quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A maior atleta polaca de todos os tempos.


E a minha ídola polaca no esqui é novamente medalha de ouro. A bela Justyna Kowalczyk venceu com tranquilidade a prova do Esqui Cross Country 10km nos Jogos Olímpicos de Sochi.
Mas essa vitória não foi fácil. A polaca precisou superar a dor de competir com um dos pés quebrados.
O ouro veio com o tempo de 28:17.8, mais de 18 segundos a frente da segunda colocada. A medalha de prata foi para Charlotte Kalla (Suécia) com 28.36.3 e o bronze ficou com Therese Joahug (Noruega), com o tempo de 28:46.1.
Com esse Ouro, Kowalczyk supera o maior ídolo dos esportes da Polônia, Adam Małysz do Salto com Esqui, como o polaco com maior número de medalhas em Jogos Olímpicos de Inverno. Foi a 5ª medalha de Justynka.
Com o resultado, ela ainda se tornou a maior atleta olímpica de inverno da história da Polônia. Isso porque nenhum outro atleta do país havia faturado mais de uma medalha de ouro. Kowalczyk havia vencido a prova de 30km de cross country clássico em Vancouver-2010.
Ela também se tornou a maior medalhista polaca, já que havia conquistado outras quatro medalhas olímpicas. Além do ouro em Vancouver-2010, ela também teve a prata no sprint individual e o bronze nos 15km do cross country. Já em Turim-2006, foi bronze nos 30km.


Além dela, Kamil Stoch tinha sido o campeão da prova de salto sobre esqui em Sochi. Vale lembrar que a Polônia tinha somente duas medalhas de ouro em Jogos de Inverno antes de Sochi - além de Kowalczyk em 2010, o polaco Wojciech Fortuna tinha sido campeão em 1972, no salto sobre esqui.
- "Significa muito para mim esta medalha de ouro, porque eu quebrei meu pé há duas semanas atrás e lutei muito para competir aqui (Sochi). Eu era uma das favoritas e realmente acreditava que podia vencer. Foram anos de trabalho duro e esta é a quarta medalha de ouro da história da Polônia. Então, penso que é algo realmente grande". - comemorou Kowalczyk.


Justyna Kowalczyk(pronuncia-se: [jusˈtɨna kɔˈvalt͡ʂɨk] ( ), nasceu em 19 de Janeiro de 1983, em Limanowa, na Polônia. Tem 1,73 m de altura e pesa 59 kg. Ela tem três irmãos mais velhos. A irmã Ilona Batko é médica, a outra irmã, Wioleta Kowalczyk é professora de idioma polaco, e seu irmão Tomasz é cardiologista

Kowalczyk já recebeu condecorações do governo da Polônia como:
- 2010 - Krzyż Komandorski z Gwiazdą Orderu Odrodzenia Polski (Cruz de comandante com Estrela da Ordem de Polonia Restituta.
- 2009 - Krzyż Kawalerski Orderu Odrodzenia Polski (Cruz de cavaleiro da Ordem da Polonia Restituta.

Ela é membro do  Departamento de  ski cross country ski da AZS AWF Katowice e seu treinador é Aleksander Wierietielny. Ela começou a competir no ano de 2000.
Justyna fez sua estréia em Copas do Mundo em 09 de dezembro de 2001 (temporada de 2001/2002) em Cogne, ficando apenas com o 64º lugar na qualificação Sprint Freestyle 1,5 km.,
Seus primeiros pontos numa competição desta magnitude ela conquistou 10 dias depois em 19 de dezembro de 2001, em Asiago, classificada em 30º posto de sprint técnico clássico de1,5 km.
Justynka é duas vezes medalha de ouro em olímpiadas  e bicampeã mundial.
Ela também é a única esquiadora que venceu o Tour de Ski quatro vezes, é uma das duas mulheres que venceu a Copa do Mundo FIS Cross-Country três vezes seguidas (a outra é a finlandesa Marjo Matikainen sua grande rival).
Kowalczyk detém o recorde de todos os tempos para em mais vitórias do Tour de Ski. Em 14 competições, ela ganhou 29 pódios no total.

As principais vitórias
Jogos Olímpicos
Ouro - 2014 - Sochi - 10 km classical
Ouro - 2010 - Vancouver - 30 km classical
Prata - 2010 - Vancouver Individual sprint
Bronze - 2006 Turin 30 km freestyle
Bronze - 2010 Vancouver 15 km pursuit

Campeonato Mundial
Ouro - 2009 - Liberec  - 15 km pursuit
Ouro - 2009 - Liberec - 30 km
Prata - 2011 - Oslo - 10 km classical
Prata - 2011 - Oslo - 15 km pursuit
Prata - 2013 - Val di Fiemme 30 km classical
Bronze - 2009 - Liberec - 10 km
Bronze - 2011 - Oslo - 30 km

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

10 anos da morte de Riszard Kukliński


Em 11 de fevereiro de 2004, em Tampa, na Flórida, morria o coronel Ryszard Kukliński, oficial do Estado-Maior Geral do Exército polaco, que no início dos anos 70, uniu-se à inteligência americana. Como Jack Strong deu, entre outros, planos estratégicos do Pacto de Varsóvia que permitiram a derrocada do Império Soviético na Polônia. Kukliński nasceu em 13 de junio de 1930 em Varsóvia, dentro de uma família de operários.
Seu pai era um membro do movimento de resistência polaca à ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial e acabou morrendo no campo de concentração de Sachsenhausen.
O mesmo Ryzsard passou brevemente por um campo de trabalhos forçados quando tinha apenas 13 anos de idade.
 Após o fim da guerra, Kukliński começou sua carreira militar no Exército do Povo Polaco então recém-criado. Ele participou dos preparativos das forças do Pacto de Varsóvia que participariam da invasão da Tchecoslováquia em agosto de 1968, durante a Primavera de Praga.
Após a repressão comunista, em dezembro de 1970, em que os trabalhadores polacos que se manifestavam nas cidades de Gdynia e Gdańsk, Kukliński começar a sentir repulsa crescente do regime, e ainda mais da Soviética (que ele via como o opressor real de seu país) que do próprio regime polaco, que, afinal, era um satélite.
A partir de então, ele decidiu tentar entrar em contato com os serviços de inteligência dos Estados Unidos. Sabia ele, que isto seria muito perigoso na Polônia. Teve, então, uma idéia genial: convenceu seus superiores que um seleto grupo de oficiais poderiam andar pelas margens da Europa Ocidental, por barco, posando como turistas, e recolhendo qualquer informação útil.
Finalmente, em agosto de 1972, durante uma dessas viagens, ele conseguiu enviar uma carta para a Embaixada dos EUA em Bonn (então capital da Alemanha Ocidental).
Fez desta forma seu primeiro contato com os oficiais militares dos Estados Unidos. Aquela "aventura marítima" acabaria em trabalho conjunto com CIA, e ele passou a oferecer seus serviços como um espião.
Foi assim que, durante sua carreira como um espião entre 1971 e 1981 entregou à CIA microfilme colossal de 40.000 páginas de documentos secretos do Pacto de Varsóvia de origem essencialmente Soviética.

Os documentos em questão descreviam planos estratégicos de Moscou sobre o uso de armas nucleares, detalhes técnicos do último tanque soviético produzido, o T- 72 e o míssil Strela -1 , a distribuição de bases soviéticas, a artilharia antiaérea nos territórios da Polônia e na antiga Alemanha Oriental, os métodos e as técnicas utilizadas pelos soviéticos para minimizar e tentar evitar a detecção de seus equipamentos militares por satélites espiões norte-americanos, uma análise magistral da União Soviética e das fraquezas da OTAN através de um manual de 300 páginas sobre a guerra eletrônica, a informação de que a URSS estava se preparando para invadir um país no sul (o que viria a ser o Afeganistão, 1979) e planos da eventual aplicação da lei marcial na Polônia, um fato que, eventualmente, veio a acontecer em 1981.

Kukliński, em pé, atrás do presidente Wojciech Jaruzelski
Em setembro de 1981, o ministro do Interior da Polônia dizia que "Moscou reclama que tudo que se discute no Politburo sobre o sindicato Solidariedade é descoberto em menos de 24 horas. Há um vazamento terrível de informações". Até o nome de código (Wiosna, "Primavera" ) do plano para declarar a lei marcial no país era conhecido pelo Solidariedade.
E o coronel Kukliński era parte de um punhado muito seleto de apenas dez pessoas em todo o país cujo nome oficialmente secreto era conhecido.
Diante de um risco iminente de descoberta, Kuklinski poderia ser " exfiltrated" (retirado sub-repticiamente) da Polônia pela CIA (provavelmente escondido dentro do veículo oficial da embaixada dos EUA ) em Varsóvia com sua esposa e dois filhos.
Finalmente, no dia 11 de novembro de 1981, ele foi para os Estados Unidos. Isso aconteceu pouco antes da imposição, em dezembro do mesmo ano, da lei marcial no país. Em 23 de maio de 1984, Kukliński foi condenado à morte in absentia (à revelia ) por um tribunal militar secreto ainda comunista existente na Polônia.
Mas, depois da queda do comunismo no país, em 1989, a decisão foi revertida pelas novas autoridades e, depois de um longo exílio, ele momentaneamente regressou a Polônia, em abril de 1998. Ele morreu de um ataque cardíaco aos 73 anos, em um hospital na cidade de Tampa (Flórida, EUA), em 2004.

Túmulo em Varsóvia
Seus restos mortais foram transferidos para sua Polônia e foi sepultado, em Varsóvia, em 19 de Junho de 2004, com honras militares, junto a seu filho Waldemar, que foi morto a tiros por um motorista desconhecido, em meados de 1994 (um fato que, de acordo com vozes pertencentes a teorias da conspiração, teria sido uma vingança de ex-agentes soviéticos).
Seu outro filho, Bogusław havia desaparecido em janeiro do mesmo ano, também em circunstâncias não totalmente explicadas, enquanto ele estava fazendo uma expedição de mergulho no estado da Flórida. No seu caso, seu corpo nunca seria encontrado.

Monumento em Cracóvia
Herói ou traidor
Kukliński permanece uma figura controversa para muitos polacos. Para a maioria é considerado um herói nacional legítimo, mas alguns ainda consideram-no um traidor. Para estes, o fato de ter revelado planos militares soviéticos para a CIA, contribuiu para que a planejada invasão da União Soviética sobre a Polônia, em 1981, tenha sido frustrada, e isso ajudou a evitar o superaquecimento das tensões da Guerra Fria e até mesmo uma escalada nuclear hipotética do conflito, o que, sem dúvida, teria significado a completa destruição virtual da Polônia (assim como o mundo em geral e a Europa em particular).
No entanto, estas afirmações são difíceis de avaliar (e, mais ainda, para confirmar ou dar como verdade), porque os eventos que levaram à declaração da lei marcial na Polônia, em 1981, ainda são controversos e contestada por vários historiadores. Kuklinski está enterrado em linha de honra de Powązki do cemitério militar de Varsóvia, e foi declarado cidadão honorário de várias cidades polacas, entre as quais Cracóvia e Gdańsk.
Longa-metragem polaco sobre o espião polaco. Direção de Władysław Pasikowski.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O pierogi polaco foi levado aos eslavos

Pierogi com cogumelos "borowników" com molho de cebola frita e nata salgada
O termo polaco PIEROGI (pronuncia-se piérógui) é plural, enquanto PIERÓG (pronuncia-se piérug) é singular.
Na República Tcheca e na Eslováquia são chamados de Pirohy (plural) e Piroh (singular).
Na Alemanha, ele é conhecido como Pirogge no singular e Piroggen no plural, embora, por vezes, o nome polaco Pierogi é também usado.
Nos demais países eslavos, eles são chamados de: kalduny (Bielorrússia), pirukad (Estônia), koldūnai (Lituânia), perohe e vareniki (Ucrânia), vareniki e pelmeni (Rússia).
Em algumas línguas do Leste Europeu, as variantes deste prato são conhecidos por nomes derivados da raiz da palavra "ferver" (em russo: варить, varit ', ucraniano: варити, varyty.

Há semelhança com o italiano ravioli, culurgiones, tortelli, tortelloni e tortellini, com o alemão Maultaschen e Bierock, e para os judeus Ashkenazi ele é o kreplach.
Na Turquia, Transcaucásia e Ásia Central são conhecidos como manti ou mantu, khinkali ou chuchvara.
No leste da Ásia,  temos o jiaozi chinês, o coreano mandu, o japonês gyoza, o buuz mongol, e no Nepal e Tibete como momo.
Na Índia, algo semelhante ao pierogi é conhecido pelo nome de "Ghooghra" (ou Ghugra) no Estado de Gujarat, "Karanji" no Estado de Maharashtra, e "Gujiya" em muitos lugares do Norte da Índia.
Ghooghra, ou pierogi indiano
Originários da Europa Central e do Leste, eles têm formato normalmente semicircular, mas em algumas culturas podem ser retangulares ou triangulares.
São feitos com massa de farinha de trigo, sendo primeiro cozidos e então assados ou fritos, normalmente na manteiga com cebolas. Tradicionalmente são recheados com batata e ricota, repolho azedo, carne moída, queijo ou frutas. Podem ser doces, salgados e até mesmo apimentados, isto, na culinária polaca, onde é considerado o Prato Nacional da Polônia.
Os pierogi doces são comumente servido com creme de leite e o salgado é servido com molho de cebolas picadas, fritas na manteiga, ou molho com pedaços de bacon fritos.

Pieróg era tradicionalmente uma comida da zona rural, mas tornou-se popular em todas as classes sociais. Eles são servidos em diversas festas, ocupando importante papel como prato cultural.

Tanto a iguaria como a palavra Pierogi, segundo alguns etimologistas, teriam origem tártara, ou seja, mongol.
A palavra “pierogi” seria derivada de Pier, que segundo estes mesmos estudiosos seria uma palavra tártara.
Segundo Andrzej Bankowski a palavra teria origem em dialetos urálicos do termot Piirag. Outra hipótese seria originário do antigo eslavo eclesiástico PIRU.
Já o etimologista polaco Aleksander Bruckner (nasceu em Brzeżany - 1856/1939) Pieróg tem origem na palavra pré-eslava PI acrescida de R... Assim como o PI de PIĆ (beber)... ou como PIEC (forno) ou PIEKŁO (inferno), ou seja, ele é um bolinho de trigo recheado que é levado ao fogo.
Por isso, sabe-se que antigamente os Pierogi eram assados no forno e só mais tarde cozidos em água fervente (verbo Gotować) e foi assim com este verbo, que foi acrescido o sufixo G  (de ferver em polaco) a PIER.
Já em idioma russo, ferver é Вареники ou varenik. Já os rutenos (atuais ucranianos) denominaram a iguaria como Perohe (pronuncia-se perórrê) e Vareniki. Também os polacos-judeus se utilizaram do vocábulo vareniki quando falavam em iidiche.



Em 1410, na Batalha de Grunwald, a Polônia conseguiu apoio dos tártaros  e de outras etnias que viviam no reino da Polônia e expulsaram os saxônicos, ou teutônicos, que naquele época, ainda não eram chamados de alemães.
Daí o porquê, alguns acreditarem que foram os tártaros que trouxeram para a Polônia, o Pieróg. Além do que, em tempos de guerra era algo muito simples de fazer e também porque eram os únicos ingredientes disponíveis em tempos de escassez.
Com a expansão do Reino Polaco e em seguida com a República das Duas Nações Polônia-Lituânia, o Pierogi foi levado a outras etnias eslavas e também não eslavas do Centro e Leste da Europa.
Mas contrariando esta versão tártara, muito recentemente, arqueólogos chineses encontraram em escavações o que se confirmou ser a farinha de trigo e o macarrão, produtos levados a China à milhares de anos por nômades eslavos, procedentes de regiões que se encontram atualmente em território da Polônia. Contrariando a tese de que o macarrão, o ravioli trazidos à Veneza por Marco Polo, foram uma invenção chinesa, aprimorada pelos italianos e polacos.

Pierogi doce de morango com molho de nata e açúcar de confeiteiro
Na festa mais importante do calendário religioso, os polacos tradicionalmente servem dois tipos de Pieróg na ceia de Natal.
Um deles é servido com kapusta kiszona (repolho azedo) e cogumelos secos, e outro, em formato menor, recheado apenas com cogumelos secos é servido junto com o consomê de beterraba, o famoso Barszcz Czerwony.
O Festival do Pierogi de 2007 em Cracóvia bateu um recorde na cidade quando foram consumidos mais de 30.000 pierogi diariamente.
Pierogi é provavelmente o único prato polaco que tem o seu próprio Santo patrono. "Święty Jacek z pierogami!", (São Jacinto e o seu pierogi!) é uma antiga expressão de surpresa, com alguma similaridade ao "Nossa senhora!" ou "Santo Deus!".

Jacek Odrowąż nasceu em Kamień Śląskiej em 1183 e faleceu em 15 de agosto de 1257 em Cracóvia. Como padre dominicano foi um missionário polaco tornado Santo pelo Papa ClementeVIII, em 17 de abril de 1594. É cultuado na Bazylika Trójcy Świętej, na Plac Wszystkich Świętych, em Cracóvia.
Segundo os autores Helena Szymanderska, Andrzej Stojowski e Izabela Kaczyńska, Święty Jacek (São Jacinto) em seu trabalho pastoral percorreu terras da Polônia e da Rússia. 
Ele foi abade em Kiev, onde ele costuma preparar na véspera de Natal os famosos pierogi polacos e distribuí-los aos fiéis rutenos (atuais ucranianos). 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Embaixador da Polônia convida estudantes brasileiros

Caros Estudantes do Brasil,
Gostaria de convidá-lo a visitar este belo país e selecionar um dos vários cursos que as universidades polacas oferecem.
Embaixador Andrzej Braiter
A Polônia está localizada no coração da Europa. Nosso país não é apenas um bom lugar para se viver – a Polônia é um lugar maravilhoso para se estudar. Lá você vai encontrar uma grande variedade de cursos para escolher. Nosso sistema de educação segue padrões do Processo de Bolonha, permitindo realizar um curso de graduação, mestrado e doutorado, garantindo um diploma reconhecido pelos países membros da União Europeia.
Estudando na Polônia, você terá a chance de fazer um estágio em empresas modernas, podendo aprender conosco algumas habilidades extremamente úteis, como: ser ativo, voltado para negócios e criativo. Temos conseguido nosso enorme sucesso econômico na Polônia graças à maneira como somos. Iremos ajudá-lo a investir em si mesmo para se tornar mais bem sucedido em sua vida. Somos uma nação jovem, enérgica e multilingue, mas a coisa mais importante é que a Polônia e o Brasil têm muitas coisas em comum: amamos sua cultura, literatura, língua, dança, música, comida e tradições. Talvez não jogamos futebol tão bem quanto vocês, mas somos apaixonados por ele, assim como por outros esportes, por exemplo, voleibol e esqui. Na Polônia, você irá se sentir em casa, pois vai encontrar aqui tudo: de capoeira à caipirinha. Tenha certeza de que vamos recebê-lo muito calorosamente e sua estadia na Polônia será uma aventura inesquecível, talvez uma aventura única em sua vida.

Andrzej Braiter
Embaixador da República da Polônia no Brasil


http://www.brasilia.msz.gov.pl/pl/

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O Szara de Cracóvia, bar e restaurante

Foto: Ulisses Iarochinski
Szara Restauracja (Restaurante Cinza) está localizado em um dos maiores prédios do Rynek Główny (Praça do Mercado Central) nrº. 6, de Cracóvia.
O edifício é do século XIV, construído a partir da fusão de dois prédios residenciais separados.
Em fevereiro de 1574, Piotr e Samuel Zborowski realizaram uma cerimônia para a coroação do rei Henryk III Walezy (o francês Henrique III de Valois).
Nos anos de 1747-1772, viveu aqui Marcin Oracewicz, e em 1787, os Żeleński ofereceram jantar em homenagem ao rei Stanisław August Poniatowski (ultimo rei eleito da Polônia).
Desde a segunda metade do século XVI esteve na posse das famílias Zborowski e Zebrzydowski. No século XVIII pertenceu à família Żeleński. Na fachada do edifício há duas placas memoriais.
Uma informa que o herói de dois mundos (Polônia e Estados Unidos da América) o general Tadeusz Kościuszko residiu aqui durante a revolta de 1794 , e a segunda placa informa que foi sede do Governo Nacional durante o levante de Cracóvia em 1846.
Em 1853, o novo proprietário do prédio, Stanisław Feintuch, mudou seu sobrenome para Szarski e abriu no salão gótico, no piso térreo, uma loja e um armazém no quintal. Henryk Szarski, filho de Stanisław, nos anos 1907-1913 reformou e reconstruiu parte do edifício.


O interior da loja no térreo e os vitrais policrômicos foram projetados pelo artista Józef Mehoffer. Inicialmente a loja vendia de tudo: café, tijolos, pão, vernizes, mas com o tempo, a empresa evoluiu para uma loja colonial conhecida "Szarski e Filho" .
A “Szarski e Filho" começou a definhar durante a Segunda Guerra Mundial quando os alemães retiraram o frontispício do edifício. Nos três anos, que antecederam o jubileu do 100 º aniversário, em 1950, os proprietários Jan Szarski e Stanisław Szarski decidiram fechar a empresa por causa de impostos gigantescos, taxas nada razoáveis.
Antes da Segunda Guerra Mundial, o edifício foi também sede local do Partido Nacional e da Juventude Polaca. Em 2009, a policromia dos vitrais foi restaurada. O prédio manteve o portal colunar do século XVII, a policromia abóbada do teto gótico no térreo e nos pavimentos e também as vigas de madeira decoradas com policromia.
O edifício foi tombado pelo Registo de Monumentos de Cracóvia em 1936. Atualmente, a Szary Kamienica (Edifício cinza) é propriedade da Fundação "Grey House - Szara Kamienica", que foi criada no início dos anos 90, com vistas a abrigar um restaurante neste prédio histórico.
A Fundação realizou uma grande renovação do prédio. Ele abriga agora salas de escritório (por exemplo, o British Council ), residências e no piso térreo, além do restaurante Szary também boutiques no lado da rua (ul.) Sienna e um bar no porão.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A marcha pela vida de David Lorber Rolnik

Texto Blima R. Lorber

Eu, Blima, e meu irmão, Szyja, ficamos muito emocionados e surpresos com uma publicação que data de 22 de janeiro de 1940, de Genebra, feita pela JTA — Jewish Telegraph Agency — à qual tivemos acesso dias atrás, que relata a Marcha da Morte de Chełm, Polônia, realizada pelos nazistas em 1° de dezembro de 1939.
Esta fatídica marcha (de Chełm, Hrubieszów a Sokał e Belz na fronteira russa) custou a vida de muitos e teve poucos sobreviventes, entre eles, por milagre, nosso querido pai – David Lorber Rolnik Z’L. O texto divulgado naquela época pela JTA apresenta, com mínimas variações, o que nosso pai nos contou a respeito dessa terrível ação nazista.
A narrativa de David é um dos principais capítulos do livro “As catorze vidas de David — o menino que tinha nome de rei”, de autoria minha e de meu irmão, homenageando o homem maravilhoso que ele foi e que enfrentou tantos perigos sem nunca ter desistido da vida. A divulgação dos fatos já naquela época mostra que o mundo sabia o que estava ocorrendo, mas cruzou os braços diante da barbárie. Foram milhões de mortes antes que alguma ação fosse tomada para combater a loucura assassina da Alemanha nazista.
Meus agradecimentos a Aaron Bitterman, amigo e companheiro de pesquisas, por este precioso documento que será incluído na segunda edição do livro.
O livro "As catorze vidas de David - o menino que tinha nome de rei", para quem tiver interesse, e ainda não o leu, tem prefácio da Profa. Maria Luíza Tucci Carneiro e pode ser encontrado nas principais livrarias do país (Cultura, Saraiva, Curitiba, Martins Fontes, Sefer) ou nos seus respectivos endereços eletrônicos. Seguem o link do texto original e sua tradução.


1.900 judeus assassinados pelos nazistas em 4 dias de marcha até a fronteira soviética; 'revolta' é a versão da DnB.* 22 de janeiro de 1940 GENEBRA (21 de janeiro)

Detalhes completamente autênticos do massacre de um número de judeus estimado em 1.900 que viviam em Chełm e Hrubiaszów**, na província de Lublin, na Polônia ocupada pelos nazistas, próxima à fronteira soviética foram recebidos aqui hoje. O massacre ocorreu durante uma marcha forçada de quatro dias de milhares de judeus em direção ao rio Bug, que divide a Polônia entre os alemães e soviéticos naquele ponto.
A DNB, agência de notícias oficial alemã, emitiu apenas este relatório sobre o massacre: "Uma tentativa de revolta dos judeus nos distritos de Chełm e Hrubiaszów foi impiedosamente reprimida”. Os acontecimentos reais foram os seguintes: Na quinta-feira à noite, 30 de novembro, as autoridades nazistas em Chełm ordenaram que todos os judeus entre as idades de 15 e 60 comparecessem às 8h30 horas da manhã seguinte na praça do mercado, Praça Luczkowski, na rua principal, Lubelsulica.
Não foi dado qualquer motivo para esta ordem. Para assegurar o seu cumprimento, os nazistas fizeram reféns 20 judeus proeminentes. Muitos judeus, temendo o pior, fugiram na quinta-feira à noite e sexta pela manhã.
Mas, a maioria dos judeus apareceu no horário especificado. Quando cerca de 2.000 judeus estavam reunidos, foram cercados pela polícia auxiliar nazista, guarda de elite e um pequeno destacamento de soldados armados com metralhadoras. Um oficial da Gestapo se dirigiu a eles informando-os que os judeus de Chełm haviam sido condenados a ser privados de seus direitos civis e expulsos da cidade. Os judeus foram, então, ordenados a cantar canções judaicas e mantidos na praça até às 12:30.
Suas esposas, mães e irmãs que, entretanto, tinham se aglomerado nas ruas adjacentes, foram repetidamente dispersas pela polícia e muitas espancadas. Seus gritos de desespero para o retorno de seus entes queridos foram ignorados. Às 12:30, os judeus foram obrigados a se alinhar em formação militar. Foram cercados por soldados nazistas em caminhões e motocicletas e foram levados para fora da estrada em direção a Hrubieszów.
As mulheres foram proibidas de segui-los e as desobedientes rechaçadas. A poucos quilômetros de Chełm, perto de um hospital militar situado na floresta, a marcha foi interrompida e foi dito que 20 homens seriam executados. Vinte homens foram então escolhidos e levados para dentro da floresta, de onde logo foram ouvidos tiros, acompanhados de gritos. 600 corpos contados O resto do grupo foi, então, levado novamente a marchar em ritmo rápido. Aqueles que caiam de exaustão foram mortos a tiros no local.
Os corpos das pessoas executadas foram, mais tarde, encontrados espalhados ao longo da estrada. Dois camponeses polacos, contratados por uma mulher judia de Chełm para seguir o grupo e verificar o destino de seu marido, contaram mais de 600 corpos entre a floresta, onde a primeira execução ocorreu, e o município de Sialopol***, a 36 km de Chełm, na estrada para Hrubiaszów.
Na sexta-feira à noite, o restante do grupo de Chelm chegou a uma aldeia a dois quilômetros de Hrubieszów e foi obrigado a acampar no campo, que foi iluminado com holofotes para evitar qualquer fuga. Enquanto isso, os nazistas em Hrubieszów emitiram uma ordem semelhante aos homens judeus locais, com idades entre 15 e 60, a comparecer na manhã de sábado em um determinado lugar fora da cidade.
Sem saber do destino dos judeus de Chełm, mais de 2.000 judeus de Hrubieszów reuniram-se entre as sete e às nove horas na manhã de sábado. Quatrocentos foram libertados e foram orientados a voltar para casa. Os outros foram alinhados e informados de que haviam sido condenados à expulsão. Seus documentos e objetos de valor foram confiscados e informados que seriam levados para a fronteira soviética.
Às 9:30, os judeus remanescentes de Chełm chegaram e se juntaram a eles. Estimou-se que o grupo agora estava constituído de 1.100 judeus de Chełm e 850 de Hrubiaszów. Antes de serem levados, foram informados de que aqueles que retornassem seriam tratados como espiões e executados. Embora a fronteira fosse apenas a 4 km de distância, os nazistas levaram os judeus por uma rota alternativa, que abrange mais de 50 quilômetros, a prosseguir através de campos, bosques e pântanos de Hrubiaszów para Mieniany, Cuchoburze e Dolbyszów.
Execuções a cada 5 minutos A cada 5 minutos, os nazistas ordenavam aos que estavam cansados e incapazes de continuar para ficar de lado. Estes foram mortos a tiros e seus corpos deixados nos campos. Durante a marcha, os judeus não receberam comida ou bebida e aqueles que tentaram deixar a formação para pegar a água de valas foram executados a tiros.
Quando alcançaram Dolbyszów, os sobreviventes foram divididos em dois grupos, um de cerca de 550 e o outro com cerca de 400. Assim, 1.700 foram mortos entre Chełm e Hrubiaszów e entre Hrubiaszów e Dolbyszów. O maior grupo, o de 550, foi levado em direção à cidade de fronteira de Sokał, e o grupo de 400 para Belzy****.
Do menor grupo, apenas alguns foram mortos a tiros antes de alcançar a ponte sobre o rio Bug, mas do grupo maior 250 foram mortos a tiros. Assim, durante os quatro dias da marcha um total de 1.950 foram assassinados. Os dois grupos chegaram a Sokał e Belzy, respectivamente, na segunda-feira, 4 de dezembro.
Na ponte de Sokał, os 300 sobreviventes do grupo de 550 foram contados e informados de que se alguém não conseguisse atravessar o rio, ou sobre a ponte ou a nado, em 20 minutos seria baleado. Antes de cruzar, os judeus foram autorizados a ter uma refeição de pão seco e água trazida por cristãos de Sokał.
Ao chegar ao lado soviético, os judeus tiveram que esperar por três horas e depois foi lhes dada a decisão das autoridades soviéticas de que tinham de regressar ao território alemão. Apesar da resistência desesperada, foram levados pelos guardas soviéticos e entregues aos alemães.
Às 7 horas da noite, os judeus foram informados pelos nazistas que seriam mortos, a menos que cruzassem o rio novamente, a seu próprio risco, às 6 horas da manhã seguinte. Um número deles nadou e conseguiu entrar em território soviético sem ser detectado. Os demais foram presos pelas autoridades soviéticas, mas não foram enviados de volta.
Alguns encontraram refúgio nas aldeias vizinhas do lado alemão. Alguns morreram afogados na travessia do rio Os 400 levados a Belzy atravessaram para o território soviético, embora eles não tivessem sido admitidos no início. Um número de judeus, tanto em Sokał quanto em Belzy, afogou-se ao tentar nadar através do rio. Muitos dos que conseguiram a travessia foram levados para hospitais soviéticos, onde vários morreram.
Durante os quatro dias de marcha, aos judeus foi dado apenas um pão por dia para cada 30 homens. Uma média de um judeu a cada cinco minutos foi executado a tiros. Ouviu-se de um guarda nazista: "Eu mesmo já liquidei 76", e recebeu a resposta de outro guarda, "Eu só matei 63". Entre os assassinados estava Isaac Lewenfuss, 55 anos, que tinha sido o contador do Banco do Povo de Hrubiaszow.
Ele estava completamente exausto e incapaz de continuar depois de 15 km de Hrubiazów. Quando recebeu a ordem de se deitar, que foi a introdução para a execução, seu filho de 20 anos de idade, Mendel, ofereceu-se para morrer em seu lugar, mas a oferta foi recusada.
O jovem, em seguida, declarou: "Mate-me, juntamente com o meu pai". Um soldado da tropa de choque disse: "Oh, você está oferecendo-se para morrer. Muito bem, é muito bonito da sua parte”. Pai e filho foram, então, executados juntos enquanto se abraçavam. Entre outros executados estavam três membros da família Lewenstein, muito conhecida em Chełm.

Notas: * DNB - Deutsches Nachrichtenbüro, agência de notícias da Alemanha nazista. ** Hrubieszów – No relato de 1940 o nome da cidade às vezes aparece como sendo Hrubieszów e outras Hrubiaszów. O nome correto é Hrubieszów. *** Sialopol – Provavelemnte refere-se à cidade de Białopole. **** Belzy ou Belz (iídiche) – Cidadezinha (shtetl) que ganhou fama graças à canção popular judaica Mein Shtetale Belz.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O humor que faz sucesso na Polônia


Rafał i Leśniak com o personagem Jerzy da série animada para TV
Dois artistas do humor têm roubado a cena polaca. Seus desenhos e piadas são publicados no principal jornal do país, o Gazeta Wyborcza. As tiras ganharam as telas em animações bastante críticas do cotidiano polaco.
Polônia - Campeão polaco
da esquerda: Morrerias pela Pátria?
da direita: Preferia matar.

Rafał Skarżycki (à esquerda na foto) nascido em 28 de marco de 197 é o escritor e autor dos textos das tiras e histórias em quadrinhos.
Apesar da colaboração com outros cartunistas como Bogusław Polch, Przemysław Truściński, Jakub Rebelka e Ernesto Gonzales, a parceria com Tomasz Leśniak é que vem dando mais sucesso.
Seus textos são publicados em revistas infantis como "Świerszczyk" e "Teddy Bear". Em 2009 ele publicou seu primeiro romance "Teleznowela".

Polônia - Campeão polaco
da esquerda: Lês livros?
da direita: Prefiro queimar
Tomasz Leśniak nasceu em 19 de dezembro de 1977, em Varsóvia.
Leśniak é cartunista, animador e criador da história em quadrinhos, vencedor da competição Grand Prix de IFW 1999 pela uma série do ouriço Jerzy (Jorge). Graduou-se na Academia Européia de Artes Gráficas em Varsóvia.
Polônia - Campeão polaco
quadro da esquerda: Lembre-se, o sucesso tem sempre um grande pai
Menino na direita: e a derrota?
Homem: a mãe.

Polônia - Campeão polaco
da esquerda: Uma vodcazinha?
da direita: Cervejinha. Sou um vagão.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Anotações de João Paulo II viram livro


O cardeal Stanisław Dziwisz, que foi durante muito tempo o secretário pessoal do cardeal Karol Wojtyła e depois como papa João Paulo II está lançando mais um livro sobre o polaco que recolocou a Polônia no mapa do mundo.
Com o título de "Estou nas mãos de Deus. Anotações pessoais 1962-2003", pela editora Znak, o cardeal está contrariando o desejo do próprio pontífice. Pois esse era do desejo de Wojtyła.
O ex-secretário Dziwisz disse que queimou as cartas e muitas das anotações de João Paulo II, mas alegou que não teve "coragem" de destruir os escritos que lançavam luz sobre a alma do papa morto em 2005.
O livro será publicado, na Polônia, dia 5 de fevereiro e segundo Dziwicz, seria um "crime" obedecer à vontade do falecido papa e queimar aquelas anotações, mesmo que em seu testamento, o Papa polaco houvesse pedido que fossem queimados seus apontamentos pessoais.
"As anotações e a correspondência que se deviam queimar foram queimados, destruídos", informou o cardeal.
"O Papa revela aqui um fragmento de sua alma, de seu encontro, a contemplação, a devoção e ali reside o maior valor desta publicação", declarou o ex-secretário.
"Eu não tinha nenhuma dúvida. São coisas tão importantes, falando de espiritualidade, do homem, de um grande papa, que seria um crime destruir tudo isso", destacou.
A publicação do livro ocorre dois meses antes da canonização de João Paulo II, marcada para 27 de abril, no Vaticano. João Paulo II morreu às 21h37min do dia 2 de abril de 2005.
O Papa da Polônia será canonizado no mesmo dia que o Papa italiano João XXIII, que comandou a Igreja entre 1958 e 1963.
João Paulo II, primeiro e único Papa polaco da História será canonizado em um prazo recorde, apenas nove anos depois de sua morte. Seu sucessor, o papa Bento XVI optou por não levar em conta o prazo obrigatório de cinco anos para abrir a causa de beatificação (João Paulo II foi beatificado em maio de 2011) e de canonização de seu antecessor.
Stanisław Dziwisz é o autor de "Świadectwo" (Testemunho) livro lançado em 2007, que descreve as memórias da vida e obra de João Paulo II, com base na qual, em 2008, foi produzido filme de mesmo título.

Fonte: Associated Press e France Press.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Krauze promete estreia de "Smoleńsk" para abril


O cineasta polaco de 73 anos, Antoni Krauze (nascido em 04 janeiro de 1940 em Varsóvia). Krauze que também é roteirista fez vários longas e curtametragens ao longo de sua carreira.
Assim como Andrzej Wajda, Krzysztof Kieślowski, Roman Polanski e Krzysztof Zanussi estudou na Escola Superior de Cinema de Łódź (pronuncia-se uúdji e não lóds).
Começou sua carreira ainda na universidade do cinema da cidade polaca em em 1969 com o filme "Monidło". Antes tinha feito assistência de direção para Zanussi, em 1968, no "Struktura kryształu".
A última produção de Krauze, prevista para estrear no próximo mês de abril, deve levar milhares de polacos às salas de cinema. O filme "Smoleńsk", sobre o acidente com o Tupolev presidencial polaco ainda sob investigação, deve segundo ele, preencher uma lacuna na cultura polaca.
Como se recorda, o avião presidencial polaco com 96 passageiros à bordo caiu nas proximidades do aeroporto da cidade russa "Smoleńsk". O Presidente Lech Kaczyński (pronuncia-se lérrrhh catchinskqui) e esposa, junto com ministros, parlamentares, empresários, religiosos estavam a caminho de Katyn (local onde os soviéticos mataram na segunda guerra mudial 40 mil oficiais polacos).
Segundo Krauze, fazer este filme é importante para a cultura polaca, pois, "sem meu filme, esta mesma cultura estará prejudicada, fugindo de seu direito básico, e ficará desprovida de laços com as emoções espirituais dos polacos".
Em entrevista para o jornal Gazeta Wyborcza, Krauze fala sobre investimentos, equipe artística e da certeza de que "ninguém, entre os polacos, acredita seriamente na versão oficial dos fatos apresentados pelo MAK (dos russos) e pelo comitê parlamentar polaco." 

Krauze está contando com dinheiro oficial para concluir seu filme. Ele encaminhou o projeto ano passado ao Instituto Nacional de Cinema Polaco, segundo ele, "acredito na integridade profissional e independência dos peritos do Instituto que  avaliam o projeto, eu acredito na competência dos funcionários colocados lá. Mas é claro que eu não sei se ele será aprovado".
E não deixa dúvidas: "Tenho certeza de que será um teste sobre o quanto o Estado é nosso, o dinheiro público compartilhado está disponível para todos em pé de igualdade, e todos os cidadãos de forma igual".
O produtor Jerzy Zelnik Krauze reconhece que, no caso de uma decisão negativa do Instituto de Cinema,  a conclusão do filme pode estar em apuros. 
Krauze revelou os nomes de atores que decidiram aparecer no filme. Além de Ewa Dałkowska (no papel de Maria Kaczyński ) e Lech Łotockiego (como Lech Kaczyński) estarão: Halina Łabonarską  Maciej Goraj, Beata Fido, Jerzy Zelnik e Redbad Klijnstra
O diretor, entretanto, nega rumores de que o personagem principal - um jornalista que procura a verdade sobre Smoleńsk - baseia-se na jornalista investigativa Ewa Stankiewicz.
"Nossa heroína é personagem totalmente ficcional não é modelada em qualquer pessoa existente" - argumenta. E acrescenta que a composição do personagem tem referências em Agnieszka de "O Homem de Mármore", de Andrzej Wajda . "Algumas referências são conscientes. Nossa heroína trabalha em uma grande televisão, tem chefes que entendem o que se espera do poder. Isso não muda o fato de que o nosso filme vai prestar homenagem a esta maravilhosa jornalista da mídia independente, que desempenharam e desempenham um papel enorme na busca da verdade sobre a tragédia de Smolensk." diz Krauze
O jornal perguntou ao cineasta "Como aceitar a versão oficial e ainda ter na memória o Boeing, que em 11 de setembro de 2001, bateu-se contra as torres de aço do World Trade Center e que - se não houvesse uma explosão - teria provavelmente voado fora para o outro lado do prédio?"
Krause responde que "seu filme Smoleńsk" não deixará dúvidas, assim como - o Homem de Mármore - por que são temas sobre os quais você não pode dizer que não se pode fazer filmes."

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Justiça lituana proibe idioma polaco no país


Segundo informa o jornal Kurier Wilenski, publicado em Vilno, capital atual da Lituânia, a justiça condenou a administração regional de Šalčininkų (em polaco: Soleczniki) a pagar 43 400 litas (cerca de 53 mil złotych ).
O valor representa quase todo o salário anual com extras e bônus do diretor da administração do governo local de Soleczniki, Bolesław Dashkievicz por não remover placas de rua grafadas no idioma polaco. O paradoxo da justiça lituana é que os tribunais também punem aqueles que removem as mesmas placas.


Soleczniki é uma das maiores concentrações da etnia polaca no atual território da Lituânia. Com 31.223 habitantes ou mais de 80% (censo de 2001) da população afirmando ser da etnia polaca, a região foi território polaco de 1453 (pelo menos) até 1946, quando Stalin (com a mudez do Ocidente) refez o mapa da Polônia e entregou terras polacas para a Lituânia, Bielorrússia e Ucrânia.
A maioria dos polacos que viviam há séculos naqueles terras foram obrigadas a entrar em vagões de trens com a roupa do corpo e serem recolocadas no território polaco que sobrou no Ocidente. É o caso, por exemplo, das cidades de Soleczniki e Vilno (na Lituânia) Brest e Grozno (na Bielorrússia) Tarnopol e Lwów (na Ucrânia).


Na Lituânia e na Bielorrússia, muitos polacos se recusaram a cruzar a nova fronteira e outro tanto voltou no período comunista para suas antigas terras. Como a maioria da população nestas cidades sempre foi de polacos, os logradouros públicos (ruas, avenidas, praças) continuaram ostentando seus antigos nomes polacos.
Em outras cidades destes dois países foram adotadas grafias nos dois idiomas. É o caso de Soleczniki. Mas há algum tempo, os governos de plantão lituanos, numa campanha antipolonidade, passaram a proibir estas placas e outros nomes de logradouros em idioma polaco e mesmo o uso coloquial do idioma polaco no país.


Essa decisão do Tribunal Regional de Vilno sobre Dashkievich foi adotada na véspera de Natal. Para pagar a pena, Dashkievich tem um mês após a publicação do acórdão, ou seja, tem que pagar até o dia 6 de fevereiro.
A decisão judicial lituana provocou imediata indignação da minoria polaca na Lituânia. A vice-presidente da Ação Eleitoral dos Polacos na Lituânia, Wanda Krawczonok , diz que a sentença do tribunal é "escandalosa e fruto das forças nacionalistas daquele país sobre a ordem política estabelecida. Estamos lidando com a repressão e as violações dos direitos humanos fundamentais, que é o direito de usar a língua materna".
Esta decisão judicial é responsabilidade do governo conservador e deve ser encarada como incitação às rivalidades étnicas, e creditada ao representante do distrito eleitoral de Vilno, que atraiu os tribunais para o processo político.
Krawczonok também lamentou a situação em que as sanções são impostas para o uso da língua materna pela minoria nacional polaca em lugares onde os polacos representam quase 80 por cento de suas populações.
"Esta decisão do tribunal não é apenas confusa, mas realmente prejudicial, porque desacredita totalmente a Lituânia na arena internacional. A aplicação de tais penalidades draconianas para o uso de sua língua materna ao lado da língua do estado em inscrições colocadas em casas particulares é inaceitável", - diz Krawczonok. Ela ressaltou que a decisão do tribunal é estritamente política, que por sua vez coloca o judiciário sob uma luz negativa para a Lituânia.