sexta-feira, 29 de novembro de 2024

A morte do maior poeta polaco

 
Foto: Acervo do Museu Nacional em Varsóvia

 Em 26 de novembro de 1855, Adam Mickiewicz morreu em Istambul. O poeta estava na Turquia há semanas, tentando organizar tropas polacas e judaicas para lutar na guerra russo-turca em curso.
 
Mickiewicz, que está se aproximando dos sessenta anos, até agora gozava de boa saúde, mas viagens frequentes, falta de sono e alimentação insuficiente afetaram seu corpo. A morte de sua esposa, em março daquele ano, causou-lhe preocupações adicionais. Apesar disso, não havia indicação de que esse homem não tão velho estivesse prestes a se despedir deste mundo.
 
Naquele dia, Mickiewicz acordou de manhã, pediu um chá e adormeceu novamente. Quando acordou, provavelmente estava vomitando, mas se sentia muito bem. Ele foi visitado por várias pessoas, incluindo o coronel Emil Bednarczyk, o suposto líder do regimento judeu.
 
Por volta do meio-dia, o poeta tomou café com creme e comeu um pedaço de pão, depois tirou uma soneca de uma hora. Inesperadamente, ele se sentiu muito pior, mal conseguia ficar de pé, mas não queria voltar para a cama.
 
Um total de quatro médicos foram trazidos, mas a condição do paciente piorava rapidamente. Ele recebeu láudano, o que aliviou um pouco sua dor. Ele ordenou chamar um padre que administrou a extrema-unção ao moribundo.
 
O poeta dirigiu as suas últimas palavras ao Coronel Bednarczyk: “Diga apenas às crianças, deixe-as amarem-se umas às outras. Sempre." 
 
Na certidão de óbito, o médico local Jan Gembicki registrou a causa da morte como hemorragia cerebral. Henryk Służalski, um dos companheiros de Mickiewicz, afirmou que o poeta foi morto por cólera, mas se esta doença tivesse sido mencionada na certidão de óbito, o corpo de Adam não teria sido transportado para França.
 
Rumores de envenenamento surgiram rapidamente; foi apontado que ninguém na comitiva do poeta estava infectado e que não havia epidemia em Constantinopla naquela época. A causa da morte de Mickiewicz continua a ser uma questão controversa até hoje.
 
Versos do poema "Polonaise" de Adam Mickiewicz traduzidos pelo poeta curitibano Paulo Leminski:
 
Choveram-me lágrimas limpas, ininterruptas,
Na minha infância campestre, celeste,
Na mocidade de alturas e loucuras,
Na minha idade adulta, idade de desdita;
Choveram-me lágrimas limpas, ininterruptas...
 
Adam Bernard Mickiewicz  nasceu em 24 de dezembro de 1798, na Vila de Zaosie, então pertencente a uma governadoria russa, e que se encontra atualmente no território da Bielorrússia. Zaosie está localizada na província de Brest, região de Baranowicki. Ele faleceu em Istambul, então Império Otomano, em 26 de novembro de 1855.
 
ilustração de Napoleon Orda da casa onde nasceu Mickiewicz





 
A casa de Adam mantida como patrimônio histórico e cultura; na Bielorrúsia
 
 
ALPUJARRA
Poema de Adam Mickiewicz,
traduzido pelo escritor brasileiro Machado de Assis

Jaz em ruinas torrão dos mouros;
Pesados ferros o infiel arrasta;
Inda resiste a intrepida Granada;
Mas em Granada a peste assola os povos.

C’um punhado de heroes sustenta a luta
Fero Almansor nas torres de Alpujarra;
Fluctua perto a hispanica bandeira;
Hade o sol d’amanhã guiar o assalto.

Deu signal, ao romper, do dia, o bronze;
Arrasam-se trincheiras e muralhas;
No alto dos minarets erguem-se as cruzes;
Do castelhano a cidadella é presa.

Só, e vendo as cohortes destroçadas,
O valente Almansor apoz a luta
Abre caminho entre as imigas lanças,
Foge e illude os christãos que o perseguiam.

Sobre as quentes ruinas do castello,
Entre corpos e restos da batalha,
Dá um banquete o Castelhano, e as presas
E os despojos pelos seus reparte.

Eis que o guarda da porta falla aos chefes:
«Um cavalleiro, diz, de terra estranha
Quer fallar-vos; — noticias importantes
Declara que voz traz, e urgencia pede.»

Era Almansor, o emir dos Musulmanos,
Que, fugindo ao refugio que buscára,
Vem entregar-se ás mãos do castelhano,
A quem só pede conservar a vida.

«Castelhanos, exclama, o emir vencido
No limiar do vencedor se prostra;
Vem professar a vossa fé e culto
E crer no verbo dos prophetas vossos.

«Espalhe a fama pela terra toda
Que um arabe, que um chefe de valentes,
Irmão dos vencedores quiz tornar-se,
E vassallo ficar de estranho sceptro!»

Cala no animo nobre ao Castelhano
Um acto nobre... O chefe commovido,
Corre a abraçal-o, e á sua vez os outros
Fazem o mesmo ao novo companheiro.

Ás saudações responde o emir valente
Com saudações. Em cordial abraço
Aperta ao seio o commovido chefe,
Toma-lhe as mãos e pende-lhe dos labios.

Subito cahe, sem forças, nos joelhos;
Arranca do turbante, e com mão tremula
O enrola aos pés do chefe admirado,
E junto delle arrasta-se por terra.

Os olhos volve em torno e assombra a todos:
Tinha azuladas, lividas as faces,
Torcidos labios por feroz sorriso,
Injectados de sangue avidos olhos.

«Desfigurado e pallido me vêdes,
Ó infieis! Sabeis o que vos trago?
Enganei-vos: eu volto de Granada,
E a peste fulminante aqui vos trouxe.»

Ria-se ainda — morto já — e ainda
Abertos tinha as palpebras e os labios;
Um sorriso infernal de escarneo impresso
Deixára a morte nas feições do morto.

Da medonha cidade os castelhanos
Fogem. A peste os segue. Antes que a custo
Deixado houvessem de Alpujarra a serra,
Succumbiram os ultimos soldados.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Donald Tusk - A ameça de conflito mundial é real

 O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, afirma que ameaça de conflito global é real. A Polônia, que faz fronteira com a Ucrânia, a Rússia e Bielorrússia, está alocando 4,7% de seu produto interno bruto para incrementar suas Forças Armadas em 2025.
 
Tusk, nesta sexta-feira (22), disse que depois que a Rússia disparou um míssil balístico hipersônico de alcance intermediário contra uma cidade ucraniana.
 
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, havia dito do dia anterior, quinta-feira (21) que o ataque foi uma resposta ao fato dos Estados Unidos e a Grã-Bretanha terem permitido que Kiev atacasse o território russo com armas ocidentais avançadas, uma medida que, segundo ele, deu ao conflito “elementos de caráter global”.
 
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chamou o ataque de mísseis russo de outra escalada após o envio de tropas norte-coreanas para o solo russo. “A guerra no leste está entrando em uma fase decisiva, sentimos que o desconhecido está se aproximando”, disse Tusk em uma conferência de professores.
 
“O conflito está assumindo proporções dramáticas. As últimas dezenas de horas mostraram que a ameaça é séria e real quando se trata de um conflito global.” 
 
A Polônia tem sido uma das principais vozes a pedir que os membros da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) gastem mais em defesa, e está alocando 4,7% de seu produto interno bruto para incrementar suas Forças Armadas em 2025.
 
A Rússia disse que uma nova base de defesa contra mísseis balísticos dos ESTADOS UNIDOS no norte da Polônia levará a um aumento no nível geral de perigo nuclear, mas Varsóvia disse que as “ameaças” de Moscou apenas reforçaram o argumento a favor das defesas da Otan.
 
Fonte: Agência Reuters
Reportagem de Alan Charlish, Pawel Florkiewicz e Anna Wlodarczak-Semczuk.

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Polaco - o belo e complicado idioma

 

 
O idioma polaco se destaca entre as línguas eslavas, enriquecida não apenas por sua gramática complexa e profundidade fonética, mas também por sua notável tapeçaria de dialetos e regionalismos.
 
Enquanto o polaco é a língua oficial do país, o cassubiano também detém status oficial, ilustrando a diversidade linguística da Polônia. Em todo o país, dialetos como o mazoviano, o da Pequena Polônia (Małopolska), o da Grande Polônia (Wielkopolska) e o silesiano, juntamente com dialetos mistos do leste e formas recém-misturadas no norte e oeste, exibem influências de culturas vizinhas e tradições centenárias.
 
Esses dialetos, geralmente, divergem significativamente do polaco padrão, com expressões regionais que refletem histórias e modos de vida locais. Como por exemplo a palavra batata (originária do Estado do Mato Grosso, no Brasil), que em polaco é Ziemniak, em silesiano é Kartofel, em poznanio é Pyra, em Orawa, na região Podhale é Rzepa.
 
Alguns dialetos evoluíram a ponto de poderem ser considerados línguas por direito próprio, especialmente o cassubiano e o silesiano, que mantiveram vocabulário e estruturas gramaticais antigos. Essa rica diversidade dentro do idioma polaco promove uma herança linguística que está enraizada na família eslava e, ainda assim, singular em sua variedade, musicalidade e resiliência.
 
Alguém deve aprender polaco?
Aprender polaco abre uma janela para uma rica herança cultural e uma língua que preservou uma mistura única de tradição eslava e distinção regional. Oferece aos seus estudantes acesso às obras de escritores polacos famosos como Adam Mickiewicz, Henryk Sienkiewicz, Władysław Reymont, Witold Gombrowicz, Wisława Szymborska, Czesław Miłosz e Olga Tokarczuk cujas contribuições à literatura são celebradas em todo o mundo.
 
O polaco também fornece percepções sobre a resiliência histórica de uma nação que manteve sua língua apesar de séculos de turbulência política e ocupação estrangeira.
 
Com a crescente influência da Polônia na Europa e além, aprender polaco não apenas conecta você com mais de 60 milhões de falantes em todo o mundo, mas também aumenta as oportunidades de carreira e viagens em um país conhecido por sua hospitalidade, história e vibrante cultura contemporânea.
 
As obras de Adam Mickiewicz, particularmente ''Os Mortos Vivos", quebraram tabus culturais ao confrontar temas de suicídio e o sobrenatural, que os críticos conservadores viam como perturbadores e perigosos. Ao centralizar a imagem do suicídio no Romantismo polaco, Mickiewicz desafiou as normas sociais e lançou as bases para a suicidologia polaca, tratando o tópico como um assunto para reflexão literária e pública em vez de condenação moral.
 
Além disso, a "polonaise", uma dança polaca digna que remonta ao século XVII, evoluiu de um ritual de aldeia para uma dança popular da corte europeia, simbolizando a herança polaca.
Recentemente adicionada à lista do Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO, ela continua sendo um marco nas celebrações polacas, especialmente em bailes de formatura do ensino médio, onde os alunos tradicionalmente abrem a cerimônia com esta dança nacional.
 
E Paweł Koźmiński, um dentista polaco, criou "World of Horror", um jogo de terror em estilo retrô inspirado em Junji Itō e HP Lovecraft, ambientado no Japão dos anos 1980 e apresentando gráficos MS Paint de 1 bit. Ganhando aclamação global, o jogo foi elogiado por sua atmosfera, enredo e estilo visual único, atraindo tanto os entusiastas do terror quanto os fãs de jogos retrô.
 
A língua polaca é uma língua eslava ocidental que continua a ser falada também na Lituânia (400.000), Bielorrússia (1 milhão), Ucrânia (1.151.000), Alemanha (1.000.000), Brasil (200.000 em várias cidades dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo), também na Grã-Bretanha (546.000), na França, na Argentina, nos Estados Unidos (2.438.00), em Israel (100.000) e no Canadá (225.000), Rússia (94.000), Romênia (10.000) e outros países.
 
No Brasil, o polaco é língua ofícial nos municípios de Áurea, Carlos Gomes, Casca, Guarani das Missões, Sete de Setembro, Vista Alegre do Prata, Campina das Missões, Iberetama, Ijuí, Nova Prata e Horizontina, no Estado do Rio Grande do Sul; Itaiópolis no Estado de Santa Catarina; São Mateus do Sul e Paula Freitas no Estado do Paraná. Nestas cidades, através de lei municipal o idioma polaco é língua oficial junto com o português.
 
Ainda, nas cidades de Mallet e São João do Triunfo, o idioma polaco foi decretado patrimônio material e imaterial dos respectivos municípios do Estado do Paraná. Mais dois municípios no Rio Grande do Sul (Cerro Largo e Nova Santa Rosa) discutem nas respectivas câmaras municipais se decretam língua oficial ou patrimônio cultural, bem como Cruz Machado e Centenário no Paraná.
 
A iniciativa destes decretos foi do prof. dr. Fabrício Vicroski na Universidade Federal de Passo Fundo - RS.  
 
Esse idioma é a língua eslava mais falada depois do russo. A literatura polaca já conquistou cinco prêmios Nobel: Henryk Sienkiewicz (1905), Władysław Reymont (1924), Czesław Miłosz (1980), Wisława Szymborska (1996) e Olga Tokarczuk (2019).
 
 
O idioma
 
O polaco contemporâneo possui 7 fonemas vocálicos e 35 consonantais, representados pelo alfabeto latino, com alguns sinais diacríticos. Os sons que não existiam no latim foram transcritos com a utilização de dígrafos, como sz (fricativa sibilante surda), cz (africada surda), rz; ou por meio de marcas diacríticas como ś, ź, ż e ć.
 
O único sinal exclusivo do alfabeto polaco é a letra Ł, que soa como a vogal u. Ao longo de sua evolução, o polaco deixou de distinguir entre vogais longas e breves. O polaco é a única língua eslava que possui vogais nasais (ą e ę), originárias das vogais nasais do antigo eslavo. É uma língua muito flexionada (possui 7 casos de declinação) e os verbos conjugam-se variando em gênero, pessoa e número; a ordem das palavras na frase é bastante flexível, por conta da clareza dada pela declinação de substantivos e adjetivos.
 
Em sua tipologia linguística ela é classificada por:
 
Alinhamento morfológico — é uma língua sintética fusional, ou flexional, onde as palavras apresentam vários morfemas. Pode-se dizer que as línguas flexivas escondem de certa forma a correspondência entre os morfemas e as funções gramaticais. Isso pois em palavras como byliśmy (nós fomos ou nós estivemos) há morfemas que indicam o tempo (był), a pessoa e o número (my).
Alinhamento morfosintático - é uma língua nominativa-acusativa, ou seja, o sujeito nas frases com verbos transitivos e intransitivos é tratado da mesma maneira, utilizando o caso nominativo. O objeto é tratado diferentemente, geralmente marcado no acusativo ou no dativo.
Estrutura das sentenças - SVO, ou seja, sujeito-verbo-objeto. Por ser um idioma fusional pode-se flexibilizar essa ordem, mas o mais comum em termos de língua falada e escrita é a ordem SVO.
 
O polaco não possui artigos.
 
O polaco possui as seguintes classes gramaticais: substantivos (rzeczownik), adjetivos (przymiotnik), numerais (liczebnik), pronomes (zaimek), verbos (czasownik), sendo todas essas classes sujeitas a declinação e/ou conjugação, e as classes dos advérbios (przysłówek), preposições (przyimek), conjunções (spójnik) interjeições (wykrzyknik) e das partículas gramaticais (partykuła), que não são sujeitas a declinações.
 
Declinação
 
O polaco é altamente flexível. Substantivos, adjetivos, pronomes, numerais, todas as classes de palavras são declinadas em sete casos diferentes:
Nominativo: o modo neutro, utilizado isoladamente ou em sentenças sem verbo;
Genitivo: utilizado para indicar posse ou relação de dependência (no português, utiliza-se "de")
Dativo: utilizado em objetos indiretos, ou seja, que precisam de preposição para ligarem-se ao verbo;
Acusativo: utilizado em objetos diretos, ou seja, que não precisam de preposição para ligarem-se ao verbo;
Instrumental: utilizado para indicar o instrumento com o qual se faz uma ação ou para indicar companhia (exemplos no português: "Fiz o teste com minha caneta" ou "Fui às compras com minha mulher")
Locativo: utilizado para indicar o local onde ocorre a ação;
Vocativo: utilizado para indicar a pessoa com quem se fala (como no português "Senhora Ana!").
 


Substantivos 
Os substantivos podem ser declinados levando em conta o caso e o numeral (singular ou plural). Para muitos substantivos há resquícios do numeral dual, quando havia uma forma para dois e outra para quando houvesse mais do que três itens. Os substantivos, em geral, costumam ser declinados no nominativo no plural quando são em 2, 3 ou 4, sendo que para cinco ou mais costuma-se usar o plural do genitivo.
 
Quanto ao gênero, os substantivos podem ser masculinos, femininos ou neutros.
 
Adjetivos
Os adjetivos podem ser declinados conforme o caso, o número e o gênero. Não há mais três gêneros quando falamos dos adjetivos, e sim cinco. O masculino humano (męskoosobowy), o masculino para objetos (męskorzeczowy), o masculino para animais (męskozwierzęcy), o feminino (żeński) e o neutro (nijaki).
 
Com dois numerais, cinco gêneros e sete casos, é possível que um mesmo adjetivo tenha quarenta e nove formações diferentes. Muitos adjetivos são irregulares e o formato deles no plural pode repetir em alguns casos. Vale lembrar também que o plural é mais simples: só se declina diferentemente o masculino humano, sendo que todos os outros modos não masculinos humanos dividem o mesmo plural.
 
Artigos
Os artigos são ausentes no polaco, assim como em todos os idiomas eslavos, exceto a língua búlgara. Para dizer "Eu leio um livro" ou "Eu escrevo o livro", diga respectivamente Czytam książkę ou Piszę książkę.
 
Conjugação verbal 
O polaco, como idioma indo-europeu, tem diversas conjugações diferentes, e os verbos são conjugados levando em conta o tempo, a pessoa, o numeral e o modo verbal. Os modos verbais perfeitos são utilizados para ações que tiveram início e fim. Não há presente para os verbos perfeitos.
Os verbos imperfeitos são utilizados para descrever ações que tiveram início, mas não um fim. Ao contrário de outros idiomas indo-europeus, mas similarmente ao que ocorre em outros idiomas eslavos, os verbos perfeitos e imperfeitos são completamente separados uns dos outros — significa dizer que há um verbo especificamente perfeito e outro especificamente imperfeito para a mesma ação.
 
O passado e o presente têm suas próprias conjugações para a primeira, a segunda e a terceira pessoas tanto no singular quanto no plural. Para orações no futuro é apenas acrescentado o verbo być no futuro, como o exemplo a seguir, utilizando o verbo uczyć się, estudar: ja będę się uczyć, ty będziesz się uczyć, on będzie się uczyć, my będziemy się uczyć, wy będziecie się uczyć, oni będą się uczyć. 
 
Diferente do português, é que no passado e no futuro também há conjugações diferentes para o masculino e o feminino.
 
Numerais
Os numerais em polaco seguem um padrão regular, porém de difícil compreensão para quem não fala o idioma ou outros idiomas com regras similares. Por exemplo, ao falar um złoty (que é a moeda oficial da Polônia) deve-se dizer jeden złoty, no nominativo singular.
 
Para quantidades entre dois e quatro utiliza-se o nominativo plural, ou seja, dwa złote, trzy złote e cztery złote. Dali em diante todos os números de 5 em diante, até o 21, exigem que o nome seja declinado no genitivo plural.
 
Portanto, cinco złoty na verdade fica pięć złotych e vinte e um złoty é dwadzieścia jeden złotych. 
 
Veja o exemplo a seguir:
1 = złoty (nominativo singular) 2, 3, 4; 22, 23, 24; 102, 103, 104; assim por diante = złote (nominativo plural) 0; 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 ... 21; 25...31; 35...41; assim por diante = złotych (genitivo plural) 0.1; 1.5; 2.5; frações em geral = złotego (genitivo singular) Ainda sobre moedas, o separador decimal em polaco segue o mesmo padrão da língua portuguesa, ou seja, os milhares são separados com espaços ou pontos, e as casas decimais com vírgulas. 
 
Pronomes pessoais
 Comunicação informal: Ja: eu, Ty: tu ou você, On, ona, ono: ele, ela, ele ou ela para palavras neutras; My: nós; Wy: vós; Oni, one: eles, elas.
 
Comunicação formal: Pan: senhor; Pani: senhora. O plural do modo formal é państwo, em português, senhores (um casal).
 
O ídioma polaco faz parte da grande família das línguas eslavas. São línguas indo-europeias com cerca de 430 milhões de falantes. As línguas eslavas são convencionalmente dividas em três subgrupos: oriental, ocidental e meridional (sulistas), que juntos constituem mais de 20 línguas.
 
Dez desses idiomas possuem status oficial de língua nacional nos países onde são predominantemente falados: russo, ucraniano e bielorrusso, que são os chamados rutenos (grupo oriental); polaco, tcheco e eslovaco (do grupo ocidental) e servo-croata, esloveno, búlgaro e macedônio (do grupo meridional).
 
Geograficamente, as línguas eslavas orientais são faladas nos países da antiga União Soviética (cerca de 15 países), enquanto as línguas eslavas meridionais são faladas nos países da península Balcânica, na região meridional da Europa e nos países que faziam parte da antiga Iugoslávia. As línguas eslavas ocidentais são faladas na Polônia, na Tcheca e na Eslováquia
 
 
O livro "Gramatyka Polska" é de autoria do descendente de imigrantes polacos, Zdzislau Zawadzki, nascido em 1911, em Mallet, Estado do Paraná, que foi aluno e professor no Colégio Polaco Nicolau Copérniko, naquela cidade. Este livro foi editado e impresso pela Imprensa Oficial do Estado do Paraná, com apoio do Consulado Geral da Polônia em Curitiba e 1990. Zawadzki foi professor de latim, grego e polaco.
 
Fontes: diversas
Texto: ulisses iarochinski