terça-feira, 19 de novembro de 2013

Greenpeace protesta derramando carvão nas ruas de Varsóvia

Por Giuliana Miranda, Enviada especial*

VARSÓVIA, POLÔNIA, 18 de novembro (Folhapress)
 - A última semana da conferência mundial do clima começou movimentada. Ativistas ignoraram o frio e se dividiram em vários protestos pela cidade. O alvo, dessa vez, foi a indústria do carvão, que começa hoje seu encontro mundial também na capital polaca, em uma "coincidência" de datas que foi considerada uma afronta aos ambientalistas.
De manifestantes pendurados em um prédio público até um coral de de tosses, os protestos foram variados.
Ativistas do Greenpeace escalaram a sede do Ministério da Economia e levantaram uma faixa que perguntava: "Quem comanda a Polônia? A indústria do carvão ou o povo?".
Pouco depois, manifestantes ligados a diversas ONGs se reuniram na frente do ministério também para protestar contra a conferência e a exploração do carvão no país.
Eles espalharam notas falsas de dinheiro e confetes pretos, em uma alusão à origem suja dos recursos. Além disso, um pulmão inflável gigante também foi usado como símbolo do dano à qualidade do ar.
No microfone, ativistas se revezavam nas palavras de ordem contra a indústria do carvão, em discursos que eram traduzidos em inglês e em polaco.
Apesar dos recursos cênicos, a manifestação não pareceu atrair muita gente. Menos de 200 pessoas acompanharam os protestos. Mesmo assim, havia dezenas de policiais no entorno da praça e do prédio do ministério.
Perguntada se estaria frustrada com a pouca adesão dos polacos - cujo país tem mais de 70% da energia derivada do carvão-, uma ativista respondeu: "É porque é segunda e está frio, não é que as pessoas não se importem".
A alguns quilômetros dali, outro protesto ocupava o entorno do Estádio Nacional de Varsóvia, onde acontece a COP-19. O protesto causou um pouco de confusão no trânsito, mas não chegou a tumultuar o dia do polaco.
Dentro do estádio, uma série de microatos marcaram o dia. Em um dos mais inusitados, ONGs promoveram o casamento da "senhorita Clima" com o "senhor Combustíveis Fósseis" para ressaltar os problemas ambientais.
Do outro lado da cidade, Christiana Figueres, a secretária executiva da UNFCCC (Convenção-quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) era uma das palestrantes do Encontro Mundial do Carvão, que tanto irritou os ambientalistas.
Ela precisou defender sua decisão de participar do encontro, dizendo que a indústria de carvão é um problema, e que eles precisam ser incluídos no diálogo para que sejam transformados em parte da solução.
Cientistas de 27 países, incluindo os brasileiros Emílio La Rovere (UFRJ) e José Moreida (USP), divulgaram hoje uma declaração conjunta que reforça o status de risco ao aquecimento global que o uso do carvão representa. Segundo os especialistas, a ideia que a indústria quer passar, de um carvão verde, com usinas com alta eficiência energética, não existe do ponto de vista de emissões.

*A jornalista Giuliana Miranda viajou a convite da Deutsche Welle Akademie


P.S. Protestar é fácil....o difícil é produzir energia num país, que não tem usina nuclear (nem pode ter), que não tem hidroelétricas (95% do país é planície), que o vento bate muito fraco (estão sendo instaladas algumas unidades eólicas) não tem petróleo, não tem gás natural....Só restou o carvão....querem tirar isso também e condenar à morte por frio todos os polacos no inverno?

domingo, 10 de novembro de 2013

Manifestação antifascista em Varsóvia lembrando Noite dos Cristais

Foto: PAP / Leszek Szymański
Mil pessoas marcharam este sábado pelas ruas de Varsóvia com motivo do 75º aniversário da "Noite dos Cristais" (Reichskristallnacht em alemão e Noc kryształowa em polaco), um ataque contra os alemães-judeus organizado na Alemanha pelo regime de Hitler. Os participantes do ato, organizado sob o lema "Juntos contra o nacionalismo", marcharam da Universidade de Varsóvia até Umschlagplatz, de onde foram deportados os judeus do gueto de Varsóvia até o campo de concentração de Treblinka.
Um ano depois de invadir a Polônia, em 1º de setembro de 1939, o ocupante alemão criou no coração da Varsóvia, em outubro de 1940, um bairro especial para encerrar cerca de meio milhão de polacos-judeus, tornando-se o gueto mais importante durante a Segunda Guerra Mundial.


Os manifestantes gritavam neste sábado "Não ao fascismo e ao nacionalismo!", "Nunca mais um Holocausto!", e "Varsóvia sem fascismo!". A marcha ocorreu dois dias antes de outras manifestações convocadas por ocasião da festa da independência, em 11 de novembro, às quais se prevê que assistam várias dezenas de milhares de nacionalistas radicais.
"Queremos mostrar à sociedade os perigos que representam o nazismo e o nacionalismo. Hoje lembramos a Noite dos Cristais de 75 anos atrás na Alemanha, que abriu o caminho para a chegada de Hitler ao poder, já que havia um apoio da sociedade", declarou Andrzej Radzikowski, vice-presidente do sindicato OPZZ (ex-comunista)."Na Polônia, estão renascendo os movimentos nacionalistas. Não podemos concordar com isto", acrescentou.
Na madrugada de 9 a 10 de novembro de 1938 e durante toda o dia seguinte, foram saqueadas lojas gerenciadas por alemães-judeus em toda a Alemanha, incendiadas sinagogas e 30 mil pessoas foram detidas e posteriormente deportadas. Os atos de violência deixaram 90 mortos na população judaica alemã.
Polacos-judeus deportados para Nuremberg
Para o regime foi a resposta ao assassinato de Ernst von Rath, um diplomata alemão em Paris, por Herschel Grynszpan, um polaco-judeu, condenado múltiplas vezes a deportação da França.
A pedido de Adolf Hitler, Goebbels instigou os dirigentes do NSDAP e os SA a atacarem os judeus. Heydrich organizou as violências que deviam visar as lojas de judeus e as sinagogas

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Polônia e Portugal: fronteiras da Europa

João Carlos Espada
Cartas de Varsóvia

Na próxima segunda-feira, dia 11, terá início em Lisboa uma conferência sobre Polónia e Portugal: fronteiras da Europa.
Trata-se de uma iniciativa conjunta do embaixador da Polónia, Bronisław Miształ, e da Universidade Católica Portuguesa. Oradores da Academia das Ciências polaca e da Universidade de Varsóvia virão a Lisboa reflectir sobre o tema com académicos portugueses, entre os quais Manuel Braga da Cruz, antigo reitor da Católica, e Isabel Gil, actual vice-reitora.
Muitos elementos inesperados, para além da óbvia tradição católica, aproximam a Polónia e Portugal. Um deles, tantas vezes esquecido, reside no papel central que as duas nações, geograficamente periféricas, desempenharam na eclosão e no alargamento da chamada “Terceira Vaga” da democratização mundial.
Portugal iniciou a terceira vaga, em Abril de 1974. Seguiram-se a Grécia, a Espanha e, em efeito de “bola de neve”, inúmeros países da América Latina e do Sueste Asiático.
Samuel Huntington consagrou este honroso papel de Portugal no relançamento da ideia democrática nos países que se situavam no bloco não comunista durante a Guerra Fria — mas nos quais até então se pensava, por uma razão ou por outra, que a democracia não era viável.
Menos conhecido é talvez o facto de Huntington ter considerado que a queda do Muro de Berlim, em 1989, constituiu uma “segunda fase” da terceira vaga de democratização lançada por Portugal em 1974. E esta segunda fase terá sido aberta pela Polónia.
Na década de 1980, a partir de Gdansk, um poderoso movimento operário deu origem ao sindicato Solidarność, chefiado por Lech Wałęsa, que iria abalar os alicerces do comunismo na Polónia.
Em Junho de 1989 ocorrem as primeiras eleições parcialmente livres na Polónia, depois da II Guerra. Em Agosto, Tadeusz Mazowiecki, falecido no passado dia 28 de Outubro, toma posse como primeiro chefe de um governo não comunista. Em Novembro, o Muro de Berlim caía, abrindo caminho à transição democrática nos outros países europeus da cortina de ferro.
Se a tese de Huntington for pertinente, a Polónia e Portugal, dois países periféricos, terão desempenhado um papel central na história política europeia do segundo quartel do século XX. A Polónia, por seu turno, desempenhou um papel central na união das democracias contra o pacto germanosoviético, em 1939, e, depois de 1945, na eclosão da Guerra Fria das democracias ocidentais contra o expansionismo soviético.
Isso mesmo foi recordado por Winston Churchill, num telegrama enviado a Staline a 29 de Abril de 1945: “Foi por causa da Polónia que os britânicos entraram em guerra contra a Alemanha em 1939. Nós vimos no tratamento da Polónia pelos nazis um símbolo da vil e pérfida fome de Hitler por conquista e subjugação, e a sua invasão da Polónia foi a faísca que incendiou o fogo. (...) Este fogo britânico ainda arde em todas as classes e partidos destas ilhas, bem como nos Domínios autogovernados. Nós nunca poderemos sentir que esta guerra terminou de forma justa sem que a Polónia obtenha um resultado leal, no pleno sentido de soberania, independência e liberdade. Foi sobre isto que eu pensava que nós tínhamos acordado em Yalta.”
Estas palavras podem ser lidas no volume VI das imponentes memórias de Churchill sobre a II Guerra Mundial. Em rigor, o tema da Polónia ocupa bem a segunda metade desse volume e constitui a principal razão do seu título, Triunfo e Tragédia.
Churchill intuiu que a ocupação soviética da Polónia, no final da II Guerra, prenunciava a “Cortina de Ferro” que ia cair sobre a Europa central e de Leste. Este foi aliás o tema do seu célebre discurso em Fulton, no Missouri, em 1946 (quando já tinha ganho a guerra e perdido as eleições em Inglaterra, em 1945): “Desde Stettin, no Báltico, até Trieste, no Adriático, uma cortina de ferro tem estado a descer através da Europa. Por detrás dessa linha jazem todas as capitais dos antigos Estados da Europa central e oriental. Varsóvia, Berlim, Praga, Viena, Budapeste, Belgrado, Bucareste e Sófia, todas estas famosas cidades e as populações em redor delas jazem no que devo designar por esfera soviética, e todas estão sujeitas, de uma forma ou de outra, não apenas à influência soviética mas a um muito elevado e, nalguns casos, crescente controlo de Moscovo.”
Estes e seguramente muitos outros aspectos da centralidade polaca na história europeia serão seguramente recordados na conferência da próxima segunda-feira. Eles ilustram o paradoxo de periferias da Europa que desempenham papéis centrais na história europeia e global. Esse paradoxo certamente ocorreu no passado. Não está excluído que possa voltar a acontecer no futuro. Em qualquer caso, esse paradoxo certamente aproxima Portugal e Polónia. Merece seguramente que lhe prestemos atenção. Se a tese de Huntington for pertinente, a Polónia e Portugal terão desempenhado um papel central na história política europeia do segundo quartel do século XX.

Publicado originalmente em Cision.
João Carlos Espada é professor universitário, 
IEP-UCP e Colégio da Europa, Varsóvia. 

P.S. O professor João Carlos claramente não aderiu a unificação da língua europeia decretada em todos os 8 países lusófonos e continua a escrever no "idioma" de Portugal. Com seus Moscovo (Moscou), Stettin (Szczecin) Polónia e Académico com acento agudos e reflectir e actual (com C mudo).

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Festival de Cinema potiguar premia com viagem a Cracóvia


Estão abertas as inscrições para o 4º Festival Internacional de Cinema de Baía Formosa (Finc). Dentro da temática “Um minuto no país do futebol”, o Finc recebe, até dia 22 de novembro, inscrições de curtas-metragens de um minuto – gravados em qualquer dispositivo –, sequência de fotos ou animação. As inscrições podem ser feitas no site do FINC.
O festival acontece dia 30 de novembro, às 18h, na praia paradisíaca de Baía Formosa, litoral sul do Rio Grande do Norte.
O prêmio para o grande vencedor é passagem, hospedagem e alimentação durante dez dias em Cracóvia, Polônia, onde exibirá seu filme no Festival Off Puls Camera, um dos maiores festivais de cinema independente da Europa.
A premiação inclui ainda um city tour pela cidade, com direito a visita às instalações onde foi gravado o clássico filme “A Lista de Schindler” e ao Alvernia Studios, um dos cinco maiores estúdios de pós-produção de cinema do mundo.
O vencedor, que será conhecido no dia do Finc, passa por duas seleções: a votação no site do festival, que elegerá os mais votados, e finalmente a escolha final, realizada por um júri composto por especialistas da Polônia e do estado. Além do resultado, o festival também contará com exibição de curtas polacos e do longa “Hania”, também polaco, e de produções potiguares.
Sobre o Festival Desde 2010, o festival é realizado na praia de Baía Formosa. O concurso começou a partir da 2ª edição, quando Raíssa Dourado ganhou com seu filme “Vermelho”.
Na 3ª, viajaram à Polônia, Alexandre Santos e Dênia Cruz e mais três pessoas da equipe, depois de vencerem com o curta “Maré Alta”.
A mostra é a primeira do gênero realizada na cidade, e a maior a céu aberto do RN. Tem o intuito de fomentar a sétima arte no estado, bem como ressaltar as belezas naturais da região como destino turístico. O Finc pretende se tornar um evento fixo no calendário do Estado, atraindo olhares nacionais e internacionais.
O quê? 4º Festival Internacional de Cinema de Baía Formosa (FINC) recebe inscrições de curtas com temática “Um minuto no país do futebol”.
Quando? Até dia 22/11
Como se inscrever? No site do FINC http://fincbrazilbf.com
Inscrições Gratuitas

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Tadeusz Mazowiecki nie żyje...Polônia em comoção

Tadeusz Mazowiecki nie żyje. Miał 86 lat. "Uczył nas pokory w polityce" esta é a manchete do principal jornal da Polônia, o Gazeta Wyborcza, em seu portal de Internet. "Tadeusz Mazowiecki morreu. Tinha 86 anos. Nos ensinou a humildade na política."

O escritor, jornalista e político polaco, foi membro fundador do sindicato Solidaridade, junto com Lech Wałęsa.
Mazowiecki, ex-primeiro-ministro da Polônia, faleceu nesta segunda-feira, em Varsóvia. Deixou os filhos Wojciech, Adam e Michał. Foi casado duas vezes, primeiro com Kristina e mais recentemente com Ewa (as duas já falecidas).
Mazowiecki foi o primeiro chefe de Governo não comunista da Polônia e também o primeiro do bloco comunista da Europa.
Nos estertores do comunismo, na famosa mesa redonda, que negociou com Jaruzelski o fim do regime, exerceu o cargo de Primeiro-Ministro da ainda República Popular da Polônia entre 24 de agosto de 1989 a 31 de dezembro de 1989.
Depois, com a derrocada fiel dos soviéticos país, permaneceu no cargo de primeiro-ministro, já no governo do eleito Lech Wałęsa até 12 de janeiro de 1991.

Antes
De 1945-1955 , Mazowiecki foi membro do Partido Comunista controlado pela Associação Católica PAX de onde, mais tarde, foi expulso por ser o líder da chamada oposição interna.
Entre 1953 e 1955, foi o editor-chefe do semanário católico Wrocław (WTK - Wrocławski Tygodnik Katolicki). De acordo, com o stalinismo ele estava envolvido na difamação do Bispo Czesław Kaczmarek de Kielce, sem fundamento, e foi acusado pelos comunistas de ser um espião dos Estados Unidos e do Vaticano.
Ele foi um dos membros fundadores do Clube de intelectuais católicos , que foi criado em 1957. Em 1958,  Mazowiecki tornou-se seu editor-chefe da revista mensal Więź.


Entre 1961-1972 , ele foi eleito parlamentar comunista no Sejm (Parlamento polaco), nos três últimos mandatos ele foi eleito como membro do partido católico Znak.
Ele levantou a questão de manifestações estudantis que ocorreram em março de 1968, no mundo e na Polônia, no Sejm. Depois dos protestos que varreram a Polônia, 1970, Mazowiecki insistiu na criação de uma comissão, a fim de encontrar os responsáveis ​​pelo derramamento de sangue. Quando todos sabiam que eram as autoridades comunistas. Quando, em 1976, não lhe foi permitido concorrer a um cargo parlamentar, juntou-se à oposição.
Desde 1981, ele foi o editor-chefe do Tygodnik Solidarność (Semanário Solidariedade) , uma revista semanal.
Após a lei marcial, declarada em dezembro de 1981, ele foi preso e encarcerado em Strzebielnik, então em Jaworz e finalmente Darłówek. Foi um dos últimos prisioneiros para ser liberto, em 23 de dezembro de 1982.
Em 1987, ele passou um ano no exterior, durante o qual conversou com políticos e representantes sindicais. A partir de 1988, se reuniu em Magdalenka. Ele acreditava firmemente no processo de tomada de poder do Partido dos Trabalhadores polaco através da negociação e, portanto, desempenhou um papel ativo nas discussões da Mesa Redonda polaca, tornando-se um dos mais importantes arquitetos do acordo pelo qual as eleições parcialmente livres foram realizadas em 04 de junho de 1989, e foi vencida pelo Solidariedade em um colapso histórico.
Em uma reunião, em 17 de agosto de 1989, o então presidente comunista polaco, General Jaruzelski finalmente concordou com a exigência de Lech Wałęsa que o próximo primeiro-ministro da Polônia deveria ser um membro do Solidariedade. Wałęsa indicou Mazowiecki como candidato do Solidariedade para liderar o próximo governo.
Em 21 de agosto de 1989, general Jaruzelski nomeou Mazowiecki candidato ministerial. Em 24 de agosto de 1989, o Sejm votou no nome de Mazowiecki e ele se tornou o primeiro primeiro-ministro não-comunista da história do leste da Europa em muitas décadas.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Polônia assina com Ciência sem fronteiras

Pres. da Conferência dos Reitores das Escolas Acadêmicas da Polônia Wiesław Banys
O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, e o presidente da Conferência dos Reitores das Escolas Acadêmicas da Polônia (CRASP), Wiesław Banys, assinaram, nesta segunda-feira, 21, um memorando de entendimento por ocasião da entrada da Polônia no Programa Ciência sem Fronteiras.
A nova parceria trará oportunidades de bolsas em diversas modalidades para estudar no país. Também estiveram presentes na cerimônia o embaixador da República da Polônia, Andrzej Maria Braiter, representantes do CNPq e do Programa CsF, pesquisadores polacos, entre outros.
O presidente do CNPq, em sua apresentação, contou um pouco da história do CNPq, que completou 62 anos de existência e afirmou que a ciência brasileira é nova, sendo a Universidade de São Paulo (USP) uma das mais antigas e tradicionais universidades do país. Ainda em sua fala, Glaucius apresentou o Programa Ciência sem Fronteiras, as modalidades de bolsas oferecidas e como estas beneficiam, cada uma em sua forma específica, o aperfeiçoamento do ensino, além da qualificação de mão de obra na ciência, engenharias e pesquisa no Brasil e no mundo. "Nós esperamos um futuro bastante produtivo com esta nova parceria assinada. Agradecemos a presença da delegação polonesa e damos às boas vindas ao nosso país", ressalta o presidente.
Para Wiesław Banys, promover este tipo de colaboração, principalmente com foco na mobilidade acadêmica, é investir no crescimento ainda maior do sistema educacional na Polônia. "Eu fiquei muito surpreendido com o que o senhor (Glaucius) disse sobre o programa no Brasil", destacou o presidente polaco. Banys ainda citou as recentes reformas pelas quais o sistema de ensino e pesquisa polaco passou nos últimos anos e citou várias parcerias do país com outras instituições de ensino.

Ciência sem Fronteira (CsF)
O Ciência sem Fronteiras é um programa que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas instituições de fomento – CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC.
O projeto prevê a utilização de até 101 mil bolsas em quatro anos para promover intercâmbio, de forma que alunos de graduação e pós-graduação façam estágio no exterior com a finalidade de manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação. Além disso, busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros nas áreas prioritárias definidas no Programa, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior.

fonte: Portal Brasil

sábado, 19 de outubro de 2013

Varsóvia se tornará a capital global da paz

O primeiro-ministro polaco Donald Tusk e Lech Wałęsa recebem Dalai Lama
Agraciados com o Prêmio Nobel da Paz chegaram à Polônia onde passarão os próximos três dias discutindo sobre os direitos humanos e os principais problemas globais.
Mais de seis mil participantes da Polônia e do exterior se inscreveram para participar do evento. A Cúpula Mundial de Agraciados com o Prêmio Nobel da Paz, realizada pela primeira vez na Europa Central e Oriental, é guiada pelo lema "Solidários pela paz - Tempo de agir (Stand in solidarity for peace - time to act)". Piotr Gulczynski, Presidente do Conselho Executivo do Instituto Lech Wałęsa, enfatiza que o lema deste ano tem um significado especial: "Há trinta anos, o Presidente Lech Wałęsa recebeu o Prêmio Nobel por seu compromisso para com a resolução pacífica dos problemas enfrentados pela Polônia.
Suas ações foram uma expressão do sentimento único de solidariedade que a nação polaca apresentou em sua luta pela liberdade e independência. Hoje, na época de conflitos violentos, o mundo necessita da ideia da solidariedade tão urgentemente quanto a Polônia necessitava há três décadas.
Durante a Cúpula, os participantes internacionais se unirão aos Agraciados com o Prêmio Nobel da Paz em um debate sobre as principais questões relacionadas com a redução das desigualdades sociais globais.
Os seguintes Agraciados estarão participando das sessões de debates: Sua Santidade Dalai Lama XIV, o ex-Presidente da África do Sul Frederik Willem de Klerk, a advogada iraniana Shirin Ebadi, as ativistas da paz irlandesas Betty Williams e Mairead Corrigan, Muhammad Yunus,o autor do conceito do microcrédito e a ativista social da Libéria Leyman Gbowee.
O debate também terá a participação de representantes de organizações agraciadas com o Prêmio Nobel da Paz: Gabinete Internacional Permanente da Paz (Permanent International Peace Bureau), Anistia Internacional (Amnesty International), Comitê Americano da Sociedade dos Amigos (American Friends for Service Committee), Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change), as Nações Unidas e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

Mais informações:
Wojciech Chatys: wojciech.chatys@ilw.home.pl; +48-797-030-584. http://www.nobelforpeace-summits.org, http://www.facebook.com/nobelforpeace

FONTE:  Lech Wałęsa Institute Foundation

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Moscou protesta contra escultura da curra em Gdańsk


Um artista polaco instalou sem autorização em Gdańsk (norte da Polônia) uma escultura de um soldado soviético estuprando uma mulher grávida. Prontamente, reações indignadas foram sentidas em Moscou.
O embaixador russo em Varsóvia declarou-se consternado, em um declaração oficial no site da embaixada.
A escultura, que foi colocada junto a um monumento da época comunista em homenagem ao exército vermelho que expulsou os alemães de Gdańsk em 1945, foi retirada algumas horas depois.
"Estou profundamente consternado pela atitude de um estudante de Belas Artes de Gdańsk, que, com sua pseudoarte, insultou a memória dos mais de 600.000 soldados soviéticos mortos pela liberdade e independência da Polônia", escreveu Alexandre Alekseev, embaixador russo em Varsóvia.
A promotoria da cidade vai decidir se o artista que fez a escultura será processado por "incitação ao ódio racial ou nacional".
O estudante de Belas Artes, Jerzy Bohdan Szumczyk, de 26 anos, citado pelo canal privado TVN24, disse que sua intenção foi protestar contra a presença no centro de Gdańsk de um monumento em homenagem ao exército soviético. "Eu quis mostrar a tragédia das mulheres e dos horrores da guerra".
Szumczyk instalou a escultura em tamanho natural na noite de sábado para o domingo, ao lado de um memorial da era comunista, saudando o Exército Vermelho, por expulsar as forças nazistas para fora da cidade, em 1945.
Historiadores dizem que os soldados soviéticos estupraram muitas mulheres durante a "libertação", embora não existam estatísticas.
A porta-voz da polícia de Gdańsk, Lucyna Rekowska disse que a exposição pública da escultura foi de curta duração. Ela disse que a figura de mulher sujeitada por um soldado chamou a atenção da polícia, que determinou que a escultura tinha sido colocada ilegalmente e por isso foi removida do centro da cidade em poucas horas.
Seguindo o procedimento padrão, a polícia entregou o caso ao Ministério Público, na segunda-feira, e este órgão deve decidir até esta quinta-feira se Szumczyk vai ser acusado de incitar o ódio racial ou nacional.
Ouvido na terça-feira, o embaixador da Rússia acrescentou que espera que as autoridades polacas atentem para o "vulgar" e que esta arte é "abertamente sacrilégio".
Szumczyk, por sua vez, disse que a escultura era uma "expressão de pacifismo e um sinal de paz" e que não foi especificamente dirigida contra o memorial do Exército Vermelho.
Esses memoriais provocam regularmente protestos na Polônia, pois eles não representam apenas a libertação da cidade da mãos dos nazistas, mas também  o reinado de meio século de Moscou sobre a Polônia durante a qual dezenas de polacos foram mortos durante o comunismo.
A situação é particularmente delicada em Gdańsk, que antes da guerra era uma cidade livre, com muitos moradores de origem alemã e por isso, durante a guerra foi era denominada de Dantzig. A maioria das mulheres estupradas por soldados soviéticos em março- abril 1945, seriam sob este ponto de vista, alemãs, mas ninguém possui uma estatística quantas eram de fato alemãs, judias, ucranianas ou polacas.
Historiadores ocidentais há muito tem escrito sobre as atrocidades soviéticas, mas o assunto nunca foi amplamente debatido na Rússia e continua a ser um grande tabu. Stalin e seus comandantes militares se acredita teriam feito vista grossa aos relatos de estupros contra mulheres indefesas.

P.S. Não deixa de ser irônica a manifestação do embaixador russo... Será que ele se esqueceu dos 127 anos de ocupação russa em território polaco e das milhares de atrocidades que os russos perpetraram em solo polaco? E que modo deturpado de dizer que 600 mil soviéticos deram a vida para libertar a Polônia...o que a URSS fez na segunda guerra mundial foi também invadir a Polônia covardemente, enquanto ela se debatia com os nazistas no front Oeste. As ações deliberadas dos soviéticos foram apenas para instalar o comunismo à força na Polônia entre 1949 e 1989. E ainda tem promotor polaco mais estúpido ainda...ao  cogitar processar o legítimo protesto do artista.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Vinho brasileiro em 400 pontos de venda na Polônia


Pela primeira vez na história do comércio da Polônia uma marca de vinhos do Brasil chega a alcançar distribuição nacional em seu território. Em apenas um ano e meio de trabalho com aquele país, a Vinícola Aurora já está presente em mais de 400 pontos de venda, entre as lojas das cinco maiores redes de varejo e mais 200 pontos de comércio especializado.
Nas cinco maiores redes varejistas da Polônia, os vinhos Aurora estão colocados com destaque em praticamente todas as lojas: AUCHAN (rede francesa com 31 lojas por toda Polônia), SIMPLY (que pertence ao grupo Auchan, com 39 lojas), PIOTR I PAWEL (é a rede high top da Polônia, com 93 lojas, em todas há uma ilha de vinhos da Aurora), MARCPOL (com 69 lojas no país, colocou vinhos Aurora em 48 delas com direito a ilhas de exposição em todas elas) E.LECLERC (rede francesa de 24 lojas).
O trabalho pró-ativo da maior vinícola do Brasil rumo a novas conquistas no mercado externo baseia-se em parcerias consistentes com empresas sólidas nos diferentes países.
Na Polônia, o contrato é com o mais tradicional importador-distribuidor daquele país, com 50 anos de história. “A partir de novembro teremos várias ilhas com nossos produtos nas cinco redes, para incentivar as vendas no final do ano”, revela Rosana Pasini, gerente de exportações da Vinícola Aurora. 
“Vamos iniciar 2014 com a maior distribuição de vinhos brasileiros na história da Polônia”, comemora Rosana, com a expectativa de dobrar a distribuição até o fim de 2014. “Estamos em negociações com mais redes polacas, por isso confiamos nesse crescimento no próximo ano”
Cooperativa Vinícola Aurora Visite o site: www.vinicolaaurora.com.br
 SAC: 0800 701 4555
 Matriz Bento Gonçalves (RS): (54) 3455-2000

P.S. Bento Gonçalvez, a capital do vinho brasileiro, em que pese toda a fama e marketing da colônia italiana, tem um comunidade polaca expressiva. Apesar dos vinhos da Aurora serem de descendentes de italianos, os vinhedos onde são produzidas as uvas são dos descendentes de imigrantes polacos....aliás toda a famosa serra gaúcha conhecida como italiana tem importantes comunidades polacas....em algumas cidades chega a ser maioria, como Veranópolis (terra do goleiro Acácio do Corinthias e do técnico Mano Menezes) São Marcos (capital brasileira dos caminhoneiros), Caxias do Sul, Nova Prata, Farroupilha....estão entupidas de polacos e não só de italianos.

domingo, 29 de setembro de 2013

Wałęsa faz 70 anos hoje


O continente deve ter mais solidariedade e se desenvolver na direção de uma república federativa, crê Prêmio Nobel da Paz e ex-presidente polaco Lech Wałęsa, em entrevista exclusiva à Rádio Deutsch Welle, da Alemanha.
Ele faz 70 anos neste domingo. Por ocasião do seu 70º aniversário, o ex-chefe de Estado polaco Lech Wałęsa falou de seu projeto de uma Europa unida em entrevista à Deutsche Welle.
Sua biografia é singular: originalmente eletricista, em 1980 assumiu a liderança do primeiro sindicato livre do bloco comunista na Europa Oriental, o Solidariedade de Gdańsk. Dez anos mais tarde tornou-se presidente da Polônia, nas primeiras eleições livres em seu país após a queda do comunismo.
Para Wałęsa, a Alemanha, como peso-pesado no continente europeu, deveria continuar assumindo a responsabilidade pela superação das crises e pelo desenvolvimento de ideias para o futuro.
O Prêmio Nobel da Paz de 1983 afirma, ainda, que países mais abastados deveriam ajudar Estados com menos dinheiro na construção da infraestrutura, por exemplo, sendo ressarcidos posteriormente. O ex-sindicalista afirma que "divisões e fronteiras pertencem ao passado". Para a integração europeia, no entanto, é preciso prosperidade em todo o continente.

Deutsche Welle: Muitos países do leste e do sul da Europa invejam a Polônia pela virada democrática e pelos avanços econômicos das últimas duas décadas, para os quais o senhor contribuiu decididamente. Apesar disso, dezenas de milhares de polacos foram recentemente às ruas de Varsóvia protestar contra o governo liberal de Donald Tusk. O líder da oposição nacional conservadora, Jaroslaw Kaczyński, está à frente agora nas pesquisas de opinião. O que há de errado com os polacos?

Lech Wałęsa: Em primeiro lugar, nós não dispusemos de um século para o desenvolvimento da democracia e tivemos que acelerar o máximo possível para acompanhar o Ocidente. Muita coisa se acumula numa aceleração assim. Em segundo lugar: o que são algumas dezenas de milhares em relação a 40 milhões? Se tivéssemos reunido os descontentes em outro país, também nos Estados ricos, então tenho certeza que os protestos teriam uma dimensão ainda maior. Em terceiro lugar: nossa democracia provou seu valor. Embora tenha havido manifestações, esses protestos foram exclusivamente pacíficos. Recolheram-se assinaturas e a conta pela insatisfação dos cidadãos deverá ser paga na próxima eleição. Ou seja, a Polônia passou no teste com a sua democracia e pode servir como modelo de como lidar com o descontentamento.

Deutsche Welle: Em entrevista ao semanário alemão Die Zeit, o senhor expressou o desejo de que os alemães fossem mais corajosos e tivessem maior influência sobre o desenvolvimento e planejamento da Europa. Mas eles acabaram se tornando um bode expiatório, no esforço em combater a crise na Europa. A mídia grega, por exemplo, mostrou caricaturas de Angela Merkel usando uniforme nazista. Como o senhor vê a política alemã para a Europa?

Lech Wałęsa: Desde sempre os líderes políticos são criticados. E a Alemanha é um peso-pesado e isso em todos os setores. Mas os alemães também assumem a responsabilidade pela superação das crises e desenvolvem ideias para o futuro. E eles devem continuar assim. Em tempos em que fronteiras são abolidas, tudo em gira em torno da Europa, não em torno da Alemanha ou Polônia. Nós não deveríamos mais pensar em termos de fronteiras nacionais. Existem muitos temas novos, contemporâneos, como informação, ecologia, crises por exemplo, a financeira. Aqui não se trata mais de um banco, mas de um comportamento responsável por parte dos bancos em geral. Então vem a questão do dinheiro: a Alemanha tem, os outros, não. Na Europa, por exemplo, precisamos de uma boa rede de autoestradas, também na Albânia. Ali e em outros lugares, falta dinheiro para tal, então a Alemanha deveria assumir esse encargo e receber o dinheiro de volta, ao longo dos próximos 50 anos. O dinheiro não deve ficar guardado nas meias.

Deutsche Welle: Em relação à Alemanha, muitos estereótipos e preconceitos são revividos, quase 70 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial. Essa situação não se acirraria ainda mais se os alemães começassem a construir autoestradas pela Europa?

Lech Wałęsa: De jeito nenhum. Para a integração europeia, precisamos de prosperidade na Europa. Conflitos podem ser evitados somente se, por exemplo, construirmos autoestradas por todas as partes, então a situação vai melhorar em todos os lugares. Existe toda uma lista de tarefas, como, por exemplo, as redes de comunicação. Os Estados que têm dinheiro também deveriam disponibilizá-lo para países mais pobres e depois ser lentamente ressarcidos. Isso é um bom negócio para todas as partes envolvidas. Esta geração deveria começar a construir o Estado europeu, mas deveria fazê-lo com muito cuidado.

Deutsche Welle: Como esta geração devem proceder, exatamente?

Lech Wałęsa: Ninguém sabe ao certo. Para chegar até lá, precisamos de estruturas europeias maiores. Divisões e fronteiras pertencem ao passado. Em quase todas as nossas atividades, somos ainda assaltados por guerras e lembranças. Mas aos poucos nos distanciamos disso. É um processo penoso, mas temos feito grandes progressos. O importante é construir a Europa unida com base em valores comuns, que no momento ainda diferem de país para país. Nós deveríamos esboçar uma espécie de catálogo de valores, uma espécie de decálogo com dez mandamentos, desenvolvido por fiéis de todas as crenças e também por ateus. O desenvolvimento da futura Europa deveria acontecer sobre este fundamento.

Deutsche Welle: Neste domingo (29/09), o senhor está celebrando 70 anos. Olhando em retrospecto, sabe-se que contribuiu decididamente para a queda do comunismo. Hoje ainda existem muitas ditaduras que perseguem, até mesmo matam seus cidadãos. Qual é a sua receita, como se pode derrotar uma ditadura?

Lech Wałęsa: Minha receita se chama: solidariedade. Naturalmente, essa solidariedade difere de país para país. É particularmente importante que os EUA, a única superpotência que restou, também sejam encorajados a remodelar o mundo de forma que, quando antissemitismo, racismo, limpezas éticas ou armas químicas aparecerem em algum lugar, o mundo aja imediatamente e elimine os problemas.

Fonte: Rádio Deutsch Welle