sexta-feira, 11 de julho de 2025

11 DE JULHO - Data nacional na Polônia

Lembramos que a flor de linho se tornou um símbolo da lembrança do Massacre da Volínia.

O linho já foi amplamente cultivado nestas terras, e julho é a época em que floresce. Esta delicada flor foi oficialmente reconhecida pelo Instituto da Memória Nacional da Polônia como um símbolo da lembrança dos eventos ocorridos na região da Volínia polaca.

Seu breve florescimento nos lembra das vidas interrompidas de milhares de vítimas inocentes. A cor azul da flor simboliza a perseverança, tanto na preservação quanto na transmissão da memória deste fragmento de nossa história.

As propriedades curativas do linho nos lembram da capacidade do tempo de curar feridas e aliviar o sofrimento. Ao mesmo tempo, combinar o linho com simplicidade, pureza e paciência é uma homenagem a todos aqueles que vivenciaram a violência durante aqueles tempos trágicos.

DOMINGO SANGRENTO – 11 DE JULHO DE 1943,

crânios retirados de valas comuns por arqueólogos

Este dia foi o ápice dos massacres da Volínia, um extermínio em massa sem igual de civis polacos na Volínia (região da Polônia até 1946) pela Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN-B) de Stepan Bandera, pelo Exército Insurgente Ucraniano (UPA) e pela população civil ucraniana.

Naquele dia, 99 localidades foram atacadas, principalmente nas áreas metropolitanas das cidades de Włodzimierski e Horochowski. Os massacres continuaram nos dias seguintes.

E não só nestes dias, mas até após o fim da Segunda Guerra Mundial em 8 de maio de 1945. Os assassinatos cruéis continuaram até 1947.

Estes grupos ruteno-ucranianos foram treinados pelos alemães nazistas de Adolf Hitler para não sobrar viva alma nas terras polacas devastadas por alemães e russos.

Desde 1946, as regiões polacas da Volínia, Podólia, Poesia, Lubelska e parte da Małopolska (Voivodia da Pequena Polônia) foram dadas graciosamente pelo líder soviético Józef Stalin para a atual Ucrânia.

O auge dos massacres ocorreu em julho e agosto de 1943. Essas mortes foram terrivelmente brutais, e a maioria das vítimas eram mulheres, crianças e idosos sobreviventes. As ações do Exército Insurgente Ucraniano resultaram em mais de 100.000 mortes. As estimativas do número de mortos variam entre 60.000 a 120.000.

LIMPEZA ÉTNICA

Massacre na Vila Lipniki

Entre os motivos que alimentavam a sanha de Bandera e seus liderados estavam o antipolonismo, o anticatolicismo romano e a tentativa de ucranização daquelas regiões. Mas a principal foi mesmo a limpeza étnica, uma tentativa ucraniana de impedir que o Estado polaco do pós-guerra continuasse sua soberania de mais de 800 anos sobre aquelas terras onde rutenos-ucranianos conviviam com outras etnias além da polaca, como cossacos, moldávios, polacos de origem judaica, alemães, húngaros, lemos, ciganos e romenos que faziam parte do Estado polaco pré-guerra.

A decisão de forçar a população polaca a deixar as áreas consideradas pela terrorista facção Banderita da Organização dos Nacionalistas Ucranianos como ucranianas ocorreu em uma reunião de referentes militares no outono de 1942, e foi planejado liquidar os líderes da comunidade polaca e aqueles que resistiriam.

Os comandantes locais do Exército Insurgente Ucraniano, na Volínia, juntando-se à revolta armada contra os alemães, começaram a atacar a população polaca, realizando massacres em muitas vilas.

Encontrando resistência, o comandante do Exército Insurgente Ucraniano na Volínia, Dmytro Klyachkivsky "Klym Savur", emitiu uma ordem em junho de 1943 para a "liquidação física geral de toda a população polaca."

E hoje, o governo polaco acolhe cerca de 5 milhões de refugiados ucranianos na Polônia.  

Meus parentes Jarosiński, em 1946, foram obrigados a sair de suas casas e terras na região da cidade de Lwów com a roupa do corpo e colocados em trens com destino ao sudeste da Silésia, na área rural da cidade de Bielsko-Biała, quase na fronteira com a Eslováquia.

A Polônia também é conhecida como a Terra do Linho (Lem) e o maior centro de confecções da Europa Central.

O sobrenome Lemiński tem origem num local de muito linho, que poderia ser traduzido livremente para Linhense. Sobrenome do poeta curitibano Paulo Leminski.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sempre muito esclarecedor .
Obrigada