As origens da gente do Paraná sempre foi componente importante nas relações sociais deste Estado. Elas ainda não foram discutidas de maneira suficientemente aberta e esclarecedora. A temática ainda é abordada, muitas vezes, de forma simplista e pouco acadêmica, permitindo que mitos e manipulações tomem feições de verdades históricas, e estudos sérios sejam ignorados ou acessíveis apenas a uma minoria.
Produto de um rico caldeirão de imigrações internas e externas, o paranaense, mais que qualquer outro brasileiro, está sempre se questionando quanto à verdadeira etnia do ancestral. A questão da origem étnica do povo do Paraná parece estar expressa diretamente na identidade de cada um e está ligada ao fato de esta ser uma terra essencialmente de imigrantes, ou de descendentes.
“Vim da Ucrânia valorosa,
que foi Russ e foi Rutênia.
Povo indomável, não cala
A sua voz em algemas.
Vim das levas imigrantes
Que trouxeram na equipagem
A coragem e a esperança.”
Helena Kolody
A paranaense de Cruz Machado, em seus versos, anuncia sua origem nas estepes da Europa Central. Helena enumera cada um dos nomes de sua nação de origem... De seu sentimento de pertencimento a uma nação! Do mais recente, Ucrânia, ao mais antigo, Russ, passando pelo mais longevo, Rutênia.
Tomando como exemplo o poema de Helena Kolody, vamos encontrar em antigos escritos sobre a origem dos povos eslavos (bastante significativos na formação do Paraná), dos quais faz parte Helena, uma lenda comum a esta gente, e que situa, em algum lugar do pretérito, três irmãos.
buscando um local onde pudessem estabelecer um povoado.
De repente, avistaram uma colina com um velho carvalho e uma águia no topo.
Lech disse: esta águia branca eu adotarei como símbolo do meu povo
e ao redor deste carvalho eu construirei a minha fortaleza
e por causa deste ninho de águia (em polaco: gniazdo),
eu a chamarei de Gniezno (primeira capital do reino polaco).
Os outros irmãos continuaram a caminhada pela mata
com o objetivo de encontrarem também um local para seus povos
Czech seguiu na direção sul para formar as terras tchecas
e Russ foi para o leste para criar as nações da Rutênia, da Rússia e da Bielorrússia.
Russ também é herói de outra lenda, que localiza sua origem em outras terras. Mais precisamente na Escandinávia. Russ era um viking conhecido como Oleg. Eram os anos 880 d.C. e a Europa Central vivia então sob jugo do Império Ka-zan, dinastia do povo azeri, cuja sede ficava na região hoje correspondente ao Azerbaijão. Oleg, herói nórdico, em sua sanha de conquista, expulsou os azeris e criou na região o Principado Russ.
O território de Oleg, conhecido também como Principado Kievano (ou Kievan, Kiev), devido à antiga ocupação Ka-zan, estendeu-se pelas terras da Volínia e da Podólia. Embora lenda, é admissível deduzir que naquelas terras existissem tribos primitivas, que não eram vikings e tampouco azeris.
Descobertas arqueológicas registram a presença de povos autóctones, naquele local, desde o período paleolítico, cerca de 200 mil anos a.C.. E mais tarde, de povos nômades como os celtas, godos, suevos e vândalos. Aqueles povos, também conhecidos como protoeslavos, são as origens de polacos, tchecos, bielorrussos, russos, eslovacos e rutenos.
Enquanto Kiev, terra de Oleg (antiga Ka-zan), transformava-se em centro importante e rota comercial entre o Oriente e o Ocidente, lá nas terras de Lech, um pouco antes, no ano de 800 d.C., cresceu um ducado sob o domínio da dinastia Piast, que culminaria em 966 d.C. na criação do Reino da Polônia.
Neste tempo ainda não existia a Rússia e o principado de Moscou era ainda dominado por Rurik (fundador de Novgorod e Moscou) da mesma família viking de Oleg.
O principado Kievano, entretanto, não teria vida longa. Sua desintegração começou no século XI, depois da morte de um bisneto de Oleg, conhecido como Jaroslav – o sábio. Depois disso e por oito séculos, os rutenos (originários dos protoeslavos autóctones, azeris e escandinavos, habitantes da região de Kiev) viveram como súditos do reino da Polônia, do principado de Moscou (depois Rússia), além das ocupações austríaca, russa e prussa (depois alemã).
No século XVII, os moscovitas, filhos de Russ (como os rutenos), depois de sofrerem a invasão polaca em sua cidade-estado, conseguiram vencer os descendentes de Lech, anos mais tarde, numa reviravolta sem precedentes na história das guerras da Europa Central.
Como forma de assegurar seus domínios, os russos, comandados pelos Romanov, criaram um reino em substituição ao Principado de Moscou e ampliaram seu território do Mar do Norte ao Mar da China. Enquanto isso, os polacos com sua república binacional (primeira república moderna, anterior à República Francesa e à República Americana) estendiam seu território do Mar Báltico ao Mar Negro. No meio de tanta terra, cercada de mares por todos os lados, os rutenos passaram a ter dois senhores: de um lado um polaco e de outro um russo.
O fim da Primeira Guerra Mundial coincidiu com a Revolução Bolchevique, que derrubou a monarquia e instaurou a República Socialista Soviética da Rússia. Mudou a monarquia, mas não mudaram os russos. Uma vez mais a Polônia seria atacada pelo primo eslavo. Os russos quiseram reconquistar as terras polacas que tinham ocupado por 127 anos. Mas foram surpreendidos e a Guerra Polaco-Russa de 1920 terminou com vitória dos polacos.
Com a derrota para a Polônia, os russos se voltaram contra os rutenos, que tentavam havia dois anos instalar um Estado independente sob o comando do ruteno Szymon Petlura e a ajuda do polaco Józef Pilsudski. Contudo, os milenares rutenos não tiveram a mesma sorte dos polacos. Foram derrotados e como presente receberam o portentoso título de República Socialista Soviética da Ucrânia. Os rutenos viraram ucranianos e a Rutênia tornou-se Ucrânia.
Uma minoria dos rutenos recusou-se a aceitar o novo nome para sua nação – Ucrânia – e o novo termo gentílico – ucraniano.
A palavra “Ukrania”, nos idiomas eslavos, com variações de declinações, no geral, pode ser traduzida como “U” (do, em, no), “Kraj” (país), ou seja, “do, no nosso país”.
O novo Estado passou os 70 anos seguintes sob a tutela da Rússia Soviética, e quase foi dizimado completamente nos anos 30, por ordem de Moscou. Quem sobreviveu a tantos senhores e a tantos horrores não iria perecer. Sobreviveram ao Holodomor, à Segunda Guerra Mundial e ao Comunismo Soviético para, em 1990, conquistarem independência e soberania com a criação da República da Ucrânia. Aquela minoria rutena, entretanto, continuou encravada nas fronteiras atuais da Eslováquia e da Polônia e ainda é tratada pelo governo de Kiev como minoria, embora seja o mesmo povo, a mesma etnia… Configurando-se em caso raro de uma minoria étnica que é a própria etnia.
Quando Helena em seus versos fala que veio das “levas imigrantes”, ela está registrando pertencimento a grupos de imigrantes que começaram a chegar ao Paraná no século XIX.
As primeiras famílias de rutenos teriam chegado ao porto do Rio de Janeiro em 23 de agosto de 1891. Normalmente os imigrantes ficavam um período de quarentena na Hospedaria dos Imigrantes, na Ilha das Flores.
Ali, aquelas famílias foram registradas pelas autoridades brasileiras como sendo compostas de elementos polaco-austríacos, pois portavam passaportes familiares austríacos e faziam parte do grupo de imigrantes polacos procedentes da região ocupada pelo Império da Áustria, também conhecida como Galícia.
Nos 45 dias que ficaram na ilha souberam que seriam encaminhados ao Paraná, onde receberiam seus lotes de terra na Colônia Santa Bárbara, localizada no município de Palmeira, povoada por polacos e italianos. Outra parte do grupo seria encaminhada para a Colônia Rio Claro, no Município de Marechal Mallet, colonizada somente por polacos.
Do Rio de Janeiro, eles partiram em navios menores para Paranaguá, numa viagem de dez dias. Dali subiram de trem a Serra Mar, chegando a Curitiba, onde, uma vez mais, foram registrados como polaco-austríacos. A viagem de trem terminaria em Ponta Grossa e Mallet.
Os destinados a Rio Claro prosseguiam até Marechal Mallet em vagões de trens. A partir da última estação em Mallet, os imigrantes foram obrigados a viajar em carroções e a pé pelo trecho mais difícil da longa viagem. A viagem durava em média três dias. Em cada carroça, alugada pela comissão de imigração, puxada por quatro ou mais cavalos, comprimiam-se três famílias e a bagagem. Nos anos seguintes e até a Primeira Guerra Mundial, novos grupos de rutenos chegariam ao Brasil e continuariam a ser registrados como polaco-austríacos e/ou polaco-russos.
Estudiosos da etnia ucraniana no Brasil afirmam que até 1914 teria chegado cerca de cinco mil pessoas entre os grupos de polacos, que seriam, na verdade, rutenos.
A família de nossa poeta Helena foi assentada na Colônia Cruz Machado, a 50 km de União da Vitória, em 1911. Meses depois da chegada de seus pais, naquele ermo sertão do Sul do Paraná, a pequena Helena Kolody nasceu. Era 12 de outubro de 1912. Os pais de Helena faziam parte de um grande grupo de imigrantes polacos, que começou a chegar ao Pátio Velho do Rio do Banho, na Serra da Esperança, em maio de 1911. Eram, em sua maioria, procedentes da região ocupada pela Rússia.
O chamado do governo paranaense exerceu forte influência nesta nova onda de imigração, que começou em maio de 1911. Mas a maioria dos imigrantes chegou em outubro e novembro de 1911. Nesse meio ano entraram no Paraná 9,8 mil pessoas, a maioria polacos. Entre estas, 7,6 mil eram procedentes da ocupação russa e outras 1,5 mil da Galícia austríaca.
Desde o qual, seria mais tarde território da governadoria de Lublin, na nova fronteira da isolada região de Chełm, emigraram em 1910, 2.661 pessoas, em 1911, 6.554, em 1912, 3.802. Em 1911, sem emigrantes temporários, inclusive neste ano, de toda a governadoria saíram 13.140 pessoas (2,5 mil a mais do que ano anterior), no distrito de Krasnostaw 1.277 emigrantes, de Janów 1.221, de Puławy 491, de Lubartów 431 e de Lublin 387. Dos distritos administrativos, que antigamente pertenciam à governadoria de Siedlec, tinham emigrado 1.017 pessoas de Radzyń, 736 de Łuków e 250 de Garwolin. (Ciuruś, E. - Dobosiewicz, Z. - Groniowski, K. - Helman, W. - Krajewski, A. - Rómmel, W. - Żeromski, A. “Polonia w Ameryce Łacińskiej”. Polski Instytut Spraw Międzynarodowych. Wydawnictwo Lubelskie – A Polônia na América Latina, Instituto de Assuntos Internacionais da Editoria Lubelski - p. 26-27)
Os emigrantes que chegaram a Cruz Machado, em sua grande maioria, partiram das cidades polacas de Łuków, Garwolin, Rudnik, Wysokie, Rybczewice, Gorzków, Fajsławice, Sułów, Jaszczów, Krzeczonów, Wojcieszków. A soma dos imigrantes destas várias localidades chegava a 5.000 pessoas. No início de outubro de 1911, o governador de Siedlce (cidade polaca sob ocupação russa) apresentou outros números de emigrantes por cada localidade, que deixaram a Polônia rumo à América:
O distrito de Radzyń apresentou, em 1911, 1.783 emigrantes; Łuków, 1.255; Garwolin, 452; e os distritos vizinhos mais 150 pessoas. Rudnik (353), Wysokie (202), Rybczewice (195), Gorzków (164) Fajsławice (155), Sułów (218) Stary Zamość (161) Jaszczów (189) Krzczonów (174) Czemierniki (273), Rakołupy (328) e Brzeziny (179), Majdanie Ostrowski (105) Ostrowie (90), Mościska (82) Bzowców (76) Krasnostaw (77).
No distrito de Hrubieszów, a maioria de emigrantes saíram de um círculo entre 8 e 14 municípios. No distrito de Biłgoraj emigraram apenas seis pessoas de dois munícipios (Huta Krzeszowska i Puszcza Solska). Entre os emigrantes do distrito de Zamość foram 10 famílias do credo ortodoxo, certamente do rito oriental, de Hrubieszów 7, de Chełm 4, de Krasnostaw outros 3. Na base deste grupo também devem ser acrescentados emigrantes ilegais não registrados. (p. 142-150. IN: Centralne Archiwum GUS, GUS 1918-1939, Wydział Statystyki Ruchu Ludności 5376, k. 10n. – Arquivo Central GUS – Departamento Estatístico Movimento de Pessoal)
Confirmando que os primeiros rutenos que chegaram a Cruz Machado eram identificados como polacos e não ucranianos, o governador do Paraná Francisco Xavier da Silva, em sua mensagem ao Congresso Legislativo do Estado do Paraná, em 2 de fevereiro de 1912, informava:
Devidamente autorisado tem o Governo cedido, gratuitamente á União, terras devolutas para o serviço de povoamento do solo. No anno anterior entraram na Hospedaria de Paranaguá 9.788 immigrantes, sendo 8.071 Polacos Russos, 1.512 Austriacos, 82 Allemães, 24 Italianos, 19 Russos, 18 Hespanhóes, 26 Hollandezes, 29 Francezes, 12 Portuguezes, 6 Belgas, 3 Suissos e 3 Inglezes. (DAPE-PR Departamento de Arquivo Público do Estado do Paraná, Curitiba – PR. p. 16)
Como se vê não há menção alguma a ucranianos, ou rutenos. Somente o livro do Tombo da Paróquia de Nossa Senhora de Belém, de Guarapuava, responsável pelo Curato de Cruz Machado registrou que entre os imigrantes polacos haviam pessoas de outra etnia:
1°. Livro do Tombo da Paróquia. Termo de abertura. Sendo este Livro o primeiro do Tombo aberto no Curato de Cruz Machado, faz-se mister de uma informação sobre o princípio deste lugar: O núcleo de Cruz Machado foi aberto pelo Serviço de Povoamento de solo no ano de 1911. Os primeiros colonos foram Rutenos que agora contam no inteiro Curato algumas 80 famílias. Em seguida chegaram da Polônia Russa cerca de 750 famílias que foram localizadas. De resto a população se compõe de algumas 50 famílias brasileiras, algumas 20 alemãs protestantes e poucas famílias de outras nacionalidades.
E é justamente entre estas 80 famílias de rutenos, provavelmente originários da Polônia Austríaca, que se encontravam os familiares de nossa Helena Kolody. Assim como nas terras da Europa, os rutenos do Paraná e do Brasil somente viriam a se identificar como ucranianos, após o fim da Primeira Guerra Mundial, quando definitivamente deixaram de ser taxados de polacos.
Mas os laços seculares de sangue, tradições e semelhanças étnicas permanecem vivos, ainda que tenham passado a um segundo plano. Prova disto é que os hinos nacionais de Polônia e Ucrânia possuem mais do que versos parecidos: têm temas e origens em comum.
A letra do hino da Ucrânia se inspirou em um poema polaco de 1797. O poeta polaco Józef Wybicki, escreveu a primeira versão da poesia “Jeszcze Polska nie umarła” em 1797, que mais tarde seria decretada oficialmente como hino nacional com modificação de uma palavra,
“Jeszcze Polska nie zgineła”.
(umarła = morreu, zgineła = pereceu)
Ainda a Polônia não morreu,
Enquanto nós vivermos.
Aquilo que a prepotência estrangeira nos tirou,
Com a espada reconquistaremos.
Marche, marche, Dąbrowski,
Da terra italiana para a Polônia,
Sob a tua liderança
Nos uniremos à Nação.
Cruzaremos o Vístula, cruzaremos o Varta,
Seremos polacos,
Bonaparte deu-nos o exemplo de
Como devemos vencer.
Marche, marche, Dąbrowski...
Como Czarnecki para Poznań
Após a invasão sueca,
Para a salvação da Pátria
Voltaremos pelo mar.
Marche, marche, Dąbrowski...
O pai para a sua Bárbara
Fala chorando:
"Ouça criança, são os nossos
Que batem nos tambores"
Marche, marche, Dąbrowski...
Assim como o poema de Wybicki, o de Czubyński se tornou hino nacional de seu país. O verso “Jeszcze Polska nie umarła” inspirou o ruteno Paweł Czubyński, em 1862, na criação da letra para a música do padre católico ruteno Michał Werbycki.
O poeta ruteno escreveu “Ще не вмерла Українa” (em português: “Ainda a Ucrânia não morreu”).
A Ucrânia ainda não morreu,
Tampouco a sua liberdade,
O destino voltará a nos sorrir, jovens irmãos.
Como o orvalho some com o sol da manhã,
Assim também desaparecerão nossos inimigos,
E também nós, irmãos, governaremos terras que nos pertencem.
Lutaremos com corpo e espírito para obter a nossa liberdade,
E mostraremos, irmãos, que somos uma nação de Cossacos.
Todos juntos lutaremos pela liberdade, desde o Sian até o Don,
Não permitiremos que estranhos dominem a nossa pátria.
O Mar Negro sorrirá e o avô Dniepro se alegrará,
E na nossa Ucrânia a nossa sorte vai vicejar mais uma vez.
A nossa persistência e a nossa sincera labuta será recompensada,
E canções proclamando a liberdade soarão em toda a Ucrânia.
Ecoarão do Cárpatos e retumbarão através das estepes,
A glória da Ucrânia será conhecida em todas as nações.
Como se percebe, uma vez mais as histórias das duas nações se entrelaçam e vão permanecer assim em outras terras e em outros Estados criados. Foi assim que eles chegaram a Cruz Machado, no Paraná, e ali construíram juntos uma nova história comum.
Cruz Machado foi a maior colônia de imigrantes em área territorial da América Latina. A colônia recebeu este nome em homenagem ao senador do Império, o mineiro Antônio Cândido da Cruz Machado, que ao longo de sua vida parlamentar apresentou vários projetos, como a divisão do território brasileiro e, mais do que isto, foi um grande entusiasta da emancipação da Província do Paraná.
Depois de mais de um século no Paraná, polacos e ucranianos tornaram-se a própria identidade deste Estado, legando não só filhos, netos e bisnetos, mas uma cultura que se distingue dos demais Estados brasileiros, podendo ser identificada como eslavo-paranaense. O Pierogi-Peroghe, Pisanki-Pêssankas, Zako-Bakun, Leminski-Kolody são expressões autênticas da cultura do Paraná.
Dos quase 500 mil brasileiros de ascendência ucraniana, cerca de 400 mil residem no Paraná. Apenas em Curitiba, são 55 mil e o maior percentual está em Prudentópolis, onde 75% da população é composta de descendentes de ucranianos.
Já os brasileiros de origem polaca ultrapassam os 3,5 milhões no Brasil. Estão concentrados nos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Curitiba é considerada a terceira maior cidade da etnia polaca em todo o mundo, perdendo apenas para Chicago nos Estados Unidos e para a capital da Polônia, Varsóvia. Definitivamente o Paraná é a terra mais eslava da América Latina. E isso é legado de polacos e rutenos/ucranianos.
Ulisses Iarochinski,
jornalista, mestre em cultura internacional e doutor em história pela Universidade Iaguielônica de Cracóvia. É estudioso dos segredos da imigração eslava.