quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Expansão do cinema na Polônia

Foto: Seweryn Sołtys
As tradicionais salas de cinema do centro de Cracóvia, mesmo com o avanço das multissalas de Shopping Centers continuam fortes. A prova mais recente foi quando barraram a instalação de cinemas no maior shopping center da Europa construído ao lado da estação ferroviária da cidade. Assim as salas do Sztuka, Pod Baranami e Pasarz continuam recebendo seus habituais frequentadores. Mas as grandes redes de exibição não se dão por vencidas. Se nas grandes cidades polacas começa a faltar locais e shoppings são impedidos de abrir com cinema, os multiplex se voltam para as médias e pequenas cidades.
Durante 2007 abriram 13 novos multiplex em grandes cidades do país enquanto são esperados outros 6 para 2008. Em compensação, em cidades como Białymstok serão abertos dois novos cinemas multiplex e outros dois em Płock e Dąbrowa Górnicza. O mesmo grupo exibidor já tem planejado para o ano seguinte investir nas cidades de Legnica i Słupsk. As empresas exibidoras constróem, hoje, multissalas para localidades com 200 mil habitantes. Mas logo estarão construíndo em cidades com 60 mil habitantes, como já acontece na Alemanha e Grã-Bretanha, onde os multiplex estão em cidades de 30 a 40 mil habitantes. Os cuidados tomados nesta expansão levam em conta um bom sistema de transporte para terem sucesso no empreendimento. Os investidores das novas salas na Polônia argumentam que nos Estados Unidos com tantas restrições nos grandes centros já são bastante populares os cinemas em pequenas localidades servidas por linhas de trens. Assim rapidamente os expectadores podem chegar a estas multissalas desde os grandes centros sem problemas de congestionamento, ou estacionamento. Inspirados neste modelo os concorrentes do mercado polaco buscam por cidades de 100 mil habitantes, onde o hábito de ir ao cinema havia acabado quando as últimas antigas salas foram fechadas. Cidades como Sopot, Lublin, Radom e Koszalin terão seus multiplex até 2009.
A empresa líder do mercado polaco, Cinema City, investe 40 a 50 milhões de złotych em cinco novos multiplex para começar a construir em 2008 e concluir os dois em Zielona Góra e Bydgoszcz. Amante do cinema, o polaco paga em média 15 zl (12 reais) por uma sessão e apenas em uma rede de cinema multiplex comprou 9 milhões de entradas no ano que se encerrou.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Ano Novo: A maior festa da Polônia

Quase 200 mil pessoas festejaram as últimas horas do ano e a entrada de 2008 na praça central de Cracóvia segundo os organizadores da noite "Sylwestrowa Moc Przebojów" . Foi sem dúvida a festa mais concorrida na Polônia, pois na capital Varsóvia apenas 20 mil pessoas foram para a frente do Palácio da Cultura e 10 mil no Rynek de Poznań para fazer a contagem regressiva para o Ano Novo (as maiores cidades do país).
No palco montado em frente a Sukiennice (edificio do antigo mercado de tecidos) se apresentaram das 20.30 a 01:10 da madrugada os cantores internacionais Shakin Stevens, Boney M e Lou Bega junto aos polacos Czerwnony Gitary, Edyta Górniak, Budka Suflera, Urszula, Justyna Steczkowska, Golec Orkiestra, Beata Kozidrak e o grupo Bajm. Rynek (mercado) de Cracóvia é a maior praça medieval da Europa com seus mais de 200 m de cumprimento e 4 hectares de área. Quando era passado 23.59 minutos de 31 de dezembro, os milhares de polacos, comandados por apresentadores da TV Polsat e do inglês Shakin Stevens contaram os últimos 8 segundos para a zero hora de 2008 e logo em seguida espoucaram garrafas de champanhe, misturando á fina neve que caía uma verdadeira chuva da bebida. Logo os desejos de feliz Ano Novo do prefeito da cidade Jacek Majchrowski começou na praça Praça Szczepańska a poucos metros do Rynek um festival de fogos de artíficios iluminando a noite fria de Cracóvia. Segundo comunicado da polícia as últimas horas do ano velho e primeiras do Ano Novo transcorreram sem incidentes em Cracóvia e toda a província da Małopolska.
Mas o Ano Novo não foi comemorado apenas na praça central de Cracóvia, mas por todas as cidades do país, pois enquanto o Natal se celebra em família, no aconhego de casa, a Festa de São Silvestre se celebra nas ruas com todos os amigos e compatriotas.
A pop-estar Doda foi cantar para os 5 mil polacos do Rynek de Wrocław.

Dziwisz: Acreditar na conquista da liberdade

Foto: Mateusz Skwarczek / AG
O cardeal metropolitano de Cracóvia Stanisław Dziwisz, em homília, nesta manhã de primeiro de janeiro de 2008, no Santuário Bożego Miłosierdzia no bairro de Łagiewniki, apelou aos polacos que no Ano Novo estejam mais próximo do ser humano, porque isto nos faz livres.
"Nie bójmy się Nowego Roku! Z nadzieją stawiajmy zdecydowane kroki" (Não temamos o Ano Novo! Com esperança levantemos com passo decidido), afirmou Dziwisz.
Durante a missa em intenção da Igreja, da Pátria e da Paz no mundo o cardeal cracoviano falou sobre a solidão. Para ele o problema de se estar só pode tocar a todos, principalmente os idodos e enfermos. Mas também está presente no casamento e no desentendimento doméstico. Dziwisz sublinhou que não se pode fiar apenas na consciência de que se está entre os outros. É preciso estar atentos também aos demais que nos rodeiam. Muitas vezes as pessoas não estão sozinhas porque são solitárias, não porque Deus está longe, mas porque o que falta é humanidade. "No ano novo devemos estar mais perto do ser humano que existe no outro que encontramos na estrada de nossas vidas" repetiu o ex-secretário particular do Papa João Paulo II e sucessor deste no arcebispado de Cracóvia. Dziwisz recordou ainda que em novembro de 1918, depois de 123 anos sem liberdade, foram ditas as palavras: "Estamos livres!". E perguntou aos fiéis: "Hoje somos felizes porque a Polônia é livre, ou porque os polacos continuaram trabalhando para serem livres?"

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

2008 CHEGOU

EM CRACÓVIA JÁ É 2008

Festa São Silvestre de Cracóvia

Torre Ratusz da praça central de Cracóvia. Foto: Ulisses Iarochinski
A partir das 20 horas desta segunda-feira, 31 de dezembro no Rynek de Cracóvia, estrelas da música polaca e internacional animam a Festa de São Silvestre. No Palco armado em frente a Sukiennica e a torre Ratusz, apresentam-se entre outros Boney M, Shakin Stevens, Lou Begi, Justyna Steczkowska, Budki Suflera e Urszula i Bajm. Após a contagem regressiva para zero hora de 2008 começa um espetáculo de cores e pirotecnia. A prefeitura está anunciando que a festa do reveillon na praça central deve se encerrar a um e meia da madrugada do novo ano. Aqueles que não aguentarem o frio de 8 negativos e a fina neve que deve cair durante os shows dos cantores poderá acompanhar por um dos canais privados de televisão, o Polsat. A TV de capital alemão investiu bastante na transmissão e terá alguns dos mais famosos apresentadores de TV da Polônia na condução do espetáculo ao vivo, como Agata Młynarska, Darek Maciborek e Katarzyna Sowińska (apresentadora da MTV), além de Krzysztof Ibisz.
A festa que está sendo chamada de "Sylwestrowa Moc Przebojów” (Silvestre de Forte Êxitos) tem como organizadores a Prefeitura da Cracóvia, Agência de Festivais, TV Polsat e uma dezena de copatrocinadores. Foram investidos neste reveillon na praça mais de 2,3 milhões de złotych, algo próximo a um mihão de dólares. A intenção da prefeitura de fazer uma festa nacional e trazer todos os polacos para a contagem regressiva de Cracóvia, obrigou-a a colocar mais de 1100 "out-door" tipo Citylight e 800 billboard em mais de 30 cidades da Polônia. Além da Polsat as redes de rádio FM de maior audiência do país, como RMF FM e RMF MAXXX, fazem chamadas durante todo as últimas semanas. Quem for ao espetáculo poderá comprar o CD com as músicas da „Sylwestrowa Moc Przebojów” que foi lançado na última quinta-feira pela editora „DZIENNIK Polska Europa Świat”. O CD custa 6.99 złotych. São dez as músicas do CD com SHAKIN’ STEVENS „Marie, Marie”, BAJM „O Tobie”, EDYTA GÓRNIAK „Anything”, JUSTYNA STECZKOWSKA „Oko za oko”, CZERWONE GITARY „Dozwolone od lat osiemnastu”, URSZULA „Konik na biegunach”, BUDKA SUFLERA „Mokre oczy”. Desde sexta-feira quem compra o jornal „Dziennik Polski” recebe um brinde especial da festa de São Silvestre de Cracóvia. Mais informações sobre o evento estão sendo atualizadas constantemente no site www.sylwester.krakow.pl.
No reveillon do ano passado a TV Polsat bateu recorde de audiência no horário com mais de 6 milhões de espectadores, o que para um país de 39 mihões de habitantes é muito expressivo, tendo em conta que neste dia todos estão festejando e não apenas sentados em frente a televisores. Não faltará socorro-médico em quatro postos instalados na praça, além de 5 ambulâncias. Mais de 807 seguranças foram contratados para auxiliar as polícias militar e municipal. O Rynek de Cracóvia é a maior praça medieval da Europa, mas como o espetáculo ocupará só a área Oeste da praça são esperados mais de 140 mil pessoas e mais de 7 milhões de espectadores pela televisão.
Outras cidades do país prometem superar estes números para serem consideradas a maior festa de São Silvestre da Polônia. Wrocław, Poznań, Gdańsk, Rzeszów, Katowice,Lublin e Varsóvia também investiram muito em dinheiro e artistas.

Nova lei para a TV pública polaca

O secretário geral da Aliança de Esquerda Democrática -SLD - Grzegorz Napieralski afirmou, neste fim de semana, que aproveitaria as festas de final de ano para preparar texto de reforma na lei dos veículos de comunicação, para contrapor, ou aperfeiçoar os planos anunciados do governo de mudar o modo de funcionamento da televisão e rádio pública.
Napieralski assegurou que o SLD estará preparado para cooperar com qualquer partido político do parlamento polacos que tenha uma visão semelhante em relação às mídias públicas.
É esperado também que o clube parlamentário das esquerdas e democratas -LiD apresente sua proposta de lei para este início de ano. Napieralski acredita que aliança de esquerda no parlamento não apóie a nova lei nova como está sendo sugerida pelo partido do governo Plataforma da Cidadania - PO.
"Em nossa opinião, o PO quer assumir imediatamente os meios de comunicação públicos e substituir os membros nomeados pelo governo anterior do PiS" explicou Napieralski, acrescentando, no entanto, que não poderia revelar nenhum detalhe de sua proposta, por não estar concluída ainda. O secretário do partido do ex-Presidente Aleksander Kwaśniewski confirmou as especulações de que o atual presidente de seu partido Wojciech Olejniczak tenha estado conversando com presidente Jarosław Kaczyński do PiS sobre uma frente unida contra a política de mídia do PO.

domingo, 30 de dezembro de 2007

Tropas polacas no Oriente

Foto: AP
Tropas polacas continuam estacionadas no Afeganistão e Iraque. O primeiro-ministro Donald Tusk e seu partido PO prometeram nas eleições trazer os soldados de volta pra casa. Mas o partido PiS do ex-primeiro-ministro Jarosław Kaczyński quer que as tropas permaneçam onde estão. Em 2003, quando se cogitou pela primeira vez a volta dos soldados havia um contingente de 10 mil soldados de 21 países sob o comando do quartel general polaco na Divisão Internacional Centro-Sul do Iraque, responsável por 4 províncias. Atualmente, a divisão conta com 1200 soldados em somente uma província iraquiana. São 900 polacos, 130 mongóis e 100 armênios. O custo desta operação militar para os cofres polacos é de 87 milhões de złotys (cerca de 61 milhões de reais) em 2007.
No Afeganistão são outros 350 a 400 soldados além de vários helicópteros. Se Tusk vai conseguir da Casa Branca permissão para retornar é que se verá nos próximos meses, pois a promessa é de que até outubro de 2008 todos estarão em casa.


No Iraque, soldados polacos carregam caixão de companheiro morto até o avião para ser enterrado na Polônia

Pod Limbą em Kościelisko

Foto: Ulisses Iarochinski
Ulica (ulitssa - rua) Budzówska em Kościelisko, em dia de Natal. Tanto o asfalto negro como as calçadas está forrado de um manto branco e gelado... é o inverno nos Tatras polacos. Nesta rua, no número 26 é fácil encontrar quarto com banheiro por um preço mais do que barato, quase de graça. Anote aí, Pod Limbą (pod limbon) - pokoje.

Revista Polaca em Porto Alegre

Capa da nr 1
O Centro de Estudos Polono-Brasileiros Karol Wojtyła foi criado em Porto Alegre pretendendo resgatar e registrar as impressões dos imigrantes polacos ainda
vivos e de seus descendentes no Rio Grande do Sul. E foi justo dentro deste objetivo que lançou no último mês de novembro a Revista CEKAW, que como publicação vem se juntar a Revista Projeções da Braspol editada em Curitiba pelo padre Zdzisław Malczewski. Ambas se inserem no contexto de reavivarem um o setor editorial que foi tão forte no início do século 20 em Curitiba, quando chegaram a circular simultaneamente quase uma dezena de jornais em idioma polaco e outras tantas publicações bilíngues. Ao pretender ser mais que um simples jornal, a revista pode ser um importante veículo para divulgar estudos científicos produzido nas universidades brasileiras e polacas sobre a imigração polaca para o Brasil. A Revista CEKAW, que pretende ser trimestral tem em seu Conselho Editorial Ademir José Knakevicz Grzesczak, Diego de Leão Pufal, Elizara Nunes, Estácio Nievinski Filho e Paulo Gilberto Geliski.
O número 1 pode ser "baixado" em arquivo PDF através do site do Centro em http://www.cekaw.org.

sábado, 29 de dezembro de 2007

Busca das origens: passos

Assentamento de batismo, na Paróquia de São Estanislau, em Dobre, Polônia.

Mesmo acreditando que as informações existentes em meu portal UI, na página http://www.ui.jor.br/polaco14.htm são suficientes, sempre estou respondendo à mensagens com questões sobre origens, buscas e cidadania polaca. Reproduzo a seguir resposta que acabo de enviar a um dos leitores do site "Saga dos Polacos". É um guia para chegar aos dados básicos que permitem encontrar documentos de ancestrais nas paróquias e cartórios da Polônia.
A BUSCA
Na situação em que muitos descendentes de polacos se encontram, estava eu há uns 10 anos atrás. Não sabia nem como era a grafia correta de meu sobrenome em idioma polaco (Iarochinski - Jarosiński). Pensava que minha família no Brasil, com este sobrenome se resumia a nove pessoas. Pois não é que depois de dois anos de pesquisa descobri, que meus bisavós, que chegaram ao Brasil em 1911, com dois filhos e duas filhas, produziram ao longo das décadas um número de mais de 244 descendentes? Claro que nem todos com o mesmo sobrenome, mas ainda assim tios, primos e irmãos. Mas tarde descobri que além de Monte Alegre (Tibagi-atual Telêmaco Borba, no Paraná) e Castro (cidade dos Iarochinski no Brasil), havia mais pessoas com meu sobrenome em Pariquera-açu, Itaporanga, Barão de Antonina, Campinas e Sorocaba no Estado de São Paulo. Que estes parentes haviam trocado o SI pelo CHI, mas mantiveram o J inicial. E estes também estavam em Lavras, Minas Gerais. Procurando um pouco mais encontrei outros Iarochinski no Norte de Santa Catarina. Não eram descendentes de meus bisavós Piotr e Anna. Mas eram parentes que vieram em outros navios e em outros anos. Mas enfim... o caminho das pedras começou pelos cartórios e cemitérios de Castro e Tibagi. Evoluiu para o Arquivo Público Estadual do Paraná em Curitiba, para o Arquivo Nacional do Ministério da Justiça no Rio de Janeiro, até chegar nas igrejas de vilas desconhecidas da Polônia.

Imprescindível
Para que o círculo das buscas se complete é imprescindível saber:

1 - Nome e sobrenome do ancestral, o nome e sobrenome dos pais deste ancestral...e isto tudo em grafia polaca.

2 - Depois o ano de nascimento desta pessoa.

3 - Em seguida a localidade da Paróquia e conseqüente município (gmina) na Polônia.

Para chegar a estes dados, primeiro é ir aos cartórios das cidades (no Brasil) onde se assentaram inicialmente estes ancestrais. Na maioria das vezes, os sobrenomes já foram alterados e o local de nascimento está apenas como: natural da Polônia. Mas esta busca é importante para se conhecer todos os registrados (certidões de nascimento, óbito, casamento, compra e venda de imóveis, declarações etc.) com o sobrenome e variações.

4 - Depois é buscar nas lápides dos cemitérios a data de nascimento (o ano é mais importante). Pois certidões de óbitos não trazem a data de nascimento, como tampouco as de casamento brasileiras. Com base nestas pesquisas é possível chegar mais ou menos ao ano de desembarque no Brasil.

5 - Ai só resta ir pessoalmente ao segundo andar do Arquivo Nacional no Rio de Janeiro, buscar pela lista dos navios, lista dos passageiros destes navios, lista dos hóspedes da Ilha das Flores (este é o melhor) e comprovar aí a grafia dos nomes e pessoas da família que chegaram juntas. Infelizmente nestas listas não estão citadas as cidades de origem e muitos foram registrados como alemães, russos e austríacos e não como polacos. (Isto devido aos 127 anos de ocupação que a Polônia sofreu de seus vizinhos).

6 - Também, no mesmo andar do edíficio, existem armários de aço com arquivos das seções da Polícia Federal do Paraná e Rio Grande do Sul. Estão ordenados pelas iniciais de sobrenomes e de cidades. São arquivos que guardam fichas dos imigrantes que compareceram as delegacias de Polícia na década de 40. Todos os estrangeiros eram obrigados por uma lei de Getúlio Vargas a comparecerem na polícia naquela época. Assim e apenas neste arquivo (tanto do Brasil como da Polônia) é possível saber de que localidade eram procedentes estes imigrantes. (Muitas vezes os passaportes familiares que foram "extraviados", na verdade, encontram-se nas pastas destes arquivos). Ao fim destas buscas se está de posse dos dados necessários para buscar nas paróquias da Polônia, os assentamentos de batismo destes ancestrais.

7 - Com base nestes assentamentos (muitas vezes em idioma russo, alemão ou latim) é possível se fazer a transcrição nos cartórios para se obter a segunda via dos atestados de nascimento, óbito e casamento destes polacos.

Seguindo estes passou cheguei até onde nasceram meu avô, irmãos e bisavó. Numa outra cidade, encontrei a certidão de nascimento de meu bisavô. Foi emocionante!!! Tenho as certidões de nascimento e de casamento dos bisavós. E é desta forma que tenho encontrado documentos aqui na Polônia de outros brasileiros descendentes de polacos que contratam meus serviços de busca. Na maioria das vezes tenho sucesso.

Fax-simile do segunda via do atestado de nascimento de meu avô Boleslau.

Esquiando mesmo ao anoitecer

Foto: Ulisses Iarochinski
Quando vai anoitecendo em Zakopane, lá pelas 4 horas da tarde, as luzes das pistas de esqui começam a ser acesas e os especialistas e os esquiadores de "primeira viagem" não sossegam. Não importa o frio, os tombos e as calças molhadas...todos querem subir mais uma vez até o topo para depois descer alguns minutos experimentando emoção e suspense..."será que vou cair de novo?" - é o que pensam todos aqueles que vêm dos trópicos.

Natal nas montanhas

Paisagem da janela do "Dom Pod Limba" às 8 da manhã de Natal em Kościelisko
Foto: Ulisses Iarochinski
Foi o blog completar seis meses e dar um pequena parada. Mas creio que aqueles que acompanham diariamente entendem....festas! Mas nem por isso deixei de produzir... o natal em Zakopane com mais 7 brasileiros, um polaco e uma russa foi marcado por muita vodka e feijoada. Mas claro que o que mais impressionou foi a beleza da capital do inverno polaco: Zakopane (que literalmente poderia ser traduzido para "abaixo da mina"). Com um sol forte, céu azul, muito branco e ótima temperatura. Na hora mais quente do dia chegou a fazer 8 graus positivos. Claro, que a noite (depois das 16 horas) a temperatura baixava para 11 negativos. E valeu até pelos tombos dos iniciantes no esqui, Rodrigo, Alessandro, Anastacja e Ciro. Além das pistas de esqui e das montanhas nevadas o que a marca é atmosfera especial de Zakopane com suas casas de madeira. A beleza destas maravilhas de troncos, muitas vezes esculpidos, é inesquecível.

E nos jardins das casas de troncos, as miniaturas e bonecos também de madeira.

Foto: Ulisses Iarochinski

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Aniversário no Natal

Foto: Ulisses Iarochinski
Há décadas na Polônia ocorre um concurso de presépios. Diferente dos demais, porque a representação da mangedoura do menino Jesus, deve retratar a Basílica de Santa Maria, ou Mariacka, como os polacos chamam a igreja na praça central de Cracóvia. Agora mesmo, no Bosque do Papa em Curitiba, há uma exposição itinerante destes presépios. Este da foto, está em exposição na Galeria Krakowska, o maior Shoping Center da Europa, inaugurado um ano atrás em Cracóvia. E é do concurso deste ano. Não é o ganhador, mas é belo mesmo assim. E com a imagem do presépio Mariacka, quero comemorar os seis meses da existência deste blog JAROSINSKI do Brasil - direto de Cracóvia, que coincidentemente ocorre neste 25 de dezembro e desejar a todos os leitores espalhados pelo mundo os 13.000 acessos.

Solidariedade
Pode parecer pouco se comparado com outros blogs encorados em grandes jornais brasileiros e polacos, mas é um número de leitores impressionante para um blog que fala em português sobre o dia-a-dia da Polônia, das suas tradições, da sua história, de suas curiosidades, das suas belezas e principalmente da alma de um povo que nunca se deixou abater e se inscreve na história da humanidade como uma das grandes nações do mundo. Um legado de perserverança, de amor e de solidariedade. Que é isto que um de seus filhos, mais conhecidos em todo o planeta, propagou em mais de 27 anos de papado. Esta foi a última mensagem de João Paulo II, antes de morrer: “À humanidade, que em ocasiões parece como perdida e dominada pelo poder do mal, do egoísmo e do medo, o Senhor oferece como dom seu amor que perdoa, reconcilia e volta a abrir o espírito à esperança... O amor converte os corações e dá a paz. Quanta necessidade tem o mundo de compreender e acolher a Divina Misericórdia!" Estas palavras do pontífice polaco estavam no texto escrito para ser lido no marco da oração mariana pascal do Regina Caeli”.

Melhores relações com vizinhos


O primeiro-minsitro Donald Tusk também compareceu a televisão neste domingo para dizer que em um mês de ofensiva diplomática a Polônia melhorou muito as relações com seus vizinhos, não só com a Alemanha e a Rússia, mas também com o Grupo "Visegrad" e a Lituânia. Donald Tusk afirmou que esta política deverá continuar, com "sorriso ofensivo", que foi como ele caracterizou a importância crucial da imagem do país na atualidade. O primeiro ministro acrescentou que graças a nova política dimplomática foi possível encerrar o embargo russo à carne polaca. Também mencionou o reltório do escritório central encarregado das investigações anti corrupção, coordenado pela ministra Julia Pitera (que teve seu automóvel explodido semanas atrás). Tusk disse que em sua opinião o chefe do escritório Mariusz Kamiński misturou as atribuições do cargo com as questões partidárias.

Kaczyński: um natal calmo, mas feliz


O Presidente Lech Kaczyński (lérrhh catchihnsqui) disse neste fim de semana em cadeia de rádio e televisão que a entrada da Polônia na zona Schengen é a realização de um grande sonho para os polacos, sonho que a 20 anos atrás soaria como uma utopia não realizável, mas que provou ser verdadeiro. O Presidente agradeceu os governos anteriores e os funcionários públicos que trabalharam nos últimos dois anos com ele. Lech Kaczyński sublinhou que, em 2005, a Polônia era uma das últimas na lista de candidatas a Schengen em termos de preparação, mas em dois anos de sua administração foi possível administrar as exigências da União Européia. O Presidente polaco também fez menção a Reforma do Tratado da Constituição Européia, que foi assinado em Lisboa dias atrás. E finalmente desejou a todos os cidadãos polacos de todo o mundo um natal calmo mas feliz.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Sonho de inverno

Foto: Ulisses Iarochinski
No branco do chão, esquiadores. No azul do céu, voadores. Isto é o inverno e as festas de final de ano em Zakopane - a capital gelada da Polônia. O sonho de um italiano é conhecer Cortina D´Ampezzo, o de um francês Chamonix, o de um polaco...Zakopane.

Uma ceia a 91 m de profundidade

Foto: Ulisses Iarochinski
A "Santa Ceia" de Leonardo da Vinci esculpida na parede de sal da capela de Santa Kinga na mina de sal de Wielicka, no Sul da Polônia, por Antoni Wyrodek entre os anos de 1927 e 1936. A mina de sal, há 20 minutos de Cracóvia é patrimônio da humanidade e tem como uma de suas principais atrações a capela de Santa Kinga, que está a 800 metros do início do trajeto turístico da mina, a 91.6 metros de profundidade.

Céu azul branco no chão

Foto: Ulisses Iarochinski
As árvores da Polônia amanheceram assim hoje... lindas sob um céu azul azul. "E aí me vem uma saudade da minha gente, que segue em frente, sem não ter com quem contar". "A sorrir Eu pretendo levar a vida O sol nascerá Fim desta saudade Hei de ter outro alguém para amar A sorrir Eu pretendo levar a vida".

sábado, 22 de dezembro de 2007

Fronteiras serradas

Cancelas de fronteiras serradas em Zittau por Angela Merkel da Alemanha, Mirka Topolanka da República Tcheca e Donald Tusk da Polônia sob os olhares dos portugueses José Manuel Baroso e José Sócrates.Foto: Maciej Swierczynski / AG

A abertura das fronteiras terrestres em mais nove países da União Européia, ocorrida a zero hora desta sexta-feira continua a ser comemorado na Europa. Os jornais dos 24 países integrantes trazem em suas primeiras páginas o principal evento organizado para comemorar a Europa sem portas. A cerimônia foi presidida pelos dois principais dirigentes da União Européia, neste momento, que coincidentemente são portugueses. Como presidente de turno da União Européia, o atual primeiro-ministro português José Sócrates, junto ao presidente da Comissão Européia, o ex-primeiro-ministro de Portugal José Durão Barroso, ambos de Portugal, estiveram ontem em Zittau, pequena cidade entre as três fronteiras entre Alemanha, Polônia e República Tcheca.
José Sócrates sublinhou que viver num continente como a Europa significa ter "uma liberdade livre". Já a anfitriã, chanceler alemã, Angela Merkel, disse que "esta é uma liberdade de intercâmbio com os outros e, para os mais velhos, é uma alegria ver que os novos conhecem uma realidade europeia que eles não conheceram". A líder alemã, oriunda da antiga Alemanha comunista, estava também com suas palavras fazendo referência aos anos em que a Europa esteve dividida pelo Muro de Berlim. Já o presidente da Comissão Européia, Durão Barroso, assinalou que a Europa não deve ser vista "como uma construção apenas para os diplomatas mas também para os cidadãos".
Interessante é acompanhar a cobertura de jornais portugueses nestes eventos que vem se repetindo na Europa. Sempre há um comentário, ou uma expressão a lembrar que Portugal fica na Europa e que o idioma de Portugal parece ser propriedade apenas dos portugueses. Como neste parágrafo adiante, onde o enviado especial do jornal Diário de Notícias de Lisboa, faz questão de frizar que o tcheco fala português com sotaque brasileiro:
"É bom ter fronteiras abertas, mas tenho medo", confessa Magdalena Dzialoszynski, tradutora de 27 anos que, apesar de polaca, vive na localidade alemã de Zittau. Zdenek Grmela, estudante checo de 25 anos, que fala português com sotaque do Brasil, diz, porém, que estes receios são maiores entre os alemães. "Este dia é mais um símbolo, mas passar a fronteira será mais fácil, o turismo vai melhorar".
São frases como estas que permitem entender o porquê Portugal insiste em postergar o acordo ortográfico dos países integrantes da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Ao que tudo indica os portugueses não aceitam o modo de falar dos brasileiros, angolanos, moçambicanos, caboverdianos e os outros 3 países lusófonos.
Receio do sotaque brasileiro
As universidades polacas parecem atentas a esta questão. Algo mudou desde que a Polônia entrou para a União Européia. Uma delas é o ensino do português. Não é de hoje que as universidades da Polônia oferecem cursos de idioma português. A proximidade com o Brasil, em função da forte imigração polaca ocorrida nos séculos 19 e 20 para o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além das telenovelas brasileiras, transpareceu sempre na escolha dos professores para ensinar o idioma falado no Brasil. Desde primeiro de maio de 2004, data da entrada da Polônia na União Européia, os professores que falavam com sotaque brasileiro foram sendo progressivamente substituidos por jovens universitários portugueses. As universidades polacas estão trocando professores brasileiros por estudantes portugueses nas aulas de idioma português. E foi assim que o prof. Evandro Ouriques da UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro se deparou com o sotaque do Alentejo na platéia da Universidade Jagiellonski de Cracóvia, nesta semana, quando esteve fazendo palestra para estudantes polacos de idioma português. Além da importância do tema, o que se percebeu foi uma dissintonia no ar, com muitos não entendendo palavras ditas pelo professor brasileiro. O "ruído" na comunicação foi em parte causado pelo sotaque brasileiro. Sotaque que era comum 4 anos atrás, mas que hoje é apenas uma lembrança. As polacas agora falam "cantadinho" e "chiando" Brasile com L e E no final. Ouriques, um doutor em comunicação e linguagem, não entrou na questão, mas sintomaticamente começou sua palestra dizendo que era muito bom ser entendido num idioma que é falado por mais de 200 milhões de pessoas, sendo 183 milhões apenas no Brasil.
Não passa despercebida esta idiossincrasia portuguesa na Polônia, país que oferece bolsas para estudantes e professores brasileiros descendentes de polacos aprenderem polaco e por outro lado contrata estudantes portugueses para ensinar os polacos a falar português com sotaque do Alentejo, como a agradar os habitantes das magens do Tejo.
Portas semi-abertas
A Polônia, ao mesmo tempo que se integra a Europa, fecha suas fronteiras a Leste. O trecho mais longo de fronteira da União Européia fica justamente na Polônia. São 1.176 quilômetros de fronteira terrestre. Uma linha divisória que será vigiada por 10.000 funcionários, com ajuda de 1.300 veículos destinados a patrulhar imigrantes vindos da Bielorrússia e da Ucrânia. Desde o fim do sistema comunista, a fronteira oriental de Polônia é o passagem para imigrantes da ex-URSS e de países asiáticos, como China, Bangladesh e Paquistão.

Desejo - życzenie


Święta, Święta i po Świętach,
nikt już o nich nie pamięta,
bo Sylwester już za pasem,
bawmy ostro się w tym czasie.


tradução livre: festa, festa e depois das festas, jamais se lembre delas, porque o reveillon já bate à porta, briquemos muito nesta época.