sábado, 1 de setembro de 2007

O maior ídolo polaco

Os polacos gostam de futebol? Adoram! Os polacos gostam de vôlei? Amam! Mas quem é o maior jogador de futebol polaco hoje? Polêmica! O maior jogador de vôlei? Polêmica! Mas então quem é o ídolo dos esportes na Polônia? Ah! Aí é fácil responder... o maior ídolo nacional atende pelo nome de Adam Małysz. Tanto, mas tanto que até criaram a palavra Małyszomania.

Fotos: Tadeusz Mieczyński

Também pudera, o atleta é insuperável. E o esporte que ele pratica é difícil, emocionante, perigoso e belo. Ele é saltador de esqui de longa distância. Detentor de vários recordes, ele é capaz de "voar" até 145 metros de distância. Quatro vezes campeão do mundo, tendo um tricampeonato seguido inédito na história deste esporte de inverno. Duas medalhas Olímpicas (Prata e bronze) 4 vezes campeão do Campeonato Mundial, quatro vezes campeão da Copa Mundial, recorde em 8 pistas de oito países. Ganhou em 38 provas, subiu ao pódio 74 vezes. Apenas o finlandês Matti Nykänen o supera em número de vitórias com 46 triunfos.
O polaco de Wisła (pequena cidade nas montanhas) do Sul da Polônia, nasceu em 03 de dezembro ( a mesma data do meu aniversário). Foi lá mesmo que começou a saltar aos seis anos de idade. Não parou mais, pois foi 17 vezes campeão da Polônia. Małysz por seus feitos extraordinários na história do país e deste esporte, foi eleito três vezes o "Melhor Esportista do Ano", na Polônia e recebeu do governo a condecoração de Cavaleiro da Cruz Komandorski da ordem "Orderu Odrodzenia Polski".

Quando vieres a Polônia, entao, já sabes, nada de comprar camisetas do "Legia Warszawa", "Wisła Kraków", "Zagłębia Lublin" (campeão 2006-2007) ou das seleções de futebol, ou vôlei... a camisa adequada é a de Adam Małysz.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

A voz da ignorância

Não poderia deixar de transcrever aqui, trechos da coluna de Dante Mendonça, do jornal O Estado do Paraná, sobre as bobagens que uma "antiga atriz do cinema novo", atualmente travestida de diretora de um escola de cinema em Curitiba, andou falando dias atrás.... leiam só:

"Eu jamais vi um estado coberto de maior terror do que o Paraná. Os meus alunos, a maioria deles, têm depressão. E depressão é fascismo. Portanto, há repressão nesse estado, em todas as partes.”
Íttala Nandi, atriz e coordenadora da Escola Sul-Americana de Cinema e Televisão de Curitiba, concedeu entrevista ao repórter Caio Castro Lima, do jornal "Gazeta do Povo", onde comprovou a velha teoria de que um idiota sempre encontra um idiota ainda maior para admirá-lo.Digamos que Íttala Nandi não é uma idiota, ela apenas não consegue se expressar a contento sem antes decorar o texto. O que a aproxima de um perfeito idiota é a rasura das idéias. Como se o caldo da cultura paranaense fosse servido num prato tão raso quanto o palavrório da bela senhora: “O Paraná é colonizado pelos segmentos sociais do mundo mais repressores, que são os poloneses, alemães, italianos e cracovianos”.
Cracovianos? No Paraná, Íttala não foi apresentada ainda aos ucranianos, japoneses, árabes, russos, mineiros, paulistas, cariocas, nordestinos, catarinas e gaúchos, como a própria.Assim é o Paraná: “Inimigo de gestos espetaculares e das expansões temperamentais, despojado de adornos, sua história é a de uma construção modesta e sólida e tão profundamente brasileira que pôde, sem alardes, impor o predomínio de uma idéia nacional a tantas culturas antagônicas” (Wilson Martins)."


Meu caro Dante, será que não seria o caso de denuncia-la pela Lei Afonso Arinos? Sim, por que a lei não é só pra defender negros, também é para por na cadeia quem discrimina brancos e etnias formadoras do Brasil. De onde mesmo que é essa senhora? Tem certeza que ela nasceu? Mas não é a primeira vez que inventam para dirigir órgãos culturais do Paraná estes artistas canastrões do eixo Rio-São Paulo, lembra-se de José Loureiro, que esteve na Fundação teatro Guaíra?
Pior de tudo é que a "Santa do pau-oco de Glauber Rocha", é gaúcha e nem sabe que o maior cineasta da Europa do Leste é justamente de Cracóvia e atende pelo nome de Andrzej Wajda. (vai ver a velhota pronuncia o nome dele como vagída) quando o correto é Váida. E depois ainda ela é diretora de uma escola de cinema. Diz para ela que a mais conceituada universidade de cinema do mundo fica justamente na Polônia, em Łódź ( é úudji, que se pronuncia, viu....e não lódes), onde se formaram nada menos que o próprio Wajda (Palma de Ouro de Cannes; Leão de Ouro em Veneza; Urso de Ouro em Berlim; e Oscar de Honra de Hollywood), Polański e Kieślowski. Ah. sim...o nome da escola superior de cinema polaca, chama-se Państwowa Wyższa Szkoła Filmowa (Łódź), e o sitio pode ser acessado em http://www.filmschool.lodz.pl/index.htm

Acusados de corrupção são presos

Janusz Kaczmarek, Ministro do Interior e Administração da Polônia até primeiro de agosto último, foi detido pela polícia, nesta quinta-feira, acusado de estar envolvido em corrupção. O promotor de justiça Dariusz Barski ,encarregado do caso, disse que o ex-Ministro, até o momento, negou-se a responder qualquer pergunta. Seja como for, o promotor continuará os interrogatórios com os demais envolvidos, que são, o ex-comandante da polícia, Konrad Kornatowski e Jaromir Netzel, presidente da Companhia Pública de Seguros Polaca - PZU, presos ontem também. Já foi expedida ordem de prisão para um dos empresários mais ricos da Polônia, Ryszard Krauze, acusado de estar envolvimento no mesmo caso.
Kaczmarek, que já foi promotor regional em Gdańsk (pronuncia-se gdanhsk) e promotor da República, tem alguns livros editados. Na década de 80, ainda durante o comunismo, fez parte da Związku Socjalistycznej Młodzieży Polskiej, ou "Liga dos Jovens Socialistas Polacos" (era portanto de esquerda naquela época), mas fazia parte agora do governo de extrema direita do Presidente Lech Kaczyński. Kaczmarek foi preso às 7 horas da manhã, na casa do diretor de cinema Sylwester Latkowski.

A bela polaca morena

Katarzyna Cichopek

Foto: divulgação de telenovela
Há muitos anos as televisões da Europa promovem uma competição para escolher o (a) melhor intérprete de música do velho continente. Este ano, após o sucesso do programa "Dança Comigo" que tomou conta das televisões dos países europeus (na primeira edição do programa na Espanha, venceu a brasileira Milene - jogadora de futebol e ex-esposa de Ronaldo, O Fenômeno) será realizado o Festival Eurovisão de Dança.

Com transmissão para toda a Europa, neste sábado, 1° de setembro, desde Londres, 19 horas (GMT), 16 pares de estrelas representando as televisões de seus respectivos países dançarão ritmos de todo o mundo. Artistas conhecidos (mas não dançarinos) de Áustria (TV ORF), Dinamarca (TV DR), Finlândia (TV YLE), Alemanha (TV ARD/WDR), Grécia (TV ERT), Irlanda (TV RTE), Lituânia (TV LRT), Holanda (TV NPO/TROS), Polônia (TV TVP), Portugal (TV RTP), Rússia (TV RTR), Espanha (TV TVE), Súecia (TV TV4), Suíça (TV SRG-SSR), Ucrânia (TV NTU), Grã-Bretanha (TV BBC) tentarão o título de melhor dançarino da Europa.

A representante da Polônia, é a atriz Kasia Cichopek (pronuncia-se cáchia Tssirrópék), ganhadora da versão polaca do "Dança Comigo". Famosa por sua atuação em novelas e filmes, ela arrasou na final do ano passado, dançando vários ritmos de forma extraordinária. Neste sábado, em Londres, Kasia (diminutivo de Katarzyna) vai estar acompanhada do bailarino Marcin Hakiel. Aqui neste vídeo, ela faz o público masculino suspirar e causa inveja nas belas polacas. O vídeo é em uma das eliminatórias de "Tańca z gwiazdami".

Ah! estes olhos verdes

Foto: de um apaixonado

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Eles não sabiam

Quando o Papa João Paulo II morreu fui contratado pela TV Bandeirantes e jornal O Estado de São Paulo, para direto de Cracóvia contar como os polacos reagiam a morte de Karol Wojtyła (pronuncia-se cárou voitiúa). Esta foi uma das reportagens que mais repercussão teve no Brasil, naqueles dias de tristeza e comoção. O Mosteiro de Kamedłów (pronuncia-se cameduúf), localizado a 8 km do centro de Cracóvia, no Parque Wolski, é um dos dois únicos no mundo, onde os monges vivem em total clausura.

Judeus no Paraná

O livro já foi lançado em Rolandia e São Paulo. Neste 4 de setembro será a vez de Curitiba.

O livro traz algumas das histórias que coloriam a vida do grupo de refugiados judeus que encontrou abrigo na terra vermelha do norte do Paraná, nas décadas de 30 e 40 – quando toda aquela região ainda era uma selva. São histórias de resistência contadas no romance histórico A Travessia da Terra Vermelha – Uma saga dos refugiados judeus no Brasil, escrito por Lucius de Mello e editado pela Novo Século, que justifica o livro dizendo que, “Ao vasculhar as memórias desses refugiados fui tocado por um passado vivo que nos remete ao Holocausto enquanto fenômeno político e crime contra a Humanidade.”
O livro, na verdade uma tese de mestrado do jornalista de Foz de Iguaçu, Lucius Flavius de Mello conta não só a saga dos refugiados judeus no Brasil, mas também a de famílias alemãs, judias e cristãs, que fundaram a cidade de Rolândia.

Lucius Flavius foi companheiro de palco na peça "O Eucalipto e os Porcos" de Hugo Mengarelli e colega de redação na antiga TV Machete, em Curitiba. Na seqüencia, ele foi para São Paulo, trabalhar na TV Globo e se tornou o repórter Lucius de Mello. Algum tempo atrás se transformou num escritor de talento. Este é seu terceiro livro, o primeiro foi "Um violino para os gatos", seguido de "Eny e o Grande Bordel Brasileiro" .

A seção de autógrafos será às 19:00 horas, terça-feira, na LIVRARIA CURITIBA DO SHOPPING BARIGUI.

Música polaca em São Paulo

O Consulado Geral da República da Polônia em São Paulo informa que, no dia 31 de agosto de 2007, 6a. feira próxima, às 20:00 hs na Associação Brasileira de Cultura Inglesa - Unidade de Santo André, o "Coral Polonês da Cidade de São Paulo" estará participando do "Encontro de Corais" apresentando um repertório composto apenas de canções polacas. Aqueles que desejam relembrar ou ter um primeiro contato com um pouco da cultura polaca podem assistir a apresentação na Rua das Esmeraldas, 140 - Bairro Jardim Santo André, na cidade de Santo André, no Grande ABC Paulista.

Imagens de Cracóvia



O vídeo, em inglês tem 8 min. Vale pelas imagens e edição dinâmica.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Kiev já foi polaca


No mapa, as antigas dimensões da voivodia (província) da MałoPoska (pequena Polônia), cuja capital é Cracóvia. O mapa é de 1635, quando a Polônia fazia parte da União Polônia-Lituânia e era o maior Reino da Europa. A atual capital da Ucrânia Kijów (Kiev) era cidade da província de Cracóvia. Esta situação geopolítica se manteve até 1795, quando o território da Polônia foi invadido e esfacelado pelas potências vizinhas. Nesta antiga região sempre viveram polacos, com minorias de rutenos (antigos ucranianos) cossacos e outros povos, súditos dos reis polacos. Depois da partilha, por 127 anos, até 1918 (a Polônia perdeu as terras em torno de Kiev, mas manteve Lwów - Lviv) até 1939) a região continuou habitada por polacos e daí saíram vários grupos de imigrantes para o Brasil. Neste período de 127 anos, parte desta região ficou em mãos dos russos (Kiev, por exemplo) e parte mais ao Sul, em mãos dos austro-húngaros, com o nome de Galícia.
P.S. no mapa MałoPolska de 1635 é o território em vermelho

Axé na Polônia

Adriana e André são dois brasileiros que chegaram em Varsóvia há algum tempo. Adriana mais precisamente há nove anos. Ela como sambista e ele no pandeiro montaram o grupo Axé-Brasil e com mais 3 brasileiras e algumas loiras polacas, fazem a festa por aqui. Presença obrigatória nos programas de TV quando o tema é cultura brasileira, os dois têm se apresentado em várias cidades da Polônia.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Emerson é polaco!

Emerson Fittipaldi é "polskiego pochodzenie" de primeira geração. Isto porque sua mãe Juzy era polaca. Em quase todas as notas sobre o falecimento da mãe do ex-piloto Emerson Fittipaldi, apenas consta o nome de Juze (às vezes Jusy, outras Jusi). Mas nunca o sobrenome de solteira, Wojciechowska. Num dos trechos da biografia, escrito pelo jornalista Lemyr Martins, Emerson conta das origens da família pelo lado materno:
Foto: Weimer Carvalho

"Uma de minhas maiores diversões na primeira infância era ouvir as histórias que minha avó materna, Maria, contava sobre sua vida. Ela e meu avô Jaon, que aqui virou João, eram poloneses e se conheceram numa frente de batalha durante a Primeira Guerra Mundial. Meu avô, estudante de medicina, havia sido convocado para trabalhar como médico e minha avó servia como enfermeira voluntária. Com o fim da guerra, eles se casaram e foram viver na cidade de Puliny, na Ucrânia, então parte da Rússia, onde meu avô passou a integrar o batalhão da Czarina. E foi lá que nasceu minha mãe, Juze, em 1921. Era a filha mais velha dos quatro que eles teriam. Depois da Revolução Comunista e com a subida de Stalin ao poder, em 1924, os oficiais que serviam ao Czar começaram a ser capturados e degolados, e meus avós foram obrigados a fugir para a Polônia. Meu avô arrumou uma carroça e um cavalo, deixou crescer a barba, vestiu as roupas pelo avesso a fim de parecer um pobretão e saiu da Ucrânia em direção à Polônia com minha avó e as quatro crianças. Muitas vezes não tinham o que comer, então arrancavam o capim da estrada e faziam sopa de capim para não morrer de fome. Apesar das dificuldades, conseguiram voltar à Polônia, onde meu bisavô possuía algumas terras, mas acabaram não ficando lá por muito tempo. Resolveram emigrar para a América, fizeram novamente as malas e partiram em direção ao porto de Hamburgo, na Alemanha, onde encontraram duas filas de emigração: uma para o Canadá, outra para o Brasil.... Vieram e desembarcaram no porto de Santos no ano de 1928, com as malas recheadas de rublos. O problema é que aqui a moeda russa não valia absolutamente nada e eles tiveram de recomeçar a vida com uma mão na frente e outra atrás. De Santos partiram para São Paulo, onde meu avô começou a trabalhar com madeira e minha avó, em uma confecção. Eram essas aventuras que minha avó vivia contando e tanto me fascinavam quando eu era pequeno. Ela morreu aos 98 anos e, mesmo quando já estava bem velhinha. Foi por intermédio dela que entrei em contato com Deus pela primeira vez, num centro espírita em São Paulo, onde ela me levou quando eu tinha uns dez anos. Minha mãe chegou a São Paulo com oito anos de idade e aos 18 conheceu meu pai no Instituto de Ciências e Letras de São Paulo, onde os dois faziam o ginásio. Finalmente ficaram noivos e se casaram, em 1943. Meu pai também é filho de imigrantes, mas italianos. Meu avô, Paschoal Fittipaldi, veio da Itália para o Brasil ainda bebê, em 1885."

Foto de .... Os pais de Emerson, a polaca Juzy e o descendente de italianos, Wilson.
Pesquisando, descobri que o sobrenome de solteira de dona Jusy e Wojciechowska (voitchierrovsca) e também verifiquei que o nome da localidade onde ela nasceu, Puliny (com essa grafia) não existe, o mais próximo disso é PULIN e que fica na Oblast (província) da atual Ucrânia de Zhytomyrs´ka. Puliny seria então uma declinação de Pulin, que esta numa região que sempre na história foi polaca. Nela sempre viveram polacos. Com o fim do Reino Unido Polônia-Lituânia em 1795, a região passou a fazer parte da ocupação russa, passando a se chamar província da Volínia. Mas continuou sendo terra polaca com povo polaco. Em 1918, aquela região ficou sob domínio soviético. Os polacos que sempre viveram ali (em que pese a ocupação russa) eram maioria e passaram a ser cidadãos ucranianos. Mas isto foi por alguns meses apenas, pois logo a região passou a fazer parte mesmo foi da Rússia. E os polacos passaram a ser cidadãos russos. O que não significa de forma alguma que deixaram de ser polacos por causa disto. (Por acaso Ronaldinho Gaúcho que ganhou estes dias cidadania espanhola deixou de ser brasileiro?). Mas tarde, após a Segunda Guerra Mundial, a região virou novamente território da república soviética da Ucrânia e só com a criação de seu Estado independente, passou a ser em 1990, a República da Ucrânia.

O nome do avô João, de Emerson, era JAN e não Jaon, pois assim que se escreve em polaco, o nome João. Nesta frase “Apesar das dificuldades, conseguiram voltar à Polônia, onde meu bisavô possuía algumas terras”, Emerson, talvez sem perceber, admite que o avô era polaco e que voltou a Polônia, onde tinha uma pequena fazenda e sua mãe, portanto, apesar da cidadania russa (pois em 1921, PULIN, fazia parte da Rússia), era polaca de origem. Assim, os jornalistas polacos não estão totalmente errados quando afirmam que Kubica (pronuncia-se cubitssa), não é o primeiro piloto polaco na Fórmula 1. E Emerson Fittipaldi apesar do sobrenome italiano, da cidadania e do fato de ter nascido no Brasil, portanto brasileiro... Também é polaco!!!!

O polaco voador

Foto: Roberto Pfeil AP

Robert Kubica (a pronúncia correta é cubítssa), piloto da Sauber BMW é cracoviano. Pela primeira vez na temporada, ele fez uma péssima corrida (vencida por Felipe Massa). Em sua justificativa, hoje, para a imprensa polaca, Kubica disse que o carro desliza muito e por isso não pode ir mais rápido e tampouco fazer ultrapassagens.
Logo, que Kubica, surgiu na Fórmula 1, ano passado, os jornalistas da TV Polsat (que transmite as corridas de Fórmula 1) salientavam que o piloto de Cracóvia não era o polaco pioneiro da categoria. O narrador das transmissões afirmava que o primeiro polaco nos Grandes Prêmios de Fórmula 1 atendia pelo nome de Emerson e pelo sobrenome italiano de Fittipaldi. Quando a mãe do piloto brasileiro morreu ano passado, em São Paulo, a imprensa polaca publicou que a mãe de Emerson, dona Juzy, era polaca de nascimento e o piloto brasileiro, portanto polaco de primeira geração. Apesar do sobrenome Fittipaldi, Emerson é só bisneto de italiano.

O padre polêmico


Tadeusz Rydzyk é um padre da congregação redentorista, que tem causado imensas polêmicas, na Polônia, com seus veículos de comunicação. Em 1991, ele criou, em Toruń, a Radio Maryja, o jornal Nasz Dziennik e mais recentemente a TV Trwam. Sua última criação é a Faculdade de Cultura Social e "Mediática" (comunicação social), onde pretende formar os futuros jornalistas polacos dentro do seu espírito e visão social e política. A notícia do dia é de que Rydzyk conseguiu entrar na lista de investimentos da União Européia para equipar sua Faculdade, na ordem de 15,3 milhões de Euros. A pergunta do jornal "Gazeta Wyborcza" é de como o padre conseguiu essa proeza, passando na frente de universidades centenárias da Polônia. Tem, mais uma vez, cheiro de favorecimento do governo Kaczyński, o qual, para muitos, só foi eleito com os votos dos católicos fiéis aos "ensinamentos" do Padre Rydzyk, através de sua Rádio Maryja. Os dois partidos de direita PiS (Direito e Justiça) e LPR (Liga da Família Polaca) no poder seguem a cartilha de Rydzyk. Extrema direita, conservador, xenófobo e anti-semita, Tadeusz Rydzyk, semanas atrás foi recebido em audiência especial, no Vaticano, pelo Papa Bento XVI. A conversa com o papa reacendeu as preocupações do rabino de Roma, que vê nessa aproximação com o padre, um retrocesso nas relações interreligiosas iniciadas pelo Papa João Paulo II. O rabino judeu lembrou que o Papa polaco visitou a sinagoga de Jerusalém (a primeira visita de um papa na história) e pediu perdãos aos judeus pelos erros cometidos pela Igreja Católica Apostólica Romana. O padre Rydzyk, ao contrário, prega constamente seu ódio aos judeus. A "Gazeta Wyborcza" (opositor de Rydzyk) já publicou, várias vezes, que as emissoras do padre receberam ao longo do tempo pesados investimentos de Jan Kobilanski, presidente da Usopal - União das Sociedades e Organizações Polacas da América Latina. O polaco Kobilanski imigrou para o Paragui após a Segunda Guerra Mundial e viveu lá, até a queda da ditadura Stroessner. Com a fortuna acumulada em Assunção e sem o apoio do novo governo paraguaio, emigrou para o Uruguai, onde vive até hoje. A "Gazeta Wyborcza" afirma que ele foi colaboracionista dos invasores alemães nazistas de Hitler, tendo delatado muitos judeus nesse período. Sua convivência com Stroessner o tornou multimilionário. Os investimentos de Kobilanski na rádio Maryja, segundo a mesma "Gazeta Wyborcza" seria lavagem de dinheiro.


Placas nas estradas polacas informando a sintonia da emissora do Padre Rydzyk

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Lembrando reportagem

Para aqueles que não assistiram, não se lembram, ou não ligam a pessoa ao fato...esta é uma reportagem que produzi para a estréia do novo telejornal da TV Record com o Celso Freitas... coincidiu com esta tragédia numa cidade ao Sul da Polônia. E o correspondente é justamente este que "pisze tu" (escreve aqui).

Tragédia em Katowice

Fala Sônia

Dificuldades da brasileira com a língua portuguesa. Também pudera, eita! língua difícil esta do Bush junior


Um encontro na cabeça

Foto: Urząd Miasto

Em 2003, ocorreu uma exposição durante seis meses no Rynek Głowny de Cracóvia. Eram 14 imensas estátuas, em bronze, do artista polaco Igor Mitoraj, espalhadas por todos os cantos da praça. Uma delas, chamada "Eros Bendato", ou 'Eros vendado" retornou 3 anos depois para ocupar lugar de destaque (para sempre), ao lado da Torre "Ratusz". Logo se tornou o novo ponto de encontro dos moradores (que tradicionalmente marcavam seus encontros na estátua do poeta Adam Mieckiewicz). A cabeça (Głowa), ou máscara (Maszka) como muitos a chamam, pesa quase duas toneladas de bronze. A atualmente é a estátua mais fotografada da cidade. As pessoas entram dentro da "cabeça" para posarem suas caras dentro do olho da estátua. Levam para casa uma foto inesquecível de si, da estátua e da mágica Cracóvia.


Mitoraj nasceu em 1944 e estudou na Academia de Belas Artes de Cracóvia, sob orientação de Tadeusz Kantor (o famoso diretor teatral). Sua primeira exposição individual foi em 1976. Seguiram-se então exposições em Nova Iorque (New York Academy of Art, 1989), Florença (Ogrody Boboli, 1999), Louzanne (Muzeum Olimpijskie, 2001). Suas obras fazem parte de acervos de museus nos EUA, Japão, e França. Em Milão, uma de suas estátuas „Fontana del Centauro” foi parar numa praça, assim como a „Hommage à De Sabata”, está na Piazza Mignianelli de Roma. Em Paris, a monumental „Tindaro” está no bairro de La Defense. Em Cracóvia, além do "Eros" no Rynek, a estátua „Luci di Nara” está da Faculdade Collegium Iuridicum da Uniwersytet Jagielloński. Igor Mitoraj vive e cria atualmente em Pietrasanta, na província de Lucca, próximo a Carrara, na Toscana- Itália.

domingo, 26 de agosto de 2007

Woczow era Złoczów e agora é Zolochiv

Respondendo email, enviado por um leitor do jornal "Gazeta do Povo", de Curitiba, que leu nota na coluna "Entrelinhas" sobre o blog Jarosiński do Brasil, aproveito para falar da cidade de Zolochiv, que sempre foi polaca e desde a segunda guerra mundial está no território criado por Stalin e os Aliados, para a atual Ucrânia:
- A pergunta foi onde se encontra atualmente a localidade que escrita na certidão de nascimento do ascendente, em latim, como Imperium Austriae, Regnum Galiciae, Districtus Woczow, Archidioccesis Leopoliensis, Parochia Jezierna.

A resposta é: Quanto a localidade deve haver alguma aliteração de palavra (esta maldita macaquice americanóide, que faz pessoas perguntarem se Ulisses é com W) deve ter mudado a silaba inicial de Złoczów (o L na verdade é uma letra polaca que tem som de U e aparenta ser um L cortado transversalmente - e o Ó com acento agudo também tem som de U) assim a pronuncia seria zuotchuf) desde o Woczow da certidão.
Bem... como o ancestral nasceu durante a ocupação (invasão) do império austro-húngaro nas terras do Sudeste da Polônia, na época denominada Galicia, a localidade de Złoczów, desde o fim da segunda guerra, por ordem do soviético Józef Stalin (georgiano de nascimento e marginal antes de entrar para o partido comunista), está no território da atual Ucrânia e próximo a cidade histórica polaca de Lwów (Lviv, para os ucranianos de hoje).
Atualmente a cidade pode ser encontrada no mapa com o nome de Zolochiv e esta situada 49°47´ - 49° 50´ Longitude Norte e 42°32´ - 42°37´ Latitude Leste. Ao Norte estão as localidades de Horodylow e Jelechowice, a Nordeste a localidade de Zazule, a Leste as localidades de Bieniow e Strutyn, ao Sul a localidade de Woroniaki e a Oeste as localidades de Jasieniowce e Chylczyce.
Em 1890, havia 866 casas e 10.113 residentes no distrito. Sendo 2.190 Católico Romano, 2826 Ortodoxo Grego, 5.086 judeus e 11 de outras religiões. 7.254 eram polacos, 2.633 rutenos (antigo povo ucraniano) e 199 alemães. Junto com as paróquias de Jezierna, faziam parte da Arquidiocese de Lwów, também Bialykamien, Gologory, Pomorzany, Sassow, Zborów e Olejów.

Estação de trem de Złoczów

Foi desta estação que os emigrantes polacos e rutenos embarcaram com destino aos navios que os levaram ao Brasil.

Para que não reste dúvida da descendência polaca e não de austríaco, ou ucraniano, basta saber que até 1838, a Igreja da Ressurreição de Złoczów foi católica apostólica romana, quando foi tomada pelos ortodoxos gregos. Esta igreja foi mandada construir, em 1604, por Marek Sobieski, na época governador da região de Lublin e avô do Rei Jan Sobieski III da Polônia. Foram os invasores austriacos que tiraram dos católicos a igreja para dar aos ortodoxos, os quais mudaram o nome para igreja de São Nicolau. Provavelmente esta igreja é a edificação mais antiga de Złoczów ainda de pé.
Atualmente o idioma oficial da cidade é ucraniano e com alfabeto cirílico, mas nos arquivos da igreja (que provavelmente se encontram na arquidiocese de Lviv), porque lá agora a igreja é ortodoxa, estão os documentos de familiares de brasileiros descendentes de polacos. Se não estiverem... Então devem estar no Arquivo Nacional da Polônia, em Varsóvia.
A cidade fica de carro umas 3 horas de Cracóvia, pois é só passar a fronteira em Przemyśl e mais uma meia hora se está lá. Brasileiro precisa ter uma carta-convite de alguém de lá para poder fazer o visto e entrar na Ucrânia.

Equívocos de reportagem

O telejornal RJTV, da TV Globo Rio, colocou no ar, no sábado dia 18 de agosto, reportagem sobre o cemitério das prostitutas judias em Inhaúma, Rio de Janeiro. Em sua fala de abertura, a repórter, Ana Paula Carvalho afirma: “Eles identificam as polacas, mulheres pobres, judias, que abandonaram seus países de origem, ameaçadas pelo anti-semitismo e trabalharam como prostitutas nas ruas do Rio de Janeiro.Discriminadas, as polacas viviam à margem da sociedade.” Para conferir a reportagem acesse:
http://rjtv.globo.com/RJTV/0,19125,VRV0-3114-296927-20070818,00.html

Apenas para esclarecer a repórter e a editoria do telejornal da Globo saliento que:

1 - Estas moças judias não "abandonavam" a Polônia (embora a fala da repórter assinale "seus países de origem" fica claro pelo uso da palavra polaca que elas eram procedentes da Polônia) por anti-semitismo. Antes, pelo contrário. Elas vinham casadas com judeus rufiões (da ornanização Zvi Migdal) que perambulavam pelas bairros/e ou cidades judias da Polônia (na época ocupada por austriacos, russos e prussos-alemães) e se casavam com as mais bonitas segundo os rituais judáicos. Os cafetões judeus voltavam, então, para o Brasil com 5 a 10 esposas e aqui as prostituiam, no Largo da Carioca e em elegantes prostíbulos. Isso era, entre 1870 a 1880, quando então, o Imperador D.Pedro II expulsou 20 destes bandidos judeus. Portanto, não "abandonavam", vinham iludidas e obrigadas pela própria família e seu marido recente.

2 - Por causa dessas infelizes judias (sim, porque eram enganadas pelos próprios judeus) todos os descendentes de polacos (na faixa dos 50 aos 80 anos no Sul do Brasil) odeiam a palavra que os designam pela origem étnica: Polaco. Foi criado, em 1927 em Curitiba, até o termo polonês, para não serem confundidos com filhos da puta. Nos outros 7 países de língua portuguesa a única palavra correta etimológicamente que designa os nascidos na Polônia é: Polaco. E a repórter usa a palavra "polaca" com o sentido de prostituta e não de origem étnica. Pois a maioria da imprensa brasileira, automaticamente já se auto-censura e usa a palavra polonesa para origem étnica, com medo de represália de "poloneses" que se sentem discriminados quando são chamados de polacos. Estes "poloneses", pois, incorrem no mesmo preconceito que a comunidade judaica que sempre renegou estas prostitutas judias enterradas no cemitério de Inhaúma. Como se vê pela reportagem, os próprios judeus sempre preferiram ao longo do tempo esconder o assunto a enfrentá-lo. Já os "poloneses" exercem sua influência para coibir o uso de polaco. O desejo destes intencionalmente "poloneses" é de que a palavra seja extinguida do dicionário. Como será que eles vão conseguir fazer isso também nos demais países de língua portuguesa, agora que a CPLP-Comunidade dos Países de Língua Portuguesa conseguiu aprovar a Reforma Ortográfica e Gramatical que unirá a língua "português" em Portugal, Brasil, Angola, Timor Leste, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, além de línguas associadas como o galego.

3 - Alguns judeus, que repetem constantemente que a Polônia é anti-semita e omitem que seus ascendentes nasceram na Polônia, esquecem que por mais de 600 anos, a Polônia foi a única nação que os abrigou e serviu de berço. E esta "terra prometida" só lhes foi negada no século XX com a invasão nazista de Hitler a Polônia. Pois são estes mesmos judeus, que hoje estão numa corrida para obterem cidania e passaporte polaco… E isto só é possível justamente por terem a origem que sempre renegaram.

4 - A organização que prostituia as moças judaicas era a Zvi Migdal. Fundada em Varsóvia em 1904, tinha sede também em Buenos Aires. Eram judeus, os que controlavam este tráfico humano. Muitos judeus brasileiros se incomodam com a questão, porque todos os envolvidos professavam o judaísmo: traficantes e traficadas. Houve uma cisão entre os cafetões da Zvi Migdal (palavra polaca Migdal significa amêndoa) e passou a existir outra máfia, a Asquenasum, que reunia judeus russos e romenos; a Zvi Migdal continuou em mãos de judeus da Polônia. Nos Estados Unidos, os judeus da Zvi Migdal, fundiram-se com imigrantes italianos e criaram a máfia Norte-americana. No início do século XX, alguns segmentos na Europa manifestaram preocupação com esse tráfico de moças judias. Na "Conferência Internacional sobre o tráfico de mulheres e crianças", da Liga das Nações, em Genebra, em 1921, concluiu-se que, muitas dessas moças "não tinham sido enganadas" e que elas preferiam prostituir-se a levar uma vida de sacrifícios nas ocupações austríacas, russas e alemãs.

5 - Mas não é só no Rio de Janeiro, que existe cemitério de judia prostituta, também em Cubatão-SP e São Paulo-capital, eles foram construídos. Ao que parece, estes cemitérios só existiram porque a comunidade judia brasileira sempre renegou ajuda e proteção a essas infelizes moças exploradas pelos cafetões judeus.

Postal do começo do século XX

Cafetão judeu acerta o preço do mixê com a clientela
A foto foi publicada em matéria do jornal "O Estado de São Paulo" sobre o assunto, desconheço outra origem, mas provavelmente faça parte de algum arquivo.
Para saber mais a respeito do preconceito contra a palavra Polaco e a questão das judias "prostitutas" acesse meu artigo, na coluna ao lado, do dia 25 de julho de 2005.

sábado, 25 de agosto de 2007

Secretário de Wojtyła: cardeal de Cracóvia

Foto: Curia metropolitana

Para quem não sabe, Stanisław Dziwicz, que durante mais de 40 anos foi o secretário particular, do bispo, cardeal Karol Wojtyła - Papa João Paulo II é o Cardeal Arcebispo de Cracóvia há dois anos. Nascido a 27 de Abril de 1939 em Rabawyza, perto de Cracóvia, Dziwicz foi ordenado padre em 1963 e tornou-se secretário pessoal de Wojtyla, em 1966. O Papa João Paulo II nomeou-o bispo e governador civil adjunto da Casa Pontíficia, em 1998. Logo depois elevou-o ao cargo de Arcebispo, em 2003, e confiou-lhe a missão de executar o seu testamento. O falecido papa gostava dele como a um filho e o chamava pelo diminutivo "Staszek".

Seu livro, lançando no início do ano, em dois idiomas (polaco e italiano) "Świadectwo" - "Una vita con Karol" simultaneamente em Cracóvia e Roma está entre os mais vendidos da Polônia. O livro é uma conversa escrita entre o Cardeal e o jornalista italiano de origem polaca Gian Franco Svidercoschi sobre a vida de João Paulo II. Nas livrarias da Polônia, o livro custa 24 złotych, ou 16,80 reais.



Terremoto no Peru

Casas foram abaixo em Lima
A comunidade polaca de Porto Alegre está com uma campanha de arrecadação de fundos para enviar aos desabrigados pelo terremoto no Peru. Os que desejarem contribuir, entrem em contato com a IGREJA N. SRA. DO ROSÁRIO DE POMPÉIA PARÓQUIA DOS MIGRANTES CIBAI-MIGRAÇÕES Rua Dr. Barros Cassal, 220 - Floresta 900350-030 - Porto Alegre fone: 51 - 3226-8800.