segunda-feira, 23 de junho de 2025

Se a guerra chegar, a arte parte

Panorama Racławicki - pintura a óleo sobre tela 15mx8m

Ministério da Cultura da Polônia prepara evacuação de obras de arte para o exterior, perante o risco de invasão russa.

O governo polaco está preparando um plano para evacuar obras de arte para fora do país, caso a Rússia avance com uma invasão, anunciou a ministra da Cultura, Hanna Wróblewska, em entrevista ao “Financial Times”.

O plano inclui obras de cerca de 160 instituições públicas, além de museus e galerias privadas. Serão evacuadas pinturas, esculturas, livros raros e instrumentos musicais. A decisão advém da ajuda prestada à Ucrânia desde 2022.

O trabalho é coordenado por Maciej Matysiak, antigo coronel e ex-dirigente da contra-espionagem militar, agora à frente do departamento de segurança do ministério.

A evacuação de obras de arte faz parte de uma estratégia mais ampla de segurança do governo de Donald Tusk, que prevê duplicar o número de militares para 500 mil e reforçar a fronteira.

A Madona e o Arminho de Leonardo da Vinci - Símbolo da Cidade de Cracóvia

O quadro faz parte da coleção que foi fundada no início do século XIX, quando o príncipe polaco Adam Jerzy Czartoryski (1770-1861) comprou a pintura de Leonardo da Vinci numa viagem a Itália.

Sua mãe, Elżbieta Dorota Czartoryska (1746-1835), esposa do último rei da Polônia, criou em Cracóvia, em 1801, quando não era mais rainha, o primeiro museu da Polônia, com o objetivo de guardar e salvaguardar a arte deste país e da Europa.

Como se recorda em 1795, a República da Polônia foi invadida e ocupada por três monarquias totalitárias, e o país sumiu do mapa do mundo, até 11 de novembro de 1918.

Este ano, a Polônia está gastando 4,7% do PIB em defesa, a maior proporção na OTAN. A ministra enfatizou que também estão sendo atualizados os registros de inventário das obras para garantir o seu rastreio futuro. 

“É preciso evacuar também os livros de inventário”, disse.

A Polônia continua tentando recuperar obras saqueadas na Segunda Guerra Mundial. Cerca de 20 peças são devolvidas anualmente, mas grande parte do acervo ainda não foi localizado.

Durante a guerra, o país conseguiu proteger obras como “A Batalha de Grunwald”, escondida na cidade Lublin para escapar dos alemães nazistas.

A evacuação das obras arte foi discutida em abril por ministros da Cultura da UE. Os países bálticos mostraram interesse em adotar planos semelhantes.

Fonte: Rádio Renascença (Portugal)

POLÔNIA NÃO SABIA QUE EUA IRIA ATACAR O IRÃ


Os aliados de Washington na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) desconheciam os planos dos EUA de atacar o Irã, afirmou o vice-ministro da Defesa polaco, Paweł Zalewski, nesta segunda-feira (23).

Os Estados Unidos atacaram três instalações nucleares iranianas em Natanz, Fordo e Isfahan na madrugada de domingo (22). O presidente dos EUA, Donald Trump, disse após o ataque que Teerã "deve agora concordar em encerrar esta guerra" ou enfrentar consequências muito mais graves.

"Os Estados Unidos fizeram isso em absoluto sigilo", disse Zalewski à rádio RMF FM quando questionado se a Polônia sabia das intenções de Washington. Os ataques dos EUA receberam ampla condenação internacional.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, os descreveu como uma escalada perigosa e uma ameaça à paz global. A Rússia denunciou veementemente os ataques, classificando-os como graves violações do direito internacional, da Carta da ONU e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU, e instou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a responder com imparcialidade.

O Irã nega a dimensão militar de seu programa nuclear.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) não viu evidências concretas de que o Irã tenha um programa ativo de armas nucleares, afirmou o diretor-geral Rafael Grossi na última quarta-feira (18).

Avaliações da inteligência norte-americana chegaram a uma conclusão semelhante de que o Irã não estava buscando ativamente armas nucleares, informou a CNN no dia 17 de junho, citando pessoas familiarizadas com o assunto.

O ex-embaixador do Reino Unido no Uzbequistão, o ativista de direitos humanos Craig Murray, disse que o Irã foi "extraordinariamente responsável e paciente" nos últimos anos, apesar das ações de Israel.

Fonte: Agências de Notícias Internacionais