Foto: David Levene/The Guardian |
Agora o ministro do meio ambiente Jan Szyszko quer que a UNESCO altere o status da única floresta intacta do continente europeu (7 milhões de anos) de Białowieża de "natural" para "cultural". A floresta de 100 km2, fica a 62 Km da cidade de Białystok.
ministro Jan Szyszko |
O ministro alega que é preciso "retirar" 60 mil abetos vermelhos mortos das trilhas e caminhos da floresta. Sua decisão de adotar novas medidas de seu plano de manejo florestal, aumentará significativamente o limite de corte em Białowieża, em desacordo com os compromissos internacionais.
A UNESCO expressou repetidamente preocupação com esta situação criada pelo governo atual da Polônia.
O abeto é uma grande árvore conífera atingindo uma altura de 30 a 50 metros e um diâmetro de tronco de 1 a 1,5 m. A característica deste pinheiro é a sua copa piramidal, muito regular. Pode chegar a 70 m de altura.
Após grande tempestade que caiu sobre a Floresta no final do ano passado, o atual governo propôs um aumento radical na colheita de madeira na área. O plano de gestão para a década 2012-21 sugere que o limite de corte de 63,4 mil de metros cúbicos de madeira durante 10 anos seja aumentado para cerca de 320 mil de metros cúbicos.
Adam Wajrak |
Segundo o naturalista e jornalista Adam Wajrak, a decisão de março provocou indignação na comunidade científica, bem como ambientalistas. Especialistas mundiais protestaram contra os planos do PiS incluindo biólogos das universidades de Varsóvia e da Universidade Iaguielônica de Cracóvia.
Em seu parecer, Wjarak enfatizou que um maior estiramento e a substituição da regeneração natural da floresta com o plantio de composição de espécies das florestas desenvolvidos por necessidade econômica para justificar o corte da floresta de Białowieża como regras normais de manejo florestal e extensão da sua proteção como um parque nacional é improcedente.
Wajrak apresentou dez argumentos, segundo os quais as Florestas Estatais e suas degradações sejam naturais ou causadas por insetos não ameaçam o meio ambiente destas áreas preservadas, já que são seu elemento natural e fator importante na preservação destas florestas naturais. "A única coisa que ameaça é o caruncho e os exploradores de madeira. Os madeireiros (exploradores de madeira) não querem concordar com isso. Mas são eles que matam as árvores na floresta. Assim, desde logo, o que a floresta precisa é ser tomada pelas mãos de silvicultores que tenham "carinho" e desejo de que tudo seja protegido", diz o naturalista.
Floresta
A Puszcza Białowieska foi declarada propriedade do rei por Władysław Jagiełło que usou madeira dali para armar o exército polaco contra os saxônicos da maior guerra da idade média, a Batalha de Grunwald.
Em 1538, o rei Sigismund baixou um decreto penalizando quem matasse os bisões da Floresta.
Em 1541, o rei polaco declarou a floresta área de preservação permanente.
Durante a I Guerra mundial os alemães tentaram destruir a floresta e exterminar os bisões. Durante os três anos de ocupação germânica foram construídos ali 200 km de estrada de ferro.
A reserva foi inscrita na Lista do Patrimônio Mundial, em 1992, e reconhecida internacionalmente como uma Reserva da Biosfera no âmbito da UNESCO e no Programa O Homem e a Biosfera em 1993.
Bisões
A floresta de Białowieża (click para ouvir a pronúncia correta em polaco do nome da floresta) de que abriga cerca de 12 mil espécies vegetais além de 1500 espécies de fungos e cogumelos é também uma das duas áreas na Polônia onde ainda vivem os últimos Żubr - bisões europeus (a outra reserva é em Niepołomice a 20 km de Cracóvia). São 800 bisões vivendo em harmonia com a natureza do Nordeste da Polônia, próximos a cidade de Hajnówka.
Bisões de Białowieża - Foto: David Levene/The Guardian |