Meus ancestrais chegaram ao Brasil, no navio vapor Columbia, da Companhia Austro-Americana Janowitzer, Wahle & Cia., comandado por Antonio Dminak (Comandate) e Rodolfo Godnig (1°. comissário), em 14 junho de 1911, procedentes do porto italiano de Trieste.
Foram 24 dias no mar. Na viagem morreram duas crianças, Alexander Chajar, de 1 ano, de convulsão e Jan Sołdys, com 2 meses, de bronquite e nasceu a filha de Wojciech Wróblewski e Michalina Wróblewski Jaraika, no dia 6 de junho, já em águas territoriais brasileiras.
Os Wróblewski eram originários da localidade de Rodzienec em Guber Liedlecka, "capitanato" de Milanor. O atestado de nascimento não apresenta o nome da criança, mas foi assinado conjuntamente pelo Dr. Leo Mager e pela enfermeira Anna Grusovin, os mesmos que atestaram a morte das duas crianças.
Os Jarosiński faziam parte de um grupo de 194 famílias, procedentes das governadorias de Siedlce, Chełm e Lublin. Cada família era constituída em média de 6 pessoas, ou seja, estavam naquele navio 1150 imigrantes.
Após permanecerem 10 dias na hospedaria do imigrante da Ilha das Flores, na baia da Guanabara, embarcaram com destino a Paranaguá no navio costeiro Itaúba.
Era 24 de junho.
Depois de Paranaguá, subiram a Serra do Mar de trem e passaram alguns dias na Casa do Imigrante, em Curitiba, até serem encaminhados a Colônia Iapó de Castro.
A viagem desde Wojcieszków foi cansativa, penosa mas cheia de esperança. Antes de embarcarem na estação de trem de Krzywda com destino a Lublin, Viena e Trieste, tinham feito os doze quilômetros que separavam a cidade natal de Anna da estação.
Meus bisavós, Piotr (Jackowska) Jarosiński e Anna (Ognik Filip) Jarosiński, nasceram respectivamente em 10 de dezembro de 1880, em Poręby, paróquia de Dobre, proximidades de Mińsk Mazoviecki, governadoria de Varsóvia, e 15 de maio de 1878, na Stare Wieś de Wojcieszków, a cerca de 18 quilômetros de Łuków, respectivamente.
Antes de virem para o Brasil, viviam na Vila Helenów, distrito de Wojcieszków, sub-Província de Łuków, Província de Siedlce (atualmente pertencente a Voivodia de Lublin), a cerca de 150 km da capital Varsóvia, na Polônia.
Os dois, com as idades de 31 e 32 anos trouxeram os filhos Wiktoria (9 anos), Bolesław (4 anos), Józef (2 anos) e Maria (dois meses de idade). Os pais de Piotr, Jan Jarosiński e Wiktória Jackowska (de Poręby) e de Anna, Antoni Filip e Katarzyna Ognik (de Wojcieszków), ao que tudo indica ficaram na Polônia, não se sabe se vivos ou mortos, pois a insurreição de 1905 a 1907 foi bastante dura para a população da região de Łuków. Foram os camponeses desta região os primeiros a se rebelarem contra o jugo invasor dos russos.
Na Colônia Iapó, em Castro, nasceram Jan (João) e Władysław (Ladislau). Na cidade vizinha de Ponta Grossa, nasceram Angelina, Anastazia e Francisco (que morreu com alguns meses de idade).
Dificuldades com a língua portuguesa e a necessidade de se integrar ao novo país logo modificaria a grafia e a pronúncia de seus nomes para Pedro, Ana, Vitória, José, Boleslau (Boles) e Maria. Os demais filhos já podiam ser considerados brasileiros e seus nomes foram registrados em português. Os primeiros permaneceram com a cidadania polaca e nunca se naturalizaram.
Pedro, apesar de alfabetizado em polaco e russo, quando assinava seu nome em documentos, como certidões de nascimento e casamento dos filhos, alternava a grafia do sobrenome, ora em português, ora em polaco. O sobrenome Jarosiński foi ditado em polaco aos tabeliães e cartorários e estes grafaram como ouviram em português e trocaram a grafia polaca pela pronúncia. Assim Jarosiński virou Iarochinski.
Em 1956, após a morte de Piotr, foi feita tradução do seu passaporte em idioma russo para português, pelo tradutor juramentado Renato Silvio Wolf, de Curitiba.
O tradutor, grafou Pjutr (transliterou do alfabeto círilico o nome polaco Piotr) como Pedro. Em outras partes traduziu e grafou o sobrenome de três formas diferentes: Jarisonski, Jarosinski e Jarosinsk (provalemente levado pelas declinações da língua). O que facilmente se configura em pobreza de tradução.
Familiares do tradutor já falecido confirmaram que ele era apenas tradutor de alemão e nunca o tinha sido da língua russo. Os erros ficam mais evidentes, quando ele traduziu para o alfabeto latino, os nomes das localidades.
Gminno ficou sendo o nome do município, quando se sabe que a palavra município é Gmina no idioma polaco.
O passaporte foi emitido na localidade de Wojcieszków em 1 de outubro de 1906.
A vida dos Jarosiński no Brasil foi sempre muito difícil. Desde os primeiros momentos da viagem, passando pelo assentamento até suas mortes, eles sofreram toda a sorte de agruras.
Conta-se que a fome era tanta, que um dia, por desconhecimento, mataram um urubu para comer. Mas acabaram em jejum porque a carne era muito dura e porque foram alertados para a espécie da ave, que eles nunca tinham visto na Europa.
Logo que puderam, começaram a plantar arroz, feijão, mandioca, batata e milho. O produto do trabalho dava apenas para a alimentação, pois como Castro era muito pequena, e eles não tinham para quem vender. Resultado: sem dinheiro não podiam comprar outros produtos, como utensílios e roupas. Obrigavam-se a trabalhar na cidade como carpinteiros e marceneiros.
Como o trabalho na cidade começou a ser mais lucrativo, Piotr abandonou a colônia, onde a agricultura não dava o sustento que a família numerosa necessitava e foi viver na rua Coronel J. Marcondes, na Vila Rio Branco. Piotr construiu a própria casa e os móveis.
Corria o ano de 1928. Por essa época, junto com os filhos e outros polacos das colônias vizinhas trabalharam na construção da estrada de ferro Sorocaba - Marcelino Ramos. Recebiam 200 réis a hora e trabalhavam 10 horas por dia. Em Jaguariaíva, o soldo era melhor, pagavam 500 réis a hora, o que dava 5 contos de réis por dia.
Os polacos de Castro, em busca do soldo de Jaguariaíva iam a pé até esta cidade em busca do trabalho. Levavam dois dias para percorrer os quase 80 quilômetros. Cada vez mais, os polacos se afastavam da agricultura e de suas terras.
Os filhos homens de Piotr e Anna, em função da infância miserável, foram sempre pessoas revoltadas e agressivas. Quando jovens e depois como adultos buscaram trabalho como carpinteiros, marceneiros e motoristas.
Bolesław (meu avô) nasceu em 14 de janeiro de 1905 em Helenów - Wojcieszków, como a mãe.
No final dos anos 30, ele saiu de Castro e foi viver com a esposa Paulina e seus filhos em Monte Alegre, município de Tibagi (atual Telêmaco Borba).
Ali participou da construção da fábrica de papel da Klabin como motorista de caminhão e outras funções, transportando toras de madeira e outros materiais. Bóles, como era chamado pelos companheiros, trabalhava com um caminhão Chevrolet ano 41, de propriedade da empreiteira do Sr. Danilo, subcontratado das Indústrias Klabin do Paraná.
Os pais, Piotr e Anna, também tinham se transferido para a localidade, mas não se deram bem, entre outras coisas por causa da idade avançada e voltaram para Castro, onde possuíam casa própria.
Bolesław permaneceu com a esposa e os filhos. Mas aos 39 anos, após uma extração dentária foi obrigado a se medicar em Castro. A cirurgia infeccionou tanto que o impediu de se alimentar. Como não havia soro, ele acabou morrendo não só da infecção que havia tomado completamente sua boca, mas principalmente de fome.
Seis meses após o início da infecção, morreu sozinho na pequena casa que o pai construiu, especialmente, para abrigá-lo neste período angustiante. Era 21 de dezembro de 1944.
Com a morte de Bolesław, a esposa Paulina permaneceu em Monte Alegre, em Harmonia (sede da Klabin do Paraná), trabalhando como costureira para sustentar os filhos Janina, Amélia, Plínio, Vitório, Cassemiro (meu pai) e Azélia.
A primeira filha do casal, Ana, morreu aos 2 meses de idade, em Castro, e Rosa após desentendimentos com o pai, saiu de casa, para nunca mais retornar.
Piotr Jarosiński morreu em 5 de dezembro de 1955 e Anna (Babucha) atingiu os 94 anos de idade, morrendo em 20 de outubro de 1972, também em Castro.
Os netos mais velhos contam que Piotr os convidava para ir a missa toda semana. Junto levava o livrinho do novo testamento escrito no alfabeto cirílico. Piotr sempre foi muito católico e dizia, no idioma polaco, ao neto que o acompanhava, que sempre respeitasse a Deus e fosse obediente aos pais. Babucha até morrer, conservou a lucidez e o idioma polaco na ponta da língua.
Foram 24 dias no mar. Na viagem morreram duas crianças, Alexander Chajar, de 1 ano, de convulsão e Jan Sołdys, com 2 meses, de bronquite e nasceu a filha de Wojciech Wróblewski e Michalina Wróblewski Jaraika, no dia 6 de junho, já em águas territoriais brasileiras.
Os Wróblewski eram originários da localidade de Rodzienec em Guber Liedlecka, "capitanato" de Milanor. O atestado de nascimento não apresenta o nome da criança, mas foi assinado conjuntamente pelo Dr. Leo Mager e pela enfermeira Anna Grusovin, os mesmos que atestaram a morte das duas crianças.
Os Jarosiński faziam parte de um grupo de 194 famílias, procedentes das governadorias de Siedlce, Chełm e Lublin. Cada família era constituída em média de 6 pessoas, ou seja, estavam naquele navio 1150 imigrantes.
Após permanecerem 10 dias na hospedaria do imigrante da Ilha das Flores, na baia da Guanabara, embarcaram com destino a Paranaguá no navio costeiro Itaúba.
Era 24 de junho.
Depois de Paranaguá, subiram a Serra do Mar de trem e passaram alguns dias na Casa do Imigrante, em Curitiba, até serem encaminhados a Colônia Iapó de Castro.
A viagem desde Wojcieszków foi cansativa, penosa mas cheia de esperança. Antes de embarcarem na estação de trem de Krzywda com destino a Lublin, Viena e Trieste, tinham feito os doze quilômetros que separavam a cidade natal de Anna da estação.
Meus bisavós, Piotr (Jackowska) Jarosiński e Anna (Ognik Filip) Jarosiński, nasceram respectivamente em 10 de dezembro de 1880, em Poręby, paróquia de Dobre, proximidades de Mińsk Mazoviecki, governadoria de Varsóvia, e 15 de maio de 1878, na Stare Wieś de Wojcieszków, a cerca de 18 quilômetros de Łuków, respectivamente.
Antes de virem para o Brasil, viviam na Vila Helenów, distrito de Wojcieszków, sub-Província de Łuków, Província de Siedlce (atualmente pertencente a Voivodia de Lublin), a cerca de 150 km da capital Varsóvia, na Polônia.
Os dois, com as idades de 31 e 32 anos trouxeram os filhos Wiktoria (9 anos), Bolesław (4 anos), Józef (2 anos) e Maria (dois meses de idade). Os pais de Piotr, Jan Jarosiński e Wiktória Jackowska (de Poręby) e de Anna, Antoni Filip e Katarzyna Ognik (de Wojcieszków), ao que tudo indica ficaram na Polônia, não se sabe se vivos ou mortos, pois a insurreição de 1905 a 1907 foi bastante dura para a população da região de Łuków. Foram os camponeses desta região os primeiros a se rebelarem contra o jugo invasor dos russos.
Na Colônia Iapó, em Castro, nasceram Jan (João) e Władysław (Ladislau). Na cidade vizinha de Ponta Grossa, nasceram Angelina, Anastazia e Francisco (que morreu com alguns meses de idade).
Dificuldades com a língua portuguesa e a necessidade de se integrar ao novo país logo modificaria a grafia e a pronúncia de seus nomes para Pedro, Ana, Vitória, José, Boleslau (Boles) e Maria. Os demais filhos já podiam ser considerados brasileiros e seus nomes foram registrados em português. Os primeiros permaneceram com a cidadania polaca e nunca se naturalizaram.
Pedro, apesar de alfabetizado em polaco e russo, quando assinava seu nome em documentos, como certidões de nascimento e casamento dos filhos, alternava a grafia do sobrenome, ora em português, ora em polaco. O sobrenome Jarosiński foi ditado em polaco aos tabeliães e cartorários e estes grafaram como ouviram em português e trocaram a grafia polaca pela pronúncia. Assim Jarosiński virou Iarochinski.
Em 1956, após a morte de Piotr, foi feita tradução do seu passaporte em idioma russo para português, pelo tradutor juramentado Renato Silvio Wolf, de Curitiba.
O tradutor, grafou Pjutr (transliterou do alfabeto círilico o nome polaco Piotr) como Pedro. Em outras partes traduziu e grafou o sobrenome de três formas diferentes: Jarisonski, Jarosinski e Jarosinsk (provalemente levado pelas declinações da língua). O que facilmente se configura em pobreza de tradução.
Familiares do tradutor já falecido confirmaram que ele era apenas tradutor de alemão e nunca o tinha sido da língua russo. Os erros ficam mais evidentes, quando ele traduziu para o alfabeto latino, os nomes das localidades.
Gminno ficou sendo o nome do município, quando se sabe que a palavra município é Gmina no idioma polaco.
O passaporte foi emitido na localidade de Wojcieszków em 1 de outubro de 1906.
A vida dos Jarosiński no Brasil foi sempre muito difícil. Desde os primeiros momentos da viagem, passando pelo assentamento até suas mortes, eles sofreram toda a sorte de agruras.
Conta-se que a fome era tanta, que um dia, por desconhecimento, mataram um urubu para comer. Mas acabaram em jejum porque a carne era muito dura e porque foram alertados para a espécie da ave, que eles nunca tinham visto na Europa.
Logo que puderam, começaram a plantar arroz, feijão, mandioca, batata e milho. O produto do trabalho dava apenas para a alimentação, pois como Castro era muito pequena, e eles não tinham para quem vender. Resultado: sem dinheiro não podiam comprar outros produtos, como utensílios e roupas. Obrigavam-se a trabalhar na cidade como carpinteiros e marceneiros.
Como o trabalho na cidade começou a ser mais lucrativo, Piotr abandonou a colônia, onde a agricultura não dava o sustento que a família numerosa necessitava e foi viver na rua Coronel J. Marcondes, na Vila Rio Branco. Piotr construiu a própria casa e os móveis.
Corria o ano de 1928. Por essa época, junto com os filhos e outros polacos das colônias vizinhas trabalharam na construção da estrada de ferro Sorocaba - Marcelino Ramos. Recebiam 200 réis a hora e trabalhavam 10 horas por dia. Em Jaguariaíva, o soldo era melhor, pagavam 500 réis a hora, o que dava 5 contos de réis por dia.
Os polacos de Castro, em busca do soldo de Jaguariaíva iam a pé até esta cidade em busca do trabalho. Levavam dois dias para percorrer os quase 80 quilômetros. Cada vez mais, os polacos se afastavam da agricultura e de suas terras.
Os filhos homens de Piotr e Anna, em função da infância miserável, foram sempre pessoas revoltadas e agressivas. Quando jovens e depois como adultos buscaram trabalho como carpinteiros, marceneiros e motoristas.
Bolesław (meu avô) nasceu em 14 de janeiro de 1905 em Helenów - Wojcieszków, como a mãe.
No final dos anos 30, ele saiu de Castro e foi viver com a esposa Paulina e seus filhos em Monte Alegre, município de Tibagi (atual Telêmaco Borba).
Ali participou da construção da fábrica de papel da Klabin como motorista de caminhão e outras funções, transportando toras de madeira e outros materiais. Bóles, como era chamado pelos companheiros, trabalhava com um caminhão Chevrolet ano 41, de propriedade da empreiteira do Sr. Danilo, subcontratado das Indústrias Klabin do Paraná.
Os pais, Piotr e Anna, também tinham se transferido para a localidade, mas não se deram bem, entre outras coisas por causa da idade avançada e voltaram para Castro, onde possuíam casa própria.
Bolesław permaneceu com a esposa e os filhos. Mas aos 39 anos, após uma extração dentária foi obrigado a se medicar em Castro. A cirurgia infeccionou tanto que o impediu de se alimentar. Como não havia soro, ele acabou morrendo não só da infecção que havia tomado completamente sua boca, mas principalmente de fome.
Seis meses após o início da infecção, morreu sozinho na pequena casa que o pai construiu, especialmente, para abrigá-lo neste período angustiante. Era 21 de dezembro de 1944.
Com a morte de Bolesław, a esposa Paulina permaneceu em Monte Alegre, em Harmonia (sede da Klabin do Paraná), trabalhando como costureira para sustentar os filhos Janina, Amélia, Plínio, Vitório, Cassemiro (meu pai) e Azélia.
A primeira filha do casal, Ana, morreu aos 2 meses de idade, em Castro, e Rosa após desentendimentos com o pai, saiu de casa, para nunca mais retornar.
Piotr Jarosiński morreu em 5 de dezembro de 1955 e Anna (Babucha) atingiu os 94 anos de idade, morrendo em 20 de outubro de 1972, também em Castro.
Os netos mais velhos contam que Piotr os convidava para ir a missa toda semana. Junto levava o livrinho do novo testamento escrito no alfabeto cirílico. Piotr sempre foi muito católico e dizia, no idioma polaco, ao neto que o acompanhava, que sempre respeitasse a Deus e fosse obediente aos pais. Babucha até morrer, conservou a lucidez e o idioma polaco na ponta da língua.
Meu pai, Cassemiro (Kazio diminutivo de Kazimierz que se pronuncia como Cajo), morreu assassinado, aos 25 anos de idade, em Harmonia (ora Telêmaco Borba), em 1961.
Seu matador, Nadal Banik (de origem ucraniana), fugiu e nunca foi encontrado para pagar pelo crime que cometeu injustamente.
Seu matador, Nadal Banik (de origem ucraniana), fugiu e nunca foi encontrado para pagar pelo crime que cometeu injustamente.
Meses após o incidente, o delegado do distrito interceptou uma carta, onde o criminoso reconhecia ter matado um inocente e pedia a esposa para que fosse ao seu encontro com os filhos.
Apesar da carta, a polícia nunca conseguiu encontrá-lo. Tampouco os militares do Exército o encontraram. A ajuda do Exército tinha sido pedida em função de Kazio ter chegado ao posto de cabo.
Só mais recentemente, através de uma neta do assassino, soube-se que Nadal Banik, morreu 9 anos após assassinar injustamente Cassemiro, de ataque cardíaco, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde está enterrado, no cemitério municipal.
JAROSIŃSKI NO BRASIL
Piotr e Anna Jarosiński deixaram dezenas de descendentes no Brasil, que se uniram aos Kuk, Bigaski, Wisniewski, Ratuchney, Sarnoski, Marques, Oliveira, Mendes do Prado, Valentim, Domingues, Pereira da Silva e outros.
Até outubro de 1999, os descendentes destes dois pioneiros passavam de 244 pessoas. Perdeu-se o contato com Rosa, filha de Bolesław e de Pedro, filho de Jozéf, que ao que se sabe teve dois filhos, porém não se tem conhecimento se possui netos e bisnetos. Destes, apenas 37 pessoas conservaram o sobrenome Jarosiński (às vezes grafando Iarochinski, Jarosinski, e Iarosinski).
No Brasil, ao que tudo indica, os primeiros Jarosiński chegaram em 1903, procedentes de Łódż. (uudji).
Jan chegou ao Rio de Janeiro com o casal de filhos Alfred e Cesaria. A esposa ficou na Polônia, onde tinha abandonado o marido para se casar com um oficial russo.
Desgostoso, Jan acompanhado dos filhos de 5 e 3 anos veio tentar a sorte na capital brasileira. Em 1920, Jan e o filho Alfred, então com 22 anos, mudaram-se para a comunidade de Rio dos Índios, atual município de Reserva, no Paraná.
Alfred se casou com Catarina Cembak e seus filhos passaram a assinar Iarozinski. Alfred casou uma segunda vez e os filhos deste segundo casamento tiveram o sobrenome mudado para Iarocrinski.
Atualmente, os descendentes de Jan e Alfred estão radicados no vale do rio Ivaí, região central do Paraná e na cidade de Ponta Grossa.
Outro Jaroszyński se estabeleceu em Mafra, em Santa Catarina. Pedro e Júlia chegaram em ano incerto e no Brasil tiveram 13 filhos.
Seus descendentes vivem nas cidades de Mafra e Canoínhas em Santa Catarina e Curitiba no Paraná. Em sua maioria assinam Iarrochenski e Iaruchinsqui.
Uma outra família Jaroczyński se estabeleceu no início deste século em Massaranduba-SC e alguns de seus descendentes vivem em Curitiba e Mato Grosso.
Um outro Jarosiński, de nome Karol, chegou ao Brasil em ano incerto e se estabeleceu em Pariquera-açu, em São Paulo. Lá casou com Marianna Redys. Tiveram filhos.
Mais tarde Carlos Jarochinski (como passou a assinar seu nome aportuguesado), mudou-se para Barão de Antonina, pequena cidade paulista na divisa com o Paraná.
Seus filhos José Maria e Ewa multiplicaram o sobrenome na região. Deste núcleo existem Jarochinski, atualmente, em Itaporanga, Itapeva, Sorocaba, São Paulo e Lavras em Minas Gerais.
E finalmente, o mais novo imigrante Jarosiński é um padre que chegou da Polônia e reside em São Paulo.
LISTA DO NAVIO
Lista de passageiros do navio vapor Columbia, que chegou ao Rio de Janeiro em 14 de junho de 1911, procedente do porto italiano de Trieste. O Columbia era de propriedade da empresa austro-americana Janowitzer, Wahle & Cia. Eram 194 chefes de família, algumas destas chefiadas por mulheres. A grande maioria era de polacos da região ocupada pela Rússia. Portavam em sua maioria passaportes russos, em alfabeto cirílico, com exceção de 5 famílias austríacas, 3 alemãs e 1 russa (pelo menos assim se identificavam, como bem podem ser polacas também). Cada família se compunha em média de 6 pessoas (casal e 4 filhos), o que soma 1150 imigrantes. São estes os passageiros, por ordem alfabética do sobrenome:
Adamik, Paweł - Antol, Jozéf - Babniak, Michał - Bakune, Michał - Banhowski, Bolesław - Beida, Piotr - Beik, Jozéf - Bek, Marya - Bojarczuk, Marcin - Brokopnik, Jacob - Bronikowski, Jan - Budniewski, Alexander - Burzec, Jan - Czech, Teodora - Czerwiński, Wojciech - Czupryna, Andrzej - Delezneh, Jozéf - Delczuk, Franz - Dmybruk, Stanisław - Dmytruk, Stanisław - Daniluk, Jan - Durckiak, Antoni - Eekhart, Johann (austríaco) - Feldman, Ornsk (russo) - Filewski, Jan - Framiński, Anton - Fymeszuk, Helena - Gadomski, Jan - Gadomski, Simon - Gajka, Jozéf - Gługowski, Jozéf - Gorka, Jozéf - Gortal, Andrzej - Gur, Wladysław - Halabura, Antoni - Hanak, Jan - Hange, Erdmann - Harwyłuk, Jan - Hawyłuk, Stanisław - Hawyłuk, Ludwik - Hebrawski, Michał - Herski, Antoni - Holejko, Piotr - Hrynerzk, Antoni - Hrynczuk, Jan - Hrzpernuk, Jozéf - Hrzek, Jozéf - Hubiński, Marek - Hudek, Ludwik - Hunik, Jozéf - Hukaszuk, Jgnacy - Hurko, Kondrak - Husbek, Karl (austríaco) - Jabłoński-Michał - Jachar, Janczuk - Jajac, Jan - Jamelinak, Jozéf - Jańkowski, Julian - Jańkowski, Teofil - Jarmuk, Jan - Jarosiński, Piotr - Jasarski, Julian - Jelecki, Janina - Jezdrzjewski, Stanisław - Jdrinek, Adam - Jlürzel, Johan (alemão) - Jodełka, Alexander - Jurzwik, Antoni - Jusreryński, Jacob - Jzych, Jan - Karpysz, Jgnacy - Kasiński, Sever - Kazulek, Jan - Kazubek, Jozéf - Koch, Piotr - Kocyba, Benedykt - Kocyła, Jozéf - Kogelski, Jan - Kohrioc, Jan - Komon, Karol - Kopice, Marcin - Korioł, Fedor - Korioł, Jozéf - Korioł, Marya - Korkik, Adolf (austríaco) - Korolezwk, Nikodem - Korylko, Andrzej - Koschut, Felix - Kowalewski, Felix - Kowalik, Karol - Krawczuk, Adam - Król, Tomasz - Krwiwtkowski, Jozéf - Krystał, Fedor - Krzyszłoszyk, Stanisław - Kulik, Leon - Kuriełko, Franz - Kutiewicz, Jan - Kutniewierz, - Shorupska, Stefan - Kruzniak, Wicenty - Kryk, Grzegorz - Leszczyński, Wladysław - Lewansdowski, Jan - Liszek, Andrzej - Liwgowicz, Franz - Lwzyński, Jan - Madej, Wicenty - Marciniuk, Michał - Marecki, Kazimierz - Margzal, Katarzyna - Melniczyn, Michał - Miłwra, Jozéf - Mikuc, Jan - Mitura, Alexander - Molniczyn, Andrzej - Moœcilerodzki, Michał - Muciał, Semen - Naumiak, Jozéf - Naumowicz, Joachin - Onojetek, Jgnacy - Orzechowski, Jan - Osiak, Adam - Oslapi, Wawrzyncz, Teofila - Palenczuk, Michał - Panarowski, Marcin - Partyka, Jan - Paszko, Paweł - Pasykiewicz, Jan - Patryareki, Franciczek - Pawlik,Andrzej - Pientosa, Ludwik - Pietraszek, Stanisław - Pietrowski, Tadeusz - Pola, Jan - Pokorecki, Filip - Prelack, Andrzej - Prijuk, Arseu - Pzyjmak, Jawło - Pulo, Leonard - Rakowski, Wojciek - Rejniczak, Andrzej - Rodak, Paweł - Rokicki, Jozéf - Roman, Stanisław - Rosa, Wicenty - Rymwski, Anton - Sadi, Jgnacy - Sawczuk, Jan - Seńkala, Franz - Seńkala, Michalina - Schenk, Heinrich (austríaco) - Schröller, EdwardMarya - Sobianek, Andrzej - Sobieraj, Wawrzynge - Sobiesek, Andrzej - Sołkys, Antoni - Solendrak, Antoni - Sokołowski, Andrzej - Sokołowski, Jacob - Sokołowski, Jozéf - Spil, Piotr - Spi, Grzegorz - Sryszka, Bolesław - Srzyjmak, Jurko - Stachał, Jgnacy - Staszkiewicz, Wladysław - Stefaniac, Franciszek - Stielgman, Simon (alemão) - Stypkowski, Michał - Surdykowski, Felix - Szezerka, Michał - Szezypaniuk, Jan - Szymaniuk, Jacob - Szymonka, Wojcieck - Szyplowska, Agnieszka - Szyrerzyk, Roman - Syek, Jan - Tarisk, Mathias (austríaco) - Uss, Jacob - Walewski, Alexander - Walilewski, Adam - Wasilewski, Karol - Wawrecki, Andrzej - Wesp, Hans (alemão) - Wesriczuk, Jan - Wojcieki, Anton - Wojtowiez, Stanisław - Wokyeki, Wladysław - Worchon, Władysław - Wróblewski, Wojcieck - Wsyniewski, Dmytry - Zakrzewski, Jan - Zieliński, Jgnacy.
P.S. A reprodução deste trecho da história da minha família polaca esta presente nas páginas de meu livro "SAGA DOS POLACOS - A Polônia e seus emigrantes no Brasil", a venda na Livraria do Chaim. O livro com preço de 25 reais pode ser adquirido pelo correio. Para tanto basta ligar para 041 3336 4275 (em Curitiba) que a remessa será providenciada rapidamente. O livro é um pequeno compêndio das coisas da Polônia com história, tradição, receitas, minidicionário polaco-português, principais colônias polacas no Brasil e uma série de informações que permite aos descendente de polaco e interessados compreender um pouco mais de suas origens.
7 comentários:
Ulisses, achei muito interessante a História de sua família.
Sabe que na lista de passageiros do navio há uma pessoa com o nome:
Wladyslav Lewandowski, acho que é um antepassado meu. Vou verificar.
Valeu! Mariza Levandovski.
Li novamente, é Jan e não Wladyslav.
Ulisses,fiquei emocionada com a reportagem, a foto do jeep, eh parecido com meu pai , Zdestavu Iarocrinski, eu sou Neuza Iarocrinski.Moro em Ponta Grossa.sou contadora e empresaria.A minha mae lembra que meu pai tinha parentes em Curitiba.Mas ele faleceu aos 39 anos, em acidente de carro.Assim, sua historia se apagou, pelas dificuldades.abraço.
Oiiiiiii! O meu sobrenome e Macheivicz sou de descendencia polonesa mas nao sei se os meus antepassados vieram no navio que voces descrevem e nem sei se o meu sobrenome tb esta escrito correctamente. Sera que voces me poderiam ajudar fazendo favor! Um abraco.
Olá, adorei seu blog, sou bisneta do Alfred, moro em Ponta Grossa, meu nome eh Fernanda Jarozinski Silveira.
Iarochinski, Jarosinski, e Iarosinski. Estou procurando no sistema FS Augusto e Valéria. Muito obrigada por passar porque vai esclarecer aquele sistema lá quem é parente de quem. Eu leio os comentários. Essa família fez o percurso chegada em Curitiba os primeiros filhos em Curitiba e em seguida Ponta Grossa.
Muito obrigada novamente. Porque este teu site dá uma luz.
Muito bom saber da história.
Meu avô Pedro Iarochinski nunca contou muita coisa ,sempre calado .
Eu sou Giovana Iarochinski Figueiredo
Filha de Sirlei Iarochinski
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