Autoridades da Polônia dizem que prenderão Netanyahu
se o primeiro-ministro israelense for ao país europeu.
Segundo elas, a ausência do primeiro-ministro está relacionada à posição de Varsóvia em cumprir o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional contra ele.
Primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Foto: REUTERS/Kevin Mohatt)
Temendo ser preso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não comparecerá ao 80º aniversário da libertação dos Campos de Concentração e Extermínio Alemão Nazista de Auschwitz e Birkenau, nas cidades de Oświęcim e Brzezinka, na Polônia.
É o que relatou o jornal “Times of Israel” neste domingo (22). O vice-ministro das Relações Exteriores polaco, Władysław Teofil Bartoszewski (filho Władysław Bartoszewski do prisioneiro 4427, sobrevivente de Auschwitz, que morreu, em 2015, aos 93 anos de idade), declarou que, caso Netanyahu viaje à Polônia, será preso em conformidade com o compromisso do país com o Tribunal Penal Internacional (TPI).
Bartoszewski representa o Ministro das Relações Exteriores quando um projeto de lei orçamental é examinado. Ele também coordena questões asiáticas e é responsável pelas relações com a diáspora judaica.
Władysław Teofil Bartoszewski (foto PAP)
As autoridades da capital polaca, Varsóvia, acreditam que a ausência de Netanyahu está relacionada ao mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o israelense (filho de imigrantes polacos) por crimes de guerra na Faixa de Gaza.
O jornal "Rzeczpospolita" (República) acrescenta que o presidente israelense, Isaac Herzog, também não estará presente no evento, sendo representado apenas pelo ministro da Educação de Israel, Yoav Kish.
Em 21 de novembro, o Tribunal sediado na Holanda expediu mandados de prisão contra Netanyahu e contra Mohammed Deif, líder do Hamas que Israel disse ter matado, também para o ex-ministro da Defesa de Israel Yoav Gallant. O grupo islâmico ocupa a Faixa de Gaza.
O evento que vem sendo preparado na Polônia está programado para o Dia Internacional em Memória do Holocausto, em 27 de janeiro (data que o campo foi libertado), e deverá contar com a presença de dezenas de líderes e chefes de Estado, incluindo o Rei Charles, da Grã-Bretanha.
De acordo com tradicional o jornal "Rzeczpospolita", as autoridades israelenses não entraram em contato com seus colegas polacos sobre a participação no evento.
Presidente da Polônia Andrzej Duda. Foto: Kacper Pempel / Reuters
Denunciado na Corte Internacional de Justiça (CIJ), o governo israelense, comandado por Benjamin Netanyahu, foi responsabilizado pela morte de mais de 46 mil palestinos, na Faixa de Gaza desde outubro do ano passado, conforme divulgado pelo Ministério da Saúde local. Israel também expandiu suas ofensivas para países como Irã, Síria, Cisjordânia e Líbano.
O TPI julga pessoas, e a CIJ faz o julgamento de Estados
Autoridades palestinas acusam o Exército israelense de cometer “atos de limpeza étnica”.
Israel nega, afirmando que sua campanha de bombardeio aéreo tem como objetivo impedir que militantes do movimento palestino Hamas se reagrupem.
Até o momento, não foi possível estabelecer um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, apesar dos esforços de mediadores. Na quinta-feira (19), fontes próximas aos negociadores afirmaram que o Catar e o Egito conseguiram resolver algumas diferenças entre as partes, mas ainda restavam pontos de atrito.
Redação: Ulisses iarochinski
Fontes diversas como Reuters e Sputnik
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