segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Inglês fotografou Lublin em 1959 para "Queen"

Gerald Howson, fotógrafo inglês foi a Lublin, na Polônia, em 1959, a pedido do polaco para uma reportagem exclusiva da revista britânica "Queen".
Cinquenta e três anos depois, estas fotos podem ser vistas no pátio interno do Teatr NN da cidade.
A Polônia vivia seus primeiros anos de comunismo forçado. Em Varsóvia, o cardeal primaz Stefan Wyszynski era preso pela polícia secreta. 
A pobreza e o cinza das fotos eram tão perturbadoras que os editores da revista decidiram não publicá-las. 


Contudo, algumas fotos foram publicadas no jornal "Daily Telegraph". Em seguida, o fotógrafo Howson, colocou-as em uma gaveta, e ali as esqueceu.
Anos depois, ele conheceu Bogdan Frymorgen, DJ de rádio e fotógrafo. Howson, então mostrou-lhe as lembranças da viagem que fez a Polônia em 1959 Frymorgen, era um correspondente em Londres, da rádio RMF.
Howson, naquela viagem também tinha fotografado Cracóvia e Varsóvia e foi assim que em 2009 foi realizada a primeira exposição do inglês em Cracóvia, com as fotos daquela cidade.


Mas, equivocadamente uma das fotos, que mostram um grupo de mulheres, não era de Cracóvia, mas de Lublin. Kazimierza Kurowska, que vivia em Wolka perto de Lublin reconheceu a velha praça do mercado central da cidade do Leste polaco e comunicou isto aos organizadores da exposição. Foi assim, que surgiu a ideia de fazer uma outra, em Lublin, com as fotos de Lublin. 
As fotografias em preto-e-branco são semelhantes às imagens da cidade atual, mas os tons em cinza atrai o espectador para a atmosfera de um país governado por Władysław Gomułka, e a esperança em pequenas mudanças e melhores condições de vida para as pessoas comuns.


A exposição é intitulada "Lajkarz de Londres", criada como um jogo de palavras e associações com o famoso romance de Isaac Bashevis Singer, "The Magician de Lublin". O curador da exposição é o mesmo Bogdan Frymorgen.  A idade avançada e o estado de saúde não permitiu Gerald Howson viajar para a Polônia. 


Nota:
Stefan Wyszyński foi o cardeal que Karol Wojtyła não permitiu que se ajoelha-se diante dele quando recebia os cumprimentos por ter sido eleito Papa João Paulo II. Para Wojtyła, quem deveria ter sido eleito Papa era justamente Wyszyński.
O cardeal foi bispo de Lublin de 1946 a 1948, arcebispo de Varsóvia e de Gniezno de 1948 a 1981.
Foi ordenado Cardeal em 12 de janeiro de 1953 pelo Papa Pio XII e assumiu o título de Cardeal-Primaz da Polônia.
Em 25 de Setembro 1953, ele foi preso em Rywałd, e mais tarde colocado sob prisão domiciliar em Stoczek perto de Lidzbark Warmiński, depois em Prudnik perto Opole e finalmente no mosteiro Komancza nas Montanhas Bieszczada, no Sul do país. Enquanto estave preso, ele observou a tortura brutal e maus-tratos com os detidos. Ele foi libertado em 26 de Outubro 1956. Lutou toda sua vida contra a opressão comunista e por isso foi indicado a canonização, processo aberto pelo Papa João Paulo II.

sábado, 24 de agosto de 2013

Lugarejo polaco tem mais cegonhas que moradores


Durante o verão, uma pequena aldeia na Polônia conta com mais cegonhas do que habitantes. Żywkowo (pronuncia-se jivcovo) ganhou o apelido de aldeia das cegonhas por conta do grande número de aves que constroem seus ninhos no vilarejo, atraindo dezenas de turistas.


A pequena aldeia com cerca de 30 habitantes é pequena para as mais de 150 cegonhas que vêem fazer seus ninhos aqui. A agricultura também sofre prejuízos com  as belas visitantes.


Mais fotos com as cegonhas  clique!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Dados PESEL de 38 milhões de polacos são transferidos

Na Polônia existe um número de identificação pessoal chamado PESEL - Polish Powszechny Elektroniczny Sistema Ewidencji Ludności, ou seja, Sistema Eletrônico Universal de Registro da População).
Esta identificação é utilizada, na Polônia, desde 1979,  pela Lei de 10 de Abril de 1974, publicada no Diário Oficial de 1974 n º 14, item 85., Conforme alterada.).
Esta lei será revogada 01 de janeiro de 2015 pela Lei de 24 de Setembro de 2010 publicada no Diário Oficial de 2010 n º 217, item 1427.
Ela contém detalhes das pessoas que residem no território da República da Polônia. O número PESEL é obrigatório para todos os residentes permanentes da Polônia e também para residentes temporários que vivem na Polônia, há mais de 2 meses, bem como para os candidatos à uma nova carteira de identidade ou passaporte, bem como para aqueles que possuem outras disposições legais e necessitam de um número de seguridade social. Os candidatos à cidadania polaca devem solicitar um número PESEL juntamente com o pedido de passaporte.
O sistema foi implementado em tecnologia mainframe. Ele funciona em uma arquitetura de computador, IBM zSeries e sistema operacional z / OS.
O banco de dados usado para processar todo o sistema  é um (Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados) Jantar DBMS.
Aplicação do sistema foi inteiramente escrito em linguagem assembly de mainframe. O acesso ao banco de dados para os usuários on-line é realizado através de sua chamada tele-monitor "Connector".

Tranferência
Nesta semana técnicos polacos mudaram de endereço residencial, os servidores dos computadores que contêm os dados pessoais dos 38 milhões de cidadãos polacos para uma nova edificação secreta.
A operação foi realizada "em estrito segredo". A transferência dos computadores durou três dias, com a participação de 150 pessoas.
Para o caso de eventual avaria, os técnicos fabricaram seis cópias de reserva, com os dados.
Destacamentos reforçados do Escritório de Proteção do Governo garantiram a segurança das informações. A nova localização destes servidores é mantida em segredo.

Novo PESEL
A nova lei prevê que depois de 1 de janeiro de 2016, os dados cadastrais não serão armazenados em um conjunto de seguridade social.
Isto em função de que o Número do Seguro Social pode ser alterado. A razão para a mudança são casos em que há uma mudança de sexo, a pessoa tem uma nova certidão de nascimento ou uma decisão acabou por ser errada.

Significados
O PESEL tem sempre 11 dígitos e identifica apenas uma pessoa. Ele não pode ser mudado, ou transferido para outra pessoa.
O PESEL foi o sistema desenvolvido pelo governo comunista (durante a República Popular da Polônia) para colher toda informação pessoal de cada cidadão.
Quando foi projetado era para rastrear e registrar os dados sobre as pessoas "mais perigosas para o sistema e para o poder comunista".
O número de Registro é composto pelos algarismos da data de nascimento na seguinte ordem: os dois últimos dígitos do ano, mês e dia. Os números pares na sequência são para o sexo feminino, os pares para o sexo masculino. Para distinguir os vários séculos foi adotado o seguinte código: para os nascidos nos anos de 1900-1999 - o mês é escrito de forma natural.  Para os anos de 1800-1899 - é acrescentado 80 e para os anos de 2000-2099, os dígitos 20.

Os dez primeiros seguem a seguinte formulação: 
- data de nascimento codificada (os seis primeiros números)
- ordinal de início da sequência numérica (sétimo número)
- dígitos do sexo codificado (três números restantes)
O décimo primeiro algarismo é um dígito de verificação, utilizado para capturar número distorções. Ele é gerado com base nos dez primeiros dígitos.
Para verificar se esse é o número correto deve-se assumir que as letras de  A a J são outros dígitos a partir da esquerda, ou seja, como um cálculo da expressão formada por algarismos e letras.




quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Amanhã, terá início o Sopot TOP of the TOP Festival.


Nos dias 23 e 24 de agosto, os espectadores da Opera Leśna (Ópera Florestal) e do canal televisivo Polsat poderão ver e ouvir a atuação de estrelas do palco musical internacional.
"A renascença do concurso de canção em Sopot constitui um evento marcante não só na vida cultural da Polônia", considera o embaixador russo na Polônia, Alexander Alexeev, que no ano passado também esteve na sala de espetáculos do complexo da Opera Leśna como espectador convidado: "Houve um tempo em que o festival tinha uma enorme importância para a vida de elites artísticas dos nossos dois países. Os polacos se lembram da vitória da ilustre cantora russa Alla Pugacheva com a canção - Os Reis é que Tudo Podem - e reputam ser, acima de tudo, este sucesso da cantora soviética que veio contribuir para a sua carreira profissional feliz".
O grande cantor e poeta russo Vladimir Vysotsky, conhecido na Polônia, também fez referências positivas sobre o famoso festival. "Há dias se realizou com êxito mais um concurso musical recomposto – Festival da Canção Russa em Zielona Góra que, efetivamente, conta com sua historia e seus protagonistas. Aliado ao festival de Sopot, ele vem favorecendo o restabelecimento do espaço cultural russo-polaco, permitindo sentir e compreender de forma melhor a congruência das mentalidades e os gostos artísticos dos dois povos eslavos."
O concerto de abertura, na sexta-feira, no palco da Opera Lesna será iniciado com  "Life is Life – na encruzilhada dos anos 80" com participação de Rick Astley, Belinda Carlisle (interprete do inesquecível sucesso "La Luna"), os OPUS e Helena Vondrackowa, conhecida na Polônia, República Tcheca e Rússia.
Poderemos ver a apreciar no palco vários intérpretes polacos, por exemplo, o grupo Budka Suflera. No mesmo dia, nos marcos do 2º concerto Top of the Top atuarão interpretes da Rússia, Grã-Bretanha, Suécia, RFA, França, Holanda e Eslováquia que gozam de reputação das autênticas estrelas em muitos países. Durante o concerto, com base em resultados da votação de espectadores, será escolhida a melhor canção, enquanto o vencedor será distinguido com a histórica estatueta de Sabiá Dourado.
O primeiro prêmio será entregue pelo prefeito de Sopot, Jacek Karnowski. 
O festival, tal como a própria Polônia, viveu durante as últimas décadas diversas metamorfoses. O evento mudou de nome, de organizadores, de parceiros televisivos, de palcos e de fontes de financiamento; a única coisa que permaneceu a mesma é o Rouxinol de Âmbar, o principal troféu instituído pelo prefeito de Sopot.
As primeiras edições do festival aconteceram no salão dos estaleiros navais de Gdańsk. Depois de 1963, o festival mudou para a cena da Opera Lesna, em Sopot.
Entre 1977 e 1980, o certame se denominava Festival Musical Internacional da Intervisão. Aquele foi, talvez, o melhor período da sua história. Organizado pelo canal de televisão estatal TVP, com um orçamento de fazer inveja, o festival rivalizava com o da Eurovisão.
O prêmio que o vencedor, escolhido por votação popular, recebia um iate. O elenco de participantes, uma constelação de renomados intérpretes internacionais, deliciava a todos. No festival havia três concursos. O primeiro era o de melhor canção, com o Grande Prêmio atribuído pelos canais de TV. O segundo, de melhor interpretação, era patrocinado por companhias discográficas. No terceiro concurso, os participantes estrangeiros interpretavam uma canção polaca disputando o prêmio principal de Rouxinol de Âmbar.

Os artistas convidados 
Apresentam-se na sexta-feira: Amy Macdonald do Grã-Bretanha, Imany da França, Matt Dusk do Canadá, Caro Emerald da Holanda, Yannick Bovy da Bélgica, Rea Garvey da Alemanha, Peter Bic Project da Eslováquia, Nabiha da Dinamarca, Loreen da Suécia, Per Látvia Besa da Albânia e Krista da Finlândia.
Apresentam-se no sábado: Sharon Doorson da Holanda, Arash da Suécia, DJ Bobo da Suíça, Stereolizza e Kamaliya da Ucrânia, Bracia, Honey, Blue Café, Margareth, Rafał Brzozowski, Liber, Sylwia Grzeszczak, Pectus, Red Lips, Urszula da Polônia, Beata Fesser da Alemanha e participação especial da polaca Edyta Górniak.


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O maior navio do mundo atraca na Polônia


Chega pela primeira vez a Gdańsk e ao mar Báltico o maior navio de carga do mundo. O maior transportador de conteineres tem um comprimento de 400 metros.
O navio da empresa dinamarquesa Maersk é tão gigantesco que não cabe no Canal do Panamá ou em qualquer um dos portos da América.

As tremendas dimensões do navio Emma Maersk

Mas, para seu proprietário isto não é importante. O grande navio faz a rota entre a Europa  e a Asia. No vídeo abaixo o navio da Maersk navega no Canal de Suez, entre Egito e Oriente Médio.

O maior navio de conteineres do mundo desliza no canal de Suez

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Sławomir Mrożek nie żyje


Com a idade de 83 anos morreu o dramaturgo, escritor e cartunista polaco.
Um dos mais notáveis escritores polacos, autor das histórias satíricas e obras dramáticas.
Sławomir Mrożek estreou como cartunista em 1950.  E já em 1953 publicou uma série de desenhos na revista de cultura "Przekroj". Ao mesmo tempo, publicava a sua primeira coleção de histórias curtas.
Sua primeira peça teatral, o drama "Polícia" foi lançado em 1958, enquanto "Tango", de 1964 finalmente lhe trouxe fama mundial. Mas ainda em 1962, ele foi um dos primeiros quatro vencedores dos prêmios literários Koscielski.
Em 1963, emigrou com sua esposa. Viveu nos Estados Unidos, Alemanha, Itália e México. Em 1980, quando vivia na França, o escritor polaco voltou com sua esposa a Polônia.


Retomou sua carreira no país natal. Estava começando a ganhar um novo impulso, mas a situação política lentamente foi se tornando insuportável para ele. Depois de anos de envolvimento com o socialismo na juventude, Mrożek despediu-se com nojo redobrado. Retirou um novo passaporte para fazer apenas em uma viagem pela Itália. Ninguém dizia que ele não poderia voltar.
Em 1990, ele recebeu a cidadania honorária da Cidade Real de Cracóvia. Em 1996, retornou à Polônia. Em 2002, sobreviveu a um acidente vascular cerebral, o que resultou numa afasia. O que resultou em perda na sua linguagem oral e escrita. Através da terapia, que durou cerca de três anos, recuperou a capacidade de escrever e falar.
Por despacho do presidente Aleksander Kwasniewski, de 11 de Novembro de 1997, em reconhecimento à sua notável contribuição para a cultura nacional, ele foi condecorado com a Cruz de Comandante com Estrela da Ordem de Polonia Restituta.
Uma vez mais, em 6 maio de 2008,  Sławomir Mrożek decidiu novamente   deixar o país "para sempre" e se estabelecer em Nice, no sul da França.
Quando perguntado por que, ele respondeu que precisava de tempo para descansar, e de um clima mais propício.
Em junho deste ano, deu entrevista  ao jornal "Gazeta Wyborcza", onde disse que: "quanto mais tempo você vive, o tempo de espera para o lançamento é menos intenso". 
Na última vez que visitou a Polônia, junho de 2013, Sławomir Mrożek participou da estréia de sua última peça "Carnaval, a primeira esposa de Adão", no Teatro Polaco, em Varsóvia. 

No vídeo mais sobre Sławomir Mrożek 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Peregrinações na Polônia


Amanhã, 15 de agosto, é o dia mais importante nas celebrações de Jasna Góra, em Częstochowa (pronuncia-se iásna gura, Tchenstorróva), quando se comemora a Assunção da Virgem Maria.
Cerca de 80 mil peregrinos devem se reunir diante da catedral onde está protegida a Czarna Madonna, ou Madona Negra da Polônia - Nossa Senhora de Częstochowa.


Se comparados aos 3,5 milhões de Copacabana podem ser considerados minoria. Mas o número de peregrinos durante todo o ano a esse santuário foi de 3,3 milhões, o que se aproxima da Jornada Mundial da Juventude.
Este número incrível de peregrinos polacos já chegou a 4,5 milhões sete anos atrás, quando da morte do Papa João Paulo II.
Częstochowa talvez não seja tão conhecida mundialmente como as peregrinações ao Vaticano, Fátima, Lourdes ou Medjugorje. Mas tem uma peculiaridade: na Polônia os fiéis chegam todos à pé. Alguns percorrem mais de 700 km, distância entre Jasna Góra e um povoado no Nordeste do País, encravado na fronteira com a Lituânia.
Costumam andar 30 km por dia. Hospedam-se na casa de outros peregrinos, que na manhã seguinte saem para as estradas com seus hóspedes em direção ao santuário polaco.


Um peregrino de Cracóvia costuma levar 4 dias para chegar até às proximidades do altar da Madona. O peregrino de Varsóvia leva 10 dias para percorrer 300 km entre a capital e Częstochowa.
Não bastasse essa viagem programada em todo verão polaco, os padres palotinos organizam peregrinações a outros santuários espalhados pelo mundo....Foi assim mês atrás a Foz do Iguaçu, Curitiba, Aparecida do Norte e Rio de Janeiro.
E claro tudo custa. Mas o dinheiro vem de contribuições, festas, bingos, quermesses. O peregrino polaco nos meses de setembro e outubro vão China para "O encontro de duas grandes tradições do Oriente e do Ocidente", por 15 dias, ao custo 1.600. dólares.
Depois ao Egito "pátria antiga copta", por 9 dias, a 1000. dólares. No final do ano farão uma peregrinação a Nova Zelândia e a Ilhas Fiji (custo da peregrinação de 17 dias por 8500. Dólares).
Um segundo grupo de 40 pessoas irá à Guadalupe, no México por 8 mil dólares). As viagens de peregrinos polacos mais frequentes ocorrem a Jerusalém e Roma...cerca de 80 delas por verão.
De acordo com dados oficiais do Instituto de Estatísticas da Igreja Católica cerca de 200 mil polacos viajam em peregrinação ao exterior por ano.


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Guia de Cracóvia do Wall Street Journal

Um Guia Rápido dos "hits" de Cracóvia
- George Semler

Cinco coisas únicas e às vezes poética, que você pode fazer em torno do centro cultural da Polônia e em nenhum outro lugar.

A ex-Capital da Polônia e coração perene artístico e intelectual inspirou figuras tão diversas como Nicolau Copérnico, o Papa João Paulo II e ganhador do Prêmio Nobel, a poeta Wisława Szymborska.
Moradia da antiga Universidade Iaguielônica, do Castelo Wawel e da maior praça medieval da Europa, o Rynek Główny, Kraków produz 120 festivais culturais por ano, incluindo a Sacrum Profanum,  festival de música contemporânea, que chega em setembro próximo. Aqui está um punhado de coisas imperdíveis e em torno desta cidade histórica.

1- Confira os instrumentos de Copérnico. Em Cracóvia, o estudioso Mikołaj Koperniko propôs pela primeira vez que o Sol, e não a Terra, era o centro do sistema solar.
A Universidade Iaguielônica publicou seu "Sobre as Revoluções das Esferas Celestes", em 1543 (apesar de ter demorado um século para seus achados ganhar aceitação). A visita ao museu da universidade mostra o astrolábio, um dispositivo do astrônomo usado para medir as posições das estrelas e outros tesouros. Fica na ulica Jagiellonska 15, maius.uj.edu.pl

2 - Conheça um herói polaco da Guerra Revolucionária Americana. Uma caminhada de 30 minutos até o Kopiec Kościuszki, ou Morro Bendito de Bronisław, com vista para o Rio Vístula, está o túmulo memorial de Tadeusz Kościuszko, um engenheiro militar que lutou na primeira guerra da América.
Pós-graduado nas escolas militares polacas e francesas, Kościuszko foi recrutado por Benjamin Franklin, em 1776, e subiu ao posto de general de brigada. Thomas Jefferson o chamou de "o mais puro filho de liberdade que eu já conheci."
Nos EUA, nove monumentos e duas pontes são consagrados ao herói da Polônia na Guerra Revolucionária Americana. Aleja Waszyngtona 1, kopieckosciuszki.pl

3 - Formigueiro dentro da cabeça de uma pessoa. Quando o escultor polaco Igor Mitoraj doou "Eros Bendato",  sua enorme criação em bronze, a Cracóvia em 2005, ele decretou que ela tinha que ser colocado no Rynek.
Apesar dos protestos de historiadores e críticos de arte, as autoridades municipais concordaram, em instalá-lo como uma exposição temporária.
O problema é que "Eros" fez sucesso: Crianças gostam de entrar e sair do crânio cavernoso, enquanto os casais amorosos são surpreendidos lá dentro durante a madrugada. "Eros" parece estar aqui para ficar. Está localizado no canto sudoeste da praça principal da cidade.

4 - Telefone da poeta ganhadora do Prêmio Nobel. Wisława Szymborska, que morreu em fevereiro de 2012, acreditava que as gavetas estavam entre as melhores invenções do mundo. Pois estão sempre cheias de itens que dizem muito sobre humor peculiar do seu proprietário e imaginação. Este ano a "Gaveta Szymborska" está aberta, exibindo uma coleção de quinquilharias da poeta, como colagens, cartões postais, móveis, livros e fotografias peculiares. Um vídeo de sua história de vida e um telefone com 10 números para discagem onde se pode ouvir leituras de Szymborska completam a exposição, prevista para encerrar no final do próximo ano. Dom Szołayski, plac Szczepanski 9, muzeum.krakow.pl 


5 - Explore uma igreja feita de sal. A Mina de Sal de Wieliczka, que se estende por mais de 1.000 metros abaixo da superfície, estava em operação desde o século 13 até 1996. Ela é agora um museu. Paredes, escadas e lustres na capela de Santa Kinga são feitas de sal. Durante o festival de páscoa de música antiga, Misteria Paschalia, concertos são realizados aqui. Na ulica Daniłowicza 10, wieliczka-saltmine.com

6 - Veja a fábrica de Schindler. Fábrica de esmaltados de Oskar Schindler, no coração do gueto onde a comunidade judaica de Cracóvia foi confinada em 1941, foi imortalizada, no filme de 1993, de Steven Spielberg "A Lista de Schindler".
O local agora abriga o Museu de Arte Contemporânea de Cracóvia, um prédio ondulando projetado pelo arquiteto italiano Claudio Nardi. A casa dos escritórios adjacente a Oskar Schindler narra a situação dos judeus de Cracóvia durante a ocupação. MOCAK: ulica Lipowa 4, mocak.com.pl, Oskar Schindler: Lipowa 4, mhk.pl

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Estudar na Polônia não é fácil

Uniwersytet Jagielloński de Cracóvia
Hoje recebi um email de um jovem querendo saber detalhes da vida de estudante e da possibilidade de permanecer na Polônia depois de se formar numa universidade polaca.
Respondi assim a ele: Ganhou a bolsa de quem? Você é descendente de polacos?
Bem, vamos às minhas impressões e comentários:
O ano letivo na Polônia começa dia primeiro de outubro, o que coincide com o outono, a temporada de ventos, do frio e do escurecer mais cedo.
Desde 1971, quando os jovens brasileiros descendentes de imigrantes polacos começaram a ser contemplados com bolsas de estudo do governo da Polônia, até 2002 (ano em que ganhei minha bolsa) o consulado da Polônia em Curitiba enviou 200 destes brasileiros para a Polônia.
Destes, apenas 24 concluíram seus estudos....a maioria retornou dois meses depois de chegar lá, pouco antes do natal.
Por que? Porque as condições climáticas (15 graus negativos em média, nessa época, com o dia escurecendo às 4 da tarde, o não conseguir se comunicar ainda no idioma, praticamente ficar trancado dentro da sala de aula do curso de idioma com outros estudantes estrangeiros e no quarto do "Akademiku" (Casa de Estudante) é muito muito difícil... A depressão ataca fortemente!
Assim, tua disposição de dizer que vai ficar lá para sempre, é no mínimo ousada. Mas você, só recebe visto de estudante com validade de um ano. Para renovar o visto, tem que passar nas disciplinas na universidade; o diretor da faculdade tem que lhe fornecer ano a ano uma declaração de que você realmente está estudando e passou.Isto, para que o visto seja renovado.
Se a bolsa é do governo da Polônia, através do Ministério da Educação, este também precisa ser comunicado de que você passou de ano, pois só assim renovam a bolsa.
A casa de estudante também precisa desta declaração do diretor da faculdade para renovar tua permanência na casa. Para continuar ali, a gerente do "Akademik" fornece declaração de que você realmente reside ali. Com esta "Zaświadczenie" (declaração), pode-se registrar na prefeitura e obter a "Zameldowania" (registro de residência).
Somente com estas declarações todas, o serviço de imigração concede o visto temporário. Quando você se formar....depois de 7 anos (um ano de curso de idioma, cinco anos de graduação e o mestrado) você precisa sair do país....pois o visto não será mais renovado.
Como se vê, não é assim tão fácil permanecer e trabalhar na Polônia.....um país que desde a entrada na União Europeia tem se desenvolvido bastante economicamente. Mas que tem o mais baixo salário entre todos os 28 membros da União.
A Polônia é certamente o único país do mundo (incluindo Cuba) em que o índice de analfabetismo é zero, todos os universitários acabam saindo da universidade com o diploma de mestre. Para se ter uma idéia da importância da educação na Polônia, a rica Holanda tem 17% de analfabetos em sua população.
Assim a mão de obra é altamente qualificada, mas os salários são baixíssimos... O que fazem então, os polacos?
Imigram para a Inglaterra, Irlanda, Alemanha, França... Somente na Grã-Bretanha vivem um milhão e meio de jovens polacos formados... Outros dois milhões, na Alemanha.
ENFIM... NÃO querendo desestimular, não é fácil viver, estudar lá (é a segunda gramática mais difícil do mundo). Aliado a isso, os professores polacos não gostam de estudantes estrangeiros, e de brasileiro.
Respondendo tua questão: não existe nenhum privilégio lá. Essa história de que brasileiro é bem recebido lá fora é balela. Ao contrário, são vistos como gente que não consegue aprender o idioma local, vivem em bandos (ou seja, só tem amizades com outros brasileiros que também não aprendem a língua).
Engenharia elétrica é um campo que tem emprego em qualquer lugar do mundo. Mas dizer que está em alta, na Polônia, é sonhar. Emprego, nessa área lá, só para polaco mesmo.
Mas depois de todas estas dificuldades e você conseguindo se formar, terá então, que revalidar seu diploma numa universidade federal para conseguir trabalho no Brasil... e fica muito caro fazer isso (tem que traduzir todo o conteúdo das disciplinas, em tradutor juramentado, ao custo de 50 reais cada 21 linhas traduzidas).
Por exemplo, fiz mestrado em ciências da cultura, e doutorado em história, nem posso revalidar meu mestrado, pois o curso simplesmente não existe no Brasil.  E por não ter mestrado revalidado, também não posso revalidar meu doutorado em história (este existe no Brasil)... ou seja, estou lascado depois de dois anos de curso de idioma polaco, dois anos de mestrado e 4 anos de doutorado na Polônia. E mais, o Brasil rejeita quem estuda no exterior... a inveja talvez seja uma das causas....sabe se lá! Ainda não entendi, por que preferem um recém formado no Brasil, à um mestre ou doutor formado no exterior.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O retorno a Treblinka de um sobrevivente

Treblinka foi o quarto campo de extermínio alemão onde prisioneiros, em sua maioria de origem judaica, foram exterminados em câmaras de gás alimentadas por motores a explosão localizado nos arredores da cidade de Treblinka, em Polônia ocupada pelos os alemães.
Vestindo uma boina militar, condecorações e caminhando com uma bengala, o veterano Samuel Willenberg lidera um grupo de visitantes a Treblinka, na região da Mazóvia polaca, onde funcionou um dos mais conhecidos campos de concentração nazista. Em uma parte coberta por floresta hoje, ele para e aponta: "Ali funcionava a plataforma. Todos os trens paravam ali."
Não restou nada em Treblinka que lembre o campo de extermínio onde morreram 87 mil pessoas de origem judaica, a maioria em câmaras de gás. Samuel Willenberg é o último dos sobreviventes de uma revolta de prisioneiros judeus que aconteceu há 70 anos. Ele chegou de trem a Treblinka em outubro de 1942, aos 19 anos, na companhia de outras 6 mil pessoas que foram retiradas do gueto judeu de Opatów.
Na chegada, receberam a ordem para tirar as roupas para um banho coletivo. Na verdade, os banheiros eram câmaras de gás. Enquanto esperava, Samuel Willenberg - que era filho de um pintor - reconheceu um conhecido entre os prisioneiros polacos-judeus, que lhe fez uma recomendação. "Ele disse: 'Diga a eles que você é um tijoleiro''. Em poucos segundos, um oficial da SS entrou perguntando 'Onde está o tijoleiro?'
Eu me levantei e mostrei a ele o avental sujo com a tinta de meu pai, e isso o convenceu. Ele me mandou para as acomodações dos prisioneiros com um chute no traseiro. Uma cidade inteira, três grupos de 20 vagões, foi para a câmara de gás", contou Willenberg. 
 Ele era um dos 750 prisioneiros de origem judaica que trabalharam em Treblinka. Sua função era vasculhar os pertences dos que foram mortos nas câmaras de gás. "Um dia eu estava passeando", diz ele, com a voz embargada. "Naquele dia, eu olhei. Minha irmã menor tinha um casaco que havia ficado pequeno nela. Minha mãe aumentou o tamanho das mangas com um pedaço de veludo verde. Foi assim que eu reconheci (o casaco). Eu ainda consigo vê-lo hoje." 
 Ele interrompe a história e diz que não consegue mais falar. Mas em seguida ele continua. "Foi assim que eu fiquei sabendo que minhas irmãs acabaram em Treblinka. Eu compreendi que eu não tinha mais irmãs. Eu olhei, mas não chorei. Eu não tinha mais lágrimas, apenas ódio." 

Revolta
Um pequeno grupo de prisioneiros planejou uma revolta. Os trens haviam parado de chegar a Treblinka em abril de 1943. O comandante da SS, Heinrich Himmler, visitou o local em março. Pouco depois, vários corpos foram desenterrados, para que fossem empilhados e queimados. Os nazistas tentavam acobertar os seus crimes. As queimas deste tipo continuaram ao longo do verão europeu de 1943. Os trabalhadores sabiam que seriam mortos assim que terminassem a função. No dia 2 de agosto, com uma cópia de uma chave, eles abriram a casa de armas da SS, distribuíram o arsenal entre si e colocaram fogo no campo.
Em meio ao caos da fumaça, tiros e explosões, Samuel Willenberg começou a correr. Ao seu lado, estava um amigo que era pastor protestante, mas de origem judaica, conhecido como "o sacerdote". "O sacerdote e eu começamos a correr, tentando fugir. Eu tinha uma metralhadora. O sacerdote corria ao meu lado, até que foi atingido na perna e caiu. Ele pediu que eu o matasse. Eu disse: 'olhe para trás, para o campo de extermínio, onde sua esposa e seu filho foram mortos' e dei um tiro em sua cabeça"
 Ele conseguiu fugir pulando por cima dos corpos de seus antigos amigos. Menos de 70 prisioneiros conseguiram fugir e sobreviver à guerra. Depois da revolta, os nazistas demoliram o campo, que virou uma fazenda administrada por uma família ucraniana.
Longe do campo, Samuel Willenberg tomou um trem para Varsóvia, onde reencontrou a família. "Eu abri a porta para minha mãe. Você não consegue imaginar o que é voltar do inferno e ver sua mãe e seu pai. A primeira coisa que me perguntaram, depois, foi: 'Talvez você tenha visto (suas irmãs) Itta e Tamara?' Eu nunca consegui contar para eles que tinha visto suas roupas". Willenberg juntou-se ao Exército secreto polaco e lutou contra os alemães em agosto de 1944. Depois da guerra, casou-se e migrou para Israel. Mas volta constantemente a Treblinka, liderando grupos de jovens visitantes.


Sonho antigo
Este ano, Samuel Willenberg concretizou o sonho antigo de lançar a pedra fundamental de um centro educacional em Treblinka, desenhado por sua filha arquiteta, Orit
A maioria dos soldados alemães em Treblinka nunca foi condenada pelos crimes cometidos ali. O comandante Franz Stangl recebeu pena perpétua de prisão em outubro de 1970, após um julgamento em Dusseldorf. Ele morreu na prisão no dia seguinte. Outros dez réus também foram julgados em Dusseldorf. Quatro receberam prisão perpétua, cinco ganharam penas de três a 12 anos e um deles foi absolvido.

Fonte: BBC Brasil

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Cúria de Cracóvia cria site da JMJ 2016


A arquidiocese da Cracóvia criou, em tempo recorde, um site oficial para a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada em 2016, na Polônia.
O papa Francisco anunciou no último domingo, dia 28, que a próxima edição do encontro mundial de jovens católicos ocorreria na Cracóvia.
A notícia foi dada durante a missa de encerramento da JMJ 2013, realizada semana passada, no Rio de Janeiro.
O cardeal e arcebispo de Cracóvia, Stanislaw Dziwisz, comemorou o anúncio. "Recebi com grande alegria a notícia anunciada pelo papa Francisco de que a próxima Jornada Mundial da Juventude ocorrerá na Polônia, em 2016", disse Dziwisz, ex-secretário particular do papa João Paulo II.

Fonte: Agência Ansa

terça-feira, 30 de julho de 2013

Polônia receberá jovens com coração aberto, diz Cardeal de Cracóvia

Da Redação, 
com Rádio Vaticano


Aguardamos ansiosos para fazer vigília com os sentinelas da manhã nas festividades em Cracóvia, disse o cardeal Stanisław Dziwisz.
Após o anúncio de que a próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) será em Cracóvia, na Polônia, em 2016, o cardeal arcebispo metropolitano da cidade, Dom Stanislaw Dziwisz, afirmou que receber o evento será uma "honra e grande responsabilidade".
O cardeal recordou que o encontro mundial acontecerá no mesmo ano em que será celebrado o 1050° ano do Batismo da Polônia. E disse se alegrar pelo Papa Francisco ter aceito o convite das autoridades e do episcopado polaco para realizar a jornada do país. "Com isto, ele respondeu ao desejo de tantos jovens que há tempo desejam celebrar sua fé no país e na cidade de Karol Wojtyła".

Leia a nota na íntegra:
 “Recebi com grande alegria a mensagem anunciada pelo Papa Francisco de que a próxima Jornada Mundial da Juventude será realizada na Polônia no ano 2016. É uma alegria, uma honra e grande responsabilidade para nós. Será no mesmo ano em que celebraremos o 1050° ano do Batismo da Polônia. Com toda a Igreja na Polônia, eu me alegro porque o Papa Francisco aceitou o convite a ele dirigido pelas autoridades da República da Polônia e o Episcopado Polaco.
Com isto, ele respondeu ao desejo de tantos jovens que há tempo desejam celebrar sua fé no país e na cidade de Karol Wojtyła, ele que desde a cidade de Cracóvia partiu em outubro de 1978 para a Cidade Eterna, e quem como João Paulo II, Bispo de Roma, instituiu as Jornadas Mundiais da Juventude.
Dentre as diversas iniciativas pastorais de João Paulo II, as Jornadas Mundiais da Juventude sem dúvida têm sido de grande sucesso, abrangentes e frutuosas.
O Santo Padre, desde o começo, viu nos jovens "sentinelas da manhã" (cf. Isaías 21, 11-12), fazendo vigília ao amanhecer do Terceiro Milênio (Tor Vergata, 19 de agosto de 2000).
Hoje, a Polônia e Cracóvia abrem seus corações, para que daqui a três anos possam acolher os jovens peregrinos sob a liderança do Papa Francisco.
Nós estamos gratos ao Papa por sua decisão de visitar o país do Beato (que em pouco será Santo) João Paulo II, e aguardamos ansiosos para fazer vigília com os "sentinelas da manhã" nas festividades em Cracóvia.
Santo Padre Francisco, aguardamos ansiosos e com alegria a sua vinda e a chegada de nossos jovens amigos”. Cardeal Stanisław Dziwisz, Arcebispo Metropolitano de Cracóvia.

Stanisław Dziwisz foi o secretário pessoal de Karol Wojtyła durante todo o pontificado do cardeal de Cracóvia e Papa João Paulo II. Serviu como secretário ao Beato João Paulo II de 1966 até 2005. Após a morte de seu superior, o cardeal Dziwisz foi nomeado pelo Papa Bento XVI, em 2006, para o lugar de onde saiu Wojtyła para ser o Bispo de Roma e principal líder de todos os católicos apostólicos romanos do mundo inteiro.  Foi para Dziwisz que o Papa João Paulo II ditou seu testamento.

Dziwisz nasceu em 27 de abril de 1939 (74 anos), na gmina (Distrito) de Raba Wyżna. Doutor em teologia pela Universidade Católica de Lublin, em 1981.
Seu livro Świadectwo, de 2007, (Testemunho), descrevendo as memórias da vida e obra de João Paulo II, virou um filme longa metragem que estreou simultaneamente na Polônia e na Itália em 2008.
Por decreto do presidente da Polônia Aleksander Kwaśniewski de 10 de Outubro 2003 e em reconhecimento à sua notável contribuição para o desenvolvimento da cooperação entre a República da Polônia e a Santa Sé foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Polonia Restituta
Ele recebeu a Ordem da Libertação de San Martin em 1998 da Argentina; a Grã-Cruz de Isabel a Católica, em 1999, na Espanha); a Grã-Cruz da Ordem do Mérito da República Italiana, em 2000, da Itália); a Grã-Cruz da Ordem de Mérito, em 2008, de Portugal, o grande emblema de Ouro de Honra ao Mérito com a fita da República da Áustria, em 2009,  e a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito, em 2010, da Columbia. Em 2009, a Câmara de Cracóvia, deu-lhe o título de cidadão honorário da cidade pelo cuidado pastoral em Cracóvia, bem como no atendimento do legado de João Paulo II .
Além disso, concederam-lhe a cidadania honorária da cidade, Wadowice (2001) [46], Pelpin (2006), Nowy Targ (2006), Mszany (2007) [49], Opoczna (2007) [50], Miedzyrzec Podlaski (2010), e Buenos Aires, na Argentina (2009).  Dziwisz tem o mesmo nome do pai e é filho de Zofia Bielarczyk.

sábado, 27 de julho de 2013

Świdnicka, o restaurante mais antigo da Europa está na Polônia


Desde 1275, a praça central da cidade de Wrocław (pronuncia-se vrotssúaf), abriga o mais antigo restaurante da Europa, o Piwnica Świdnicka (Adega da "cornizada") famoso pelo Gołonka, ou joelho de porco e a cerveja inigualável.
A sobreviva da adega foi ao longo dos séculos sendo prorrogada, tendo recebido sua forma final no século XV.


É a única cervejaria da cidade por centenas de anos que manteve o "layout" interior original e suas funções inalteradas. O porão da cervejaria Świdnicka sempre foi bem frequentada não só pelos moradores de Wrocław, mas também pela maioria dos visitantes da Baixa Silésia.

Em uma das salas da adega foi escrito a frase "Quem não foi no porão Świdnicka não esteve em Wrocław."

No livro de visitas estão nomes de reis, príncipes, militares, poetas, artistas e cientistas. Gente famosa como Fredyryk Chopin, Julisz Słowacki, Józef Wybicki (autor do hino da Polônia) e Johann Wolfgang von Goethe.


A cervejaria começou a funcionar em 1519. O átrio do porão foi ligado por um túnel subterrâneo até a cervejaria, onde foram instalados os barris de transfusões de cerveja. A decoração do porão era bastante modesta - paredes rebocadas, bancos e mesas simples.


A natureza do interior não se alterou até meados do século XIX, quando aconteceu a primeira reconstrução do local, em 1904. Foram feitas alterações na cozinha e instalada a iluminação elétrica.
Outra grande renovação aconteceu 1936, quando ganhou um novo design de acordo com os bares e as adegas de vinho da Alemanha. Durante o bombardeio de 1945, a adega sofreu poucos danos. Nada foi alterado até o final da década de 50, mas por 15 anos após a guerra a adega ficou fechada.

Em 1960, o local foi adaptado para servir a clube de jovens. O porão recebeu uma sala de cinema, restaurante, bar e sala de jogos. Algumas salas foram utilizadas para fins de exposição, onde foram mostrados hamsters, animais venenosos e instrumentos de tortura.


Após a grande inundação da cidade no final do século passado o local ficou completamente em ruína e a destruição ameaçou todo o edifício.

Em 1996, a prefeitura Municipal de Wrocław começou um dos reparos mais completos da história da Świdnicka em seus mais de 730 anos.

As paredes foram secas e preservadas da umidade. Foram substituídos completamente o mobiliário antigo e todas as instalações. O design do interior baseado nos registros históricos extraídos de arquivos dos museus foi reinstalado assim como as peças e acessórios do mobiliário e equipamentos foram feitos nas melhores oficinas de artes e ofícios especializados em reprodução de antiguidades.


Foram investidos no local mais de 24 milhões de dólares numa área total de de 1.680 m2 de restaurante, dos quais 900 m2 são divididos em nove salões. A adega principal pode proporcionar aos seus hóspedes 380 lugares com a possibilidade de reserva de salas individuais.

A cozinha da Piwnica (Adega) Świdnicka está baseada em pratos polacos tradicionais e o famoso joelho de porco à moda polaca, ou Gołonka. Além é claro do Carneiro Branco, o piwo (cerveja) especial fabricado sob encomenda de acordo com uma das mais antigas receitas do mundo.


Documento de 1332, registra a fabricação do Piwo Świdnica, em Wrocław.

Portanto, a Alemanha que se vangloria de ser criadora da moderna cerveja com base na Lei da Pureza Alemã de cerveja de 1516 - a Reinheitsgebot - que definia os únicos materiais permitidos para fabricação de cerveja como sendo malte, lúpulo e água, MENTE!

A cerveja como a conhecemos hoje, não é definitivamente invenção alemã. Mais Sim polaca!!!

A mesma receita decretada em 1516 na Renânia,  já fazia parte das centenas de cervejarias polacas nos anos 1200, como por exemplo,  a cerveja EB da cidade polaca de Elbląd criada em 1336.

Naqueles anos eram nada menos do que 159 mestres cervejeiros naquela cidade polaca.

FECHADO DESDE 2017


A prefeitura da cidade consegui na Justiça recuperar as instalações do Restaurante e Adega Świdnicka.

A mais antiga cervejaria da Europa no final de 2017 foi voluntariamente entregue ao município pelo administrador anterior - a empresa Piwnice Świdnickie.

O restaurante está fechado até novo aviso.


A cervejaria mais antiga do Velho Continente após várias centenas de anos de atividade, foi fechada de repente. Na porta do estabelecimento foi colocado uma placa: "instalações fechadas até novo aviso". 

Os funcionários que não puderam entrar nas instalações depois da decisão judicial. Em 29 de dezembro, a empresa Piwnice Świdnickie, proprietária das instalações, entregou-a à prefeitura de Wrocław, a proprietária do imóvel.

"De acordo com com tribunal de primeira instância a a empresa "Piwnice Świdnickie" em 27 de março de 2012 ocupou as instalações de propriedade da municipalidade sem contrato de aluguel, ou arrendamento. A dívida da empresa devido ao uso das instalações é de mais de 2 milhões de złotych (pouco acima de dois milhões de reais)",  diz Maja Wysocka, da prefeitura de Wrocław.

Quando será que a adega Świdnicka será aberta novamente?

Difícil dizer. Isso ainda não é conhecido. A prefeitura diz que se deve primeiro esclarecer a situação legal das instalações. Situação que durou pelo menos cinco anos, quando a batalha judicial entre o magistrado e a empresa que administrava o restaurante começou. A municipalidade queria se desalojar a empresa Piwnica Świdnicka, que funcionava há anos no local.

O primeiro pedido de despejo junto ao tribunal aconteceu em 2013. A cidade nunca recebeu aluguel. Para dívida por não pagamento (contando os juros), segundo o Conselho Municipal de Wrocław tem que ser paga.

Ainda em 2013, o município procurou um novo investidor para a cervejaria. Até licitaçao foi aberta. Foi mais um escândalo, isto porque, a empresa ganhadora e acionada na justiça ofereceu o menor aluguel possível. A empresa ganhou, porque o comitê do concurso gostou do programa de culinária proposto e da introdução da culinária de Wrocław na Piwnica.

Naquela época, muitas pessoas falavam sobre a introdução no cardáipio do bigos de Wrocław que são feitos com repolho roxo. O controverso concurso foi anulado. Tudo ocorreu no clima de suspeitas e acusações de que a licitação foi desonesta e seu vencedor estava em  sintonia com as autoridades municipais.

Houve até mesmo uma investigação do promotor neste caso, mas a promotoria não detectou nenhum crime. Em seguida, o empresário, Ryszard Varisella, que anteriormente alugava as instalações, entrou ele com uma ação na justiça.

Ele alegou que renovou o contrato da cervejaria-restaurante por 27 milhões de złotych e exigiu a liquidação dessas despesas por meio de outro contrato de arrendamento de nove anos.

Varisella ressaltou que em 2011, foi a ele prometido por alguém da prefeitura da cidade, um contrato de locação sem licitação em troca dos milhões que ele colocou na reforma do restaurante. Mas a prefeitura não queria ouvir falar de aluguel sem uma proposta.

O restaurante - renovado há muitos anos - requer mais investimentos para continuar oferecendo a mesma comodidade e qualidade, e mais do que isso, preservando o cardápio e a cerveja de quase mil anos de existência. Varisella diz ter dinheiro, mas só investirá quando conseguir um novo contrato.

Enquanto isso não acontece, perde Varisella, perde a prefeitura, perde o povo, perde a história, perde a Polônia e perdem os turistas e frequentadores.

Piwnica Świdnicka
Rynek Ratusz 1,
50-107 - Wrocław
Polska
tel. (0 71) 369 95 10,
fax (071) 369 95 11,
kom. 512 339 482
http://strona.piwnicaswidnicka.com/
e-mail: piwnica@piwnicaswidnicka.com

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Nobels da Paz se reunirão em Varsóvia

Em outubro próximo, Varsóvia vai receber alguns dos últimos vencedores do Prêmio Nobel da Paz.
Pela primeira vez, a reunião estará sendo realizada na Europa Central e Oriental. "Solidariedade para a Paz - hora de agir" - é o título da XIII Reunião de Cúpula Mundial dos Ganhadores do Prêmio Nobel da Paz,  que começa em 21 de outubro e vai durar três dias.
Os desafios atuais do mundo e como garantir a paz é o que conversarão o Líder tibetano Dalai Lama, o ex-presidente da URSS Mikhail Gorbachev, o ex-presidente Sul-Africano Frederik Willem de Klerk e a advogada iraniana Shirin Ebadi.
O encontro anual é uma iniciativa do laureado Gorbachev. A primeira vez, esta reunião foi realizada em 2000, em Roma, e hoje é reconhecido como um dos principais eventos do mundo que promovem a democracia, a liberdade e a paz.

A organização do encontro de Varsóvia é iniciativa do Instituto Lech Wałęsa (pronuncia-se lérrr vaúensa).
 Como anfitrião da cúpula deste ano o polaco vai lembrar ao mundo a idéia de atemporalidade do "Solidariedade", daí o título do evento - diz Piotr Gulczyński, presidente do instituto.
O evento deste ano coincide com o 30º aniversário da atribuição do Prêmio Nobel da Paz a Lech Wałęsa em 1983.
"Desenvolvimentos políticos recentes no mundo tendem a uma discussão séria sobre os conceitos de desenvolvimento da era globalização no mundo", diz Wałęsa
"Precisamos encontrar soluções comuns para a construção de um mundo seguro e próspero. Com a ajuda e - Solidariedade - se pode fazer grandes coisas. Ao receber o mundo novamente se ouve -Solidariedade- na Polônia", completa o ex-presidente polaco.
Quem está exultante com a reunião é a prefeita Hanna Gronkiewicz-Waltz. "O movimento - Solidarność - foi um marco no caminho para a recuperação da independência da Polônia. Suas ideias vivem sempre em Varsóvia - uma cidade de liberdade", argumenta a prefeita.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Encontro em Curitiba com o padre da cidade do meu avô

Foto: Ulisses Iarochinski
Essa eu tinha esquecido de registrar... Na última sexta-feira, no Bosque do Papa, embaixo daquela chuva e no meio daquela polacada toda reunida no "Dia Polaco", em Curitiba, preparatório para a Jornada Mundial da Juventude... teve um momento em que olhei para o lado e vi um rapaz sorrindo.... Cumprimentei-o com um "Witam...Dzień Dobry!"
E ele respondeu a saudação completando em idioma polaco: "Mas... o senhor é polaco?" Contestei que não... que era "brazylijczykiem polskiego pochodzenie" (brasileiro de origem polaca)... e ele: "Mas aprendeu falar tão bem, onde?" Eu brincando disse: "Ah! Passei três dias em Cracóvia e aprendi."... Ele: "Impossível! O idioma polaco é o segundo mais difícil do mundo... não dá para aprender em três dias... nem abençoado por Deus é possível"... e riu.
A conversa prosseguiu no meio dos cantos e danças do palco, dos pingos da chuva e da algazarra de um grupo de cinco meninas polacas (deviam ter uns 12 anos cada uma - cruzaram a Europa e o Atlântico acompanhadas apenas pelo padre da paróquia).
A foto acima, a propósito, tirei ano passado, em Wojcieszków, cidade onde nasceu meu avô, minha bisavó e seus trisavós, no Centro-Leste da Polônia. Surpreso, o padre ficou, quando mencionei que meu avô Bolesław Jarosiński, nasceu em Wojcieszków.
Com os olhos bem abertos, ele abriu um largo sorriso e disse: "Sou padre, moro em Varsóvia, mas é inacreditável! Só mesmo por Deus! Eu também... sou de Wojcieszków, perto de Siedlce....minha família toda é de lá".
Então, ele repetiu meu sobrenome, abriu a mochila e deu-me de presente um CD onde se lê: "Rozpoznać Boże Miłosierdzie - cz. I,II,III - rekolekcje wygłoszone w Sanktuarium Chrystusa Miłosiernego w Białey Podlaskiej. Zapis na Żywo - Bonus - Piosenki. Wydanie III " (Reconhecer a Misericórdia de Deus - p. I, II, III - Recordação de sermões no Santuário de Cristo Misericordioso em Biała Podlaska (terra de meu amigo deputado PiS Adam Abramowicz). Registro ao vivo - Bônus - Cânticos. Edição III). CD que acabei de escutar....o nome do padre? Rafał Jarosiewicz... quase Jarosiński (Iarochinski) não?
Realmente dupla coincidência, apesar do meu bisavô Piotr Jarosiński não ser de Wojcieszków... mas de Poręby - Dobre, próximo a Mińsk Mazowieckie, os nossos sobrenomes são muitos parecidos (Deve ser problema de cartorário polaco).
Mas, é preciso dizer, que na terra do meu avô, Boleslau... Só tenho familiares do lado da minha bisavó, que são os Filip e os Ognik
Ah. Sim...a foto! São muitas as casas de tronco com janelas decoradas com esses enfeites de madeira por lá... além dos nossos conhecidos lambrequins curitibanos... Alguém tem alguma dúvida de que os lambrequins curitibanos são polacos...da região da minha bisavó Anna (Ognik - Filip) Jarosiński?

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Radwanska nua é expulsa de grupo católico


A Polônia é um dos países mais devotos ao catolicismo no mundo. Cerca de mais de 95% da população se declara católica romana.
Em um cenário como esses, não cai bem para uma esportista mostrar as curvas mais íntimas do seu corpo. Pelo menos foi o que aconteceu com a tenista Agnieszka Radwanska, que posou nua para revistas Body Issue Wprost e acabou sendo expulsa do Krucjata Mlodych (Cruzada Jovem), grupo religioso do qual a atleta apoiava.
Assim que as imagens de Radwanska vieram a público, uma grande polêmica foi criada na Polônia e a musa passou a ser alvo de insatisfações da parte mais religiosa conservadora do país.
O padre católico chamado Marek Dziewiecki fez comentou e criticou o ensaio: "É uma vergonha que alguém que tenha declarado seu amor por Jesus esteja agora promovendo uma mentalidade masculina, de homem olhando para uma mulher como uma coisa mais do que uma filha de Deus que merece respeito e carinho".


Número 4 do ranking mundial da WTA, a polaca Agnieszka Radwanska saiu inicialmente na tradicional edição 'Body Issue' da revista ESPN. Conhecida no circuito feminino de tênis pela sua fé católica, Radwanska já protagonizou campanhas na TV de seu país a favor da aproximação dos jovens com a religião.
Neste ano, a semifinalista no último Grand Slam de Wimbledon participou de um comercial no qual soletrou a palavra ‘Jesus' com bolas de tênis e pediu aos conterrâneos para não abdicar da crença.
A organização Krucjata Mlodych afirmou em comunicado que o ensaio, embora não tenha conteúdo explícito, tem o aspecto provocativo, o qual evidenciou o "comportamento imoral" da tenista. Radwanska, até o momento, não emitiu resposta sobre o assunto.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Mestres da fotografia polaca

O jornal Gazeta Wyborcza da Polônia promove o "Concurso Mestres da Fotografia" entre os profissionais polacos da imagem. Aqui cinco exemplos da qualidade da fotografia polaca...desde antes da segunda guerra mundial.


Foto de Piotr Dejenka, de Lublin, feita nos arredores da capital do Leste Polaco.

Clássica foto de foto-reportagem - intervenção do serviço de emergência na praça Grunwald, em Szczecin. Provavelmente eles pessoas esperando para o bonde para o upitego desabrigados no esquecimento chamado. Foto de Marek Sakowicz.

O fotógrafo Dominik Żyłkowski fez esta foto no Planty (Parque-Bosque) de Elbląg (cidade do Norte da Polônia). Na foto, aparecem Ada e Łucasz Kotyńscy (parece estar levitando).

O amor. Michał Frąckowiak fez esta foto em junho de 2013 na Ulica (rua) Dużej, em Kielce.

Cidade de Łódź (pronuncia-se uudji). Ulica (rua) Franciszkańska, esquina com Wojska Polskiego. Esta foto foi feita na área do antigo gueto da cidade. Contra o fundo de um prédio em ruínas passam três moradores de rua. A foto é de Mariusz Gaworczyk e foi feita em 2012. "Se as fotos forem tomadas fora do tempo. Podem enganar... pois podem pensar que foi durante a segunda guerra, mas não...foi feita em Łódź no ano de2.012".

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Polônia busca rentabilizar estádios da Eurocopa

Estádio Nacional de Varsóvia
Enquanto no Brasil a população protesta, entre outros motivos, pelos gastos elevados com a organização da próxima Copa do Mundo, a Polônia se esforça para tentar tirar proveito dos quatro estádios construídos para a Eurocopa do ano passado, sem que nenhum deles seja rentável no momento.
O Estádio Nacional de Varsóvia representou um investimento de 1,6 bilhão de złotych (R$ 1,1 bilhão) e foi a sede mais cara da Euro-2012. Atualmente, o local é um bom exemplo de como as autoridades polacas tiveram que usar a criatividade para que as instalações não sejam uma carga após o fim do torneio. A manutenção do estádio tem um custo mensal de R$ 2,2 milhões, disse  a responsável de relações com a imprensa, Joanna Janowicz, que garante que o local vem se esforçando para ser útil, atrativo para a população e, claro, também rentável.

Estádio de Ambar de Gdańsk
Situação parecida vivem os estádios das outras três sedes polacas da Euro: Gdańsk, com um custo de perto de R$ 580 milhões, Wrocław, mais de R$ 550 milhões e Poznań, que gastou R$ 535 apenas para reformar um estádio já existente.
Em janeiro deste ano, Varsóvia transferiu a gestão do Estádio Nacional à sociedade pública PL.2012+, com a finalidade de dar uma visão mais comercial às instalações.

Estádio de Wrocław
O plano de negócio, como acontece nas outras sedes da Eurocopa, se baseia em três pilares: transformar o estádio em sede de eventos esportivos, receber shows e eventos de massas e organizar visitas organizadas e atos sociais alugando camarotes.
O objetivo é que o local seja ao final rentável e cubra custos para 2015, algo em que serão decisivas as conferências e eventos corporativos que forem atraídos a seus mais de 40 mil metros quadrados, ainda de acordo com Joanna.
As visitas organizadas e guiadas são outro dos atrativos do Estádio Nacional. O espaço recebe 4 mil pessoas por dia que pagam ingressos que custam de R$ 3 a R$ 15 euros. As previsões da PL.2012+ indicam que o local fechará o ano com receitas de entre R$ 13 milhões e R$ 14 milhões.
Para 2014, esse número, de acordo com Joanna, deve subir para R$ 24 milhões. Até agora, o mês mais rentável foi maio, graças, principalmente, a grandes eventos, como shows de Beyoncé e Paul McCartney, que em sua primeira apresentação na Polônia reuniu cerca de 30 mil espectadores.

Estádio de Poznań
A mesma situação vivem as outras três sedes. Os estádios de Gdańsk e Wrocław se viram como pode: o primeiro deles receberá um amistoso entre Barcelona e um time local no próximo dia 20, e o segundo passou a organizar visitas guiadas na última segunda-feira.
Todos estes estádios, inaugurados com atraso em relação à data prevista, são também exemplo da precipitação com que são finalizadas muitas das infraestruturas para a Eurocopa, pressa que em alguns casos provocou problemas posteriores, como os buracos surgidos no Estádio Municipal de Poznań após o torneio.
Também são vistos buracos em uma estrada aberta ao público um dia antes da abertura da Eurocopa, em Varsóvia. A via foi inaugurada sem estar pronta e até hoje não foi concluída.