quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Polaco, Judeu - dois irmãos.

Foto: Andrzej Rybczyński/PAP

A convivência entre polacos de diferentes credos religiosos nunca foi fácil. Embora os judeus tenham vivido mil anos na Polônia e adotado a maioria dos costumes, língua e tradições desta nação sempre se excluíram e/ou foram excluídos. Atualmente existe um movimento, que cresce a cada dia, pela obtenção da cidadania polaca. Os mesmos que sempre repetiram e repetem serem judeus e não polacos, agora querem passaporte da Polônia para terem acesso a União Européia.
Muitos judeus acusam os polacos (católicos, ou aqueles que se identificam ateus e de outras religiões) de serem anti-semitas. Acusam os polacos de serem intolerantes. Esquecem-se da ajuda e apoio durante, principalmente, os ataques alemães. Esquecem-se dos matrimônios inter-religiosos e etc..
Três anos atrás, em plena praça central de Cracóvia fui testemunha e testemunho deste mito antipolaco e anti-semita. Sim, pois os mitos existem de parte à parte. Uma professora de Curitiba, brasileira portanto, mas descendente de polacos do credo judaico, acompanhando um grupo de estudantes adolescentes brasileiros (descendentes de judeus, não só da Polônia) e participantes da "Marcha pela Vida" (que ocorre sempre em abril, em Auschwitz e Birkenau, além de outros campos de concentração e exterminío alemães existentes na Polônia), mesmo tendo pisado o solo polaco há menos de 48 horas e ainda não tido contato com nenhum morador do país, respondeu à minha pergunta - O que está achando da Polônia? - com: "Como os polacos são anti-semitas, não? Como é possível?". Ou seja, ela já chegava aqui com um preconceito fundamentado erroneamente. Não falava polaco, não tinha conversado com ninguém e jurava que os polacos são anti-semitas. 
Tenho tido a oportunidade de ver desfilar pelas ruas centrais da cidade e pelo antigo bairro judeu do Kazimierz muitos grupos de jovens, estudantes e idosos judeus em excursão, bem como convivido com judeus que vivem, moram e travalham aqui em Cracóvia. A diferença é que os primeiros não se relacionam, passam como um aluvião. Parece não verem nada além de prédios, ignoram completamente os moradores da cidade, não se relacionam, não pedem informação, não conversam. Por outro lado, os que aqui vivem, nem parecem judeus de tão integrados que estão, mesmo aqueles que ainda só falam em inglês e hebreu. É verdade que são poucos. No bairro do Kazimierz, os dados são de que existem apenas 150 moradores, dos outrora 64 mil que viviam aqui antes de 1939.

PESQUISA
Uma empresa de pesquisa de opinião, recentemente fez um trabalho sobre este mito anti-judeu, que principalmente, os judeus, dizem existir na Polônia.  A ARC Rynek i Opinia teve seus dados publicados na revista semanal Wprost.

- 63% dos polacos entrevistados pelas pequisa, aceitariam que se seus superiores fossem judeus
- 53% dos polacos concordariam, que a pessoa de origem judáica fosse marido ou esposa de seus filhos.
- 56% dos polacos têm opinião de que o anti-semitismo dos polacos é um injusto estereótipo
- 50% dos polacos acham que dentro deste injusto estereótipo, o comunismo teria sido um produto judeu.
- 40% dos que responderam, acreditam que os atos anti-semitas, que ocorreram após a segunda guerra mundial na Polônia, foram incidentes pessoais apenas.
- 38% dos polacos alertam, que não é verdade que os judeus não são benvindos na Polônia, pelo contrário. 

P.S. O artesanato polaco incluiu estas estatuetas de judeus (ortodoxos em sua maioria) da foto acima. Dizem que ter uma delas, ou um quadro (pintura, ou foto) de um velho judeu em casa traz sorte.

P.S.2. A última piada sobre judeus que circulou na Polônia foi: "Pela primeira vez, Israel tem um primeiro-ministro que não nasceu na Polônia."

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Województwo não é província

Stary Rynek de Poznań (praça do velho mercado)

Não uma nem duas vezes encontram-se equívocos de tradução por desconhecimento das realidades de cada lugar e idiomas envolvidos. Assim acontece, por exemplo, com as divisões administrativas e políticas brasileiras e polacas. Uma interpretação bastante comum tem a ver com cargos. Tentando esclarecer dúvidas com algumas dessas palavras e suas correspondências comecemos por Wojewódstwo. Esta palavra não pode ser traduzido para província, pois não existem províncias no Brasil. O correto é Voivodia.... O termo pode parecer estranho, mas é esta a tradução correta para português... A palavra existe em nossos dicionários! Se for difícil usar Voivodia é preferível Estado, ou região... Nem o Brasil e tampouco a Polônia possui província.
Quanto ao nome do cargo do administrador da cidade de Poznań , por exemplo, é Presidente da Cidade... O qual pode ser traduzido para prefeito. Como não existe Câmara de Vereadores na Polônia como entendemos no Brasil, não é possível também fazer a correspondência de conselheiro com vereador, pois o que existe nas cidades polacas é Rada Miasto, ou Conselho da cidade, o qual reúne representantes de partidos (sem legislatura e/ou não eleitos) e representantes da população e instituições.
As cidades na Polônia, em relação às suas denominações administrativas estão dividas em Powiat, Gmina e Miasto.

Miasto é Cidade. O administrador é o Prezydent (isto nas grandes cidades), ou seja prefeito. Já Burmistrz é o administardor de cidades consideradas menores.
Powiat é Município, cujo administrador é o Starosta. Mas este munícipio polaco não é como entendemos no Brasil. Já que temos apenas zona urbana e zona rural. Nas zonas rurais brasileiras costumam estar os distritos. Como exemplo temos no Paraná, Araucária, que é ao mesmo tempo cidade e munícipio, enquanto Guajuvira está na zona rural do munícipio e é um distrito. Normalmente um distrito não possui um administrador. Mas na Polônia a um diferença que causa muitos equívocos de interpretação e tradução. O Powiat reúne uma série de distritos e estes são denominados Gmina e seu administrador é o Wójt (pronuncia-se vúit). Já uma reunião de cidades, munícipios distritos e zona rural (wieś - viéch) chama-se Województwo, que como mencionado tem como tradução a palavra Voivodia e seu administrador é o Voivoda, que no caso polaco chama-se Marszałek Województwa (uma tradução literal para esta palavra seria Marechal, mas aqui é sinônimo de Governador. Mas o correto é chama-lo de Voivoda, embora não tenha todas as funções que um governador de Estado no Brasil.
Os Norte-americanos traduzem, por exemplo, Powiat como sendo Condado.... mas no Brasil não existe condadol... E em Portugal ao que se saiba só existiu quando era monarquia.
Poznań é cidade, powiat e gmina ao mesmo tempo... Por isto seu administrador é chamado de Presidente... Enquanto Powiat (munícipio) tem outras Gmina ao seu redor.
Atualmente o voivoda da Voivodia da GrandePolônia (Wielkopolska) é o senhor Marek Woźniak, ou governador simplesmente.
Ainda sobre Poznań, ela é capital da Voivodia, e seu dirigente atualmente é o senhor Ryszard Grobelny, chamado de Prezydent Miasto, ou seja, Prefeito da Cidade. Por sua vez, a cidade de Poznań tem 5 dzielnica (bairros), que são a Stare Miasto (Cidade Velha), a Nowe Miasto (Nova Cidade), Grunwald, Jezyce e Wilda.
Já a Rada Miasta - ou Conselho da Cidade tem como adminitrador o Przewodniczący, ou diretor, presidente do conselho, condutor. Até 2010 este diretor de conselho é o senhor Grzegorz Ganowicz.
Quanto à palavra Starosta, traduzindo seria estaroeste (segundo dicionário Houais seria: fidalgo polonês que tinha a posse de uma estarostia, ou chefe de comunidade, na Rússia.) Mas também é usado como o administrador do Powiat (município). Não chega a ser uma região metropolitana como entendemos no Brasil, porque esta não tem administrador e é composta por outros munícipios e não distritos de um mesmo munícipio
O Powiat de Poznań tem 17 gmina (distritos) que são Buk, Czerwonak, Dopiewo, Kleszczewo, Komorniki, Kostrzyn, Kórnik, Luboń, Mosina, Murowana Goślina, Pobiedziska, Puszczykowo, Rokietnica, Stęszew, Suchy Las, Swarzędz, Tarnowo Podgórne. O Starosta atual de Poznań é o senhor Jan Grabowski... Assim esta pessoa não é o prefeito da cidade, como entendemos no Brasil, mas sim, o chefe do departamento de administração do município... e não da cidade (complicado, não? – Pois eu acho).

Vale a pena reforçar a explicação de distrito, para que realmente fique claro, para efeitos de comparação e não de tradução literal dos termos envolvidos, o que significa distrito no Brasil, em Portugal, ou Gmnia na Polônia:

Os Distritos são territórios em que se subdividem os municípios. Os distritos dispõem obrigatoriamente de cartórios de ofícios de registro civil e, nos municípios maiores, podem sediar subprefeituras ou administrações regionais. Os distritos, na legislação brasileira, sucedem as antigas freguesias do Brasil Colônia, ainda presentes na divisão territorial da Constituição Portuguesa.
Normalmente um município só se subdivide em mais de um distrito quando dentro dele existem povoamentos expressivos em termos populacionais, mas que estão afastados da área urbana principal. Em geral estes distritos, enquanto não forem integrados pelo crescimento natural da cidade, tendem a querer se transformar em novos municípios. Seja como for efetuada a administração municipal, o poder político executivo é exclusivamente do prefeito, sendo todos os outros auxiliares de sua indicação (cargos de confiança). Mas isto é no Brasil. Na Polônia, os Wójt (administradores das Gmina) não estão submetidos ao poder do Prefeito, ou no caso do Burmistrz, Prezidente, mas estão de alguma forma ligados ao Starosta do Powiat (munícipio).
No Brasil existe ainda o Distrito Federal, onde localiza-se a capital federal, Brasília. Este é uma exceção, pois apesar do nome, na verdade não é uma subdivisão municipal, mas uma Unidade da Federação (análogo aos Estados, porém não leva este nome). O Distrito Federal também é uma exceção no sentido de que enquanto UF, oficialmente não se subdivide em municípios, porém além de Brasília considera-se que existam várias cidades. Existe também o distrito estadual de Fernando de Noronha, em Pernambuco. Este distrito, assim como o DF, também não corresponde à definição geral de distrito.
Já em Portugal um Distrito Administrativo ou, simplesmente, Distrito, é uma divisão administrativa que data de 1835.  Antes o país estava dividido em províncias, que se subdividiam em comarcas. Poucas mudanças ocorreram desde então.  Exceção para os quatro distritos existentes nas ilhas - três no arquipélago dos Açores (Angra do Heroísmo, Horta e Ponta Delgada) e um na Madeira (Funchal), que foram suprimidos com a entrada em vigor da Constituição de 1976. Esta concedeu ampla autonomia àquelas regiões além mar através dos respectivos Estatuto Político-Administrativo de Região Autônoma dos Açores e Estatuto Político Administrativo da Região Autônoma da Madeira. A Constituição da República Portuguesa prevê a criação de Regiões Administrativas e a manutenção dos distritos enquanto aquela não for concretizada.  Por analogia, o termo Distrito, em Portugal, poderia ser entendido como correspondendo aos Estados brasileiros. Portanto, não se aplica ao caso polaco, pois Estados brasileiros correspondem a Voivodias.

Polônia em gotas - 7

Com o quê os polacos estão contentes?

- 94,1% estão bastante contentes com as crianças
- 88,1% dos polacos declaram-se felizes com o matrimônio
- 86,2 dos polacos estão contentes com amigos e conhecidos
- 79% dos polacos estão contentes com suas residências
- 56,4% dos polacos estão contentes com seus resultados conseguidos
- 42,2% dos polacos estão contentes com o que vêem para seus futuros
- 27,7% declaram-se contentes com seus rendimentos

Fonte: CBOS

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Lista de mortos em 1941 em Lublin

Foto: LTG

Em Lublin, no cemitério da ulica (rua) Lipowej há um monumento com nomes de pessoas que foram assassinadas cruelmente pelos alemães entre 4 de fevereiro de 1942 e 22 de julho de 1944. Encontrei uma pessoa com meu sobrenome Maciej Jarosiński (grafado no Brasil Iarochinski) de 23 anos entre as vítimas do dia 4 de fevereiro de 1941.

Sobrenome                   Nome        Idade
Muciek                              Zenon              18
Kisielewicz                        Stanisław        30
Bońkowski                        Ignacy             40
Czarnota                           Stanisław         43
Herceliński                       Stanisław         42
Jarosiński                     Maciej             23
Kamieniobrodzki             Władysław       38
Kisielewicz                        Jan                    65
Kopeć    Władysław       32
Lenartowicz                      Jan                   36
Michałowska                     Zofia                47
Michałowski                      Włodzimierz   19
Michałowski                      Bogdan            16
Mudza                                Zenon              18
Myśliwiec                          Władysław       32
Niewiadomski                   Władysław       19
dr Paradowski                  Jan                    38
Pruski                                Czesław            43
Siczek                                 Wiktoria          49
Uliński                                Jan                   36
Woś                                     Stanisław        29
Woźniak                             Józef                41

e mais 6 pessoas sem registro de nomes e sobrenomes.
Fonte: LTG

Padres polacos caminhoneiros no Brasil

Padre Marian Litewka

A história de uns padres incomuns, um polaco e os demais brasileiros descendentes de polacos foi recentemente retratada em película por um diretor de cinema brasileiro também descendente de polaca. O filme já foi apresentado excepcionalmente algumas vezes este ano. Nesta sexta-feira, dia 19 de dezembro, haverá nova exibição especial, às 10:45'hs., no Unibanco Arteplex do Shopping Crystal, em Curitiba.


Elói Pires Ferreira (embora o nome português é descendente de polaco pelo lado materno) cineasta curitibano é o responsável pela saga de um padre que reza missas em cima da carroceria de caminhão pelas estradas do Brasil. Elói antes deste filme já havia produzido um curta-metragem "Polaco da Nhanhã", um homenagem a seu avô polaco.
Mas no seu mais recente longa metragem ele conta a história do padre Miguel e seu amigo caminhoneiro Romeu. Na verdade ele está se baseando na história verdadeira do cracoviano de nascimento Ksiądz Marian Litewka (Padre Mário) que desde 1976 percorre as estradas do Brasil com seu caminhão - misto de casa e igreja. A Pastoral Rodoviária (Serviço da Igreja Católica Apostólica Romana), está ligada à Congregação da Missão Província do Sul, de Curitiba-PR. E neste nesse estilo é única no mundo. Fazem parte da pastoral além do padre polaco Marian, outros dois da Congregação da Missão (Lazaristas), congregação fundada por São Vicente de Paulo, na França, em 1625. O Padre Mário (ou Marian Litewka), nasceu em 07/08/1937 em Cracóvia, na Polônia. É sacerdote desde 1961. Um ano depois, 1962, chegava ao Brasil, onde desde 1976 vive nas estradas rezando com os caminhoneiros. O Padre Germano (Germano Nalepa), descendente de polacos nasceu em 05/07/1956 em Campo Magro, então munícpio de Campo Largo, no Paraná. É sacerdote desde 1979. É integrante da Pastoral Rodoviária há doze anos. Padre Miguel (Miguel Staron), descendente de polacos nasceu em 13/07/1955 em Contenda, no Paraná. É sacerdote desde 1980 e está na Pastoral Rodoviária desde 1993.

Padre Germano, Padre Miguel e Padre Mário (da esquerda para direita)

Os padres da Pastoral Rodoviária viajam pelas rodovias de todos os Estados do Brasi. Nos trajetos visitam, ao menos uma vez por ano, aproximadamente 7.000 postos de combustíveis. Equipe dispõe de três caminhões-capela (as capelas estão montadas dentro de furgões). Abrindo a porta traseira do furgão, surge o altar, as caixas de som, o microfone, os folhetos da celebração, as folhas de cânticos e os demais assessórios preparados para fins religiosos. O roteiro com a programação das Missas dos Motoristas é organizada a partir de pedidos dos proprietários ou gerentes dos estabelecimentos rodoviários. Os pedidos devem ser encaminhados para a Pastoral Rodoviária, Avenida Jaime Reis, CEP 80510-010, Curitiba-PR, telefone: (41) 3223-0561, fax: (41) 3223-0561 Ramal 229, e-mail do Pe. Germano, germanonalepa@uol.com.br ou Pe. Mário, m-litewka@uol.com.br. Aqueles que desejam saber onde se encontram os padres-caminhoneiros, as emissoras de rádio informam os locais diariamente. São estas as rádios: Rádio GLOBO de São Paulo-SP, Rádio APARECIDA de Aparecida do Norte-SP, Rádio CANÇÃO NOVA de Cachoeira Paulista-SP, Rádio LONDRINA de Londrina-PR, Rádio SANT’ANA de Ponta Grossa-PR.
O FILME
Já o filme de Pires Ferreira, o "SAL DA TERRA" é tem como cenário as estradas brasileiras e focaliza o contexto gerado pelo gigantismo do Brasil rodoviário. Ao longo do caminho, na boléia de seu caminhão-capela, o padre-personagem Miguel (na vida real Marian Litewka) vai conhecendo personagens e descobrindo a diversidade humana que a estrada apresenta. Entre a solidão dos quilômetros rodados e a surpresa dos encontros, pelas estradas ou em postos de gasolina, o padre traça um itinerário ilustrado pela aventura de viver de cada personagem e pontuado pela celebração da Missa. Tendo por base narrativa, a estrutura desse ritual milenar - alvo artístico consagrado universalmente por criadores das mais diversas vertentes - o filme percorre uma vasta simbologia e suas identificações com o cotidiano popular. A população itinerante retratada pelo filme revela-se, na verdade, um espelho da nossa condição de viventes à procura de um rumo. Sempre em constante movimento, como costumam ser a vida e o cinema. Aqui um triller do filme pelo youtube:



O SAL DA TERRA
longa-metragem 35mm
Ano de Produção: 2008
Duração: 90 minutos COR

Recomendado para maiores de 10 anos
Direção: ELOI PIRES FERREIRA
Produção: ELOI P. FERREIRA e J. OLÍMPIO
Roteiro: ALTENIR SILVA, J. OLÍMPIO, ELOI PIRES FERREIRA
Direção de Fotografia: CELSO KAVA FILHO
Direção de Arte: ZENOR RIBAS JR.
Produção Executiva: JOSIANE ORVATICH
Montagem: FERNANDO SEVERO
Coordenação de Produção: GERALDO PIOLI
Música Original: J. OLÍMPIO
-
ELENCO: ÉDSON ROCHA, ENÉAS LOUR, LUTHERO ALMEIDA, CHRISTIANE MACEDO
Part. Especiais: CRISTINA PEREIRA, EMÍLIO DE MELLO, LALA SCHNEIDER, ENIO CARVALHO, DIEGO KOZIEVITCH

Os três padres possuem até um hino e ele já foi gravado em CD e está sendo vendido em restaurantes, lojas e postos de gasolina ao longo das estradas brasileiras. Esta é a letra:

Hino da Pastoral Rodoviária
Letra e Música: Gilvan Manuel
1. Foi lá no Sul do Brasil nas estradas do Paraná
Surgiu uma missão pioneira de levar e anunciar.
A presença da Igreja nas estradas do país
São os Padres Vicentinos fazendo a missão feliz.
2. Hoje o Brasil inteiro é um campo de missão
Cada posto é uma igreja mesmo em cada caminhão.
Cruzam estradas e cidades pra levar a boa nova:
"Motorista companheiro, faça uma prece nesta hora!"
3. Tanto peso e tanta carga, o pedágio e outros mais,
O cansaço é companheiro, solidão que nos desfaz.
Tão distantes da família leva o pensamento a Deus
Nossa Senhora da Estrada nos ajude a cada vez.
Ritmo: Vaneirão gaúcho
Nota: sol +

Os bêbados são os outros

Charge: Łukasz Tyrala

Há um mito de que os polacos são bêbados. E como todo o mito é formado com base em suposições e não em fatos concretos o que vale mesmo são os números... E estes nunca mentem. Uma pesquisa da WHO realizada em toda a Europa aponta que um europeu, dentro da União Européia, bebe em média 9,1 litros. O que bebe menos é o búlgaro com apenas 5,0 litros por pessoa. O maior beberrão é o luxemburguês com 14,6 litros. Engraçado ninguém diz que ele é tal bêbado. Por que será? Nos Estados Unidos uma piadinha cretina pergunta: qual a diferença de um polaco no casamento e no enterro? Resposta: No enterro é o único menos bêbado. Não por outra razão, a lista abaixo mostra britânicos e irlandeses - os formadores dos Estados Unidos - como mais bêbados que os polacos.
Esta é lista dos maiores bebedores de bebida álcóolica da União Européia:

1. Luxemburgo - 14, 6 litros por pessoa
2. Tcheca - 13,7 litros por pessoa 
3. Estônia - 13,4 litros por pessoa
4. Hungria - 11,6 litros por pessoa
5. Alemanha - 10,7 litros por pessoa
6. Irlanda - 10,6 litros por pessoa
7. Áustria - 10,5 litros por pessoa
8. Espanha, França - 10,0 litros por pessoa
9. Dinamarca - 9,8 litros por pessoa
10. Eslováquia - 9,5 litros por pessoa
11. Portugal - 9,4 litros por pessoa
12. Grã-Bretanha - 9,3 litros por pessoa
13. Chipre - 9,0 litros por pessoa
14. Bélgica - 8,9 litros por pessoa
15. Eslovênia - 8,8 litros por pessoa
16. Lituânia - 8,6 litros por pessoa
17. Letônia - 8,4 litros por pessoa
18. Finlândia - 8,2 litros por pessoa
19. Holanda - 7,8 litros por pessoa
20. Grécia - 7,7 litros por pessoa
21. Itália - 7,6 litros por pessoa
22. Romênia - 7,4 litros por pessoa
23. Polônia - 6,7 litros por pessoa
24. Suécia - 5,6 litros por pessoa
25. Malta - 5,4 litros por pessoa
26. Bulgária - 5,0 litros por pessoa

Portanto, bêbados são os outros, coincidentemente justo aqueles que colocam a pecha de bêbados nos polacos. Só suecos, malteses e búlgaros bebem menos que os polacos, um litro a menos.

domingo, 14 de dezembro de 2008

O rock in rolll polaco das rádios

Feel é uma banda de rock-in-roll polaca formada em Katowice, na Silésia, em 2005. Originalmente se chamava "Q2", depois passou a ser chamada de "Kupicha Band" e finalmente "Feel".
O primeiro CD foi lançado em novembro de 2007 e imediatamente se tornou uma das músicas mais tocadas das rádios FM da Polônia. Também ganhou o Festival Internacional da Música de Sopot com "Bursztynowy Słowik" (famoso prêmio âmbar").
Um dos maiores sucessos do CD foi a música "A gdy jest już ciemno" (quando já é quase escuro). Aqui neste clip do you tube eles interpretram outro de seus poucos mas grandes sucessos das paradas. "No Pokaż Na Co Cię Stać" (Mostre-me o que você pode fazer). A banda é formada por Piotr Kupicha, Łukasz Kożuch, Michał Nowak e Michał Opaliński 



A letra para acompanhar a audição:

Pokaż na co cię stać
Feel

Możesz iść szybciej niż niejeden chciałby biec
możesz mieć wszystko czego, czego tylko chcesz
każdą myśl zamien w poztywne słowo
słuchaj, słuchaj bo
zabawnie tak oddychać przez różową słomkę
cudownie tak rozmawiać bez niemiłych wspomnien
każdy dzien mówi nam coraz więcej
słuchaj, zaufaj sobie jeszcze raz
(Refren)
Pokaż na co cię stać, ale nie jeden raz
słuchaj, sluchaj, je je
piękne słowa mówią wszystko
lecz nie zmienią nic, ohoh..
Pokaż na co cię stać, ale nie jeden raz
słuchaj, sluchaj, je je
piękne słowa mówią wszystko
lecz nie zmienią nic,
nie zmienią nic,
nie zmienią nic!
Możesz iść szybciej niż niejeden chciałby biec
możesz tak, tak po prostu znów zapomnieć się
nowy dzien zawsze daje nowe życie
słuchaj, zaufaj sobie jeszcze raz
Pokaż na co cię stać, ale nie jeden raz
słuchaj, sluchaj, je je
piękne słowa mówią wszystko
lecz nie zmienią nic, ohoh..
Pokaż na co cię stać, ale nie jeden raz
słuchaj, sluchaj, je je
piękne słowa może powiedzą ci wszystko,
ale nie zmienią nic,
nie zmienią nic! (x2)


Tradução para português:

Mostre-me o que você pode fazer
Você pode caminhar mais rápido que outros gostariam de correr
Você pode ter tudo, tudo é só querer
Mudar cada pensamento em palavra positiva
Ouça, ouça porque...
Isto é engraçado como respirar através de um canudinho rosa
Isto é milagroso como conversar sem qualquer lembrança desagradável
Cada dia nos falar cada vez mais
Ouça, confie em você uma vez mais
Mostre-me o que você pode fazer, mas não apenas uma vez
Ouça, ouça, ie ie
Palavras bonitas dizem tudo
Mas não mudam nada
(Repete)
Você pode caminhar mais rápido que outros gostariam de correr
Você pode tal, como esquecer tudo de novo
Um novo dia traz nova vida
Ouça, confie em você mesmo uma vez mais
(Refrão)

Alguns rótulos polacos de vodca.

A história e a origem da vodca se perdem em nacionalismos e diferentes versões. O que existe de verdade mesmo é que este destilado de cereais tornou- se a bebida mais popular da Polônia, Rússia, Ucrânia e outros países eslavos. Na Polônia a produção é encontrada nas várias regiões do país. A seguir alguns dos rótulos mais famosos da Polônia:

Absolwent – wódka (pronuncia-se vudca) incolor de 40% alcool produzida pela firma Polmos Białystok.
Abstynent – vodca incolor de 40% produzida por Kompanię Spirytusową Wratislavia Polmos Wrocław SA.
Alpejska – vodca clara, incolor 41%, produzida por Polmos Siedlce.
Absinthion (Polski Absynt De Luxe) – clara, incolor, de qualidade com 55% com ervas, produzida por Toorank de Jasienicy.
Arktica – incolor de 40% produzida por Polmos Wrocław.
Białowieska – incolor de 40% produzida por Polmos Białystok.
Bielska - incolor de 40% produzida por Polmos Bielsko-Biała.
Biesiadna – clara de 40% produzida por Polmos Wrocław.
Brydżowa – de 40% produzida por Polmos Sieradz.
Balsam kresowy – vodca com aroma de frutos secos, caramelada de 40%.
Balsam pomorski - vodca incolor de 38% wódka bezbarwna wódka. Apresenta igualmente sabor.
Baltic – incolor de 40%.
Batory – incolor de 40%.
Belvedere, ou Biała Dama (dama branca) – vodca de luxo produzida há mais de 200 anos, por Polmos Łańcut, feita com os cereais superselecionados, tem 40% de álcool e é a mais cara de preço.
Chopin - clara e de luxo de 40%, produzida por Polmos Siedlce. Passa por 4 processos de destilação, feita especialmente de batata.
Copernicus - vodca de qualidade. Produzida por Polmos Toruń com uma receita toda especial. Há também a Copernicus com mel natural também de 40%.
Cracovia – incolor de 40%, várias vezes premiada.
Cytrynówka - de 40% doce com aroma de limão.
Extra Żytnia – vodca de cereais produzida por Polmos Bielsko-Biała, de 40% é bastante exportada.
Koszerna - voda produzida sob certificado de Rabino.
Jarzębiak - incolor de 40%
Krakus - incolor de 40%
Krajowa - incolor de 40%
Krakowska - incolor de 40%
Krupnik - incolor de 40%
Luksusowa - incolor de 40%
Łańcut – premiada seis vezes de 40% é produzida por Polmos Łańcut.
Ojczysta - incolor de 40%
Pan Tadeusz - vodca de cereais de 40% produzida por V&S Luksusowa (antiga: "Polmos" Zielona Góra). Na garrafa a ilustração mostra que a Pan Tadeusz é 1834.
Polonaise - vodca de luxo de 40%, de cereais diversos produzida por Polmos Łańcut.
Prezydencka - incolor de 40%
Raciborska - vodca de originalidade com 40%, encontrada também na versão com licor de cereja.
Sieradzka - incolor de 40%
Siwucha - incolor de 40%
Sobieski – incolor de 40% produzida por Z polski.
Soplica – clara e de cereais com 40% produzida por Bols, é da mesma fábrica da Pan Tadeusz.
Starka - incolor de 40%
Starogardzka – incolor de 40%, produzida pela destilaria de Starogardz Gdańsk.
Toruńska - incolor de 40%
Wyborowa - incolor de 40% mundialmente conhecida, mas infelizmente alguns pensam que é russa.
Złoty Kłos - colorada 40%.
Żołądkowa Gorzka - colorada, carameliza, com ervas, 40%, cremosa e como o próprio nome diz, boa para o estômago.
Żubr - incolor de 40%
Żubrówka - colorada e com um ramo de capim, o mesmo que serve de pasto para os últimos bisões da face da terra. Há duas reservas na Polônia de bisões.

Polônia em gotas - 6

Os polacos temem:

- 83% teme a mudança que haverá de moeda do Złoty para o Euro
- 80% teme que a situação material piore
- 77% teme um conflito militar com a Rússia
- 69% teme catástrofes naturais
- 47% teme a crise econômica
- 32% teme perder o emprego
- 31% teme seu estado de saúde psíquica
- 23% teme adoentar ou perde num acidente alguém próximo.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Lei Marcial de 1981 relembrada

Encenização da Lei marcial de 1981. Foto:Rafał Guz

A foto acima é de ontem à noite. Foi feita durante uma encenização para os 27 anos da decretação da Lei Marcial do General Jaruzelski.  Os polacos parecem divididos quanto a necessidade de ter havido a lei de exceção. Segundo pesquisas de opinião divulgadas durante a semana por diferentes jornais, 45% dos polacos acreditam que a Lei Marcial foi a única coisa a se fazer naquele momento para proteger a Polônia de uma invasão soviética. Para outros 44%, no entanto, ela foi desnecessária e não pooderia ter ocorrido, pois foi uma agressão à sociedade polaca da época.
Numa segunda pesquisa, 49% querem que os responsáveis pela decretação da Lei Marcial sejam julgados e condenados á prisão, no caso o general Wojciech Jaruzelski e seu grupo de governo.
Entre este grupo, mais de 61% das pessoas entre 18 e 29 anos querem prisão para Jaruzelski. Mas para 55% das pessoas com mais de 60 anos de idade, o mesmo Jaruzelski não deveria ser punido.
Tanques de guerra nas ruas contra o próprio povo. foto de 1981.

Enquanto os jovens faziam sua representação teatral, um grupo de idosos saíram às ruas de Varsóvia, durante à noite, para protestar contra o julgamento que o general da Lei Marcial sofre num tribunal da capital polaca. Alguns idosos gritavam e mostravam cartazes com "Jaruzelski nosso herói."

Festival de folclore em Curitiba

Vencedores de 2007

Acontece hoje, 13 de dezembro, em Curitiba, apresentações de grupos folclóricos participantes no 2º Festival Infanto-Juvenil de Folclore Polaco, em Curitiba. Para esta edição foram a capital paranaense grupos de 10 cidades, Áurea-RS, Campo Largo-PR, Curitiba-PR, Erechim-RS, Itaiópolis-SC, Mallet-PR, São Bento do Sul-SC, São José dos Pinhais-PR e
São Mateus do Sul-PR. São mais de 250 crianças e jovens apresentando as belas danças do folclore polaco. A entrada é franca e as apresentações ocorrem a partir das 14 horas no Teatro do Colégio Estadual do Paraná.
No ano passado foi vencedor o grupo Wisła de Curitiba. Cada grupo deve apresentar uma dança com duração de 5 minutos, que estará sendo avaliada nos quesitos: presença cênica, coreografia e técnica. O grande vencedor nas duas categorias infantil e juvenil foi o grupo Wisła de Curitiba. Primeiro lugar em ambas as categorias recebeu o grupo folclórico "Wisla" de Curitiba. Foi esta a classificação no primeiro festival com as respectivas notas obtidas:

Categoria infantil
1 - Wisła (Curitiba) - 8,71
2 - Karolinks (São Mateus do Sul) - 8,18
3 - Wiosna (Campo Largo) - 7,63
4 - Krakowiak (Mariana Pimentel) - 7,58
5 - Dolina (Irati) - 6,91

Categoria juvenil
1 - Wisła (Curitiba) - 8,92
2 - Orzeł Biały (Criciúma) - 8,27
3 - Wesoły Dom (Araucária) - 8,21
4 - Auresóvia (Áurea) - 7,75
5 - Krakowiak (Mariana Pimentel) - 7,71
6 - Mazury (Mallet) - 7,60
7 - Wiosna (Campo Largo) - 7,46
8 - Góry (Carlos Gomes) - 7,14
9 - Dolina (Irati) - 7,08
10 - Hercílio Malinowski (São Bento do Sul) - 6,82

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Dezoito anos sem ele


Não poderia deixar passar em branco, o dia 12 de dezembro, sem mencionar o quanto o ator e diretor de teatro José Maria Santos foi importante na minha formação. Como uma simples homenagem conto aqui um pouco deste talentoso artista, pois a história que não se conhece tende a suprimir pessoas e fatos importantes para o entendimento da atualidade.

José Maria Ferreira Maciel dos Santos, mais conhecido como José Maria Santos, Zé Maria, Zé ou simplesmente "Véio", nasceu em Guarapuava, em 12 dezembro de 1933,mas preferia dizer para todo mundo que era lapeano, já que foi muito cedo com a família para a Lapa. Com 12 anos acabou em Curitiba, onde continuou seus estudos até o ginásio. Em 1954, começou a a estudar na Escola Dramática do Sesi. Sua carreira paralela de vendedor fez com que ele trabalhasse em diversas empresas, entre elas, Tecelagem Imperial, White Martins e Sidney Ross. Em 1958, junto com o amigo Ruben Valduga funda a Cia. Dramática Independente.


Casou com Ruth Wolski em 1959, com quem teve 4 filhas e 1 filho. Em 1971, depois de uma apresentação de "Lá", na Escola Técnica, oferece-se ao diretor da ETFPR para criar um grupo de teatro com alunos daquela instituição. O diretor Ivo Mezzadri, contrata-o logo em seguida como professor. Nesta escola, ele permanece até morrer em 3 de janeiro de 1990. Primeiro e único ator paranaense a receber uma premiação do cinema nacional sem jamais ter abandonado o Paraná. Foi "Kikito de Ouro" de melhor ator coadjuvante, no Festival de Cinema de Gramado por sua atuação como Dr. Aurélio, no filme "Aleluia Gretchen" de Silvio Back. Recebeu inúmeros outros prêmios em festivais pelo Brasil inteiro. Mas ficaria conhecido pelo inconfundível Dr. Raul da peça "Lá" de Sérgio Jockymann, onde ficava preso, num toalete, durante um fim de semana inteiro. Zé encenou "Lá", mais de 1800 vezes durante quase 20 anos de temporadas. Certamente este é um recorde digno do Guinness e dificilmente alcançado no Brasil.

Por isto, um currículo do ator José Maria Santos poderia muito bem começar assim: "Eis as peças que ele não fez! ". Zé Maria já fez tantas peças que é mais fácil e econômico relacionar as que ele não fez. De qualquer forma, Zé Maria teve duas iniciações teatrais; uma quando tinha três anos de idade e foi obrigado a encenar uma longa choradeira para ganhar um sorvete. A outra, em 1954, na escola de Arte Dramática do Sesi.Ele nunca mais parou. Nem quando o sinal fechou. Como vocês devem estar lembrados, dez anos depois da iniciação teatral do Zé Maria o sinal fechou com a ditadura militar brasileira... evidentemente voltou a abrir nas décadas seguintes, mas ele esteve sempre presente nos palcos durante aquele período e depois. Infelizmente um dia, o sinal fechou mesmo para ele. Era 3 de janeiro de 1990. Ele não pode fazer nada para impedir. 

Hoje, Zé Maria, é para muitos curitibanos apenas um teatro na rua Treze de Maio. Mas para outros tantos é justamente isto: O maior ator do Paraná de todos os tempos.

Lei Marcial justificada


Vinte e sete anos após a decretação da Lei Marcial de 1981, na Polônia, 44%  dos participantes na pesquisa de opinião pública alertam que ao seu tempo a decisão do general Wojciech Jaruzelski foi justificada. Um terço dos entrevistados discordam. 
A agência de pesquisa Pentor faz uma comparação sobre o assunto da atual enquete com outra realizada há 13 anos. Na anterior pesquisa, era maior a compreensão de que a Lei Marcial foi necessária. Naquele 2000-03 o poder na Polônia era do Partido de esquerda SLD do ex-presidente Aleksander Kwaśniewski.  Uma possível intervenção da URSS usada como justificativa para o período marcial é aceita por 37% dos entyrevistados, nesta última enquete. Em 2005, era 45%. A Pentor entrevistou mil pessoas nas últimas duas semanas de novembro.

P.S.  A pesquisa coincide com a estréia do filme sobre o Coronel Kukliński e as declarações da CIA de que realmente Jaruzelski sabia dos planos de Moscou de invadir a Polônia devido as ações de Lech Wałęsa e o Sindicato Livre Solidarność.

O acompanhamento da opinião pública por um período tão longo como este da Pentor pode sugerir diferentes interpretações. A primeira é a de que as pessoas tendem a esquecer o entedimento dos fatos passados, mas por outro lado, a segunda interpretação é a de que o distanciamento, o esfriar das emoções, o aparecimento de novos estudos, permite uma maior compreensão. 

Polônia em gotas - 5

Os polacos passam em família os feriados santos:

- 93% passam em família o Natal
- 90% passam em família a vigilia e ceia de Natal
- 92% passam em família a Páscoa
- 89% passam em família o Dia de Todos os Santos (finados)
- 64% passam em família o Ano Novo (reveillon)

Ou seja, O natal é uma festa famíliar.

Por isto, 
- 94% dos  polacos são religiosos
- 6% dos polacos não têm religião nem crêem em nada.
Destes,
- 52% dos polacos vão à igreja uma vez por semana
- 17% dos polacos vão à igreja uma, duas vezes ao mês
- 18% dos polacos vão à igreja algumas vezes no ano
- 13% dos polacos nunca vão à igreja. 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Ao herói não se mancha, cultua-se

A polêmica publicação do livro sobre Lech Wałęsa sob os auspícios do IPN - Instituto da Memória Nacional, antes de verdade histórica, pode estar causando um grande estrago na própria auto-estima polaca. Inadvertidamente, ou com propósitos determinados de destruir a imagem de um símbolo, de um herói nacional, os dois "historiadores" podem ter dado um tiro no próprio pé. Desacreditando seus trabalhos futuros e a própria classe dos historiadores polacos que vivem uma espécie de "caça as bruxas do passado comunista", como se naquele período fosse tão fácil identificar quem era e quem não era comunista, quem colaborou ou não com o regime.
Dia desses, um morto ressuscitou, justo aquele que dava credibilidade documental a versão dos historiadores do IPN. Estes foram desmentidos pelo ex-agente ressuscitado.
Meu orientador no mestrado em Cultura Internacional, e diretor do Instituto de Estudos regionais da Universidade Iaguielônia de Cracóvia, publicou um artigo na revista "Dialog Pheniben" dedicada a cultura social do povo cigano na Polônia. Nele, o Prof. dr hab. Tadeusz Paleczny alerta para o fato de que aos destruirmos nossos heróis podemos estar destruindo a nós mesmos. 


Grande Formato
Tadeusz Paleczny

Usamos a expressão “Grande Formato” em relação às coisas de grande tamanho. Por analogia, servimo-nos desta expressão para caracterizar pessoas, as quais não tanto em relação ao gabarito físico, mas outros traços de caráter, alma ou intelecto distinguem-se consideravelmente acima da mediocridade. Pessoas de Grande Formato permanecem como modelo de pessoas, ídolos, não só para as pessoas de ambientes mais próximos, de seu grupo cultural, mas ultrapassam os limites de seu significado, indo mais além das fronteiras do país, ou nação. Tornam-se pessoas de Formato Global, conhecidas em todo o mundo, identificadas em cada latitude geográfica.
Temos ultimamente um déficit de pessoas de grande formato em nosso país. O último vivo parece que é Lech Wałęsa, o qual, contudo, muitos polacos na sociedade lhe recusam esta característica, colocando-o em igualdade de ex-agentes do serviço secreto, bisbilhoteiro e de um grupo de homens sórdidos e pequenos. Qual é a intenção, não só absurda, mas inviável, visto que Lech Wałęsa já ficou ungido ante a história e o mundo como um homem de grande calibre, símbolo de nós mesmos, polacos. Se maltratarmos este símbolo, nós o degradaremos aos olhos na opinião pública e isto simplesmente nos humilhará e submeter-nos-a de modo próprio ao mesmo tratamento. 
O último polaco inquestionável de Grande Formato foi João Paulo II. Estou certo, Polacos, que se não tivesse se tornado Papa, recordaríamos seu contato com o serviço de segurança daquele tempo, quando isto era imperativo, no assunto de salvar pessoas. Ninguém poderá negar que Karol Wojtyła, antes de se tornar Papa, encontrou-se algumas vezes, embora não secretamente com funcionários do SB (serviço de segurança). A reprovação deste mesmo Lech Wałęsa é feita baseada em brilhantes documentos secretos da polícia, não com a mesma forma de precisão e solidez alemã, ou legalidade francesa, mas na manipulação soviética, artificial e na falsidade dos fatos, antes disso é sintoma de engenhosidade histórica, bem como de cega crença em formulários preenchidos com arte de falsário.
A dimensão do conceito freqüentemente relativiza ambos historicamente, como e grosseiramente. Pessoas verdadeiramente de grande formato, avaliamos em plenitude somente depois da morte. Não após a intenção, propósito, desejo, mas após alcançar resultados. O homem sob um mau testamento, ou visto tal qual o conhecido fundamento da “precisão histórica” em busca da verdade, denominaria Józef Piłsudski como espião, colaborador de organizações secretas de pelo menos alguns países, até terrorista, bandido e assassino. Em vista disto, é que Piłsudski lutou contra o regime tssarista para liberar a Polônia, assaltou trens, bancos, funcionários e governantes russos? 
Ele se tornou símbolo de liberdade e independência da Polônia. E nada neste símbolo é possível violar, nem mesmo satirizar ou complementar, ou se apoiar em documentos tssaristas defendidos até metodologicamente melhor numa tese científica. Por existe, como falou o Padre Józef Tischner é igualmente verdadeiro: “tyz prowda, pikno prowda i gówno prowda” – “esta verdade, pequena verdade e verdade de merda” (dialeto montanhês polaco). Misturado no material de arquivo dúvidas de classificação na busca podem estar nos últimos fundamentos da verdade da proverbial fossa de Tischner. Ninguém sairá disto limpo, nem o fedor de cada um.
Inquietar-nos pode ser a atitude de Lech Wałęsa, em toda esta indigna confusão sobre sua pessoa. Que reaja dura e emocionalmente à provocação de parte de seus adversários. “A verdadeira virgindade não tem medo”. Esta mesma verdade algum dia emergirá. Homem verdadeiramente de grande formato, em qualquer consideração que se faça a Lech Wałęsa, devido a ser acusado, perseguido, vestiram-lhe calúnias em formato histórico numa obra científica. Quanto disto das obras dos historiados já é necessário invalidar? Não humilhemos os santos polacos nem tampouco símbolos. Porque nestes dias estaremos humilhando à nós mesmos.

P.S. (tradução livre de Ulisses Iarochinski)

Polônia em gotas - 4

Quase 5 milhões de polacos entre 25 e 40 anos moram sozinhos.

65 mil casais se separaram na Polônia, em 2007
249 mil casamentos foram registrados na Polônia, em 2007.

25% dos adultos não têm filhos,
20% dos adultos têm apenas um filho,
30% dos adultos têm dois filhos,
13% dos adultos têm três filhos,
6% dos adultos têm quatro filhos,
4% dos adultos têm cinco ou mais filhos. 

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

China reclama de nome de rotatória

Foto: Grazyna Jaworska /AG

A visita do Dalai Lama a Polônia tem repercutido bastante na China e no mundo, mas no Brasil a grande imprensa insiste em ignorar que o líder tibetano esteve em Gdańsk para as comemorações dos 25 anos do Prêmio Nobel da Paz de Lech Wałesa e ali se encontrou com o francês Nicolas Sarkozy, presidente de turno da União Européia e da França. Também ignorou o título de "doutor honoris causa" recebido pelo líder religioso na Universidade Iaguielônia de Cracóvia. Ao noticiar que a China tinha reclamado do encontro de Sarcozy com o Dalai Lama infringiu regra básica do jornalismo: não disse onde nem porque se deu o encontro.
Talvez agora mencionem que a China reclamou junto ao Ministério das Relações Exteriores da Polônia, sobre a decisão das autoridades de Varsóvia de denominarem uma rotatória de "Tibet Livre".
O Ministro polaco das Relações Exteriores Radoslaw Sikorski disse aos jornalistas que a questão ainda está sob discussão das autoridades municipais. "Nós, como governo, respeitamos a autonomia das autoridades locais e também o direito dos chineses se manifestarem sobre isto".
Um grupo de conselheiros municipais (equivalente a vereador) do bairro de Wola, na capital Varsóvia, apresentaram uma moção para denominar a rotatória como expressão de solidariedade com o povo do Tibet e protestar contra a violação dos direitos humanos.
Estes são os conselheiros municipais que neste dia 11 de dezembro, quinta-feira, devem votar a proposição de dar nome a rotatória de "Wolny Tibet" -  pelo Partido "Platformy Obywatelskiej" (PO): Marek Bojanowicz, Aleksandra Grzelak, Michał Kubiak, Michał Marciniak, Leszek Mikulecki, Dariusz Puścian, Joanna Tracz-Łaptaszyńska, Maria Weber, Ewa Widenka, Mariusz Wis, Monika Wiśnioch. Pelo Partido "Prawa i Sprawiedliwości" (PiS): Anna Brodzka, Małgorzata Cybulska, Beata Gosiewska, Maria Kucharska, Paweł Kuchta, Hanna Mrowińska, Jan Nowak, Marcin Rolski, Łukasz Szcześniak, Mateusz Tomala. Pelo grupo "Lewica": Andrzej Grudkowski, Joanna Kamieńska, Dorota Makowiecka, Mieczysław Zmysłowski.

A rotatória com o Google Earth

Estréia documentário sobre Kukliński

Identidade Militar

Um filme documentário sobre Ryszard Kuklinski, o general polaco que passava documentos ultra-secretos do Pacto de Varsóvia para a CIA -Central de Inteligência Americana durante o período comunista, teve sua estréia em Varsóvia, esta semana. A apresentação aconteceu no Teatro da Filarmônica de Varsóvia, com o patrocínio honorário dos Ministérios da Cultra, Defesa e das Relações Exteriores.
O filme, com o título de "War Games", deu um trabalho de cinco anos para Dariusz Jabłoński. Ele gravou na Polônia, Estados Unidos e Rússia. Entrevistou generais do alto comando, da CIA, o ex-conselheiro de segurança da presidência Norte-Americana Zbigniew Brzeziński (governo Reagan), o ex-presidente Lech Wałęsa, os generais polacos Jaruzelski e Kiszczak, o comandante das forças armadas do Pacto de Varsóvia o Marechal soviético Kulikov, e a viúva de Kuklinski, senhora Joanna. Nesta quinta-feira o filme vai ser exibido no Quartel General da CIA e o Presidente George W. Bush está convidado.

Recordado o Coronel Kukliński. Coronel Ryszard Kukliński (1930-2004). Pseudônimo de conspirador Jack Strong. Herói na Polônia e na América, ajudou EUA derrotar a Rússia Soviética, conseguiu em Moscou planos supersecretos de agressão do Exército Vermelho na Europa - impedindo a explosão da III Guerra Mundial, na qual a Polônia seria destruída por bombva atômica. Condenado pelos comunistas durante o período da Lei Marcial à morte, anulado pela livre República da Polônia.

O coronel polaco Ryszard Kuklinski passou mais de 40 mil páginas da maioria dos segredos soviéticos para a CIA entre 1971 e 1981. Eles descreviam entre outras coisas, planos para a imposição da Lei Marcial na Polônia. Pouco tempo depois da decretação da lei Marcial em dezembro de 1981, Kuklinski foi retirado da Polônia pela CIA, junto com sua família. Em 1984, um Tribunal Militar em Varsóvia o sentenciou à morte. A sentença foi anulada depois da queda do comunismo. Kuklinski visitou a Polônia em 1998.


Ryszard Jerzy Kukliński nasceu em 13 de junho de 1930 em Varsóvia e morreu em 11 de fevereiro de 2004 em Tampa, Estado da Flórida). Nasceu numa família de trabalhadores e de tradição socialista. Seu pai durante a segunda guerra mundial foi detido e morreu no campo de concentração de Sachsenhausen. Seus dois filhos, Bogdan morreu em acidente de barco, e Waldemar em acidente de carro.

Para alguns um herói, para outros um traidor. Mas a verdade é que sem a conspiração de Kuklinski muito pouco se saberia dos planos soviéticos e talvez o comunismo ainda persistisse por mais alguns anos.

Polônia em gotas - 3

Poupança e dívida
23% das famílias polacas possuem uma poupança
77% das famílias polacas não economizam nem mesmo 1(um centavo).

Os poupadores polacos depositaram em 2007 cerca 250 milhões de złotych. (312,5 milhões de reais).

Trabalho
9% dos polacos trabalharam no exterior nos últimos 10 anos.
13% dos polacos estão interessados em trabalhar no exterior.

Economia
86% das famílias têm dívidas e contraíram empréstimos nos bancos.
10% da economia familiar, na Polônia, é usada para pagar a moradia e impostos.

Alegria material
38,1% das famílias estão felizes com a situação material,
35,2% das famílias estão mais ou menos felizes,
26,7% das famílias polacas estão tristes com a situação materia.

Moradia
57% dos polacos moram em edifícios (conjuntos habitacionais),
42% dos polacos moram em residências individuais (casas),
1% dos polacos moram em outros tipos de residências.

Vício de fumar
32% dos polacos são fumantes,
22% dos polacos pararam com o vício de fumar,
45% nunca furaram cigarrros.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Os Tulecki no Brasil


O livro “Imigração Polonesa – a Família Tulecki no Brasil”, da socióloga curitibana Soeli Aparecida Tuleski, será lançado nesta quinta-feira 11/12, na Sociedade União Juventus, em Curitiba. 
Segundo Tuleski, "o livro traz um relato da vinda da Família Tulecki ao Brasil,  a partir do ano de 1873, fazendo considerações também sobre a formação de colônias no Paraná e em Santa Catarina, incluindo relações de nomes dos primeiros imigrantes proprietários. Este livro certamente irá ajudar os descendentes de imigrantes poloneses que pesquisas as suas origens, principalmente aqueles cujos ascendentes se estabeleceram em colônias do Sul do País".
Para Mariano Kawka, a autora relata a história familiar que se iniciou com a vinda ao atual município de São Bento do Sul, em Santa Catarina, de Andrzej (André) Tulecki (1830-1919), originário de uma pequena cidade chamada Brzostek, situada no distrito de Debica, no sul da Polônia, e que na época em que ele emigrou (1873) fazia parte da chamada Galícia, parte da Polônia ocupada pela Áustria, uma região que naquele tempo se apresentava especialmente afetada pelo atraso econômico e pela miséria.
Tulecki veio ao Brasil logo após a chegada do primeiro grupo de imigrantes poloneses, que se estabeleceram, também em Santa Catarina, em 1869. "Por isso, cabe um reconhecimento especial à autora por nos apresentar um relato detalhado, não apenas da chegada de um grupo de imigrantes vindos ao Brasil naquele longínquo ano, viajando no veleiro Zanzibar, mas também da continuação desta saga familiar, bem como uma breve biografia dos seus numerosos descendentes, hoje espalhados pelos estados de Santa Catarina e do Paraná, e que chegam hoje à sexta geração." destaca Kawka.
Além de Curitiba, na quinta-feira, o livro tem lançamento previsto para a cidade de São Bento do Sul / SC , no dia 13, sábado, na Agipel Papelaria, Av. Nereu Ramos, 69, das 09:00 às 12:30 horas. O livro vai estar à venda pelo site http://www.roeditores.com.br  ou através do e-mail sa.tuleski@uol.com.br e pelo telefone de Curitiba 41 3016-6157.