segunda-feira, 20 de abril de 2009

PiS, o único democrático?

Foto: Filip Klimaszewski

Apenas o PiS (Prawo i Sprawdliwości = partido direito e justiça) pode beijar a democracia na Polônia ante o liberalismo do Platforma (Partido da Plataforma)e meios de comunicação", foi o que afirmou Jarosław Kaczyński no sábado, no conselho político de seu partido sobre as eleições europeias.
Segundo o gêmeo Kaczyński não há o que discutir sobre democracia quando o tema é a eleição para o Parlamento Europeu. Seu partido dá lições nas demais agremiações partidárias. Após a fotografia de Marcin Libicki do PiS de Poznań surgiram outros dois deputados. Em Częstochowa em primeiro lugar aparece Marek Migalski e os parlamentares do PiS. E quando havia apenas um em Bydgoszcz, ou seja, Ryszard Czarnecki, veio o chefe do PiS na cidade, Wojciech Mojzesowicz.
O presidente do partido Jarosław Kaczyński respondendo se haveria mudança na decisão sobre a disputa dos membros de seu partido para constarem na lista parlamentar nestas eleições, ele disse que não a permitiu. "Todos os polacos podem se sentir bem e certos disso."
O irmão do presidente da República disse que se os membros do PiS forem eleitos para o Parlamento Europeu eles trabalharão no interesse nacional, ao contrário do PO (Platforma Obywatelstwo - Partido da Plataforma da Cidadania). Respondeu também que depois das eleições deverá surgir um novo grupo político no cenário europeu formado pelos conservadores britânicos e os tchecos do ODS.

P.S. A Polônia está envolvida no momento com a campanha parlamentar visando eleger os representantes do país no Parlamento Europeu, em Strasburgo. A eleição acontecerá em maio.

Pacote climático: 100 milhões Euros

A manchete do jornal Rzeczpospolita, desta segunda-feira, 20 de abril de 2009, é: "A conta do pacote climático: 100 milhões de euros."

sábado, 18 de abril de 2009

Klabin e a Monte Alegre do Tibagi


Hotel Ikape, na antiga colina "Mortandade", atual Harmonia, Monte Alegre

Neste 19 de abril, a Klabin comemora 110 anos de Brasil. Nos sertões inóspidos do Paraná contruíram ao longo dos últimos 69 anos a maior fábrica de papel da América Latina. Ali, na Fazenda Monte Alegre do Tibagi, atual munícipio de Telêmaco Borba, o mundo se reuniu e de mãos dadas, judeus, católicos, protestantes, muçulmanos, ortodoxos, umbadistas, agnósticos de etnias tão diferentes como os polacos, lituanos, ucranianos, suecos, finlandeses, austríacos, alemães, russos, turcos, portugueses e os mineiros, paulistas, baianos, gaúchos, catarineses, paranaenses, africanos e índios tiveram no trabalho e na Harmonia a principal razão de suas existências.


Sócios fundadores de Klabin Irmãos & Companhia - 1911.

Como filho de uma colônia multinacional, descobri muito recentemente que a colônia polaca de Monte Alegre era muito maior do que muitas tradicionais do Sul do Brasil. Porque diferente de todas as outras, Monte Alegre foi criação dos irmãos lituanos-judeus Klabin e Lafer e não de iniciativas nacionais, estaduais ou municipais.
Portanto, também posso dizer que sou filho de uma colônia polaca brasileira e por isso aqui está a história dos Klabin, dos Lafer e da Monte Alegre do Tibagi.


Avenida Brasil, em Harmonia, na atualidade

Os irmãos lituanos


Maurice Freemann Klabin, quando jovem. Retrato de 1888, Londres

Cinco irmãos Klabin tinham vindo para São Paulo, procedentes da Lituânia (ainda União das Repúblicas Polônia e Lituânia, ocupada pela Rússia desde 1795) entre 1880 e 1885: Maurice, Salomon, Hessel, Ludwig e Nessel, filhos de Leon e Sara. 
Estabeleceram-se na capital paulista, onde até 1889, atuaram no comércio com a firma M.F. Klabin e Irmão. O escritório ficava na Rua São João, nr. 23. Ainda nesse ano, em fevereiro, três irmãos Maurice, Salomon e Hessel e um cunhado Michal Lafer (casado com Nessel) constituíram em substituição à primeira firma, outra com o nome de “Klabin, Irmão e Cia”, a KIC, que era uma Sociedade Mercantil para exploração do mesmo ramo de negócios, ou seja, papéis, livros, objetos para escritório e outros artigos. O capital inicial era de 80 contos de réis, sendo que o sócio Maurice entrava com o dinheiro e os outros com mercadoria. Ao final do contrato social, redigido e assinado pelos quatro sócios estava escrito “a sociedade durará pelo tempo de três anos, a contar da data do presente contrato”. (Na foto pequena Bertha e Maurice F. Klabin)


A vista áerea de Harmonia, que o presidente Getúlio Vargas
viu da janela do avião em janeiro de 1944.

A KIC estava destinada a ultrapassar um século a mais do que os três anos previstos. Comercializando com papel, em 1906, os irmãos resolveram fabricar o próprio produto que vendiam. A KIC arrendou uma máquina de uma companhia que funcionava, desde 1890, em Itú, interior do Estado. Nas duas primeiras décadas do século 20, a expansão dos negócios do grupo Klabin ocorreu apenas no Estado de São Paulo.


Horácio Lafer e o presidente Getúlio Vargas, a usina do salto Mauá, no rio Tibagi, em 1954

Em 1909, no restaurante “Progredior”, na rua XV de Novembro, da capital paulista, os sócios se reuniram numa sala reservada para fundar a “Companhia Fabricadora de Papel”, que começou a funcionar em 1911 e cuja diretoria se constituiu por Maurice F. Klabin, Hessel Klabin, Salomon Klabin, Michal Lafer e José Zucci. Em 1923, o pioneiro Maurice faleceu e pouco mais tarde Michal Lafer. À frente dos negócios ficaram Salomon e Hessel.


A igreja de madeira, na av. Brasil de Harmonia,
 onde meus pais se casaram e eu fui batizado

Em 1932, a KIC expandiu-se para o Rio de Janeiro. Os irmãos Salomon e Hessel, acompanhados por Boris Abraanson, foram ao Rio de Janeiro de carro para se encontrar com Wolf Klabin. Este era, nessa época, gerente da filial da KIC no Rio de Janeiro. Wolf os levou para visitar um velha fábrica de louças de mesa e isoladores. Os Klabin resolviam assim entrar no ramo da cerâmica, comprando a “Manufatura Nacional de Porcelana", que em pouco tempo se transformou na maior produtora de azulejos da América Latina. Possuía três mil operários e fabricava 6,5 milhões de metros quadrados de azulejos por ano, tornando assim, o Brasil autossuficiente e independente das importações, basicamente da Alemanha.

Rua Beta na Harmonia dos anos 50

Nessa época dois nomes da nova geração, já nascidos no Brasil, passaram a opinar nos destinos do grupo e foram responsáveis pela diversificação da empresa. Eram eles, Wolf Klabin e Horácio Lafer.
Era então, interventor do Paraná, o sr. Manoel Ribas, que ofereceu à KIC umas terras nos sertões da região central do Paraná. Era uma fazenda existente desde 1727, quando José Felix da Silva recebeu em sesmaria nas margens do Rio Tibagi. Manoel Ribas, gaúcho e amigo de Getúlio Vargas tinha conhecido Wolf Klabin, no Rio Grande do Sul, numas das andanças do paulista pelo Brasil.


Aracy Rosa, esposa do escritor e cônsul Guimarães Rosa salvou centenas de judeus em Hamburgo, fornecendo vistos para emigrarem para o Brasil, fugindo do nazismo. Acima, telegrama enviado pelo cientista Albert Einstein, em 1949, pedindo apoio de Wolf Klabin para um emissário de Israel.

A fazenda do Brasil colonial
A fazenda Monte Alegre do Tibagi, tinha sido palco de algumas tragédias, como a do próprio José Felix, que se casando em 1781 com a jovem Onistarda, teve os dedos da mão esquerda decepadas e cortados três dedos da mão direita e para sempre ficou coxo de uma perna. José Félix tinha sido vítima de um atentado engendrado pela esposa, que o odiava terrivelmente. A mulher foi sentenciada como criminosa, em processo criminal que aconteceu na cidade de Castro. Em 1808, contudo, foi lavrada uma escritura de “perdão”, a pedido do marido.
Amargo e infeliz, o fazendeiro era, contudo, um homem ativo. Em Castro atuou como juiz ordinário, juiz de conselho, ajudante de milícias e capitão de ordenanças em Piraí e Furnas. Por volta de 1796, um amigo de José Félix foi visitá-lo na Fazenda Fortaleza, 17 km do povoado de Tibagi. Brígido Álvares recusou escolta do amigo fazendeiro para voltar a Castro. No dia seguinte, com uma flecha em cada olho, sua cabeça foi espetada num dos portões da Fazenda de José Félix. Em represália, o fazendeiro ordenou a seu capataz, Antonio Machado Ribeiro que fosse a busca dos índios caingangues, que sempre habitaram aquelas terras imemoriais. Uma carta do século 18, cita o ocorrido como a “Chacina do Tibagi”. A matança generalizada dos índios ocorreu nas margens do mesmo Rio Tibagi, uns 50 km mais ao Norte. Aquela colina ficaria conhecida nos séculos seguintes como "Mortandade”, até que a Sra. Luba Klabin mudasse o nome do local, em 1941. Ali foram construídos um hospital e um hotel, muito próximos de onde hoje se encontra a maior fabricante de papel da América Latina e uma das 7 maiores do mundo: a Klabin do Paraná. Desde então, a sede da Fazenda Monte Alegre do Tibagi, deixou de ser a Fazenda Velha de José Félix da Silva para se transformar na Harmonia.


Construção da ponte sobre o rio Tibagi ligando Harmonia a Cidade Nova

Pois foi esta fazenda que os Irmãos Klabin compraram do Banco do Estado do Paraná, já que os herdeiros de José Félix da Silva ao se associaram com um francês para criar a empresa “Companhia Agrícola e Florestal e Estrada de Ferro Monte Alegre” perderam aquelas terras na falência da empresa. A massa falida foi a leilão em 1933 e foi assim que o Banco do Estado do Paraná a arrematou por 4 mil contos de réis.
Em 1934, a Klabin do Paraná comprou a Fazenda Monte Alegre do Tibagi por 7.500 contos de réis. A empresa dos herdeiros de José Félix tinham construído 42 km de estrada até o rocio da pequena Tibagi, uma ligação telefônica entre a Fazenda e Tibagi, um casarão de madeira e alguns galpões rústicos. Das novas gerações da família, Samuel Klabin foi o primeiro a visitar aqueles sertões. Samuel depois de freqüentar o Colégio Mackenzie e a Escola de Altenburg aperfeiçoou seus estudos na Finlândia e Alemanha. Regressou ao Brasil aos 22 anos para trabalhar com fabricação de papel e foi logo incumbido por seu pai Salomon de conhecer as terras do Paraná. Num Ford 1929 e acompanhado por Reinaldo Bronnert viajou até Curitiba e dali até Tibagi, passando por Ponta Grossa e Castro. Encontrou na pequena cidade, as tradicionais famílias dos Bittencourt, Mercer, Borba, Carneiro, Guimarães que viviam do garimpo do diamante nas corredeiras do rio turbulento e sinuoso dos Campos Gerais há décadas. Como a fazenda ainda ficasse a 50 km foram aconselhados a pernoitar na antiga cidade. Morava ainda na cidade, o geólogo da empresa falida, Reinhardt Maack, que mostrou naquela mesma noite, filmes sobre Monte Alegre. Garimpavam no rio naquela época cerca de 5 mil homens, a maioria contratados das tradicionais famílias locais e muitos aventureiros. Samuel tomou nota de tudo o que viu. Voltou a São Paulo e contou tudo para a família.


Choupanas de troncos dos primeiros engenheiros florestais

Klabin ministro
Wolf Klabin junto com o primo Horácio Lafer (ministro das relações exteriores de Juscelino Kubitschek) assinou no tabelionato de Américo Alves Guimarães, em Curitiba, a escritura de promessa de compra e venda da Fazenda Monte Alegre, adquirida do Banco do Estado do Paraná, em 29 de outubro de 1934. Eram 143.516 hectares de terras. Dias antes, num outro cartório, este em São Paulo, era registrada a fundação das “Indústrias Klabin do Paraná”. Constituída por nove sócios, Salomon Klabin, Hessel Klabin, Jacob Klabin Lafer, Wolf K. Klabin, Eva Cecília Klabin Rapaport, Ema Gordon Klabin, Mina Klabin e Abraão Jacob Lafer, a empresa foi registrada no 11º. Tabelião, na Junta Comercial e publicada no Diário Oficial de São Paulo, nr. 234, nas páginas 31 e 32.  Wolf Klabin morreu em março de 1957 e teve seu nome perpetuado no Colégio Estadual Wolf Klabin de Telêmaco Borba. Os Horácios, Klabin e Lafer são nomes de avenida na mesma cidade (Na foto, o Horácio Lafer quando era ministro das relações exteriores). Horácio Lafer nasceu em São Paulo em 3 de maio de 1900 e morreu em Paris, em 29 de junho de 1965. Diplomata, político e empresário durante o governo Washington Luís foi o representante do Brasil na Liga das Nações e em 1934 foi eleito deputado federal. Em 1951, durante o último governo de Getúlio Vargas, foi ministro da Fazenda e já em 1959, no governo de Juscelino Kubitschek, foi ministro das Relações Exteriores. É tio de Celso Lafer. Ao lado de seus primos, os Klabin, foi diretor e co-fundador da Klabin Papel e Celulose.
A primeira diretoria foi composta por Salomon Klabin, presidente; Hessel Klabin, vice-presidente; e Jacob Klabin Lafer, secretário. O Conselho fiscal foi composto por Harry Levine, Lazar Kadischewitz, Abraão Jacob Lafer e os suplentes, Francisco Taranto, Augusto Rodrigues da Silva e Horácio Gordon.
Em 1937, aparece um novo nome na diretoria da Klabin do Paraná. Era o jovem Samuel Klabin, o mesmo que havia visitado Monte Alegre em 1933. Seu cargo: tesoureiro. Em 1940, ele parte para os Estados Unidos junto com o técnico Ernest Froelish. Foram encomendar projetos e comprar máquinas destinadas ao grande empreendimento daquele família chegada no Brasil no final do século 19, a Fábrica de Papel de Monte Alegre do Tibagi.


Em 1963, famílias inteiras foram desalojadas das áreas de reflorestamento
devido ao grande incêndio que quase destruiu por completo o empreendimento.

Em 9 de setembro de 1941, uma ata de assembleia da diretoria, relata dados do empreendimento nos sertões do Paraná. Com o capital inicial quadruplicado, a denominação da empresa passa a ser, “Indústrias Klabin do Paraná de Celulose S.A. – IKPC". Tem agora novos sócios e a nova diretoria passa a ser composta por: presidente, Salomon Klabin, 1º. Vice-presidente, Olavo Egídio de Souza Aranha, 2º vice-presidente, Hessel Klabin, 3º vice-presidente, Wolf Klabin, diretor-tesoureiro Jacob Klabin Lafer, diretor-secretário, Samuel Klabin. 


Wolf Klabin e Getúlio Vargas, no aeroporto de Monte Aegre, em 1954


O nome na diretoria de origem portuguesa Olavo Egídio de Sousa Aranha era um campineiro político, advogado, fazendeiro e banqueiro. Formado na Faculdade de Direito do Recife, foi vereador em São Paulo, deputado estadual, deputado federal, Secretário de Fazenda do Estado de São Paulo e Secretário de Agricultura do Estado de São Paulo. Como banqueiro foi diretor do Banco de Crédito Hipotecário e Agrícola do Estado de São Paulo e membro da diretoria das Indústrias Klabin. O outro Souza Aranha, Osvaldo Euclides de Souza Aranha, embora não tivesse parentesco com o vice-presidente Olavo Egídio, foi muito ligado aos Klabin e Lafer, por suas relações no governo Getúlio Vargas. Osvaldo que ocupou vários ministérios nos quinze anos da era Vargas foi também ministro das relações exteriores do Brasil.


Getúlio Vargas em filme da época visita Monte Alegre do Tibagi


Na Conferência do Rio, em janeiro do 1942, presidida por Osvaldo Aranha, o Brasil, e todos os países americanos decidem por romper as relações com os países do Eixo menos Argentina e Chile, que o fariam posteriormente. A decisão foi uma vitórias das convicções pan-americanas de Aranha. Em 1944, Aranha se demite do cargo de chanceler, após ser enfraquecido dentro do governo e pelo fechamento da Sociedade dos Amigos da América, do qual era vice-presidente. Para muitos observadores da época, Aranha era o candidato natural nas eleições de 1945, mas a parca base política e a fidelidade a Vargas o impediram de disputar as eleições. Voltou a cena política em 1947, como chefe da delegação brasileira na recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU). Presidiu a II Assembléia Geral da ONU que votou pela partilha da Palestina, fato que rendeu a Aranha eternas gratidões dos judeus e sionistas por sua atuação. Devido a sua presidência naquele momento é que o Brasil todos os anos abre os trabalhos anuais da organização mundial, geralmente com uma palestra do presidente da República Federativa do Brasil.

A fábrica nas margens do Tibagi


Panorama da Fábrica após a última ampliação


A fábrica, apesar da segunda guerra mundial começou a ser erguida nas margens do Rio Tibagi, na antiga colina chamada de Mortandade, mas logo em seguida, denominada Harmonia, pois aquele empreendimento de vulto não poderia estar assentado numa terra com um nome de triste memória.
Para que as obras não se detivessem, os Klabin contraíram empréstimo do Banco do Brasil. Em razão disto, o presidente Getúlio Vargas ordenou que a construção da fábrica e a criação da área de reflorestamento fosse administrada por um homem de sua confiança. Assim o engenheiro Luiz Augusto da Silva Viera, do Ministério da Agricultura e famoso no Serviço Público foi morar em Monte Alegre para supervisionar as obras na construção da Usina hidroelétrica de Mauá, na represa de água de Harmonia e a organização da vida comunitária.


Bonde aéreo inaugurado, em 1959, sobre o rio Tibagi

A legião estrangeira
Veio gente de todo lugar. Dos municípios vizinhos aos técnicos fugidos da segunda guerra mundial. Reuniu-se naquele sertão pessoas tão diferentes e tão iguais como suíço J.B. Boesh, o engenheiro polaco Ignácio Sporn, o finlandês Irjo Virta, o português Artur Carvalho, o austríaco Karl Zappert, o alemão Albert Ehlert e o polaco Leon Sisla, o austríaco Francisco Riederer, os húngaros Geza Vayda e Bella Thuroniy, o sueco Leo Wikstroem, o finlandês Irjo Salo, o polaco Jan Borkoski, o turco Dara Sekban, o belga Cláudio Lobl, o iugoslavo Peter Lemr, o austríaco Alfred Leon, o polaco Franz Kraczberg (atualmente famoso mundialmente por suas esculturas de árvores retorcidas), as irmãs polacas Leokadja e Tocsia Zaremska, os alemães Johan Rodelheimer, Wilem Willer e Johnny Schwartz, o austríaco Max Staudacher, os tchecos Vladzyslav Rys, Overbeck, Jiri Aron, Stanislav Jesek, o ucraniano Wlodomir Galat, o russo Isaak Kissim e os engenheiros florestais polacos comandados por Zygmunt Wielicka como Stanislaw Kocinski, Maurice Golebiowski, Czuprowski, Sluzanowski, Sladkoski, Kaszkurewicz, Rodolf Kohout e Wiska.

A moderna Rodovia do Papel substituiu as antigas estradas de macadame da Fazenda

Um outro Klabin que marcaria seu nome para sempre naquelas terras foi Horácio Klabin, fundador do jornal "O Tibagi" e da Rádio Sociedade Monte Alegre. Entusiasta do esporte fez do CAMA uma das maiores equipes de futebol que o Paraná já viu jogar. Em sua origem o clube se chamava Klabin Esporte CLube. Com o desenvolvimento da indústria e com a proposta de divulgar o nome de Monte Alegre, foi então quem em 1° de maio de 1946, o CAMA surgia para no futuro obter uma das mais importantes conquistas de sua história. Mesmo já fundado, a equipe continuou utilizando o nome de Klabin EC por algum tempo.O grande Coritiba Futebol Clube da capital, viu sua sequência de títulos ser quebrada com o aparecimento daquela esquadra chamada de "pantera negra" na década de 50. E foram duas vezes, uma em 1955, com o título da primeira equipe do interior do Estado e em 1958, quando o Atlético Paranaense foi campeão com a maioria dos jogadores do CAMA de 55, além do técnico Motorzinho e do artilheiro Taíco. Horácio pessoalmente trouxe para o sertão paranaense jogadores do Corinthias, do Flamengo, como Bolivar, Pequeno, Taíco e outros.O estádio de Harmonia recebeu a denominação de “Estádio Dr. Horácio Klabin”, inaugurado em 10 de abril de 1949, numa partida entre o Clube Atlético Paranaense e o Corinthians Paulista, a partida encerrou empatada em 3 a 3. A campanha vitoriosa de 1955 com 28 partidas, teve o CAMA como vencedor em 18 jogos, tendo empatado 4 e sofrido 6 derrotas. O técnico Rui Santos, conhecido por “Motorzinho”, montou com a ajuda de Horácio Klabin “uma máquina de jogar futebol”.


Equipe do CAMA- Clube Atlético Monte Alegre de 1949

O CAMA foi o vencedor dos dois primeiros turnos e decidiu com o Clube Atlético Ferroviário, vencedor do terceiro turno, numa melhor de três. O primeiro duelo aconteceu no estádio Durival de Brito, em 08/04/1956, jogo que terminou em 2 a 2. O segundo confronto foi em casa, no dia 15/04/1956, onde o Pantera Negra suplantou o adversário inapelavelmente por 3 a 1. A terceira e decisiva partida aconteceu no dia 22/04/1956, no estádio Joaquim Américo, onde o CAMA venceu pelo placar de 1 a 0, gol de Nelson. Artilharia Pesada no ano da conquista - César Frízio e Ocimar anotaram cada um 15 gols; Taíco 14; Nelson 10; Nestor 7; Isaac e Torres 4; Aloísio 2 e Rubens, Juths e César Veiga, cada um, assinalou 1 gol. A equipe campeã, a primeira do interior do estado era formada pelos seguintes jogadores: Bolívar, Aurélio, Juths, Pequeno, Juninho, Augusto, Isaac, César veiga, Nestor, César Frízio, Taíco, Ocimar, Nelson, Orlando, Aloísio, Torres, Rubens, Osvaldo, Lúcio e Amaro.


Outro nome importante na história recente do Brasil está ligado a Monte Alegre. É ele Celso Lafer, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e ex-ministro das Relações Exteriores, em duas ocasiões, em 1992 e de 2001 a 2002, nos governos de Fernando Collor e no de Fernando Henrique Cardoso, além de embaixador do Brasil junto à OMC, embaixador do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU) de 1995 a 1998.  Celso é filho de A. Jacob Lafer, que ainda estudante na década de 50 passava suas férias em Monte Alegre. Fazia pique-niques no Salto Aparado e na Praia da Lontra Mansa com a turma de jovens montealegrenses como Marianne Zappert, Maria Emilia Steiger, Zelma Tavares, Nucha Snutianoski, Wanda Tobich. Celso por esta época gostava de ler e discutia com seus amigos de Monte Alegre sobre literatura, política e filosofia. Nos meses de dezembro costuma se divertir na barragem do Harmonia Clube. Celso ora se hospedava na casa da diretoria (quando vinha com seus pais), ora na casa de João Teixeira de Mendonça. Celso foi o representante da quarta geração dos clãs que mais frequenta Monte Alegre. Esteve presente na inauguração da máquina seis.
Atualmente Celso Lafer é coordenador da área de Concentração de Direitos Humanos da Faculdade de Direito da USP, presidente do Conselho Deliberativo do Museu Lasar Segall e co-editor da revista Política Externa. Integra também o Conselho de Administração de Klabin e desde 2002 é membro da Corte Permanente de Arbitragem Internacional de Haia. 

Meu avô


Vista aérea atual com a cidade de Telêmaco Borba, o rio Tibagi e a Fábrica de Papel
O engenheiro polaco Zigmunt Wielicka, o "gralha azul"
plantou 100 milhões de pés de araucária (pinheiro do Paraná) em Monte Alegre

Junto aos estrangeiros, muitos outros também com sobrenomes difíceis de pronunciar e escrever vieram em busca do paraíso verde do trabalho, como os brasileiros descendentes de polacos, ucranianos, alemães, italianos como Swieski, Tobich, Styber, Massoquete, Jantas, Roda, Gotardelo, além dos sobrenomes portugueses de Péricles Pacheco da Silva, João de Paula Pinto, Dimas Cardoso, Benedito Dutra, Euclides Marcola, Paulo Rios Fernandes, Joaquim Batista Ribeiro, David Natel, Alexandre Kassab, Lourival Elias, Francisco Tito Quadrado, René Pucci, Teodoro Castro Ribas, Jorge Mesquita de Oliveira, Adolfo Taques, Nemézio Boska, Aldo Sani e tantos outros (e até o assassino do meu pai.. Nadal Banik, fugitivo que não foi julgado e nunca pagou por seu crime).


Meu avô, o polaco de Wojcieszków-Polônia, Boleslaw Jarosinski,
entre colegas e caminhões do setor de transportes,
quando da construção da fábrica em 1941

Também o meu bisavô polaco Piotr Jarosiński, de Dobre - Minsk Mazowiecki, meu avô polaco Bolesław Jarosiński, meu tio Frederico Blanc Mendes, meu avô mineiro Honorato Pereira da Silva e outros tios, tias e primas fizeram a história de Monte Alegre do Tibagi, infelizmente denominada Telêmaco Borba, quando de sua emancipação política, em 1963, da bicentenária Tibagi. O nome dado para o novo município foi uma imposição dos descendentes deste curitibano, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Tibagi, moradores de Tibagi e Curitiba, inclusive um ex-governador.
Telêmaco Augusto Morosines Borba, alguém que nada fez por Monte Alegre do Tibagi, por Harmonia, por Mandaçaia, por Barro Preto, por Mauá, por Lagoa, por Miranda, por Mirandinha, por Imbaú, por Mina de Carvão teve seu nome perpetuado numa criação que é toda dos Klabin e os estrangeiros e brasileiros de todos os rincões do mundo. Um dos descendentes de Telêmaco Borba, o historiador castrense Oney Barbosa Borba conta em seu livro "Telêmaco Mandava Matar", que o seu ancestral famoso teria sido o mandante do assassinato do então prefeito de Tibagi, Coronel Espírito Santo. Os verdadeiros assassinos seriam seu filho Euzébio Borba e o negro Jocelim. Na tentativa de encobrir o crime, muitas outras pessoas foram mortas, inclusive o neto do coronel de nome Aparício Borba que bebeu o café de uma xícara envenenada que estaria destinada ao escrivão José Rachael Pinto, um dos participantes do julgamento, que embora compadre de Telêmaco contava para todos que aquilo tudo tinha sido uma farsa para encobrir o mandante. Telêmaco que era então presidente da Câmara de vereadores com a morte do prefeito e seu adversário político assumiu a prefeitura e sem oponentes ganhou as eleições seguintes.


Meu pai, Cassemiro Iarochinski, funcionário da divisão
de transportes da Klabin do Paraná, em 1958.

Mudar o nome do município?
Quando as famílias Klabin e Lafer comemoram 110 anos de fundação da empresa familiar nada mais justo seria que o município passasse finalmente a se chamar Monte Alegre do Tibagi, Monte Alegre do Paraná, Harmonia, Klabinlândia, Klabinburgo, ou outra qualquer denominação que faça jus a história do lugar, ou aos que transformaram um sertão numa das maiores indústrias de papel e maior parque de reflorestamento particular do mundo.


Entrada principal da cidade de Telêmaco Borba

Como filho nascido nos fundos da fábrica, no sopé da antiga colina Mortandade e atual Harmonia,  quando ainda era município de Tibagi, nada me faria mais feliz do que o enterro definitivo de Telêmaco Borba na memória de infelizes idéias marcadas por imposições políticas de famílias tradicionais, que tudo fizeram para tornar dificil o desenvolvimento da região.
Como também, que a lei inconsequente dos vereadores do munícipio ao mudar o nome da praça Jiri Aron, na confluência das avenida Paraná e Samuel Klabin, para praça da Bíblia fosse revogada, não só porque é inconstitucional (lei Federal impede que se troque denominação de logradouros públicos que já possuam nomes de pessoas para outros quaisquer), mas porque fere a memória do judeu Aron, que durante a década de 1955 a 1966 foi responsável pelo período de maior redimento econômico da IKPC, desde sua fundação.

* texto extraído em parte do livro "Monte Alegre cidade-papel" da jornalista Hellê Velloso Fernandes, publicado em 1974, em Curitiba. Fotos antigas cedidas por Lúcia Swieski, álbum de família Iarochinski e acervo iconográfico "pioneiros" da USP.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

A honra do general Fieldorf


A manchete principal do jornal Gazeta Wyborcza, desta sexta-feira, dia 17 de abril de 2009: "Nil, como um filme salva a honra do general Fieldorf"

UEFA gostou do que viu na Polônia

Grzegorz Lato - Foto: Piotr Nowak

Comitiva da UEFA chegou a Varsóvia para mais uma visita rotineira de verificação do andamento das obras e preparativos polacos para a Euro2012. O presidente da Federação Polaca de Futebol, Grzegorz Lato, que recepcionou o presidente da UEFA o francês Michel Platini foi entrevistado pelo jornal Rzeczpospolita e conta como foi a conversa.
Rz: A UEFA já está satisfeita com a Polônia como sede da Euro?
Grzegorz Lato: De fato, apesar de não terem dito, creem que estaremos prontos a tempo. Mas ainda há muita coisa para resolver e a UEFA nos alertou. Chegaram bastante bem orientados e munidos de muitos documentos.
Rz: Viram o que e o que perguntaram?
Lato: Perguntaram se a autoestrada ligando Varsóvia a Berlin vai estar completamente pronta em 2012. O Ministro Mirosław Drzewiecki respondeu que sim. Falta apenas um pequeno trecho entre Varsóvia e Nowa Tomyśl para a fronteira com a Alemanha. Na segunda pergunta não pudemos dar certeza, pois o trecho de autoestrada entre Cracóvia e Przemyśl, infelizmente segue em ritmo lento.
Rz: Quanl é atualmente o maior problema?
Lato: Contratos com os hotéis. A agência de viagens alemã TUI foi a vencedora da concorrência para prestar serviços às seleções e aos torcedores. Eles precisam ainda assinar muitos contratos com hotéis. O problema é que as condições oferecidas por alguns hotéis nas maiores cidades não permite a acomodação de tanta gente. 
Rz: O que ainda preocupa a UEFA?
Lato: Os sistemas de transporte público entre aeroportos, estádios e centros da cidades sedes. As melhores condições são de Varsóvia e Cracóvia, mas não pude dizer onde está pior.
Rz: O que mais lhes agradou?
Lato: Jantar nos restaurantes Dom Polski no bairro Saska Kępa e o Estádio Nacional. Falando a verdade, eles ficaram encantados com a localização, nas margens do rio Vistula e muito próximo ao centro da cidade.
Rz: Adiantaram quantas cidades polacas serão sedes?
Lato: Creio que isto nem mesmo a UEFA sabe ainda, esta visita lhes vai ajudar na decisão. O presidente da comitiva Hryhoryj Surkis diplomaticamente disse que são quatro cidades em cada país, mas todas as nossas seis cidades têm muitas chances de serem eleitas. Chorzów e Poznań estão com maiores dificuldades.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Acima dos Pinheirais de Ostrowski


"Acima dos Pinheirais" é o livro que o Major da RAF, Marcelino Ostrowski, de 89 anos de idade publicou e está lançando em língua portuguesa, em Curitiba, no próximo dia 9 de maio, no Museu do Expedicionário.
O lançamento do livro “Acima dos Pinheirais” fará parte das comemorações da “Semana do Imigrante Polaco do Paraná”.
A autobiografia do Major Marcelino descreve a história de uma família de imigrantes políticos polacos há séculos ligada com o Tesouro da Coroa e importantes acontecimentos da história da Polônia. Protagonista de uma história verdadeiramente criada para constar num livro, a vida do Seu Marcelo começa em Rio Azul, se desloca para Nothingham na Inglaterra, sobrevoa outras partes da Europa durante a Segunda Guerra Mundial, e se espalha pelo Brasil, Estados Unidos e Canadá. Inicialmente publicado no Canadá “Acima dos Pinheirais” está sendo distribuído na Polônia e nos Estados Unidos. O texto original do livro, foi escrito em idioma polaco (Wyzej Niz Piniory) quando o autor tinha 82 anos.

Polônia também fará filme sobre Sendlerowa

Foto: Maciej Zienkiewicz

A versão polaca do filme para cinema sobre Irena Sendlerowa ainda é possível, apesar da negativa da Telewizja Polska ter se negado a participar como uma das patrocinadoras e produtoras. O filme deverá ser financiado pelo Polski Instytut Sztuki Filmowej, Ministerstwo Kultury e Telekomunikacja Polska. Irena também chamada de Sendler faleceu ano passado e durante a segunda guerra mundial salvou mais de 2.500 crianças judias dos horrores nazistas. 
"Isto poderia ser um escândalo, se os polacos não realizassem este filme", diz a chefe do Instituto de Arte Cinematográfico Polaco, Agnieszka Odorowicz.
O filme norteamericano "The Courageous Heart of Irena Sendler" (O coração corajoso de Irena Sendlerowa) produzido pela Hallmark Hall of Fame e que será apresentando pela rede de TV CBS tem no papel principal Anna Paquin, nominada ao Oscar por sua atuação no filme "Piano" é uma produção para televisão e teve ainda a participação dos artistas polacos Danuta Stenka e Maja Ostaszewska, além da música de Jan A.P. Kaczmarek.
A TVP negou-se a financiar o filme alegando não ter orçamento para tal. Mas isto não será problema para este outro filme para cinema que a Polônia deverá produzir. Por enquanto as projeções apontam que o filme deverá custar 5 milhões de złotych. Metade será financiado pelo Instituto, 1,5 milhões pelo ministério e o restante um milhão através da iniciativa privada, mas ainda existe a possibilidade que a TVP volte atrás e assine junto produção. A estréia já estaria marcada para 31 de agosto nos cinemas de toda a Polônia, provalmente a avant-premiere aconteça em Gdańsk, nas comemorações dos 70 anos do início da segunda guerra mundial.

Novo passaporte polaco a partir de junho


Foto: sxc.hu

O tão ambicionado passaporte de milhares de brasileiros descendentes de polacos vai mudar. Já em 29 de junho próximo todos os novos passaportes terão que conter as impressões digitais do portador.
Esta semana foram realizados testes com o novo sistema de emissão. Evidentemente que ele será todo informatizado e para isso será utilizado um software especialmente criado para isto.
As informações ficaram armazenadas em um micro chip embutido nos novos passaportes e todo o procedimento não deverá durar mais do que 30 segundos, pois bastará o solicitante depositar os dedos da mão direita sobre o skaner. Uma vez que a imagem apareça na tela do monitor, o procedimento será repetido.
Inicialmente os novos passaportes serão emitidos apenas em Katowice, Bielsko Biała e Częstochowa. Logo em seguida será a vez de Bytom e Gliwice. Num etapa posterior será emitido em todo o país.
O atual passaporte polaco, emitido desde 28 de agosto de 2006 já contém um microprocessador com o rosto digitalizado. O que será emitido a partir de 29 de junho conterá também, além das impressões digitais, informações biométricas.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Polônia com mais sedes

Obras no estádio de Poznań - Foto: Andrzej Monczak 

A Eurocopa de 2012 poderá ter 5 sedes na Polônia e três na Ucrânia. Pelo menos é o que se observa após a análise dos relatórios realizados pelos especialistas nas 12 cidades pré-qualificadas para sediar os jogos, seis em cada país, sendo quatro titulares e duas de reserva.
A decisão do Comitê da UEFA será conhecida em 12 de maio próximo. Michel Platini esteve ontem na Ucrânia e hoje chega a Polônia. Segundo o ministro dos esportes e chefe do comitê organizador polaco Mirosław Drzewiecki deverá mostrar o andamento das obras do estádio nacional em Varsóvia, que está sendo construído nas margens do rio Vístula. 
Pelo que já conseguiram de infra-estrutura as cidades polacas escolhidas que serão escolhidas serão 1. Varsóvia, 2. Gdańsk, 3. Kraków, 4.Wrocław, 5. Poznań. Chorzów, próxima a Katowice ficaria de fora. Cracóvia ainda é cidade reserva, mas a cidade está mais avançada nas exigências da UEFA que a própria capital Varsóvia.

Sendlerowa na CBS

Na próxima segunda-feira, dia 19 de abril, a TV norteamericana CBS apresentará o filme sobre a heroína polaca Irena Sendlerowa. Se a Globosat brasileira não reeditar as transmissões desta TV será possível assistir na Sky.
Irena Sendlerowa, chamada Sendler pelos judeus, salvou na segunda guerra mundial 2500 crianças judias das garras dos alemães nazistas.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Klabin, uma história de sucesso

A fábrica nos anos 60

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está hoje, no interior do Paraná para a comemoração de 110 anos do grupo Klabin. No próximo dia 19 deste mês a Klabin completará 110 anos. 
Depois da sessão solene haverá um pequeno almoço, em tenda montada sobre o rio Tibagi, na moderna usina de Monte Alegre. Lula comemora o centenário da família Klabin no Brasil na maior fábrica de papéis e cartões de embalagem do Brasil e a décima no mundo inteiro. A Klabin é a maior produtora, exportadora e recicladora de papel do Brasil. Há 10 anos a empresa conseguia a certificação FSC e está entre os seis maiores fabricantes globais de cartões de fibras virgens e referência mundial no desenvolvimento sustentável. 
Reconhecida como fábrica ecológica, após sua ampliação nos últimos anos, a unidade Monte Alegre passa a ser uma das 10 maiores fábricas integradas de papel e celulose do mundo.
Mas além disto, preciso dizer que foi onde eu nasci, bem nos fundos desta fábrica, quando ainda todas aquelas terras de Monte Alegre pertenciam ao município de Tibagi. Quanto a família Klabin, eles são originários do Grande Reino Unido Polônia Lituânia, o mesmo que foi invadido, ocupado e dilapidado em 1795, por russos, prussos e austríacos. Os Klabin saíram da Lituânia em fins do século 19. E durante todo o tempo, desde a compra da fazenda Monte Alegre em 1934, no sertão do Paraná, passando pelas construção e produção...sempre acolhereram ali, milhares de polacos, descendentes de polacos, fossem eles católicos os judeus como os próprios Klabin e Lafer.

Cronologia 
1889 - Chegada de Maurício Freeman Klabin ao Brasil.
1890 - Criação da empresa M.F.Klabin e Irmão, tipografia (Empreza Graphica Klabin) e casa importadora de artigos para escritório, em São Paulo, por Maurício Klabin.
1899 - Fundação da Klabin Irmãos e Cia.(KIC), composta por Maurício Klabin, seus irmãos Salomão Klabin e Hessel Klabin e o primo Miguel Lafer. A empresa importa produtos de papelaria e produz artigos para escritório, comércio, repartições públicas e bancos.
1902 - Entrada da família Klabin-Lafer no setor de produção de papel, com o arrendamento da Fábrica de Papel Paulista de Vila do Salto de Itu.
1814 - Início da produção da CFP, fábrica construída no Bairro de Santana, na cidade de São Paulo (SP).
1923 - Falecimento de Maurício Klabin.
1925 - Os herdeiros de Maurício Klabin retiram-se da sociedade.
1928 - Divisão do capital social entre os sócios-gerentes Hessel Klabin, Salomão Klabin, Wolff Klabin e o filho de Miguel Lafer, Horácio Lafer, como seu herdeiro.
1934 - Em 1934 foi adquirida a Fazenda Monte Alegre no município de Tibagi (PR), para a construção da primeira fábrica integrada do Grupo e do país, denominada Indústrias Klabin do Paraná (IKP).
1941 - 9 de julho: alteração da razão social da IKP para Indústrias Klabin do Paraná de Celulose S/A (IKPC).
1943 - Associação da KIC à Empresa de Caolim Ltda, como controladora majoritária das ações. Início dos trabalhos de reflorestamento na Fazenda Monte Alegre, com plantação de araucárias.
1944 - Construção da barragem de Harmonia para a Usina Hidrelétrica Mauá.
1945 - Em 1945, a estrutura societária foi reformulada com a entrada de Ema Gordon Klabin - representante dos herdeiros de Hessel Klabin - e de Samuel Klabin, representando os herdeiros de Salomão Klabin. Ambos passaram a compor, formalmente, o quadro de quotistas de Klabin Irmãos & Companhia - KIC, como sócio-gerentes, após o falecimento de seus pais. KIC é dirigida pelos sócios gerentes Horácio Lafer, Samuel Klabin, Ema G. Klabin e Wolff Klabin, a segunda geração, até finais da década de 1950.
1946 - Início das operações da unidade fabril de Monte Alegre. Primeira vez na história da indústria nacional que uma parcela da demanda de mercado interno de papel imprensa é suprida por indústria brasileira.
1953 - 26 de janeiro: inauguração da Usina Hidrelétrica Mauá (PR), com presença de Getúlio Vargas, então presidente da República.
1958 - Início das obras de construção do bonde aéreo em Monte Alegre (PR).
1959 - 11 de novembro: inauguração do bonde elétrico, na época, considerado o mais rápido e de maior extensão de vão livre do mundo.
1960 - A administração de Klabin Irmãos & Companhia - KIC sofreu mudanças com a criação do Conselho Consultivo, composto por Abrahão Jacob Lafer, Armando Klabin; Daniel Miguel Klabin, Ema Gordon Klabin, Esther Klabin Landau, Graziela Lafer Galvão, Horácio Klabin, Israel Klabin, Jacob Klabin Lafer, Lilia Levine Martins Xavier, Miguel Lafer, Sylvia Lafer Piva e Vera Lafer.
1963 - Incêndio nas reservas florestais (pinheiros e eucaliptos) da IKPC.
2003 - 03 de abril: Klabin S.A. deixa de produzir papel imprensa e sai do setor.

Depoimentos
Seu Leon Feffer este mês vai fazer 92 anos e ainda está em ativa. Bom, mas isso era do pai dele, a papelaria era do pai dele até 1955, quando ele faleceu. O pai era imigrante que veio pro Brasil da Rússia no princípio do século, e ele vendia material de escritório, no interior, ia pra Goiás, Mato Grosso e tal. Ele me contava que ele viajava junto com Maurício Klabin, o dono da fábrica... o patriarca da, dos Klabin. Ele e mais um sírio, árabe que tinha uma tecelagem na Lapa que chamava Tecelagem Iodete, eu cheguei a conhecer esse sírio, Maurício Klabin, não? Eles viajavam, alugavam um quarto, ficavam lá juntos e cada um ia trabalhar. O Maurício Klabin trabalhava com calendários suíços, aqueles assim, e aceitava serviços gráficos: notas fiscais, papel de carta, envelopes; ele vinha pra São Paulo, fazia, depois ele despachava. E o... o seu Feffer trabalhava com material de escritório: clips, fitas, enfim, todo esse negócio aqui, e vendia. Não era lá grande coisa mas ele se sustentava. Isso foi logo no princípio do século. Inclusive, um fato, um fato interessante, pitoresco - se vocês me permitem contar -, ele me contava que em Cuiabá, ele entrou no bar, que nem eu estou sentado aqui, ele sentou, ele mais um colega dele lá, em frente lá do balcão tinha dois fregueses... não, tinha um freguês e o balconista atendendo ele bebendo cachaça, ou... qualquer coisa. Ao lado dele tinha dois caboclos sentados, e um falando pro outro: "Você aposta quanto?" "Eu aposto 100 mil réis." "De quê?" "Direita." "Não, eu aposto esquerda, direita, esquerda." Aí um tirou um revólver, pá! acertou no cara que estava lá, diz: "Você viu, era a direita, você perdeu" e foi embora... (riso) Isso ele me contou! Caso que... aconteceu muitos casos semelhantes. Depois que faleceu o senhor... o nome dele era Simpson Feffer, ficou pra família Feffer que continua até agora. Só que faz uns 30 anos que eles não aparecem lá na firma. (Chaim Kuperman - Papepalaria Formosa São Paulo)

"O meu pai, quando queria fazer uma encomenda, falava com o Klabin. Hoje o Klabin ainda é o dono, mas a empresa está muito maior. O Getúlio Vargas deu uma área para ele, no Paraná, que é do tamanho da Bélgica, porque queria substituir as importações. Eu acho que a firma ainda pertence ao Klabin, mas dizem que ele está em dificuldade para começar a produzir celulose, que era importada". (Aristides Miranda de Albuquerque - Casa Cruz - Rio de Janeiro)


"E eu diria que esse é o primeiro contato grande que eu tenho com a natureza e o segundo contato é quando eu começo a me lembrar das visitas ao Paraná, onde a fábrica da Klabin estava instalada e ali é uma fábrica numa região muito grande, que é uma fazenda que foi fundada em 1934 e nessa região estão plantadas as florestas, que vamos dizer assim, mantém a fábrica funcionando, que produzem celulose e papel. Àquela época, eu era pequeno e eu me lembro de já ter memórias do Paraná. Acho que com sete anos mais ou menos, eu ia e o programa lá era andar a cavalo, era ficar no mato, era acampar, era fazer e uma relação muito grande com essa região, que embora tivesse florestas plantadas, tinha e ainda tem florestas nativas muito grandes e bastante sadias. Então eu tinha uma relação também interessante com esse lugar". (Roberto Luiz Leme Klabin - herdeiro Klabin)


"Como ele sendo a primeira família no Bom Retiro - quando ele já veio pro Bom Retiro - de judeus, ele começou a procurar mais famílias que estavam chegando de todos lados da Europa: Polônia, Lituânia, Rússia, pois o senhor Maier - que era meu avô - era imigrante vindo da Rússia e esses imigrantes estavam fugindo dos seus países por causa da grande anti-semitismo reinante no mundo. Um belo dia o senhor Maier encontrou um judeu vindo da Lituânia e convidou-o para a sua casa para jantar, que na ocasião ele morava na Rua Tenente Pena - isso meu avô. E era esse convidado nada mais que o senhor Maurício Klabin, o qual se tornou o grande milionário e depois muitos anos o empresário de papel. Naquela época existiam três famílias só. Os Goldsteins, que eram os meus avós, a família Pretzel e a família Klabin. Depois vieram os Tabacoff, os Teperman e os Gordon. Mais três famílias.(...) Também na casa dos Gordon que era também uma família judia que chegou depois dos meus avós, dona Sara se casou com senhor Samuel Coulikoff no ano de 1907, e os padrinhos dos meus pais foram os Nessel Lafer que foi o pai do ministro Horácio Lafer." (IDA COULICOFF GOTLIEB).


"Na Segunda Guerra houve o êxodo judeu da Europa. Os Estados Unidos foram extraordinariamente beneficiados pelos cérebros que foram atrás de um porto seguro. No Brasil, a migração de judeus se deveu a alguns abnegados, entre os quais um diplomata intelectualizado de nome João Guimarães Rosa.
Wolf Klabin, o patriarca da família, era casado com a filha de Arthur Haas, empresário francês cuja casa era freqüentada por Guimarães Rosa. O pai de Haas tinha sido intendente do exército francês na revolução napoleônica. Francês de nascimento, com a anexação de sua cidade à Alemanha, Haas tentou se radicar na Rússia. Acabou vindo para o Brasil, onde ajudou na construção de Belo Horizonte. Mas sempre manteve relações próximas com as lideranças judaicas no mundo.
Quando estourou a Segunda Guerra, Augusto Frederico Schmidit conseguiu atrair alguns químicos de altíssima categoria, judeus alemães e belgas, alguns recém-saídos de campos de concentração. O mais ilustre era o químico Kurt Weill.
Por insistência de Getúlio Vargas, Klabin acabou se associando à Orquima. As ligações de Getúlio com os Klabin eram antigas. Nas negociações com Franklin Delano Roosevelt, que resultaram na criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), entrou um acordo paralelo que garantiu à Klabin o fornecimento de placas de aço (cuja produção era quase privativa do exército americano) que permitiram a construção da Klabin Paraná.
Wolf conseguiu atrair para o Brasil Joseph Blumenfeld um dos judeus mais ilustres do século, concunhado Chaim Weizmann, primeiro presidente do estado de Israel.
Blumfeld era a grande figura internacional da química atômica e teve papel fundamental na criação do Estado de Israel, graças a uma barganha com a Inglaterra, consubstanciada na chamada “promessa Balfour”. Na Primeira Guerra, Rod Balfour prometeu o apoio inglês ao acordo de divisão do território palestino em troca da produção de acetona sintética, fundamental para o esforço de guerra inglês.
Junto com os químicos da Orquima, Blumenfeld desenvolveu uma tecnologia de extração do tório das areias monazíticas. Dois fatos concorreram para a Orquima não dar certo. O primeiro, a forte reação nacionalista contra a venda das areias monazíticas. O segundo, o fato da tecnologia do urânio ter saído vitoriosa sobre a do tório.
Com o tempo, a Orquima - que iniciou suas atividades produzindo cafeína - acabou absorvida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, presidida pelo engenheiro Álvaro Alberto.
Nos anos seguintes, a casa de Wolf Klabin receberia conspiradores e lideranças judaicas da fase inicial do Estado de Israel, de Golda Méier e Pinhas Safir, político influente de Israel.
Uma política racional poderia ter atraído para o Brasil um contingente enorme de cérebros judeus expulsos pelo nazismo. Mas ficou-se apenas nessa experiência. O país não estava preparado para ser grande.
Israel acabou indo fazendo mestrado em Matemática e Física. Depois, fez pós-graduação em Ciências Sociais na França e planejou ter vida acadêmica.
Quando seu tio Horácio Lafer tornou-se Ministro das Relações Exteriores, Israel anunciou sua intenção de não trabalhar na empresa da família. Acabou sendo colocado na Comissão Mista-Brasil-Estados Unidos, chefiada pelo engenheiro Ary Torres. Seus dois chefes eram Roberto Campos e o geólogo Glycon de Paiva.
A rede de relações dos Klabin se estendeu também aos Estados Unidos. Nos anos 40, Wolf se tornou grande amigo do embaixador americano Adolfo Berle Jr., professor de Columbia, presidente do Partido Liberal, e com grandes ligações com a ala mais avançada dos democratas. Berle Jr teve papel essencial no início da implantação das refinarias brasileiras, ao impedir que a Standard Oil torpedeasse o projeto.
Berle se tornou o maior amigo de Wolf por várias razoes. Uma das quais é porque, através dos seus serviços de inteligência, tinham a decisão sobre o Livro Negro, o registro sobre os colaboracionistas alemães na América do Sul. Israel foi criado com os filhos de Berle Jr.
Coube a Berle escrever o discurso de posse de John Kennedy, no qual foi lançada a tese da reformulação da política externa americana com a América Latina, em resposta às pressões da OPA (Operação Panamericana, organizada por Augusto Frederico Schmidit no governo JK).
Em seguida, Kennedy promoveu uma espécie de upgrade dos Latin American Desks, os escritórios de representação que haviam sido relegados a papel meramente burocrático.
O passo seguinte foi constituir um Conselho dos Nove Sábios, um dos quais o economista Rosenstein-Rodan, do MIT, professor de Israel. Do lado brasileiro, um dos nove era Rômulo de Almeida, o homem que desenhou a Petrobrás, na condição de assessor econômico de Getúlio Vargas. Outro era Arthur Schlesinger Jr, falecido dias atrás.
Israel se integrou ao grupo e passou a freqüentar a Casa Branca. Na época, o embaixador brasileiro em Washington era Roberto Campos, e o representante brasileiro no FMI Alexandre Kafka.
O grupo começou a trabalhar país por país. Quem comandava o projeto da Aliança para o Progresso era um porto-riquenho. A cabeça jurídica era William Rogers, do reputado escritório de advocacia Arnold & Porter.
Quando Kennedy morreu, Israel permaneceu amigo da família, especialmente de Ted Kennedy. Quando Jânio assumiu, a pedido do governo brasileiro organizou um encontro com Ted, que compareceu acompanhado de professores de Harvard.
Foi um fracasso completo. Jânio agiu com brutalidade sem tamanho com seu chanceler Afonso Arinos, colocado para fora da sala, porque o presidente não queria nenhuma autoridade do seu governo presente. Ficou dando ordens a Israel, que se limitou a intermediar o encontro. Na saída,a comitiva americana ficou com a nítida impressão de que Jânio era louco." (Luiz Nassif - jornalista)

Celso Lafer tomou posse como “imortal” da Academia Brasileira de Letras, na cadeira do jurista Miguel Reale. Em seu discurso, relatou emocionado episódios acontecidos com seus primos, da família Klabin, e lembrou de seu bisavô, um judeu imigrante que chegou ao Brasil na década de 20. Terminou citando um ensinamento judaico da “Ética dos Pais”, que preconiza que as raízes são mais importantes do que as folhas.
No final, foi aplaudido efusivamente de pé por vários minutos. Lafer é professor titular da Faculdade de Direito da USP, foi chanceler e Ministro de Estado. Sua atuação foi fundamental no julgamento do nazista brasileiro Siegfried Ellwanger, quando elaborou um estudo entregue aos ministros do STF, por solicitação da Conib.
Com a Segunda Guerra em curso, Getulio Vargas deu início ao seu plano de substituição de importações para produzir aqui itens essenciais que já faltavam naquele início dos anos 1940, entre eles o papel imprensa. A Unidade Monte Alegre começou a ser construída em 1942 para atender àquela demanda. 
Em 1945 a Unidade foi inaugurada, possibilitando uma produção de papel numa escala até então inédita no País. Já em 1946 a produção atingia 40 mil toneladas de papel. Nos anos 1950, década marcada pela consolidação do empreendimento, foram produzidas 85 mil toneladas de papel/ano. O crescimento era contínuo e, em 1963, foi inaugurada a máquina de papel nº. 6, considerada a maior máquina de papel imprensa da América Latina. Em 1978, foi instalada a máquina de papel nº.7 e a produção anual chegou a 350 mil toneladas. 
Como resultado de expansões nas áreas fabril e florestal, a Klabin atingiu a produção de meio milhão de toneladas em 1988. A década de 90 e o novo milênio foram marcados pela busca do aprimoramento tecnológico e ganhos de produtividade aliados à qualidade e desenvolvimento socioambiental. O impulso culmina com o Projeto MA-1100, que já contribuiu para que a Unidade Monte Alegre fixasse mais um marco: no último dia 25 de agosto de 2008, a fábrica atingiu o volume de 20 milhões de toneladas (líquidas) de papel produzidas em toda a sua trajetória. 

Exemplo de sustentabilidade 

A Unidade possui hoje diversas certificações importantes, que confirmam seu alinhamento com as melhores práticas de gestão e qualidade vigentes. 
As florestas da Klabin no Paraná, que somam 270 mil hectares entre plantações de eucalipto e pínus e matas nativas, foram as primeiras do hemisfério Sul a receber o selo FSC (Forest Stewardship Council), a entidade mais atuante no mundo no monitoramento das melhores práticas de gestão florestal e de atividades derivadas. Agora, as áreas florestais da Klabin no estado acabam de ser recertificadas pelo FSC, tornando a Klabin a primeira empresa do setor de papel e celulose a completar 10 anos detendo o selo. O modelo de plantio praticado pela Klabin, chamado de mosaico, mescla florestas plantadas com áreas de matas nativas entremeadas, formando corredores ecológicos que permitiram a identificação, até aqui, de 629 espécies de animais, 15 delas consideradas raras, de acordo com o Ibama. A Klabin possui, para cada 100 hectares de florestas plantadas, 83 hectares de matas nativas preservados.
As áreas plantadas de eucalipto no Paraná contribuíram para que a Klabin consumasse, em janeiro de 2007, sua primeira venda de créditos de carbono, num total de 29,5 mil toneladas de CO2. O projeto total da Klabin levado à CCX (Chicago Climate Exchange) contempla 32.000 hectares de florestas plantadas de eucalipto.
Em 2006, a empresa conquistou o selo FSC para a sua cadeia de custódia de produção, no Paraná, de papelcartão e kraftliner, papéis utilizados para a confecção de embalagens. 
A Klabin no Paraná foi a primeira empresa do mundo a receber o certificado FSC pelo manejo de plantas medicinais, fitoterápicos e fitocosméticos, em 1999. A certificação da cadeia de custódia dos produtos florestais não-madeireiros ocorreu em 2001.
A Klabin, maior produtora, exportadora e recicladora de papéis do País, inaugurou na última segunda-feira, 15 de setembro, em Telêmaco Borba (PR), o Projeto de Expansão MA-1100, maior investimento de seus 109 anos de história e um dos mais importantes já feitos por uma empresa brasileira do setor de papel e celulose. 

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Tragédia em Kamień Pomorski

Foto: Marcin/Alert24 Gazeta

Um incêndio de grandes proporções irrompeu a meia-noite desta segunda-feira no Hotel Socialnego, na cidade de Kamień Pomorski, fronteira Noroeste da Polônia. Pelo menos 21 pessoas morreram, entre estas um bombeiro. Outras 77 ficaram feridas. Uma pessoa ainda está desaparecida. O prefeito da cidade Bronisław Karpiński disse que 41 pessoas tinham sido salvas.
O fogo teria começado na parte frontal-esquerda do edifício. O primeiro grupo de bombeiros chegou ao local aos 20 minutos da madrugada. Neste momento pelo menos 20 metros do teto do edifício já estava em chamas. Participaram no socorro 75 bombeiros e 21 caminhões de bombeiros. Muitos tentaram sair pelas janelas e jogaram suas crianças para que os bombeiros as agarrassem, colocando-as a salvo. O fogo só foi controlado após três horas de trabalho.
O Presidente da República Lech Kaczyński imediatamente decretou luto nacional.
O premier Donald Tusk já esteve no local da tragédia e prometeu a liberação de 4 mihões de złotych em ajuda. Tusk tinha na mão uma mensagem do presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Barroso com as condolências. Também o presidente da Ucrânia enviou mensagem dizendo-se bastante triste com a tragèdia. Wiktor Juszczenko enviou o telegrama para Kaczyński. Este por sua vez está se encaminhando para a cidade do trágico incêndio.
Um promotor e equipe de investigadores está no local procurando saber as causas do que teria causado a destruição do hotel. 


Foto: Agência PAP