terça-feira, 6 de maio de 2008

Fórmula 1 em Cracóvia


As excelentes atuações do piloto cracoviano Robert Kubica (cubitssa) tem voltado os olhos dos aficcionados pela Fórmula 1 para a Polônia. No momento, ele é o terceiro na classificação geral do campeonato de 2008, ficando atrás apenas do atual campeão ferrarista Kimi Häikkönen e da sensação do ano passado Lewis Hamilton. Não venceu ainda um grande prêmio, mas sua equipe a BMW, que já foi campeã com o brasileiro Nelson Piquet, está numa ascensão técnica muito grande, o que faz prever um futuro de conquistas para o polaco voador. Embora alguns jornalistas aqui na Polônia, digam que ele não seria o primeiro piloto polaco na categoria, já que antes dele o bicampeão brasileiro, Emerson Fittipaldi, filho da polaca de nascimento, Jusy Wojciechowska, seria o primeiro grande polaco da Fórmula1.
E na Polônia o sucesso de Kubica tem feito alguns pensarem em promover uma das provas do campeonato mais caro do mundo em Cracóvia. A Inter Projekt Group anunciou que em Pasternik, local a 10 km do centro da cidade, 1700 metros do aeroporto internacional e a 8 km da Auto-estrada A4 tem planos para construir um autódromo que estaria pronto para sediar o Grand Prix of Poland dentro de dois anos.
Segundo os representantes da empresa, Cracóvia reúne todas as condições para sediar o evento, não só por ser a terra natal do piloto Robert Kubica, mas por sua infra-estrutura turística, rede hoteleira e ter se transformado nos últimos dois anos no terceiro destino turístico da Europa depois de Paris e Roma.
Para tanto, além do investimento será preciso sensibilizar a FIA-Federação Internacional de Automobilismo e os poderosos dirigentes da Fórmula 1.
Entre algumas das realizações da Inter Projekt Group está o projeto e construção do Centro Comercial Carrefour Zakopianka, em Cracóvia; Centro Comercial Ahold & Allkauf, em Radom; Hipermercado Makro, na Ucrânia; Condomínio Osiedle Mieszkaniowe, em Cracóvia; Salão de Automóvel Toyota e Renault, em cidades da Polônia; e Wioska Wakacyjna Grand Canaries nas Ilhas Canárias, na Espanha.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Flores de Maçã para o campeão

Foto: Ulisses Iarochinski, Lublin - maio 2008
Por toda a Polônia, a primavera permite imagens verde e branca das macieiras floridas como esta numa árvore da "cidade velha" de Lublin.... Parece até que comemoram o título do Coritiba FootBall Club sobre o rival Atlético... Verde e branco neles - dá-lhe Coxa.

20 milhões é pouco

Manchete principal do jornal Rzeczpospolita desta segunda-feira, 5 de maio de 2008:
20 milionów od Busha tylko na zachętę? - 20 milhões de Bush somente em incentivo?

Continuam as negociações sobre a defesa anti-misseis Norte-americana em território polaco. Nesta semana os polacos devem responder com quanto de dinheiro dos Estados Unidos esperam contar as Forças Armadas da Polônia. O Presidente George W. Bush pediu ao Congresso cerca de 20 milhões de dólares para ajudar na modernização das forças de defesas polacas. Para o general Stanisław Koziej, "isto só só a milésima parte de nosso orçamento militar. Não é apropriado falar sobre isto em público. Isto é parte deste dinheiro, que nós recebemos no ano dos americanos como ajuda rotineira."

domingo, 4 de maio de 2008

Simplesmente, o campeão

Na soma das duas partidas vencemos por 3 a 2 e por isso com toda a justiça, o VERDE e BRANCO é 33 vezes CAMPEÃO do Estado do Paraná. E isso dá uma alegria imensa para um coração coxa-branca mesmo estando a 11.500 km de distância de Curitiba, em Cracóvia, na Polônia.
Não adiantou nada o abobado presidente atleticano
impedir que o troféu oficial fosse entregue ao Coritiba em seu meio-estádio, pois os jogadores campeões deram a volta olímpica usando um troféu simbólico. Devido a proibição da entrada dos representantes da Federação Paranaense de Futebol (FPF) com o troféu, este foi entregue no verdadeiro estádio monumental do Paraná, o Couto Pereira onde a torcida coxa-branca esperava pelos heróis da conquista na casa do arquirrival impedernido. Lametável que ainda exista presidente torcedor de araque como este M...P etralha.

No ALTO de todas as GLÓRIAS está brilhando o coxa-branca..... coxa coxa coxa coxa coxa coxaaaaaaaaaaaaaa.........

HINO OFICIAL

Lá no alto de tantas glórias
Brilhou, Brilhou um novo sol
Clareando com seus raios verde e branco
Encantando o país do futebol
Palco de artistas, jogadores, de um passado sem igual
Da arte dos teus grandes valores
O seu nome pelo mundo vai brilhar
Coritiba, Coritiba campeão do Paraná
Tua camisa alviverde
Com orgulho para sempre hei de amar
Jogando pelos campos brasileiros
Despertando na torcida emoção
Coritiba Campeão do Povo
Alegria do meu coração
Coxa, Coxa, é garra, é força, é tradição
Coxa, Coxa, explode coração.

Letra e música: Cláudio Ribeiro / Homero Réboli


Cidades polacas viram passar a "Marcha da Vida"

O campo de concentração e extermínio de Auschwitz - Birkenau foi idealizado e instalado pelos Alemães depois de terem invadido e ocupado a Polônia durante a II Guerra Mundial e os nazistas alemães são os únicos responsáveis pelas mortes cometidas ali. Nesta foto estão alguns dos monstros alemães responsáveis pela maior tragédia da humanidade. Da esquerda para direita: Richard Baer, o terceiro e último comandante de Auschwitz; Josef Mengele, um dos médicos da morte; e Rudolf Hoess, fundador do campo de Auschwitz e seu primeiro comandante. Esta é uma foto da SS, do verão de 1944. Hoje está exposta nos Estados Unidos, no Holocaust Memorial Museum de Washington.

Filme mentiroso
A estréia mundial de um filme, em novembro passado, no Canadá lançou um série de deturpações históricas ao falar da existência de "Campos da Morte Polacos”. O Ministério das Relações Exteriores da Polônia imediatamente comunicou embaixadas e consulados de todos os países sobre a existência do filme que mente sobre a história da Segunda Guerra Mundial. O filme, cujo título é "Upside Down", inverte completamente os papéis principais da história, transformando as vítimas em perpetradores (assassinos).
"Upside Down" estava para ser exibido no Canal Educativo usado por escolas no Canadá. Por sua vez, a TVP Info - canal de notícias da televisão polaca anunciou que, em breve, o apresentará também na Polônia. O jornal Toronto Star, do Canadá, foi outro que vinha anunciando que o distribuiria encartado gratuitamente em uma de suas edições. O jornal incorreu na mesma inversão de valores do filme ao escrever freqüentemente as palavras: “Campo de concentração polaco”.
Durante apresentação especial deste filme para jornalistas em Varsóvia, Andrzej Sados do Ministério das Relações Exteriores da Polônia acentuou que o conceito de “acampamento de morte polaco”, ou “Campo de concentração polaco” mente e demonstra uma ignorância histórica profunda. O que, segundo ele, é especialmente grave como informação, quando esta alcança a juventude. Para exemplificar tal mentira, ele destacou as entrevistas do filme feitas com estudantes de escolas de elite que, para dizer o mínimo, embaraçam qualquer um, tal o desconhecimento dos jovens entrevistados. Estes não conseguem explicar o que seja Nazismo. Quando se pergunta, no filme, quem construiu os campos de concentração na Polônia, eles respondem: “Eles são campos polacos, portanto, quem construiu foram os polacos.”
A diretora e roteirista do filme, Violetta Cardinal, mora no Canadá. Ela declara que a falsificação da história, na América do Norte “está alcançando o ponto crítico” e explica que ela quis com seu filme apenas chocar as pessoas. Cardinal quis mostrar como tais falsificações, como “Campo de Concentração Polaco são prejudiciais e podem, sem uma oposição da esquerda, tirar dos polacos suas auto-estimas e dignidades.” O filme termina com as palavras, “Esses que não sabem que a história tem uma tendência para se repetir.”

Mudança no nome
Em sua última conferência mundial na Austrália, a UNESCO acatou pedido do Parlamento polaco para mudar a denominação do nome do local de "Campo de Concentração Auschwitz-Birkenau" para “Auschwitz-Birkenau - Campo de concentração e extermínio da Alemanha nazista (1940-1945)”.
O pedido polaco se fez necessário para que a imprensa mundial, escritores, pesquisadores deixem de denominar Auschwitz como um campo de concentração polaco, pelo simples fato de estar localidado em território da Polônia. Não só estes setores cometem esta inversão de valores históricos, mas também muitos dos milhares de jovens e adultos, que desde 1988, fazem a "Marcha da Vida", sempre no mês de abril, entre os campos de Auschwitz e Birkenau, a cometem.

Marcha da Vida
A "Marcha da Vida" ao longo dos últimos anos se transformou numa organização com muitos patrocinadores e associações membros ao redor do mundo. Criada em 1988, nos Estados Unidos, por um dos sobreviventes do genocídio da II Guerra Mundial, tem como missão desafiar as novas gerações de judeus para dois eventos dos mais significantivos para a história judaica: o Shoah (Holocausto) e o nascimento do Estado de Israel. Para isto é organizada excursão para a Polônia e Israel levando os adolescentes judeus a lugares fundamentais para entender o mundo que foi destruído e como o Israel foi estabelecido.
Esta viagem de estudos permite recordar e revitalizar na formação educacional destes jovens judeus, o Judaísmo, Israel e a sua própria etnia. Naquele primeiro ano de marcha, 7 mil pessoas percorreram os 3 km que separam um campo do outro. Desde então este número tem aumentado ano a ano.
Brasileiros de origem judaica começaram a participar em 1992. Na volta da primeira excursão por Polônia e Israel seus participantes fundaram a "Associação Brasileira dos participantes da Marcha da Vida" e desde então, a partir de São Paulo, organizam a cada ano esta viagem dos estudantes de segundo grau de origem judaica a Polônia e a Israel.

Brasileiros na marcha
Ano passado tive a oportunidade de me encontrar com um grupo de brasileiros. Apresentei-me a alguns deles e logo uma professora me disse: "Você diz que está morando aqui há mais de 4 anos. É bom morar aqui? Como os polacos são anti-semitas, não?". Perguntei a ela então, rodeada por seus alunos, quantas vezes ela já tinha visitado a Polônia. E ela respondeu que era a primeira vez que vinha a esta terra de triste memória, que tinha chegado fazia dois dias e que estava embarcando mais tarde para Israel para a continuação do programa da "Marcha da Vida". Perguntei a ela se nestas poucas horas que estava na terra de seus avós, ela tinha sido agredida por algum polaco; Se tinha encontrado manifestantes polacos contrários a esta excursão judia; Se ela tinha tido a oportunidade de conversar com algum polaco; Se ela ostentando no peito um cracha com sobrenome polaco sabia falar polaco; Se ela conhecia a história da Polônia; Se ela sabia o que havia acontecido na Segunda Guerra Mundial; Se ela tinha conhecimento de que dos 2000 mil anos da diáspora judaica metade deles, os judeus tinham vivido na Polônia, acolhidos que foram pelos reis católicos apostólicos romanos; Se ela realmente tinha ciência de que foram os alemães nazistas que perpetraram o Holocausto judeu e não os polacos católicos, ou ciganos.
A cada pergunta ela só balançava a cabeça. Eu não entendia se o gesto era de concordância ou negação. A medida que eu falava, em plena praça central de Cracóvia, para aquele grupo de brasileiros, mais deles se aproximavam. Junto com os jovens, vinham os professores-guias que perguntavam: "Mas quem é este cara? O que é que ele está falando e perguntando?". Um mais exaltado, puxou-me pelo braço e perguntou: "Mas quem é você para estar fazendo estas perguntas? É claro que sabemos de tudo isso!". Ao que respondi: "Pois não parece! Sua colega na primeira frase que me disse, após ter-me apresentando foi: Como os polacos são anti-semitas, não? Desculpa-me meu senhor, mas quem fala uma coisa dessas é no mínimo ignorante. Deveria se preocupar em difundir a confraternização entre estes dois povos que nos últimos 800 anos viveram na mesma terra e não falar do que não sabe".

A marcha deste ano
Neste fim de semana, a "Marcha da vida" coincidiu com o "Dia do Trabalhador" e o "Dia da Constituição Polaca". Varsóvia, Lublin e Cracóvia foram praticamente invadidas por jovens de jalecos azuis de 55 países. Os organizadores calculam que participaram perto de 8 mil jovens judeus e 1600 jovens polacos. Repetiram pela décima-sétima vez (até 1996 a Marcha era realizada de dois em dois anos) os 3 km da estrada da morte entre os dois campos. Enquanto os jovens judeus vestiam jalecos azuis e ostentavam bandeiras de Israel, os estudantes polacos convocados pelo Ministério da Educação da Polônia vestiam jalecos branco e vermelho e ostentavam a bandeira da Polônia. A caminhada encerrou próximo as ruinas de um dos crematórios, no campo de Birkenau, onde todos oraram. No monumento Às Vítimas do Holocausto, entre rabinos, generais e artistas de Israel falou também o estudante brasileiro Michael Ajzental.
Ele e mais centenas de jovens vieram de São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro. Desta vez não conversei com nenhum deles, mas os vi no bairro judeu do Kazimierz. Eram diferentes dos demais grupos de judeus pelo modo de olhar as coisas, de encarar as pessoas. Nisto estes paulistanos, cariocas e curitibanos não diferem dos demais brasileiros, embora suas origens judaicas. Olham curiosos e amistosamente, parecem buscar novos amigos. Mas no restante se parecem a todos estes jovens judeus que a cada ano chegam a Polônia para realizar a "Marcha da Vida". Comportam-se como se estivessem num deserto, ou seja, passam pelas ruas, praças da cidade de Cracóvia sem interagirem com a população, sem perceberem que existem corações pulsando em cada esquina, em cada edifício. Para quem assiste a este contínuo desfile de grupos, a sensação é de que estão sozinhos nesta caminhada, que a cidade esta fechada para eles e de que ninguém vive nela.

A Marcha de 2005
Em 2005, quando se comemorou 60 anos de libertação de Cracóvia e dos campos de concentração alemães nazistas de Auschwitz, Birkenau e Monowitz, um repórter do principal jornal da Polônia, Gazeta Wyborcza, tentou acompanhar um grupo de israeleses em sua peregrinação por Varsóvia, Lublin e Cracóvia. No primeiro contato foi rechaçado por seguranças que alegaram que os polacos são anti-semitas e que poderiam atentar contra a segurança dos jovens judeus.
"Pamiętaj, nie wolno ci nikomu mówić o tym, w jakim będziemy hotelu, gdzie jedziemy i którędy. Jeśli ktoś cię o to zapyta, powiedz, że nie wiesz. Jeśli będzie chciał wiedzieć, gdzie będziemy jeść, powiedz, że nie wiesz. Nawet jak cię zapytają w redakcji, gdzie będziesz następnego dnia - po prostu nie wiesz. To ważne dla naszego bezpieczeństwa. Żadna izraelska delegacja nie opuszcza swojego kraju bez ochrony od czasów olimpiady w Monachium. Wiesz, kiedy palestyńscy terroryści zabili 11 izraelskich sportowców. A w Polsce arabscy terroryści mogliby za jednym zamachem załatwić dwa cele: koalicjanta w Iraku i Żydów. Zgoda?" (Trecho da reportagem publicada em 12 de dezembro de 2005).
Numa tradução livre, o chefe da segurança tinha dito: "lembre-se, não é permitido falar com ninguém, a que hotel iremos, onde iremos e a quando. Se alguém pergunta sobre isso, diga que não sebes! Se quiser saber onde iremos comer, diga que não sabes. Até se alguém na redação do jornal pergunta, onde irão no dia seguinte, certamente não sabes. Isto é importante para nossa segurança. Nenhuma delegação israelita sai do país sem segurança desde as Olimpiadas de Munique. Sabes, quando terroristas palestinos mataram 11 esportistas israelenses. E na Polônia os terroristas árabes poderiam num único atentado atingir dois objetivos: Coalizão no Iraque e Judeus. Concorda?"
Talvez seja por isso, que muitos destes jovens estavam vindo a Polônia, até esta reportagem da Wyborcza ser publicada (causou imensa repercussão entre a população e o governo polaco na época), estavam pensando que se Auschwitz é tão próximo de Cracóvia, então tinham sido os polacos, os monstros que assassinaram seus ancestrais. Foi então que o Ministério da Educação da Polônia solicitou ao governo de Israel acompanhar o que os professores destes jovens estavam orientando nas salas de aula. Como resultado aconteceu em 2007, um Congresso Internacional em Tel Aviv, promoção conjunta de universidades polacas e israeleses com o objetivo de contar a história sem equívocos, para que filmes como "Upside Down" da canandense Cardinal não mintam e sejam desqualificados como realizações. Esperemos que estes milhares de jovens e adultos que passaram como aves de arribação pela Polônia neste fim de semana já estejam sabendo pelo menos que Auschwitz é um campo de concentração e exterminio alemão nazista e que é apenas a tradução do nome da cidade de Oświęcim e que Birkenau é a tradução do nome da cidade de Brzezinka; que o atual bairro judeu do Kazimierz, não foi guetto, mas que foi uma cidade judia mandada construir pelo rei polaco Casimiro - O Grande, o mesmo que abriu as portas de seu reino para os judeus que estavam sendo expulsos da Espanha, Portugal, reinos italianos e germânicos.

P.S. As fotos neste texto são de Holocaust Memorial Museum of Washington, Anna Bedyńska / Mateusz Skwarczek / AG e Associação Brasileira dos participantes da Marcha da Vida.

sábado, 3 de maio de 2008

Feriado de 3 de maio na Polônia

Constituição de 3 de maio. Grande obra do pintor Jan Matejko
Além do feriado de primeiro de maio, antes de ontem, a Polônia parou novamente neste sábado para comemorar sua data nacional mais importante, o 3 de Maio, ou Dia da Constituição. Todas as casas do país desde a última quarta-feira têm hasteadas duas bandeiras ao lado de suas portas, a da Polônia, em branco e vermelho e uma segunda em azul e branco.
O dia é da Constituição, mas não da atual e sim de uma histórica de 1791. Esta constituição é considerada a segunda mais antiga do mundo, ficando atrás apenas da Norte-americana de 17 de setembro de 1787. Outros entendem que existe uma mais antiga, promulgada em 1755 na Córsega.
O feriado foi inicialmente decretado em 5 de maio de 1791. Mas permaneceu ilegal por mais de 127 anos, tempo que duraram as ocupações da Polônia por Rússia, Império Austro-Húngaro e Prússia-Alemanha. Foi reinstituído novamente feriado abril de 1919 quando o Estado Polaco voltou a figurar no mapa do mundo. Voltou a ser proibido pela Alemanha Nazista e pela União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1946, depois de manifestações estudantis anticomunistas, o governo comunista da Polônia também proibiu o feriado em 1951. Mais uma vez o feriado voltou a ser instituído em abril de 1990, como feriado oficial da Polônia.
Mas qual o significado histórico deste feriado?
Por que 3 de maio é importante na história da Polônia?
Várias são as causas e que se produziram ao longo de séculos e talvez resumam um pouco do caráter desta nação avançada, oprimida, esmagada e renovada sempre com os olhos postos sempre num futuro de liberdade total.
A Constituição de 1791 de certa forma vinha substituir as antigas dietas do Congresso dos Magnatas de alguns séculos antes quando os reis na Polônia passaram a ser eleitos pelos milionários polacos e que permaneceram durante toda a República das Duas Nações Polônia e Lituânia. Naquelas “Dietas” um artigo bastante controverso e que deu muitas dores de cabeça para os polacos foi o que tratava do “Liberum Veto”, o que permitia que um único voto contrário não permitisse a aprovação de qualquer determinação do Congresso.
A Constituição de 1791 foi instituída por Ato de Governo e aprovada pelo Sejm (parlamento dos magnatas) da República Polônia-Lituânia, tendo sido pensada justamente reparar as ambigüidades políticas até então existentes na Liberdade dourada das “dietas” da União Polaca-Lituana. A Constituição introduziu a igualdade política entre as "pessoas comuns" e os magnatas e fez dos camponeses pessoas com proteção do governo, tentando assim acabar com a servidão feudal. O "Liberum Veto" foi finalmente extinto e se buscou sufocar os magnatas reacionários, com princípios de uma monarquia constitucional igualitária e democrática.
Naturalmente esta Constituição provocou intensa reação de hostilidade nos reinos absolutistas da Europa e principalmente entre os poderosos vizinhos da Nação Polaca. Em defesa de sua Constituição, a Polônia foi traída pela sua aliada Prússia e derrotada pela Rússia. Além da conspiração de alguns magnatas polacos que se opunham às reformas. A derrota nesta guerra foi determinante para que a Polônia sumisse do mapa europeu, invadida e ocupada que foi pela Rússia, Prússia (mais tarde Alemanha) e Império Austro-Húngaro. Foi nesta Guerra que despontou Tadeusz Kościuszko, o herói de dois mundos (lutou pela Inpendência dos Estados Unidos) que comandando uma legião de camponeses (ele tinha publicado em 7 de maio de 1794 a Proclamação de Połaniec, ou "Uniwersał Połaniecki”, concedendo liberdade e propriedade de terra a todos os camponeses que lutassem na guerra) ousou fazer frente aos invasores aliados da confederação Targowica (formada por traidores magnatas polacos).
Mesmo assim aquela Constituição de onze artigos que previa 204 deputados, 24 plenipotenciários das cidades reais; uma câmara superior, ou Senado com 132 senadores , formada por voivodas, castelãos, ministros de governo e bispos, animou muito dos ideaias republicanos que povoaram as mentes de colônias ultramarinas na América Latina durante o século XIX e no mundo no início do século XX.
Foram signatários daquela Consituição:
Stanisław Małachowski, membro permanente do conselho real, presidente do Sejm (Câmara dos Deputados); Kazimierz Nestor Sapieha, general de artilharia lituana, Presidente da Confederação do Grande Reino Lituano; Józef Kossakowski, bispo da Livônia, escritor e deputado; Antoni Barnaba Jabłonowski, Castelão (governador) do Castelo de Cracóvia, deputado na Constituinte representado o Senado da Pequena Polônia (Małopolska) e voivoda de Poznań; Symeon Kazimierz Szydłowski, Castelão (governador) do Castelo Żarnowski, deputado na Constituinte representado o Senado da Pequena Polônia (Voivoda da Małopolska); Franciszek Antoni Kwilecki, Castelão (governador) do Castelo Kaliski, deputado na Constituinte representado o Senado da Grande Polônia (Voivoda da Wielkopolska); Kazimierz Konstanty Plater, Castelão (governador) do Castelo Trocki, deputado na Constituinte representado o Senado do Grande Reino da Lituânia; Walerian Stroynowski, Deputado da Volínia, deputado na Constituinte representado o Senado da Pequena Polônia (Voivoda da Małopolska; Stanisław Kostka Potocki, magnata, general, deputado da voivodas de Lublin, deputado na Constituinte representado o Senado da Pequena Polônia (Voivoda da Małopolska); Jan Nepomucen Zboiński, deputado de Dobrzyński, deputado na Constituinte representado o Senado da Grande Polônia (Voivoda da Wielkopolska); Tomasz Nowowiejski, Caçador e deputado de Wyszogrodzki, deputado Constituinte; Józef Radzicki, administrator de Castelo, deputado de Zakroczymski, deputado na Constituinte representado o Senado da Grande Polônia (Voivoda da Wielkopolska); Józef Zabiełło, deputado do príncipado de Żmudzki, deputado Constituinte; Jacek Puttkamer, deputado da voivoda de Mińsk, deputado na Constituinte representado o Grande Reino da Lituânia.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Médico dos polacos de Araucária

O leitor do blog, Mário José Gondek, está fazendo um trabalho, juntamente com pesquisadora Dominika Mierzwa, do Museu de História Natural de Varsóvia, sobre um médico polaco que viveu em Araucária. Este médico participou da guerra entre Rússia e Japão em 1904/05, depois viajou para a China onde fez mais de uma centena de fotos. Depois emigrou para Chicago, nos Estados Unidos, onde colaborou com a fundação da "Universidade Popular Polaca". Tempos depois emigrou para o Brasil. Em Araucária, no Paraná, foi correspondente do Museu de História Natural de Varsóvia, enviando para lá aves empalhadas, insetos e muitas borboletas.


Józef Czaki


Nasceu no dia 21 de dezembro de 1858, no vilarejo de Sanniki a aproximadamente 79 km de Varsóvia. Graduou-se em medicina pela Universidade de Varsóvia, em 1879, aos 21 anos de idade. Na época, a Polônia estava dominada pela Rússia, Prússia e Império Austro-Húngaro. Varsóvia, onde ele residia, estava sob o domínio da Rússia. Por esse motivo, em 1904, foi convocado a participar da guerra entre Rússia e Japão, como coronel médico do exército imperial russo. O então pároco de Araucária, padre Józef Anusz enviou-lhe uma carta relatando que os cidadãos araucarienses necessitavam de cuidados médicos. Atendendo ao chamado de Anusz, viajou ao Brasil e fixou residência em Araucária. De suas viagens pelo Paraná, conseguiu rico acervo de zoologia e geologia, que enviava aos museus polacos. Mantinha contatos com vários países, assinava várias revistas médicas e por esse motivo recebia os novos remédios lançados nos países europeus. Várias clínicas curitibanas apelavam frequentemente aos seus serviços, para conseguir esses remédios de última geração. Dentre os vários setores de seus interesses científicos, destaca-se a sua tendência em estudar os répteis brasileiros, notadamente as serpentes. Sabe-se que a incidência de mortes por mordidas de cobras naquela época era enorme. Mantinha sólidos contatos com cientistas brasileiros do Rio de Janeiro e São Paulo, notadamente com o Dr. Vital Brasil, descobridor da vacina antiofídica. Os habitantes de Araucária, quando prendiam alguma cobra venenosa, levavam-na em caixinhas ao serpentário que o Dr. Czaki possuía em seu quintal. Ele as remetia ao Instituto Butantã de São Paulo, para o preparo de antídotos. Para explicar às pessoas como deveriam agir em caso de mordidas de cobra, editou com recursos próprios uma brochura em polaco e em português com explicações sobre mordidas de cobras. Estimulou a vida social e cultural em Araucária: escolas, teatro, a Sociedade Strzelec (O Atirador), Dom Ludowy (Casa do Povo) e outras atividades culturais. Aos professores, que sabia mal remunerados, atendia gratuitamente e, para não poucos, ainda dava uns trocados para a volta. Sua filantropia o levava atender os clientes pobres de graça ou a esquecer de cobrar os honorários. Por isso, a necessidade frequentemente batia à sua porta. Sua preocupação com a saúde das pessoas também se manifestou no seu artigo didático: "Como proceder em momentos de acidentes e como comportar-se para evitar doenças"; livro editado em 1920. Fundou juntamente com o médico Juliusz Szymańsky, o Sanatório de Araucária. Este foi o primeiro Hospital do município. Possuía uma extensa e rica biblioteca. Tinha um moderno laboratório em seu consultório onde preparava os remédios que prescrevia. Faleceu no dia 22 de maio de 1946 e está enterrado no Cemitério Municipal de Araucária.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Fábrica de Schindler será Museu

A fábrica de Schindler será transformada em museu segundo planos da prefeitura de Cracóvia. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, dia 30 de abril. Este novo museu da cidade será no mesmo edifício administrativo da fábrica de metais esmaltados de Oskar Schindler, industrial alemão que durante a Segunda Guerra Mundial chegou a Cracóvia e montou uma linha de produção de utensílios esmaltados como panelas, pratos, pinicos empregando e consequentemente salvando do genocídio nazista uns 1300 trabalhadores judeus.
A unidade será uma filial do Museu Histórico de Cracóvia, onde através de técnicas de multi-mídia modernas, apresentará vários aspectos da história da cidade durante a ocupação alemã nazista durante a Segunda Guerra Mundial. A cidade foi sede de um Governo Geral estabelecido pelo alemães no Sul da Polônia, além da vida cotidiana dos moradores e a própria história de Oskar Schindler e sua fábrica. O novo museu comportará espaço para exposições temporárias, um cinema, um café e uma livraria.
A história de Oskar Schindler foi descrita pelo escritor australiano Thomas Keneally no livro a "Arca de Schindler", que em 1993 foi adaptado para o cinema pelo diretor Norte-americano de origem judia Steven Spielberg com o nome de "A Lista de Schindler". O filme foi inteiramente filmado em Cracóvia, tendo como cenários o bairro judeu do Kazimierz, a ponte de ferro sobre o rio Vístula, o que restou do campo de concentração de Płaszów e a fábrica de Schindler no bairro do Podgórze.

Outra charge polaca

tradução da legenda: O Senhor sente-se

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Políticos desacreditados

O jornal Rzeczpospolita publicou hoje uma pesquisa de opinião sobre os políticos polacos. As perguntas eram: Em quem você acredita? e... De quem você mais espera no futuro? O atual primeiro-ministro Donald Tusk foi o melhor colocado com 19%. O Presidente Lech Kaczyński teve 4% e o ex-ministro da Justiça, deputado Zbigniew Ziobro, 3%. Mas 58% dos pesquisados disse não ter nenhum político em quem confiar. A reportagem Politykom dziękujemy (politicom djiencuiemi - politicos obrigado) não foram lembrados os políticos de esquerda, nem para desacreditá-los nem para elogiá-los, visto que com exceção do vice-primeiro ministro e ministro da economia Waldemar Pawlak com 2% do Partido Polskie Stronnictwo Ludowe (Partido do Povo Polaco) todos os demais são ou de extrema-direita, ou de centro-direita, como é o caso de Tusk. Não foram citados os ex-comunistas presidente Aleksander Kwaśniewski, e os ex-primeiros-ministros Leszek Miller e Marek Belka e nem mesmo o anti-comunista e conservador Lech Wałęsa (lérrrhh wauensa),

Sopa de cogumelos polaca

A sopa de cogumelo selvagem, ou zupa grzybowa, é algo que não se pode perder em restaurantes que anunciam Kuchnia Staropolska (antiga cozinha polaca) em seus cardápios.

Em Cracóvia, pelo menos dois restaurantes são especialistas em fazerem as duas mais deliciosas sopas de cogumelos da cidade servidos dentro de broas, o U Babcia Malina (Na Vovozinha Amora) e o Chłopskie Jadło (Cozinha camponesa). São o que há de melhor por estas bandas!

Os cogumelos selvagens, ou silvestres fazem parte da comida polaca há séculos. Os cogumelos, na Polônia, são chamados comumente de grzyb (gjib).

Mas se o garçon trouxer Zupa Borowinikowa não discuta achando que erraram no seu pedido, pois borowik é uma espécie de cogumelo, apenas.

E se ouvir pieczarkowa, saiba que se trata de cogumelo branco e não amarronzado. Pieczarka seria o que os franceses chamam de champignons... ah, sim! E aqui não são chamados de shiitake, maitake, shimeji, pois não se está no Japão e tampouco em São Paulo. Nem mesmo são conhecidos como funghi.












Outro dia conversando com um produtor de cogumelos de Radzin Podlaska, cidade no Leste da Polônia, este confessou que os funghi secchi importados pelo Brasil dirtamente da Itália, na verdade são grzyby (gjibuf - está no plural) da Polônia, mais precisamente de seu quintal.

Sim, ele exporta para a Itália sua produção! Ali os italianos os embalam e reexportam para o Brasil como sendo genuinamente italianos. E os brasileiros comem cão por lebre. Perguntei ao produtor, por que ele não exporta diretamente para o Brasil como sendo, o que na verdade são,ou seja, cogumelos polacos!

Ele respondeu: "Porque não encontro compradores... importadores lá! Parece que os brasileiros pensam que cogumelo só existe na Itália e no Japão. Pensam assim que no mundo só existe funghi e shiitake. Deve ser porque as duas maiores colônias de imigrantes de São Paulo sejam italiana e japonesa. Mas como eu só quero exportar, pouco me importa que os brasileiros pensem estar comendo funghi italianos quando na verdade são os meus grzyby aqui da Podlaska". Informações a parte, vamos a uma autêntica receita de sopa de cogumelos polaca:


Ingredientes:


* 4 colheres de sopa manteiga sem sal
* 2 xícaras cebolas cortadas
* 1 quilo de cogumelos selvagens fatiados (grzyb ou borowik)
* 2 colheres de chá endro seco
* 1 colher de sopa de páprica
* 1 colher de sopa de molho de soja (shoyo)
* 2 xícaras de caldo de carne
* 1 xícara de leite
* 3 colheres de polvilho
* 1 colher de chá de sal
* pimenta-do-reino a gosto
* 2 colheres de chá de suco de limão
* 1/4 xícara salsa fresca cortada
* 1/2 xícara nata azeda

Preparo:

1. Derreta a manteiga em uma panela grande em fogo médio. Doure as cebolas na manteiga durante 5 minutos. Adicione os cogumelos e doure por mais 5 minutos. Adicione o endro, páprica, shoyo e o caldo de carne. Reduza para fogo baixo, cubra, e deixe por mais 15 minutos no fogo.

2. Em uma tigela pequena separada, bata o leite e o polvilho. Coloque na panela ao fogo e misture. Cozinhe por mais 15 minutos, mexendo ocasionalmente.

3. Finalmente, adicione sal, pimenta-do-reino, suco de limão, salsa e nata azeda. Misture tudo e deixe cozinhar em fogo baixo aproximadamente de 3 a 5 minutos. Sirva imediatamente.


terça-feira, 29 de abril de 2008

Cracóvia engarrafada

A manchete do jornal Dziennik Polski desta terça-feira, 29 de abril de 2008 é: Kraków dusi się w Korku - ou Cracóvia sufocada pelos engarrafamentos. A cidade virou um canteiro de obras e cada vez fica mais difícil circular de automóvel. Também os ônibus e tramwaj (bondes elétricos) sofrem com a construção de novas rotatórias, ruas, avenidas, mudanças de traçado e reforma viária. Tudo está sendo realizado com investimentos da União Européia.