Gerald Howson, fotógrafo inglês foi a Lublin, na Polônia, em 1959, a pedido do polaco para uma reportagem exclusiva da revista britânica "Queen".
Cinquenta e três anos depois, estas fotos podem ser vistas no pátio interno do Teatr NN da cidade.
A Polônia vivia seus primeiros anos de comunismo forçado. Em Varsóvia, o cardeal primaz Stefan Wyszynski era preso pela polícia secreta.
A pobreza e o cinza das fotos eram tão perturbadoras que os editores da revista decidiram não publicá-las.
Contudo, algumas fotos foram publicadas no jornal "Daily Telegraph". Em seguida, o fotógrafo Howson, colocou-as em uma gaveta, e ali as esqueceu.
Anos depois, ele conheceu Bogdan Frymorgen, DJ de rádio e fotógrafo. Howson, então mostrou-lhe as lembranças da viagem que fez a Polônia em 1959 Frymorgen, era um correspondente em Londres, da rádio RMF.
Howson, naquela viagem também tinha fotografado Cracóvia e Varsóvia e foi assim que em 2009 foi realizada a primeira exposição do inglês em Cracóvia, com as fotos daquela cidade.
Mas, equivocadamente uma das fotos, que mostram um grupo de mulheres, não era de Cracóvia, mas de Lublin. Kazimierza Kurowska, que vivia em Wolka perto de Lublin reconheceu a velha praça do mercado central da cidade do Leste polaco e comunicou isto aos organizadores da exposição. Foi assim, que surgiu a ideia de fazer uma outra, em Lublin, com as fotos de Lublin.
As fotografias em preto-e-branco são semelhantes às imagens da cidade atual, mas os tons em cinza atrai o espectador para a atmosfera de um país governado por Władysław Gomułka, e a esperança em pequenas mudanças e melhores condições de vida para as pessoas comuns.
A exposição é intitulada "Lajkarz de Londres", criada como um jogo de palavras e associações com o famoso romance de Isaac Bashevis Singer, "The Magician de Lublin". O curador da exposição é o mesmo Bogdan Frymorgen. A idade avançada e o estado de saúde não permitiu Gerald Howson viajar para a Polônia.
Nota:
Stefan Wyszyński foi o cardeal que Karol Wojtyła não permitiu que se ajoelha-se diante dele quando recebia os cumprimentos por ter sido eleito Papa João Paulo II. Para Wojtyła, quem deveria ter sido eleito Papa era justamente Wyszyński.
O cardeal foi bispo de Lublin de 1946 a 1948, arcebispo de Varsóvia e de Gniezno de 1948 a 1981.
Foi ordenado Cardeal em 12 de janeiro de 1953 pelo Papa Pio XII e assumiu o título de Cardeal-Primaz da Polônia.
Em 25 de Setembro 1953, ele foi preso em Rywałd, e mais tarde colocado sob prisão domiciliar em Stoczek perto de Lidzbark Warmiński, depois em Prudnik perto Opole e finalmente no mosteiro Komancza nas Montanhas Bieszczada, no Sul do país. Enquanto estave preso, ele observou a tortura brutal e maus-tratos com os detidos. Ele foi libertado em 26 de Outubro 1956. Lutou toda sua vida contra a opressão comunista e por isso foi indicado a canonização, processo aberto pelo Papa João Paulo II.