O cineasta polaco de 73 anos, Antoni Krauze (nascido em 04 janeiro de 1940 em Varsóvia). Krauze que também é roteirista fez vários longas e curtametragens ao longo de sua carreira.
Assim como Andrzej Wajda, Krzysztof Kieślowski, Roman Polanski e Krzysztof Zanussi estudou na Escola Superior de Cinema de Łódź (pronuncia-se uúdji e não lóds).
Começou sua carreira ainda na universidade do cinema da cidade polaca em em 1969 com o filme "Monidło". Antes tinha feito assistência de direção para Zanussi, em 1968, no "Struktura kryształu".
A última produção de Krauze, prevista para estrear no próximo mês de abril, deve levar milhares de polacos às salas de cinema. O filme "Smoleńsk", sobre o acidente com o Tupolev presidencial polaco ainda sob investigação, deve segundo ele, preencher uma lacuna na cultura polaca.
Como se recorda, o avião presidencial polaco com 96 passageiros à bordo caiu nas proximidades do aeroporto da cidade russa "Smoleńsk". O Presidente Lech Kaczyński (pronuncia-se lérrrhh catchinskqui) e esposa, junto com ministros, parlamentares, empresários, religiosos estavam a caminho de Katyn (local onde os soviéticos mataram na segunda guerra mudial 40 mil oficiais polacos).
Segundo Krauze, fazer este filme é importante para a cultura polaca, pois, "sem meu filme, esta mesma cultura estará prejudicada, fugindo de seu direito básico, e ficará desprovida de laços com as emoções espirituais dos polacos".
Em entrevista para o jornal Gazeta Wyborcza, Krauze fala sobre investimentos, equipe artística e da certeza de que "ninguém, entre os polacos, acredita seriamente na versão oficial dos fatos apresentados pelo MAK (dos russos) e pelo comitê parlamentar polaco."
Krauze está contando com dinheiro oficial para concluir seu filme. Ele encaminhou o projeto ano passado ao Instituto Nacional de Cinema Polaco, segundo ele, "acredito na integridade profissional e independência dos peritos do Instituto que avaliam o projeto, eu acredito na competência dos funcionários colocados lá. Mas é claro que eu não sei se ele será aprovado".
E não deixa dúvidas: "Tenho certeza de que será um teste sobre o quanto o Estado é nosso, o dinheiro público compartilhado está disponível para todos em pé de igualdade, e todos os cidadãos de forma igual".
O produtor Jerzy Zelnik
Krauze reconhece que, no caso de uma decisão negativa do Instituto de Cinema, a conclusão do filme pode estar em apuros.
Krauze revelou os nomes de atores que decidiram aparecer no filme. Além de Ewa Dałkowska (no papel de Maria Kaczyński ) e Lech Łotockiego (como Lech Kaczyński) estarão: Halina Łabonarską Maciej Goraj, Beata Fido, Jerzy Zelnik e Redbad Klijnstra
O diretor, entretanto, nega rumores de que o personagem principal - um jornalista que procura a verdade sobre Smoleńsk - baseia-se na jornalista investigativa Ewa Stankiewicz.
"Nossa heroína é personagem totalmente ficcional não é modelada em qualquer pessoa existente" - argumenta.
E acrescenta que a composição do personagem tem referências em Agnieszka de "O Homem de Mármore", de Andrzej Wajda . "Algumas referências são conscientes. Nossa heroína trabalha em uma grande televisão, tem chefes que entendem o que se espera do poder. Isso não muda o fato de que o nosso filme vai prestar homenagem a esta maravilhosa jornalista da mídia independente, que desempenharam e desempenham um papel enorme na busca da verdade sobre a tragédia de Smolensk." diz Krauze
O jornal perguntou ao cineasta "Como aceitar a versão oficial e ainda ter na memória o Boeing, que em 11 de setembro de 2001, bateu-se contra as torres de aço do World Trade Center e que - se não houvesse uma explosão - teria provavelmente voado fora para o outro lado do prédio?"
Krause responde que "seu filme Smoleńsk" não deixará dúvidas, assim como - o Homem de Mármore - por que são temas sobre os quais você não pode dizer que não se pode fazer filmes."
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