 milhão de złotych.

Polacos a favor do Tratado de Lisboa


45% dos polacos chamam a atenção, apesar do fiasco do referendo na Irlanda, o, presidente Lech Kaczyński deveria ratificar o Tratado de Lisboa. Segundo pesquisa de opinião da TNS OBOP para o jornal "Dziennik".
24% reconheceram que ele deve assinar; 31% não têm a mínima idéia do que é o tratado. Na pesquisa da NPB o resultado também diz que o referendo na Polônia quando acontecer deverá ser aprovado com 71% e 14% votariam contra. A pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 14 passados com um universo de mil adultos.
O Tratado de Lisboa, fruto de um trabalho de 2 anos, quer definitivamente sanar as discórdias sobre o texto da Constituição da União Européia, que levou um duro revés ao ser rejeitada em referendo dois anos e meio atrás pelo holandeses.

Cracóvia no bar

Foto: Ulisses Iarochinski
Painel da Cracóvia medieval fortificada por altos muros e fosso, num bar no Rynek Główny (rinek guufni), ou Praça do mercado central. Com 2,5 x 2 m a obra não está assinada. Mas é bastante colorida e bela.