quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

China reclama de nome de rotatória

Foto: Grazyna Jaworska /AG

A visita do Dalai Lama a Polônia tem repercutido bastante na China e no mundo, mas no Brasil a grande imprensa insiste em ignorar que o líder tibetano esteve em Gdańsk para as comemorações dos 25 anos do Prêmio Nobel da Paz de Lech Wałesa e ali se encontrou com o francês Nicolas Sarkozy, presidente de turno da União Européia e da França. Também ignorou o título de "doutor honoris causa" recebido pelo líder religioso na Universidade Iaguielônia de Cracóvia. Ao noticiar que a China tinha reclamado do encontro de Sarcozy com o Dalai Lama infringiu regra básica do jornalismo: não disse onde nem porque se deu o encontro.
Talvez agora mencionem que a China reclamou junto ao Ministério das Relações Exteriores da Polônia, sobre a decisão das autoridades de Varsóvia de denominarem uma rotatória de "Tibet Livre".
O Ministro polaco das Relações Exteriores Radoslaw Sikorski disse aos jornalistas que a questão ainda está sob discussão das autoridades municipais. "Nós, como governo, respeitamos a autonomia das autoridades locais e também o direito dos chineses se manifestarem sobre isto".
Um grupo de conselheiros municipais (equivalente a vereador) do bairro de Wola, na capital Varsóvia, apresentaram uma moção para denominar a rotatória como expressão de solidariedade com o povo do Tibet e protestar contra a violação dos direitos humanos.
Estes são os conselheiros municipais que neste dia 11 de dezembro, quinta-feira, devem votar a proposição de dar nome a rotatória de "Wolny Tibet" -  pelo Partido "Platformy Obywatelskiej" (PO): Marek Bojanowicz, Aleksandra Grzelak, Michał Kubiak, Michał Marciniak, Leszek Mikulecki, Dariusz Puścian, Joanna Tracz-Łaptaszyńska, Maria Weber, Ewa Widenka, Mariusz Wis, Monika Wiśnioch. Pelo Partido "Prawa i Sprawiedliwości" (PiS): Anna Brodzka, Małgorzata Cybulska, Beata Gosiewska, Maria Kucharska, Paweł Kuchta, Hanna Mrowińska, Jan Nowak, Marcin Rolski, Łukasz Szcześniak, Mateusz Tomala. Pelo grupo "Lewica": Andrzej Grudkowski, Joanna Kamieńska, Dorota Makowiecka, Mieczysław Zmysłowski.

A rotatória com o Google Earth

Estréia documentário sobre Kukliński

Identidade Militar

Um filme documentário sobre Ryszard Kuklinski, o general polaco que passava documentos ultra-secretos do Pacto de Varsóvia para a CIA -Central de Inteligência Americana durante o período comunista, teve sua estréia em Varsóvia, esta semana. A apresentação aconteceu no Teatro da Filarmônica de Varsóvia, com o patrocínio honorário dos Ministérios da Cultra, Defesa e das Relações Exteriores.
O filme, com o título de "War Games", deu um trabalho de cinco anos para Dariusz Jabłoński. Ele gravou na Polônia, Estados Unidos e Rússia. Entrevistou generais do alto comando, da CIA, o ex-conselheiro de segurança da presidência Norte-Americana Zbigniew Brzeziński (governo Reagan), o ex-presidente Lech Wałęsa, os generais polacos Jaruzelski e Kiszczak, o comandante das forças armadas do Pacto de Varsóvia o Marechal soviético Kulikov, e a viúva de Kuklinski, senhora Joanna. Nesta quinta-feira o filme vai ser exibido no Quartel General da CIA e o Presidente George W. Bush está convidado.

Recordado o Coronel Kukliński. Coronel Ryszard Kukliński (1930-2004). Pseudônimo de conspirador Jack Strong. Herói na Polônia e na América, ajudou EUA derrotar a Rússia Soviética, conseguiu em Moscou planos supersecretos de agressão do Exército Vermelho na Europa - impedindo a explosão da III Guerra Mundial, na qual a Polônia seria destruída por bombva atômica. Condenado pelos comunistas durante o período da Lei Marcial à morte, anulado pela livre República da Polônia.

O coronel polaco Ryszard Kuklinski passou mais de 40 mil páginas da maioria dos segredos soviéticos para a CIA entre 1971 e 1981. Eles descreviam entre outras coisas, planos para a imposição da Lei Marcial na Polônia. Pouco tempo depois da decretação da lei Marcial em dezembro de 1981, Kuklinski foi retirado da Polônia pela CIA, junto com sua família. Em 1984, um Tribunal Militar em Varsóvia o sentenciou à morte. A sentença foi anulada depois da queda do comunismo. Kuklinski visitou a Polônia em 1998.


Ryszard Jerzy Kukliński nasceu em 13 de junho de 1930 em Varsóvia e morreu em 11 de fevereiro de 2004 em Tampa, Estado da Flórida). Nasceu numa família de trabalhadores e de tradição socialista. Seu pai durante a segunda guerra mundial foi detido e morreu no campo de concentração de Sachsenhausen. Seus dois filhos, Bogdan morreu em acidente de barco, e Waldemar em acidente de carro.

Para alguns um herói, para outros um traidor. Mas a verdade é que sem a conspiração de Kuklinski muito pouco se saberia dos planos soviéticos e talvez o comunismo ainda persistisse por mais alguns anos.

Polônia em gotas - 3

Poupança e dívida
23% das famílias polacas possuem uma poupança
77% das famílias polacas não economizam nem mesmo 1(um centavo).

Os poupadores polacos depositaram em 2007 cerca 250 milhões de złotych. (312,5 milhões de reais).

Trabalho
9% dos polacos trabalharam no exterior nos últimos 10 anos.
13% dos polacos estão interessados em trabalhar no exterior.

Economia
86% das famílias têm dívidas e contraíram empréstimos nos bancos.
10% da economia familiar, na Polônia, é usada para pagar a moradia e impostos.

Alegria material
38,1% das famílias estão felizes com a situação material,
35,2% das famílias estão mais ou menos felizes,
26,7% das famílias polacas estão tristes com a situação materia.

Moradia
57% dos polacos moram em edifícios (conjuntos habitacionais),
42% dos polacos moram em residências individuais (casas),
1% dos polacos moram em outros tipos de residências.

Vício de fumar
32% dos polacos são fumantes,
22% dos polacos pararam com o vício de fumar,
45% nunca furaram cigarrros.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Os Tulecki no Brasil


O livro “Imigração Polonesa – a Família Tulecki no Brasil”, da socióloga curitibana Soeli Aparecida Tuleski, será lançado nesta quinta-feira 11/12, na Sociedade União Juventus, em Curitiba. 
Segundo Tuleski, "o livro traz um relato da vinda da Família Tulecki ao Brasil,  a partir do ano de 1873, fazendo considerações também sobre a formação de colônias no Paraná e em Santa Catarina, incluindo relações de nomes dos primeiros imigrantes proprietários. Este livro certamente irá ajudar os descendentes de imigrantes poloneses que pesquisas as suas origens, principalmente aqueles cujos ascendentes se estabeleceram em colônias do Sul do País".
Para Mariano Kawka, a autora relata a história familiar que se iniciou com a vinda ao atual município de São Bento do Sul, em Santa Catarina, de Andrzej (André) Tulecki (1830-1919), originário de uma pequena cidade chamada Brzostek, situada no distrito de Debica, no sul da Polônia, e que na época em que ele emigrou (1873) fazia parte da chamada Galícia, parte da Polônia ocupada pela Áustria, uma região que naquele tempo se apresentava especialmente afetada pelo atraso econômico e pela miséria.
Tulecki veio ao Brasil logo após a chegada do primeiro grupo de imigrantes poloneses, que se estabeleceram, também em Santa Catarina, em 1869. "Por isso, cabe um reconhecimento especial à autora por nos apresentar um relato detalhado, não apenas da chegada de um grupo de imigrantes vindos ao Brasil naquele longínquo ano, viajando no veleiro Zanzibar, mas também da continuação desta saga familiar, bem como uma breve biografia dos seus numerosos descendentes, hoje espalhados pelos estados de Santa Catarina e do Paraná, e que chegam hoje à sexta geração." destaca Kawka.
Além de Curitiba, na quinta-feira, o livro tem lançamento previsto para a cidade de São Bento do Sul / SC , no dia 13, sábado, na Agipel Papelaria, Av. Nereu Ramos, 69, das 09:00 às 12:30 horas. O livro vai estar à venda pelo site http://www.roeditores.com.br  ou através do e-mail sa.tuleski@uol.com.br e pelo telefone de Curitiba 41 3016-6157.

Concurso de Presépios de Cracóvia

Foto: divulgação

Cracóvia já vive o espírito de Natal desde primeiro de dezembro. A quermesse com barraquinhas vendendo presentes, produtos e enfeites de natal já está funcionando. O dia de São Nicolau (Papai Noel) já aconteceu no dia 6, nas só nas famílias, mas nas escolas, casas de moradia estudantis, e pelas praças, ruas, bares, restaurantes e discotecas.
Mas é o concurso de presépios da cidade que culmina todos os preparativos para a noite de 24 de dezembro.
O tradicional concurso existe há 66 anos e os competidores devem apresentar presépios ou cenas da natividade feitos manualmente e utilizando na maioria dos casos como produto principal o papel.
Estes belos e famosos presépios feitos de papéis coloridos representam em sua maioria a Basílica de Santa Maria, a edificação mais alta da praça central - Rynek Główny - com suas duas torres diferentes. 
A tradição do presépio cracoviano é muito mais antiga do que o concurso, entretanto.
No século 19, carpinteiros buscando um dinheiro extra para as festas faziam presépios e cenas da natividade em formatos os mais exóticos possíveis. O uso do papel foi uma derivação quando aumentou a demanda pelos presépios e diminuiu a oferta de madeira. O primeiro concurso foi realizado em 1927 por Antoni Wasilewski. Mas se oficializou em 1937. 
Este ano, o vencedor foi anunciado em cerimônia especial no Palácio Krzysztofory, neste fim de semana. Entre as diversas categorias, o júri anunciou o senhor Leszek Zarzycki como vencedor do maior presépio.

Na categoria tamanho pequeno venceu Maciej Moszewa. Não houve vencedor na categoria tamanho médio. Monika Drożyńska, uma artista plástica local, decidiu quebrar a tradição e incluiu algumas coisas a mais em suas cenas da natividade com o intuito de causar choque. Em que pese ela reclamar que não quis escandalizar ninguém, o júri a desclassificou.
O senhor Roman, cracoviano de 80 anos, disse que os competidores começam a fazer seus presépios para a próxima competição, quando são conhecidos os vencedores do ano. Participante há muitos anos, ele se orgulha de já ter vencido várias vezes, este não foi além de um quarto lugar na categoria tamanho médio, o que segundo ele, significa conquista do primeiro posto em 2009.
O Museu Histórico de Cracóvia conserva o mais antigo presépio cracoviano de autoria de Michał Ezenekier, criado em 1900.

Polônia em gotas - 2

Percentual da média de salários recebidos pelos polacos a cada mês:

- 4,3% da população recebe 300 złotych por mês
- 9,3% da população recebe entre 301 a 500 złotych por mês
- 24,1% da população recebe entre 501 a 900 złotych por mês
- 13,4% da população rerebe entre 901 a 1200 złotych por mês
- 16% da população recebe acima de 1200 złotych por mês.

Uma família polaca de três pessoas precisa de 5715 złotych por mês para ter condições materais de vida. 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Iaguielônia concede título a Dalai Lama

Doutor honoris causa UJ para Dalai Lama. Foto: Ulisses Iarochinski na tela da TVPInfo.

A Uniwersytet Jagielloński (universidade iaguielônia) de Cracóvia concedeu nesta segunda-feira, o título de doutor honoris causa ao 14º Dalai Lama.
A cerimônia aconteceu na Sala, local histórico, onde são feitas todas as colações de doutorado, festas nacionais e acadêmicas. Mas também de tristes momentos, quando durante a segunda guerra mundial, o ocupante alemão, convidou toda a inteligência polaca da época, mais de 400 catedráticos e cientístas para uma reunião. Todos, após o diuscurso do general alemão, sairam em camburão para o campo de concentração de Auschwitz.

"Sala" (Salão Nobre)  da Universidade. Foto: Ulisses Iarochinski na tela da TVPInfo.

Antes das palavras do 14º Dalailama, a diretora da Faculdade de Filosofia profa. Maria Flis leu o texto da proposta do título ao 14º Dalai Lama, uma iniciativa da profa. Beata Szymańska-Aleksandrowicz do Instituto de Filosofia da mesma Universidade. Como uma outra defesa de tese de doutoramento, também este teve uma banca de examinadores composta pelo dr hab. Krzysztof Kosior da Uniwersytet Maria Curie-Skłodowska de Lublin e a prof. Maria Krzysztof Byrski da Uniwersytet Warszawska. O título foi dado pelo excepcional alto padrão ético na vida social e pública; reconhecido pela sua alta autoridade moral; propagador da paz em grandes conflitos; imenso serviços para o desenvolvimento intercultural e religioso; promotor do respeito e entendimento das pessoas sobre diversos concepções do mundo e conceitos religiosos; e luta pela liberdade e direitos primordiais dos métodos pafíficos tibetanos.  

Quando de seu discurso, o homenageado lembrou dos períodos difíceis da Polônia, entre eles o comunismo e da luta de Lech Wałęsa pela solidariedade. "Estou muito honrado de ser laureado aqui, na mais antiga universidade da Polônia, porque sei que aqui é o coração da Polônia. Estou orgulhoso porque também receberam esta honraria o Papa João Paulo II e a Madre Teresa de Calcutá." Arrancou palmas e sorrisos quando disse estar com calor debaixo das roupas suntuosas da tradicional cerimônia. Disse então que, "Considero a mim próprio apenas um ser humano". Do Papa, ele disse ter se encontrado algumas vezes e as conversas foram sempre sobre a alma, mais do que tudo.
Mencionou que sua relação com a Polônia é antiga. Lembrou que logo depois de sua expulsão do Tibet, uma "mãe polaca", na Índia, muito o ajudou. Da mesma forma que uma segunda pessoa a lhe ajudar naquele período foi um polaco.
Depois da entrevista coletiva concedida, na própria universidade, respondeu a pergunta sobre como se chamada a mãe polaca que havia mencionado em seu discurso. "Ela foi como uma verdadeira mãe naquele momento. Não lembro o nome dela, apenas que era minha mãe polaca. ela me dava lições, aconselhava-me a comer, pois eu era só vegetariano. A outra pessoa foi um polaco. Lembro o nome dele, sim, Moris Fryman. Este polaco ajudou muito as crianças do Tibet e a mim próprio." 
A proposta de conceder o título é antiga, mas a decisão só foi dada um ano atrás. A Universidade durante este tempo esperava por um momento propício para realizar a cerimônia, pois esta dependia de questões políticas envolvendo a própria Polônia. O convite de Wałęsa ao Dalai Lama para as comemorações de seus 25 anos de Prêmio Nobel da Paz, facilitaram as coisas. Assim mesmo, a votação do conselho universitário que decidiu pelo título não foi unânime. Aliás foi bastante difícil.
No período da tarde, no Auditórium Maximum, Dalai Lama teve encontro com os estudantes, comunidade universitária e população em geral, culminando sua visita a Cracóvia, "coração da Polônia", como o próprio 14º Dalai Lama denominou ao receber o título.

Polônia em gotas - 1

População = 38.518.241 habitantes segundo estimativa de 2007.
População da capital Varsóvia = 1.621.08 habitantes

Proporcionalmente para cada 100 pessoas do sexo masculino existem 107 pessoas do sexo feminino. Entre estas pessoas, os homens têm em média 35 anos e as mulheres 39 anos de idade.
Entre os idosos, os homens vivem até 71 anos e as mulheres até os 79,7 anos de idade.

Em 2007 nascerram 388 mil e morrerram 377 mil pessoas.
Entre as causas de morte 7% é devido a acidentes e violência, enquanto 70% morrem devido a doenças. O restante por causas naturais de envelhecimento.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Natal polaco em Curitiba

Jaselka no Bosque João Paulo II em Curitiba.

A Comunidade polaca de Curitiba celebra neste domingo no bosque João Paulo II, o natal tradicional polaco.  Neste sábado foi dia de São Nicolau, cultuado na Europa como o Papai Noel. è no dia 6 de dezembro que os polacos trocam presentes. No Natal, há a vigília e ceia do dia 24 de dezembro, mas sem presentes.
As festividades no Bosque do Papa são promovidas há 28 anos e segundo Danuta Lisicki de Abreu, uma das organizadoras da festa, "Nossa festa começou pequena, mas foi aumentando ao longo dos anos e hoje faz parte do calendário de comemorações do Paraná. Este ano, deve reunir entre 1,5 mil e 2 mil pessoas. Haverá diversas apresentações culturais e quiosques com comidas típicas polacas".
A programação tem início às 11:00 horas e consta de "obiad" (almoço) típico da culinária polaca, apresentações da Banda Lyra, de grupos folclóricos de dança e música, da banda brasileiro-polaca Coração Nativo e do coral da Universidade Tuiuti do Paraná. No final da tarde, às 17:00 horas, o grupo Wisła encena o Auto de Natal "Jaselka". 
Neste sábado foi reinaugurada, em Campo Largo, a Praça da Polônia, criada em 1971, para as Comemorações do Centenário da Imigração Polaca no Paraná. Abandonada durante muitos anos, ela foi remodelada ao custo de 130 mil reais e novamente entregue a comunidade polaca da cidade vizinha de Curitiba, onde pelos menos duas colônias de imigrantes polacos ainda resistem ao tempo e conservação as tradições, Colônia Dom Pedro e Ferraria.

Descoberto o "Van Gogh" Polaco

Obra de J. Wilewski

Nesta segunda-feira, 8 de dezembro, às 21 horas, o canal de televisão a cabo, Canal+ estréia nas telas o filme documentário "Spalony" de Ireneusz Dobrowolski.
O filme conta a história de um artista desconhecido no mundo e praticamente conhecido de umas dezenas de pessoas na Polônia.
Jacek Wilewski, nasceu em 29 de março de 1952, em Varsóvia, e foi viver na Suíça em 1968, onde acabou se naturalizando em 1983. O curioso é que estes dados são encontrados apenas na Enciclopédia do famoso "marchand" francês Jean-Pierre Benezit, pois não há nenhuma referência do "Van Gogh Polaco", na Polônia.  na página 609 da Enciclopédia Benezit pode-se ler um pouco mais sobre Wilewski.


Wilewski além de desenhos impressionantes também cria miniaturas gravadas à quente em material plástico. Assim quando se olha suas obras são transparentes. Leva uma vida tal qual o artista holandês. Segundo o diretor de "Spalony" sofre dos meus males, como depressão e alcoolismo. 

Jacek Wilewski

Ireneusz Dobrowolski é um diretor polaco, nascido em 1964. Dobrowolski estudou Teoria do Drama na Escola Nacional do Drama em Varsóvia. Em 2003, fundou a produtora de cinema Rekontrplan Film Group. Já dirigiu os filmes The Portraitist (2005), The Clinic of Little Creatures (2004); Theatre and Politics. Dziady (1967/68) (1991); Pospieszalscy (1990); Hubner (1990).

Saudita recebe prêmio Lech Wałęsa

Wałęsa com o príncipe. Foto: Dominik Sadowski / AG

O rei Abdullah Bin Abdulaziz Al Saud da Arábia Saudita é a primeira pessoa a receber o Prêmio Lech Wałęsa. Concedido pelo Instituto do sindicalista que derrubou o socialismo soviético foi criado com uma dotação de 100 mil euros ao vencedor. O Prêmio será anual.
Um filho do rei saudita Abdulaziz bin Abdullah Al Saud recebeu o troféu do próprio Wałęsa, neste sábado, em Gdańsk, durante as comemorações dos 25 anos do Nobel da Paz recebido pelo polaco.
Foto: Sławomir Kamiński / AG

O rei Abdullah foi agraciado pelos seu trabalho de diálogo inter-religioso, tolerância, paz, cooperação internacional e caridade. Três anos atrás, o rei financiou uma complicada cirurgia, numa clínica de Riad para separar duas meninas siamesas polacas, Daria e Olga Janikowa de Kujawsko-Pomorskie.

sábado, 6 de dezembro de 2008

A concorrida festa de Wałęsa

Wałęsa em 1980. Foto: Bjoern Elgstrand AP


Wałęsa com Dalaj Lama ontem. Foto: Beata Kitowska / Agencja Gazeta

"Não existe liberdade sem solidariedade”, afirmava Lech Wałęsa, quando de sua mesa-redonda com o governo comunista da Polônia dos anos 80.
A frase foi lembrada na Conferência Internacional “Solidariedade para o Futuro”, promovida pelo Instituto Lech Wałęsa, neste fim de semana, na cidade de Gdańsk, por ocasião dos 25 anos que o sindicalista polaco recebeu o Prêmio Nobel da Paz. O polaco não pode comparecer a cerimônia em Oslo, em 10 de dezembro de 1983, pois o governo comunista de de Jaruzelski não permitiu. Em seu lugar recebeu sua esposa Danuta.
Jerzy Buzek, euro deputado e ex-primeiro-ministro, abrindo os trabalhos apresentou uma brochura que foi distribuída clandestinamente para informar à população que o líder da solidariedade havia ganhado a mais importante premiação do mundo. A brochura teve apenas 1000 exemplares publicados, mas isto não impediu que os polacos soubessem que a escuridão comunista estava começando a clarear. Burzek anunciou também os três temas que serão discutidos neste fim de semana: A globalização da Paz, o fortalecimento do continente europeu e o desenvolvimento econômico do mundo no futuro.
A festa promovida na capital do Báltico é uma resposta a nível mundial de Wałęsa ao Instituto da Memória Nacional, aos dois historiadores que em livro acusaram o eletricista de ter sido agente do serviço secreto comunista polaco e ao próprio atual Presidente Lech Kaczyński, que no último feriado nacional, não convidou Wałęsa para as comemorações do Centenário da Independência da Polônia.
Agora, quando, Wałęsa recebe presidentes, prêmios Nobel e autoridades do mundo inteiro,  Lech Kaczyński, está visitando Japão e Coréia do Sul. Mas na abertura da conferência, não só estava ao lado de Wałęsa, o atual primeiro-ministro Donald Tusk, que foi o terceiro a falar, justo depois do homenageado. “Os moradores desta cidade estão felizes hoje por receber grandes personalidades, pessoas que mudaram os rumos de nossa civilização. O fenômeno solidariedade, aqui em Gdańsk, teve em Wałęsa um herói da luta pela liberdade.” Concluindo seu discurso Tusk afirmou “Foste, és e será sempre uma lenda. E herói de nossas lendas nacionais e ponto final.”
O último líder da União Soviética, Michaił Gorbaczow, disse ter conversado várias vezes com Karol Wojtyła - Papa João Paulo II - e se diz amigo de Wałęsa, "Quando se fala de Wałęsa também há que se falar de Jaruzelski. O general também foi importante para a queda do poder ditatorial. Tenho trabalhado em conjunto com Wałęsa em várias frentes internacionais, temos um ótimo diálogo e realmente é um herói." 

Foto: TVN

Para as câmeras de televisão, o ministro das relações exteriores da França, Bernard Kouchner levantou os braços e olhando para o céu, gritou: "Lech Wałęsa é meu herói e não só meu mas de todos os europeus e de muita gente no mundo". 
Para convidados e presidentes de vários países do mundo, o francês Nicolas Sarkozy, presidente da França e da União Européia, afirmou algo que o mundo Ocidental tomou como símbolo da queda do comunismo: "Gdańsk, Lech Wałęsa são os verdadeiros e únicos símbolos desta luta pela queda do comunismo e não o Muro de Berlim. Precisamos reconhecer esta verdade histórica, se queremos construir com Solidariedade a União Européia."
O também prêmio nobel da Paz, o advogado Shirin Edadi assim se referiu a cidade anfitriã: "Aqui foram colocados os fundamentos da liberdade das sociedades contra o fanatismo e o despotismo."
O português José Manuel Barrozo foi o quarto a falar em nome dos portugueses, que há vinte e cinco anos atrás foram os primeiros a enviar felicitações e encorajamento a Wałęsa. Como presidente atual da Comissão Européia, Barrozo se disse envaidecido pelo convite e afirmou que, “o Solidariedade ficou sendo símbolo da paz, da liberdade e dos tempos.” Depois disse “A União Européia só está sendo possível porque nesta cidade, neste país existiu um movimento chamado Solidariedade. Paz, justiça e liberdade são três princípios da União Européia. Precisamos de Solidariedade, no mais alto nível, neste contexto de globalização. Lech Wałęsa e o Solidariedade foi uma grande e ambiciosa empresa que permitiu que a União Européia pudesse se desenvolver. Sem ele não teria caído a cortina de ferro, não estaríamos aqui falando de paz, justiça, liberdade, desenvolvimento e principalmente solidariedade.” E em idioma polaco agradeceu: “bardzo dziękuję (muito obrigado).”
As televisões polacas desde ontem emitem programas de entrevistas com visitantes e especialistas polacos. O Prof. dr hab. Andrzej Friszke, historiador, disse a TVP3, que “hoje não é só um feriado de Wałęsa, mas um feriado nacional de toda a Polônia”. Em seguida afirmou que o livro dos historiadores que há um ano vem lançando manchas na vida de Wałęsa, “não apresentam em seu livro nenhuma prova concreta daquilo que acusam o líder do Sindicato Solidariedade”.
O presidente do Congresso da Polônia, em sessão especial, transmitida ao vivo para todo país, nesta sexta-feira, deputado Bronisław Komorowski, defendeu Wałęsa contra o que chamou de “inverdades dos historiadores do Instituto da Memória Nacional. Lech Wałęsa é o herói que derrubou a ditadura comunista”. O presidente do Senado, Bogdan Borusewicz repetiu frase que está sendo dita em todo o país, "Este não é um feriado só de Lech Wałęsa, mas de toda a Polônia."

Além de Dalai Lama, estão em Gdańsk, o rei da Arábia Saudita, Abdullah bin Abdulazi, o presidente da França Nicolas Sarkozy, Michaił Gorbaczow, os também prêmios nobel da Paz, o ex-presidente da África do Sul Willem de Klerk, o iraniano Shirin Ebadi, o argentino Adolfo Esquivelem e o presidente do Comitê do Prêmio Nobel prof. Ole D. Mjos. E figuras importantes da atualidade polaca como Tadeusz Mazowiecki, Jan Krzysztof Bielecki, Jerzy Buzek, prefeita de Varsóvia Hanna Gronkiewicz-Waltz, Zbigniew Bujak, Czesław Bielecki, Leszek Balcerowicz, Marek Borowski, Janusz Kaczmarek, Edmund Wittbrodt e Jolanta Kwaśniewska. Além disso, estão nas margens do Báltico polaco, a maioria dos presidentes e primeiro-ministros dos países europeus.
Niguém mencionou e parece que também não sentiram a ausência do Presidente Lech Kaczyński e seu irmão gêmeo Jarosław.

Biografia
Lech Wałęsa nasceu em 29 de setembro de 1943 em Popowo, próximo a Lipno, na região de Dobrzyń. Seu pai Bolesław, um carpiteiro, era respeitado e estimado na comunidade local, foi enviado ao campo de trabalhos forçados dos alemães durante a II Guerra Mundial. Quando retornou toda a localidade tinha sido devastada. A mãe de Lech, Feliksa Kamieńska, nasceu em uma família de fortes tradições polacas e passou a seus filhos um extremo sentimento de patriotismo. Com a morte do marido Bolesław foi ajudada por seu irmão a criar seus filhos. O jovem Lech Wałęsa estudou nas escolas de Chalin e Lipno. Mais tarde começou a trabalhar como eletricista no Centro de Construções de Máquinas. Logo ele estava conspirando contra o serviço militar obrigatório em Koszalin. Ali aparecia pela primeira vez as qualidades que o transformariam num líder capaz de mudar o mundo. Depois de cumprir contra sua vontade o serviço militar decidiu mudar-se para Gdańsk em busca de melhores trabalhos. Conseguiu uma vaga de eletricista de navios no Estaleiro Lenin. Em 8 de dezembro de 1969, ele se casou com Danuta Gołoś.
A primeira menção sobre Lech Wałęsa é como um dissidente em 1968, quando ele encorajou seus colegas a realizar um boicote no estaleiro em apoio as greves estudantis. Em dezembro de 1970, ele participou atividamente nos comites de greves e se ofereceu ao posto de presidente do Comitê de Greves. Depois dos trágicos acontecimentos daquela greve de 1970, quando 39 trabalhadores morreram, ele prometeu que nunca mais esta situação se repetiria. Pouco depois se torna membro do Sindicato Livre de Trabalhadores. Suas atividades "subversivas" para as autoridade no Sindicato Livre causa sua expulsão em 1976 dos estaleiros. Vai trabalhar então na companhia ZREMB. Continuava sua missão de ensinar os trabalhadores sobre seus direitos. Logo seria desligado da ZREMB por razões políticas. Em maio de 1979, ele estava empregado na companhia Elektromontaż, mas só trabalhou até dezembro daquele ano. Foi demitido por participar das comemorações das greves de 1970.
Até o início de agosto de 1980 ele ficou desempregado. Ele foi um dos maiores instigadores das greves daquele agosto. Quando os trabalhadores dos estaleiros começaram a protestar em frente ao prédio da administração Lech Wałęsa deu o famoso "pulo sobre a cerca de arame" e colocou-se no coração dos acontecimentos. Tudo o que aconteceu naquele agosto afetou o curso da história polaca, mas também da Europa e de todo o mundo. Lech Wałęsa, queria negociar, forçava as autoridades comunistas do governo a sentar-se pela primeira vez, desde a introdução do comunismo no mundo sociético para conversar com os trabalhadores. Ele falava em nome do Sindicato Independente dos Trabalhadores Solidariedade. Surpreendentemente ela consegue a primeira vitória dos trabalhadores. Mas o regime totalitário impõe a Lei Marcial em 13 de dezembro de 1981. Lech Wałęsa foi um dos primeiros a ser preso. Foi mantido, inicialmente em Chylice, depois em Otwock, e finalmente em Arłamów, até novembro de 1982. Um ano depois ele reassume seu posto de eletricista no Estaleiro de Gdańsk, onde oficialmente trabalha até 22 de dezembro de 1990, para assumir o posto de Presidente da República da Polônia, nas primeiras eleições livres e democráticas desde a Segunda Guerra Mundial.
Em 1983, sua luta pela liberdade foi reconhecida no mundo todo com a conquista do Prêmio Nobel da Paz. Impedido de ir a solenidade foi representado em Oslo pela esposa Danuta e um dos filhos, Bogdan.
Em 15 de novembro de 1989, Lech Wałęsa se tornou o primeiro estrangeiro na história a abrir a seção de trabalhos do Congresso dos Estados Unidos.