segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Polacos: são mais saudáveis
No subtítulo informa-se que, "habitates polacos de 50 verões tiveram 29 anos de saúde, dos quais 18, 5 nas melhores condições. Este é o resultado de uma pesquisa dirigida por Carol Jagger da Universidade de Leicester na Grã-Bretanha. O estudo é financiado pela Comissão Européia e publicada no mais novo semanário Lancet, a mais prestigiada publicação médica no mundo."
domingo, 16 de novembro de 2008
Rússia muda sua palavra
No dia anterior, contudo, em Nice, na França, junto a Nicolas Sarkozy havia dito que se os planos para as bases na Polônia e Tcheca prosseguissem, ele instalaria sua base em Kaliningrado. Sarkozy em coro, afirmou que as bases Norte-americanas nos dois países membros da União Européia era uma idéia péssima. O único a chamar a atenção do presidente de turno europeu, de que ele primeiro teria que ouvir os países membros sobre o assunto, foi Lech Wałęsa.
A declaração de Miedwiediew é um gesto com endereço certo: o presidente eleito Barack Obama. O presidente russo, durante a reunião do G20, na Casa Branca, assinalou que a Rússia tem esperança que as boas relações de governo com a administração de Obama conduzam a uma melhoria nos entendimentos russos-americanos.
"Não faremos nada antes da América dar o primeiro passo" - disse Miedwiediew, expondo seu pensamento de que "temos chance de resolver este problema, ou chegar a um entendimento global sobre os sistemas antimísseis, ou então - no mínimo - encontrar a solução que dê uma resposta a Federação Russa". Miedwiediew declarou ainda que "ao primeiro sinal dado pela próxima administração Norte-americana de Barack Obama, estaremos pronto a resolver este problema e assinar um acordo conjunto". O presidente russo se disse pronto para um encontro com Obama sem pauta e qualquer pré-condição. "E conto com o retorno da confiança mútua entre a Rússia e os Estado Unidos", acrescentou.
Antes de encerrar seu pronunciamento comentou sobre a situação no Cáucaso e assinalou que a Rússia não pretende voltar atrás em sua decisão de reconhecer a independência da Osetia do Sul e a Abchazia. Disse que a Rússia está pronta para normalizar as relações com a Geórgia, mas "não com o atual regime, pois este cometeu crimes."
Barack Obama tem uma dura etapa pela frente. Nos Estados Unidos começa a se ouvir que o país deveria desistir da instalação das bases antimísseis na Polônia e República Tcheca e buscar melhores relações com a Rússia."Quando já esteja governando, Obama terá que reconstruir as relações americano-russas. Deveria estar pronto para rever os planos do sistema de defesa antimísseis na Europa Central", publicou num artigo de sua redação o jornal "Boston Globe". Por sua vez, O "The New York Times" publicou que "Obama pode tentar um novo entendimento para acalmar as relações com a Rússia, começando pela entrada dos russos na Organização Mundial do Comércio e de comum acordo resolver a questão das bases antimísseis. Precisa detalhar, por exemplo, que a base antimísseis na Polônia, nada mais é do que defesa da Europa ante um ataque nuclear do Irã."
sábado, 15 de novembro de 2008
Wałęsa critica Sarkozy
O comentário de Wałęsa foi a propósito das declarações de Sarkozy, publicadas no jornal italiano "Corriere della Sera", deste sábado, de que os Estados Unidos deveriam repensar sobre a instalação de suas bases antimísseis na Europa.
Sarkozy manifestou esta opinião durante o encontro União Européia / Rússia que se realiza em Nice, na Costa Azul francesa. Sarkozy disse que os mísseis não trazem segurança. Concordando de certa forma com a posição de Putin e Miedviedev sobre as bases que serão instaladas na Polônia e República Tcheca. Sobre o comentário de Sarkozy de que os planos russos de instalar uma outra base em Kaliningrado se os Estados Unidos continuarem em seu propósito é preocupante para a paz, Wałęsa disse: "A Diplomacia precisa ter em consideração os resultados. Contudo isto tudo parece ser mais uma vitória russa".
Crítica ou piada?
Publicado no jornal Rzeczpospolita.
No jornal Rzeczpospolita, o colunista Paweł Lisicki se perguntou se Wałęsa não seria um segundo Piłdusdki. Ele começa seu comentário dizendo que "Não havia dúvida que Lech Kaczyński deveria ter convidado Lech Wałęsa para a gala da Independência. Ele só ganharia com isto. Demonstraria, que não guarda rancor. Mesmo que o primeiro líder do “Solidarność” fosse sublimado na cerimônia, ele poderia tirar proveito de tudo isto."
Em seguida, diz que o presidente indignado com os que o criticaram preferiu atirar no próprio pé censurando os meios de comunicação. Voltou a carga contra Wałęsa pedindo misericórda ao ex-presidente. Ironicamente diz que "Wałęsa já é um segundo Piłsudski (coragem, por que não se pode dizer, que Piłsudski é um segundo Wałęsa?), único criador do “Solidarności”, audacioso trabalhador, que sozinho aboliu o comunismo, herói solitário, ao qual a Polônia deve a liberdade e a independência. Wałęsa sim, um polaco que evidententemente deixou a Polônia em débito de gratidão para com ele. Mas ninguém se incomoda nada com isto."
Lisicki diz que o ganhador do prêmio nobel "é um agradável Deus pagão". E se pergunta se ele não seria "um tanto falso?" Pois "isto visivilmente não tem significado."
E a população? Respeita Wałęsą e critica Kaczyński.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Editorial II: contra mentira e analfabeto funcional
Antes de tudo quero afirmar que dou a cara e nome, não me furto a dar opinião e dizer o que faço e penso. Assim começo por definir a palavras anônimo e enganosa. A primeira, a anônimo é uma figura que não merece credibilidade, pois não tem coragem nem de mostrar a cara nem o nome. Sendo assim que importância teria sua palavra? Resposta: Nenhuma! Mas ainda assim cabe uma outra pergunta: O que pode comentar alguém assim?
Assim fosse melhor seria parar de produzir este blog. Um espaço fruto daquilo que pesquiso, não em um, ou dois idiomas. Mas em pelo menos cinco. É fruto de leitura diária dos jornais polacos (lido no idioma polaco) e no que assisto e escuto nos canais de televisão da Polônia.
Dias atrás houve uma celebração da conquista do Prêmio Nobel da Paz e centenas de polacos e personalidades do mundo inteiro estiveram na Polônia para ouvir o historiador Norman Davis falar sobre o papel histórico de Wałęsa e sua inportância nas reviravoltas que o mundo deu no fim do século XX. O inglês é autor entre outros livros, "História da Europa", "História da Polônia", "Levante de 44", "História da Segunda Guerra Mundial" e a "História da cidade de Wrocław". Autoridade maior e isenta não poderia ter sido convidada para falar sobre o líder do Solidariedade.
Posso até aceitar que tenha uma visão diferente da minha, que não concorde com meus posicionamentos, como vejo e entendo a Polônia onde vivo, por só escrever a palavra polaco, entender política de outro modo que o dele, mas que por tudo isto, ele me denomine falso... Não posso aceitar!
Se determinadas pessoas querem erigir um monumento a Hitler, Generalíssimo Franco, Salazar, Stalin, Mengele, Vargas, Médici, Pinochet, Mussolini, Berlusconi (juntos ou separados), porque acreditam piamente que eles são injustiçados... Que o façam! Mas não esperem que eu concorde com um absurdo desses.
Filme polaco no mercado mundial
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Tusk: melhor que seu governo
O chefe de governo polaco Donald Tusk após um ano no posto de primeiro ministro consegue ser melhor que o próprio governo administrado por ele. Explica-se: uma pesquisa de opinião divulgada hoje, pelo jornal Rzeczpospolita e realizada pela GfK Polonia demonstra que Tusk tem 48% do universo pesquisado de 500 pessoas, entre 6 e 7 de novembro como bom primeiro-ministro. Contudo seu governo é ruim para 62% dos entrevistados. O ministro de seu gabinete de governo que consegue um maior percentual na escala de bom é Radosław Sikorski com 30%.
Mas o que faz um primeiro-ministro ser melhor que seu próprio governo é polêmica hoje entre sociólogos, economistas e população em geral na Polônia. Tusk mesmo sofrendo com a intrasigência do Presidente da República Lech Kaczynski não tem se abatido. Um dia após ser excluído da lista de convidados nas comemorações do 11 de novembro no Grande Teatro de Varsóvia pelo presidente e ter lhe sido negado o avião presidencial viajou para Frankfurt, na Alemanha, para conversar com o presidente do Banco Central Europeu sobre a introdução do Euro na Polônia. As televisões polacas transmitiram ao vivo, desde a cidade alemã, a entrevista coletiva que Tusk concedeu a imprensa européia depois do encontro. De concreto mesmo, ele não anunciou nada. Mas demonstrou mais uma vez porque consegue ser melhor que seu governo.
Por sua vez, Sikorski, atual ministro das relações exteriores, já foi ministro da defesa e senador. Em 1988, uma foto feita por ele no
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Sentida ausência de Wałęsa
Para a televisão polaca, Kaczyński declarou, que todo o polaco tem direito do sentimento de alegria pela importante data e não seria diferente com Wałęsa. "Se ele tivesse pedido para participar das comemorações, poderia ter recebido um sim, pois tudo é possível.", afirmou o presidente.
Mas os partidos políticos, entre eles o Platforma Obywatelska do primeiro-ministro Donald Tusk (também excluído da "Noite de Gala"), concididem que o presidente Kaczyński não possui o direito de excluir Wałęsa de qualquer comemoração. "A festa não é do presidente, mas é da Nação e para esta, o ex-líder do Solidariedade é um herói vivo. O atual presidente só pode estar exercendo seu mandato, porque o eletricista de Gdańsk um dia lutou pela segunda Independência da Polônia, que foi a do comunismo.", afirmou um deputado de Szczecin.
Já Bronisław Komorowski, presidente do Congresso, comentou que, "Kaczyński não convidou para o Grande Teatro Lech Wałęsa - símbolo "Solidarności". Isto é o mesmo que não convidar, antes da guerra, ao general Piłsudski para comemorar o 11 de novembro."
Lech Wałęsa. Foto: Albert Zawada / AG
OUTRA GAFE
Não bastasse esta gafe presidencial, os jornais polacos chegaram as bancas com a informação de que o primeiro-ministro, portanto chefe de governo, tem um encontro, hoje, com o presidente do Banco Central Europeu para tratar dos passos para a introdução da moeda Euro na Polônia.
O presidente Kaczyński reagiu ao encontro dizendo que não cede o avião presidencial para que Tusk se encontre com Jean-Claude Trichet, pois quem trata de Euro na Polônia é ele. Ou seja, o presidente, que junto com seu irmão gêmeo Jarosław foi motivo de piada em toda a Europa, quando este era primeiro-ministro, parece que deseja que a Polônia continue a fazer parte das anedotas que circulam pelos corredores de Bruxelas e Strassburgo.
A pergunta a ser feita é: O Euro é uma questão de governo, ou de Estado?
IMPRENSA BRASILEIRA
Por outro, há que se mencionar que justamente a data comemorada ontem, teve um grande significado não só para a Polônia. Mas para a toda Europa e por extensão o mundo. Allém de marcar a volta da Polônia ao mapa mundial em 1918, como um Estado, o 11 de novembro também marca o do fim da primeira guerra mundial. Por isso foi comemorado em outros países do mundo, como França, Inglaterra e até nos Estados Unidos de Barak Obama e G.G. Bush.
Mas nenhuma comemoração foi mais concorrida que a da Plac Piłsudski (a praça tem este nome em homenagem ao general Józef Piłsudski, presidente da segunda República polaca, a de 1918) de Varsóvia.
Enquanto na França participaram de comemorações apenas o presidente Sarkozy e o Príncipe Charles da Inglaterra, na Polônia estiveram mais de 40 delegações estrangeiras, entre estas, a metade era representada pelos presidentes, primeiros-ministros, reis e príncipes de diversos países dos cinco continentes.
Foto: Michel Euler /AP
Mas parece que a imprensa brasileira ainda não consegue avaliar qual é a noticia do dia mais importante do mundo. As televisões brasileiras em seus telejornais da noite, de ontem, preferiram noticiar apenas que Sarkozy e Charles comemoraram o fim da primeira guerra. Nem uma palavra, nenhuma linha sobre os eventos da Polônia. Simplesmente omitiram a nação de Lech Wałęsa (a pronúncia correta é lérrhhh vauensa e nao léqui valêssa) e do Papa João Paulo II.
Seria descortesia com a notícia, seria desconhecimento histórico, seria algo contra a Polônia, seria falta de correspondentes na Europa, seria falta de competência jornalística, ou seria simplesmente preguiça?
Sim, pois será que as agências Reuters (anglo-americana) e FrancePress (francesa) produziram apenas notícia sobre Sarkozi e Charles? Mais fácil é reproduzir o material que as agências enviam quase que gratuitamente a cada minuto (tudo pronto, editado, texto traduzido...é só colocar no ar). É deve ser isto,! Pois é impossível acreditar que os jornalistas brasileiros sejam tão preguiçosos, incompententes e ignorantes no trato com a informação internacional.
Mariana e zapiekanka
terça-feira, 11 de novembro de 2008
90 anos: Chefes de Estado em Varsóvia
Foto: Szczepan
Em Varsóvia chegaram quase 20 chefes de estado e governo. Entre os mais de 800 convidados, estão, a chanceler alemã, o presidente do Afganistão, o príncipe de Gales, presidentes da Lituânia, Estônia, Letônia, Ucrânia, Áustria, Eslováquia, Tcheca, Eslovênia, Sérvia, Montenegro, Hungria Geórgia e delegações diplomáticas da Arábia Saudita, Bośnia e Hercegowina, Bulgaria, Croácia, Chipre, Finlândia, França, Grécia, Iraque, Lichtenstein, Macedônia, Holanda Romênia, Suécia, Turquia, e Comissão Européia. Angela Merkel, da Alemanha, deposita coroa de flores na tumba do soldado desconhecido.
Mas a Rússia mandou avisar que não estará presente nem o presidente Dimitry Miedwiedwie, nem o primeiro-ministro Putin. Apenas o embaixador representará a Rússia. Assim como o Brasil, que se fará representar pelo novo embaixador Carlos Alberto Simas Magalhães.
No caso específico da Rússia, a imprensa e grande parte dos polacos entendem como um sinal da animosidade milenar que envolve as duas nações.
No Grande Teatro de Varsóvia, o Presidente da República, Lech Kaczyński, promove às 20:00 horas uma Noite de Gala, em comemoração aos 90 da Independência da Polônia. Entre centenas de convidados, será notada a ausência de Lech Wałęsa. O ex-líder do Solidariedade e um dos grandes responsáveis pela outra independência da Polônia, a do sovietismo, respondeu a imprensa, porque não estará presente: "Este é um dia de reflexão para mim, orgulho de nosso passado. Passo este dia junto à minha família. Não fui convidado para a gala presidencial. Apesar do desconforto estou, contudo, disposto a me conciliar com Kaczyński." Também, o primeiro-ministro Donald Tusk não foi convidado pelo presidente.
90 anos da Independência Polaca
Era 11 de novembro de 1918 quando finalmente o marechal da guerra Józef Piłsudski assume completamente o poder sobre o território da Polônia desaparecida do mapa 123 anos antes. O significado da data para os polacos atualmente é o maior de sua história, conforme atestam duas pesquisas de opinião publicadas nos dois principais jornais do país esta semana.
Uma Independência da opressão, da ocupação, da invasão. Agressões contra a Polônia, que causaram entre tantas coisas, a grande onda emigratória que ocorreu durante todo o século 19 e início do 20.
Marechal Józef Piłsudski
Com a morte do herdeiro do trono do Império Áustro-húngaro, naquela Sérvia de 1914, a Polônia, apesar da primeira guerra mundial que estourava, tinha pela primeira vez em mais de um século, a grande oportunidade de reconquistar seu território, seu Estado, seu mapa. Depois de dois anos de sangrentos combates na Europa, em 5 de novembro de 1916, os imperadores áustro-húngaro e alemão declaram a crianção do Reino Polaco nos territórios ocupados pelo reino da Rússia. Mais de um mês após, em 25 de dezembro, o Tzar Nicolau II faz declaração semelhante, dizendo sobre a criação de um Estado Polaco aliado a Rússia. Meses mais tarde, em 15 de agosto de 1917, Roman Dmowski e outros polacos criam em Lausanne, na Suíça, o Comitê Nacional Polaco. Com o fim da guerra chegando ao fim, o presidente dos Estados Unidos da América, W. Wilson faz a declaração de seus 14 artigos, em 8 de janeiro de 1918, onde no artigo 13 declara que "Deveria ser criado um estado polaco independente, que abrangesse os territórios onde resida a população majoritariamente polaca e para o qual deve ser assegurado o livre acesso ao mar. A independência política e econômica, assim como a integralidade dos territórios onde vive esta população, deveriam ser garantidos pelas convenções internacionais”.
Em 28 de agosto de 1918, o Conselho de Comissários Populares da Rússia Soviética anula os tratados de que dividiram a Polônia por mais de um século. E finalmente em 11 de novembro de 1918, os alemães assinam armistício em Compiègne, Norte de Paris, o fim da 1ª. Guerra Mundial.
Mas não foram apenas os invasores e potências amigas que faziam, declaravam, aclamavam, os polacos por sua parte, além de tomar parte nas batalhas da primeira guerra mundial lutavam, como sempre lutaram durante os 123 anos que duraram as invasões estrangeiras em sua milenar Polônia.
Já em 1908, surgem na Galícia áustro-húngara as primeiras organizações militares não legais e paramilitares ambicionando a independência da Polônia. Em 6 de agosto de 1914, as Legiões Polacas, sob o comando de Józef Piłsudski, partem da Galícia e vão para os territórios ocupados pela Rússia. No período que durou a primeira guerra mundial, entre 1914 e 1917, as Legiões Polacas, com três divisões, lutam na frente de batalha sob o comando austríaco. Mas sempre tendo em mente, que o objetivo maior era a Polônia. Assim em junho de 1917, na França, começa a ser formado o Exército Polaco, ou Armia Polska, sob o comando do General J. Haller. Um mês após, em julho de 1917, os soldados das Legiões polacas se recusam a fazer juramento de lealdade ao imperador alemão. As Legiões são dissolvidas e os alemães ordenam a prisão dos oficiais e legionários rebeldes. Piłsudski é um dos aprisionados. Os acontecimentos correm ao explodir das bombas, em agosto de 1917, na Rússia, o Exército Polaco cria suas formações, que ainda tinham que lutar sob o comando russo.
Tanta luta tem que ser reconhecida. Como uma ironia histórica, em 12 de novembro de 1917, é convocado pelos alemães e áustro-húngaros, o Conselho Regente do Reino da Polônia, instância executiva existente no território do Reino Congressista Polaco, sob aocupação russa.
Wincenty Witos
Os fatos são virtiginosos, em 28 de outubro de 1918, o polaco Wincenty Witos convoca a Comissão Polaca de Liquidação, em Cracóvia. A comissão extermina as relações estatais e jurídicas que ligavam a Galícia com o Império Áustro-húngaro e garantem a manutenção da segurança e da paz até o dia da criação do Estado Polaco Independente.
Ignacy Daszyński, em 7 de novembro de 1918, cria em Lublin, seu governo Independente. Cinco dias depois, coincidindo com o fim da guerra, Józef Piłsudski, regressa a Varsóvia, após ter estado aprisionado em Magdburg. O Conselho Regente, imediatamente lhe entrega a chefia das forças armadas da Polônia e o governo Daszyński se demite.
No dia seguinte, 12 de novembro, na cidade de Poznań é criado o Comitê Central de Cidadania transformado em Conselho Popular Superior em seguida. Os Alemães conferem ao Conselho a direção do território e logo depois este Comitê organiza o Levante da Wielkopolska. Dois dias depois, em 14 de novembro de 1918, o Conselho Regente transfere poder total para o Marechal Piłsudski no governo do novo Estado que voltava a figurar no mapa da Europa.
Piłsudski convoca o primeiro governo central polaco, em 17 de novembro de 1918, cujo premeiro-ministro é J. Moraczewski. O autogoverno estava finalmente instalado.
As ações que anteriormente pareciam longas e sem resultado, agora se desenvolviam rapidamente. Era urgente reconstruir um Estado vilipendiado durante décadas. Em 22 de novembro, Józef Piłsudski se declara Chefe do Estado Polaco. O ano de 1918 termina, mas na Polônia ele marca as primeiras comemorações do natal e ano novo sob a bandeira branca-vermelha da velha Águia Branca.
Em 16 de janeiro de 1919, o governo já tinha novo primeiro-ministro, era o pianista mundialmente aclamado, Ignacy Paderewski, que faz a convocação do seu governo e que consegue finalmente o reconhecimento internacional da Independência de sua nação. Na semanas seguintes, são realizadas as eleições do parlamento, em 26 de janeiro, para em 26 de fevereiro, o Parlamento aceita a Constituição que descreve os poderes superiores do Estado polaco. 17 de março de 1921, o Parlamento aprova a Constituição de Março.
Primeiro-ministro, o pianista Ignacy Paderewski
Mas apesar de tudo, a independência não está ainda garantida. É preciso lutar pelas fronteiras polacas, pelas agressões daqueles que não concordar com o renascimento do Estado polaco.
Entre 18 de dezembro de 1918 a 16 de fevereiro de 1919 acontece o Levante da Wielkopolska (Grande Polônia) na região de Poznań. Nos dias entre 16 a 26 de agosto é a vez do Levante da Śląsk (Silésia). Ainda em 1919, os exércitos tchecos ocupam a região Cieszyński na Silésia. É preciso defendê-la. O ano se encerra e as dificuldades continuam, um novo levante volta a ocorrer na Silésia entre 19 e 25 de agosto de 1920 e um plebiscito nas regiões da Warmia, da Mazúria e da própria Silésia para se incorporarem ao novo Estado.
Em 9 de julho de 1920, o Marechal Piłsudski solicita que os cidadãos polacos se alistem nas forças armadas para a defender a Pátria. Em maio do ano seguinte estoura um novo levante na Silésia, que dura até 5 de julho de 1921. Não bastassem estes levantes desde a abril de 1919 a março de 1921, a Polônia tem que enfrentar a guerra contra a Rússia bolchevique. Os revolucionários comunistas da mesma forma que a monarquia Romanov não queriam dar independência para a Polônia. Mas finalmente, depois de muitas batalhas, com os exércitos polacos entrando em Moscou, é assinado um acordo de paz em Riga e fica estabelecida a fronteira polono-soviética no Leste.
BRASIL
O Reino do Brasil e depois a República que durante este todo este tempo recebeu grupos e mais grupos de imigrantes polacos, denominados então polacos-russos, polacos-alemães, polacos-austríacos em função dos documentos de viagem que portavam estes indivíduos, era uma nação que desde então clamava em fóruns internacionais a Independência da Polônia.
Talvez o brasileiro que mais clamou por isto tenha sido Rui Barbosa, que já em 1907, como embaixador brasileiro na 2ª. Conferência de Paz em Haia, na Holanda, declara-se partidário da independência da Polônia. Em um discurso conferência de Petrópolis, em 17 de março de 1917 declara que “Os polacos eram um povo que havia conquistado as sympathias do mundo pelas injustiças políticas que, ha mais de um século, os governos autocratas da Russia, da Allemanha e da Austria faziam cair sobre a sua cabeça”.
No decorrer da primeira guerra mundial, o presidente Hermes da Fonseca declararia em 1914,
"rigorosa neutralidade” na Guerra. Três anos depois, o Brasil anula a declaração de neutralidade em 01 de junho de 1917. Em 23 de outubro daquele mesmo ano, navios alemães afundaram 4 navios brasileiros, no Atlântico. O presidente Wenceslau Braz declara que o Brasil entra na Guerra ao lado dos aliados.
Finalmente 1918, o O Brasil se torna o primeiro país da América do Sul a reconhecer a Independência da Polônia. E em 18 de janeiro de 1919, a delegação do Brasil participa da Conferência de Paz em Paris, assinando seis meses depois, em 28 de junho de 1919, o Tratado de Versailles se tornando membro da Liga das Nações.
Meninos polacos lutaram como soldados pela libertação da cidade polaca de Lwów, cidade que hoje se encontra em território da Ucrânia.
Fonte: Archiwum „Mówią wieki”
Filme "Polonia Restituta" de autor desconhecido sobre a Independência da Polônia, com imagens da época, disponibilizado pela TVN24.pl.