local de quarentena dos imigrantes, no Rio de Janeiro.
Os primeiros polacos, comprovadamente, chegaram, em 1824, e 105 deles foram assentados junto com imigrantes saxões (atuais alemães) na Colônia São Leopoldo. Foram durante muitos anos identificados como sendo alemães.
O padre polaco, Augustyn Lipiński TJ e seu irmão Sontag TJ eram conhecidos em 1849, em Dois Irmãos, no Rio Grande do Sul. Junto com eles estava o também polaco Padre Sedlak TJ, em São José Hortêncio.
O polaco Maksymilian Borowski, silesiano de cidadania prussiana, era professor em Santa Cruz do Sul, em 1851.
Imigrantes polacos, em número cada vez maior, começaram a chegar em 1857, para serem assentados em Santa Cruz do Sul e em Santo Ângelo, na região das Missões. O coronel polaco Florian Żurowski, chegou em Santo Ângelo, nesse mesmo ano, nomeado que fora como diretor de colonização. Ainda neste ano, chegou um terceiro grupo, em Santa Cruz.
Em 1869, deu entrada no Brasil o padre Marian Giżyński para ser pároco em Boa Vista – Pelotas, Alegrete e Passo do Rosário.
O grupo de 1875 foi assentado na Colônia Conde d’EU, onde hoje é a cidade de Garibaldi, e é considerado por aqueles historiadores erroneamento como o marco inicial da imigração polaca no Rio Grande do Sul. Eles entraram com passaportes prussianos (atual alemão).
Teodor Kraszewski e Jan Danielski com suas esposas estão registrados como proprietários dos Lotes 105 e 25 respectivamente e são considerados os primeiros polacos das terras gaúchas. Junto com eles estavam os Cichoscki, Kolosa, Czarnowski, Remus, Lewinski, Kurek, Bruski, Miszewski, Bilski, Szotrymowski, Sikorski e Ozowski, Merczel, Mokwa, Babinski, Zyglinski, Krewta, Szczpanski, Jaworski, Wisniewski, Grzeczka, Kufel, Dolnic, Kolc, Müller, Hamerski, Kuszkowski, Polon e Wós.
Relatório da Assembleia gaúcha, de 27 de dezembro de 1878, apresentado no Rio de Janeiro, em sua página 114, registra a presença de 49 polacos, na colônia Caxias. Informa ainda que em 10 de junho daquele ano, 17 signatários polacos encaminharam um abaixo-assinado ao diretor da colônia de Caxias onde pediam um sacerdote.
Dois anos mais tarde, em 1877, outro grupo de 400 pessoas, identificadas como russos chegou a Porto Alegre, procedentes de Santa Maria da Boca do Monte.
Eram na verdade polacos com passaportes russos.
A partir de 1890, o número de imigrantes polacos passou a ser expressivo, no Rio Grande do Sul, com grupos chegando mês a mês.
O ativista social Antoni Hempel em viagem ao Brasil identificou em seu livro "Polacy w Brazylii" de 1893, cerca de 12.500 imigrantes polacos, chegados em Porto Alegre, entre 1890 e 1891.
No Rio Grande do Sul, cerca de 40 localidades abrigaram os imigrantes polacos no desenrolar do processo de colonização: Rio Grande, Porto Alegre, Pelotas, Camaquã, Encruzilhada, Santo Antônio, Baixa Grande, Caxias do Sul, São Marcos, Veranópolis, Bento Gonçalves, Guaporé, Casca, Passo Fundo, Getúlio Vargas, Lagoa Vermelha, Erechim, Áurea, Sananduva, Gaurama, Barão de Gotegipe, Quatro Irmãos, Ijuí, Perau, Seberi, Tucunduva, Santa Maria, General Vargas, São Luís Gonzaga, Silveira Martins, Cruz Alta, Catuípe, Três de Maio, Santo Ângelo, Santa Rosa, Alecrim, Guarani das Missões, Guaíba e Garibaldi.
Exemplo de equívoco histórico e esta foto do primeiro moinho de Ijuí. Os historiadores da cidade identificam esta família como sendo de origem austríaca, quando na verdade eram polacos, de regiões ocupadas pelo Império da Áustria, que para imigrarem tiveram como único documento de saída, o fornecido pelas autoridades austríacas.
Fonte: MARQUES, Mário Osório; GRZYBOWSKI, Lourdes Carvalho. História Visual da Formação de Ijuí, MADP/UNIJUÍ Editora, p. 20. |
O governo russo sabedor da situação, designou o embaixador Pierre Bogdanoff para recrutar soldados para o exército russo entre os jovens imigrantes polacos do Rio Grande do Sul.
Em suas viagens pelas colônias gaúchas, Bogdanoff fazia propaganda das intenções de sua majestade em perdoá-los pela saída ilegal do Reino e de pagamento de transporte para o Cáucaso e interior da Ásia.
Em muitas colônias entretanto, o emissário teve que fugir sob ameaças de violência e morte. Os boatos se espalharam e muitos descontentes voltaram para Porto Alegre em busca do sonhado repatriamento. A situação precária de alimentação e saúde causava surtos epidêmicos de tifo e varíola.
Os polacos irritados com a penúria em que viviam acabavam provocando distúrbios. Num deles foram presos 8 deles. As autoridades gaúchas ordenaram que qualquer caso de doença fosse imediatamente comunicado.
A família Zieliński de Dom Feliciano teve algumas crianças infectadas. Alguém denunciou o fato e a polícia, em nome da saúde pública, fuzilou todos os membros da família.
Aproveitando-se da extinção da hospedaria do imigrante em Porto Alegre, os policiais espalharam muitos dos descontentes pelos portos brasileiros, a fim de que eles procurassem voltar para a Polônia.