segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Jacek Gawłowski no Wyborcza


Jacek Gawłowski. Ilustração para o jornal Gazeta Wyborcza

Polacos: são mais saudáveis

A principal manchete do jornal Rzeczpospolita, desta segunda-feira, 17 de novembro é: "Polacos têm a saúde mais longa da Europa Central".

No subtítulo informa-se que, "habitates polacos de 50 verões tiveram 29 anos de saúde, dos quais 18, 5 nas melhores condições. Este é o resultado de uma pesquisa dirigida por Carol Jagger da Universidade de Leicester na Grã-Bretanha. O estudo é financiado pela Comissão Européia e publicada no mais novo semanário Lancet, a mais prestigiada publicação médica no mundo."

domingo, 16 de novembro de 2008

Rússia muda sua palavra

Foto: Dmitry Astakhov/PAP/EPA/ POOL

A Rússia surpreendentemente muda de "front" no tema Norte-americano das bases antimísseis na Europa Central. O Presiydente Dmitry Miedwiediew afirmou, em Washington, que Moscou quer conversar com os Estados Unidos sobre o sistema de defesa antimísseis.
No dia anterior, contudo, em Nice, na França, junto a Nicolas Sarkozy havia dito que se os planos para as bases na Polônia e Tcheca prosseguissem, ele instalaria sua base em Kaliningrado. Sarkozy em coro, afirmou que as bases Norte-americanas nos dois países membros da União Européia era uma idéia péssima. O único a chamar a atenção do presidente de turno europeu, de que ele primeiro teria que ouvir os países membros sobre o assunto, foi Lech Wałęsa.
A declaração de Miedwiediew é um gesto com endereço certo: o presidente eleito Barack Obama. O presidente russo, durante a reunião do G20, na Casa Branca, assinalou que a Rússia tem esperança que as boas relações de governo com a administração de Obama conduzam a uma melhoria nos entendimentos russos-americanos.
"Não faremos nada antes da América dar o primeiro passo" - disse Miedwiediew, expondo seu pensamento de que "temos chance de resolver este problema, ou chegar a um entendimento global sobre os sistemas antimísseis, ou então - no mínimo - encontrar a solução que dê uma resposta a Federação Russa". Miedwiediew declarou ainda que "ao primeiro sinal dado pela próxima administração Norte-americana de Barack Obama, estaremos pronto a resolver este problema e assinar um acordo conjunto". O presidente russo se disse pronto para um encontro com Obama sem pauta e qualquer pré-condição. "E conto com o retorno da confiança mútua entre a Rússia e os Estado Unidos", acrescentou.
Antes de encerrar seu pronunciamento comentou sobre a situação no Cáucaso e assinalou que a Rússia não pretende voltar atrás em sua decisão de reconhecer a independência da Osetia do Sul e a Abchazia. Disse que a Rússia está pronta para normalizar as relações com a Geórgia, mas "não com o atual regime, pois este cometeu crimes."

Foto: AP

Barack Obama tem uma dura etapa pela frente. Nos Estados Unidos começa a se ouvir que o país deveria desistir da instalação das bases antimísseis na Polônia e República Tcheca e buscar melhores relações com a Rússia."Quando já esteja governando, Obama terá que reconstruir as relações americano-russas. Deveria estar pronto para rever os planos do sistema de defesa antimísseis na Europa Central", publicou num artigo de sua redação o jornal "Boston Globe". Por sua vez, O "The New York Times" publicou que "Obama pode tentar um novo entendimento para acalmar as relações com a Rússia, começando pela entrada dos russos na Organização Mundial do Comércio e de comum acordo resolver a questão das bases antimísseis. Precisa detalhar, por exemplo, que a base antimísseis na Polônia, nada mais é do que defesa da Europa ante um ataque nuclear do Irã."

sábado, 15 de novembro de 2008

Wałęsa critica Sarkozy

Nicolas Sarkozy e Dimitry Miedviedev. Photo: AFP/GETTY

Lech Wałęsa está novamente nos noticiários. Neste sábado, criticou o presidente rotativo da União Européia, o francês Nicolas Sarkozy. "Acredito que Sarkozy incorreu num erro técnico, porque este tipo de declaração deveria ser primeiramente discutida e acordada pelo presidente da União com os todos os países membros, em nenhuma excepcionalidade".
O comentário de Wałęsa foi a propósito das declarações de Sarkozy, publicadas no jornal italiano "Corriere della Sera", deste sábado, de que os Estados Unidos deveriam repensar sobre a instalação de suas bases antimísseis na Europa.
Sarkozy manifestou esta opinião durante o encontro União Européia / Rússia que se realiza em Nice, na Costa Azul francesa. Sarkozy disse que os mísseis não trazem segurança. Concordando de certa forma com a posição de Putin e Miedviedev sobre as bases que serão instaladas na Polônia e República Tcheca. Sobre o comentário de Sarkozy de que os planos russos de instalar uma outra base em Kaliningrado se os Estados Unidos continuarem em seu propósito é preocupante para a paz, Wałęsa disse: "A Diplomacia precisa ter em consideração os resultados. Contudo isto tudo parece ser mais uma vitória russa".

Crítica ou piada?

Legenda: "Que nada não fazemos? Partimos da presunção, que é melhor não fazer nada, do que fazer mal".
Publicado no jornal Rzeczpospolita.


Alguns críticos dos acontecimentos na Polônia, trataram ironicamente o pecado presidencial de não ter convidado Lech Wałęsą para a gala da independência.

No jornal Rzeczpospolita, o colunista Paweł Lisicki se perguntou se Wałęsa não seria um segundo Piłdusdki. Ele começa seu comentário dizendo que "Não havia dúvida que Lech Kaczyński deveria ter convidado Lech Wałęsa para a gala da Independência. Ele só ganharia com isto. Demonstraria, que não guarda rancor. Mesmo que o primeiro líder do “Solidarność” fosse sublimado na cerimônia, ele poderia tirar proveito de tudo isto."

Em seguida, diz que o presidente indignado com os que o criticaram preferiu atirar no próprio pé censurando os meios de comunicação. Voltou a carga contra Wałęsa pedindo misericórda ao ex-presidente. Ironicamente diz que "Wałęsa já é um segundo Piłsudski (coragem, por que não se pode dizer, que Piłsudski é um segundo Wałęsa?), único criador do “Solidarności”, audacioso trabalhador, que sozinho aboliu o comunismo, herói solitário, ao qual a Polônia deve a liberdade e a independência. Wałęsa sim, um polaco que evidententemente deixou a Polônia em débito de gratidão para com ele. Mas ninguém se incomoda nada com isto."

Lisicki diz que o ganhador do prêmio nobel "é um agradável Deus pagão". E se pergunta se ele não seria "um tanto falso?" Pois "isto visivilmente não tem significado."

A intenção do colunista não é outra senão colocar mais lenha na fogueira, criticando um Lech e desqualificando outro Lech. Não se percebe claramente se tem medo de elogiar e de criticar. Ou se está fazendo as duas coisas. A Polônia dos últimos dias é um prato cheio para os cartunistas e comediantes. Numa data tão importante para a nação, a notícia mais importante da semana ficou sendo a falta de um convite e a ausência de Wałęsa na festa de gala organizada pelo Presidente da República. E não é demais dizer que o jornal Rzeczpospolita, bem como grande parte dos veículos de comunicação do país estão situados no espectro de centro-direita para direita e que uma das únicas publicações que ousa ser de esquerda é a revista "Polityka".

E a população? Respeita Wałęsą e critica Kaczyński.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Editorial II: contra mentira e analfabeto funcional

Comecei a escrever este texto no espaço do comentário da nota que escrevi estes dias sobre João Paulo II, o maior patriota, mas acabei por me decidir a colocá-lo no espaço das informações e curiosidades que diariamente publico no Jarosinski do Brasil. E isto, por uma razão muito simples. O espaço de comentários é do leitor...o meu é aqui. Mas vamos ao que eu estava escrevendo e vim a concluir só aqui:

Antes de tudo quero afirmar que dou a cara e nome, não me furto a dar opinião e dizer o que faço e penso. Assim começo por definir a palavras anônimo e enganosa. A primeira, a anônimo é uma figura que não merece credibilidade, pois não tem coragem nem de mostrar a cara nem o nome. Sendo assim que importância teria sua palavra? Resposta: Nenhuma! Mas ainda assim cabe uma outra pergunta: O que pode comentar alguém assim?

Seja como for, aproveito este espaço, para contar algumas coisas e explicar outras, nesta minha intenção de expor minha percepção da realidade e das coisas da Polônia, a uma comunidade interessada. Comunidade de leitores que lê meus textos através de computadores de vários países.

Falando diretamente a este anônimo:
Procurei saber o que significa a palavra "Enganosa", que ele grafa em seu comentário.
E encontrei no "Dicionário Hoauis da Língua Portuguesa" (diga-se de passagem o mais completo e correto), a definição de enganoso:

n adjetivo
- 1 que contém ou esconde engano; falso, enganador
(adj.) Ex.: suas atitudes traíam intenções e.
- 2 próprio para enganar; capcioso, caviloso
Ex.: propaganda e.
- 3 que contém artifício; ilusório
Ex.: a esperança por vezes revela-se um sonho e.

Portanto, o anônimo está afimando que várias vezes eu tenho sido falso, capicioso, ilusionista, caviloso, traidor da verdade.Não posso e nem devo concordar com ele.
Assim fosse melhor seria parar de produzir este blog. Um espaço fruto daquilo que pesquiso, não em um, ou dois idiomas. Mas em pelo menos cinco. É fruto de leitura diária dos jornais polacos (lido no idioma polaco) e no que assisto e escuto nos canais de televisão da Polônia.
Moro e acompanho a realidade polaca desde Cracóvia e não de algum rincão do Brasil, Portugal ou qualquer outro do Planeta.
Minha intenção é sempre ser verdadeiro, tenho como lema de vida a verdade e a honestidade. mesmo que isto não combine com sucesso e riqueza. Se erros cometo na coleta da informação, nas traduções, grafia trato de corrigir imediatamente, alertado, ou não, por algum leitor. Mas daí a dizer que várias vezes tenho publicado informações enganosas a respeito da Polônia é inaceitável... é mentira...é grave!

Não sei se o anônimo é um polaco que não lê os jornais de seu país e que além disso, não entende muito bem o idioma português; ou é um brasileiro (ou português), que não lê jornais polacos diariamente, nem assiste televisão polaca todos os dias, que não entende o idioma polaco e se expressa muito mal no idioma português. E pior, não compreende e nem sabe nada da realidade polaca. Vive em completo equívoco. Talvez o anônimo pense e até possa entender de tradições levadas por seus bisavós há mais de um século ao Brasil. Que talvez até saiba cantar "Hej Sokołu", dar uns passos de krakowianki, mas não deve conhecer Edyta Geppert, Kazik e Doda.

Confirmando o que escrevi:
O primeiro-ministro Donald Tusk, como chefe de governo, esteve nas comemorações da Plac Piłsudski, sim! Mas, segundo os jornais Gazeta Wyborcza e Rzeczpospolita, ele não foi convidado pelo presidente Lech Kaczyński para a noite de gala no Grande Teatro de Varsóvia... E realmente segundo a TVP, a TVN e a Polsat, ele não esteve presente. A TVP transmitiu ao vivo o espetáculo e não mostrou Tusk nenhuma vez.
Portanto, das duas uma, ou os jornais e TVs mentiram e eu corroborei com a mentira, ou o anônimo não sabe do que está falando e ao me acusar de prestidigitador está me ofendendo e a todos os leitores que me acompanham.
Quanto à Wałęsa... definitivamente o anônimo não sabe nada do que se passa na Polônia. Não ficou provado nada até agora, se ele foi, ou não agente do serviço secreto do governo comunista que vigorava na Polônia na década de 70. E se foi? Há algum problema nisso? Por acaso, se realmente isto for verdade, o faz menos herói do que foi é em vida? Contudo, até o momento as acusações não ficaram realmente provadas e comprovadas.
O que houve, e isto n'ao se pode negar, porque causou comoção no país, foi a publicação de um livro, organizado por dois pesquisadores do Instituto da Memória Nacional, e que lançaram uma série de acusações muito sérias contra Wałęsa. Basearam suas argumentações em documentos que até agora não ficaram provados se são verdadeiros. O Instituto é uma entidade que tem como objetivo resgatar a memória da nação. Mas vem sendo patrocinada pelo governo de ultra-direita do Presidente Lech Kaczyński e tem se promovido na imprensa, através de uma verdadeira caça as bruxas do período comunista do país. Nem no tempo do senador Joseph McCarthy, nos Estados Unidos, houve um movimento tão destemperado para condenar todos os comunistas do passado, como está fazendo esta instituição e o governo Kaczyński. Muitas pessoas já foram demitidas, censuradas, pressionadas, ou desmoralizadas pelo seu passado comunista.
Erram pois, duas vezes, os pesquisadores, o instituto e o patrocinador. Uma porque o comunismo na Polônia foi Stalinista e, segundo, não foi comunismo de esquerda (absurda esta afirmação? Não!), mas sim de direita. Ao que parece o mesmo espectro político dos caçadores do IMN e provavelmente o deste anônimo. Esta instituição e seus membros julgam a tudo e a todos, como magistrados fossem. Quando a verdadeira justiça, a dos tribunais, dá uma sentença, tratam de ridicularizar o juiz.
Wałęsa tem provas de que não foi agente, nem delator e as apresentou à sociedade. Afirma que os dois pesquisadores e o IMN mentem e, ao contrário do que diz o anônimo, continua gozando do maior prestígio entre os polacos.
Prova disso são as diversas pesquisas de opinião publicadas e não a vontade do anônimo de obscurecer o único herói vivo da Polônia, reconhecido não só na Polônia, mas no mundo inteiro.
Estariam estas pesquisas passando um resultado enganoso, como faz crer o anônimo à respeito das minhas informações? Para conferir, repito, a seguir, uma destas pesquisas publicadas por ocasião das comemorações dos 90 anos de Independência da Polônia.

Fonte: GfK Polonia/Rzeczpospolita

Se o anônimo sabe ler em polaco, esta ilustração da agência GfK Polonia, publicada no dia 10 de novembro último, mostra que Lech Wałęsa é a única pessoa viva importante, entre aquelas que mais influenciaram para a Independência da Polônia no século XX. O eletricista-presidente de segundo grau de escolarida obteve 9% da opinião pública da Polônia. O Papa João Paulo II (Karol Wojtyła) com 55% e o marechal-presidente Józef Piłsudski, já mortos, foram os únicos que ficaram na frente de Wałęsa, com 55% e 25% respectivamente. O cardeal Stefan Wyczyński, que ficou preso durante 3 anos pelo governo comunista entre 1953 e 56 ficou com 7% e o pianista-primeiro ministro Ignacy Pederewski com 2%. Ambos estão atrás do líder do Solidariedade.
Nenhuma outra pessoa viva atualmente na Polônia foi citada pela pesquisa. Também nenhuma pesquisa até hoje demonstrou que o sindicalista que derrubou o sovietismo não tem o carinho e o apoio da população polaca. Se Lech Wałęsa não foi reeleito em sua tentativa à presidência do país não significa que ele não tenha respeito de seus concidadãos.
Dias atrás houve uma celebração da conquista do Prêmio Nobel da Paz e centenas de polacos e personalidades do mundo inteiro estiveram na Polônia para ouvir o historiador Norman Davis falar sobre o papel histórico de Wałęsa e sua inportância nas reviravoltas que o mundo deu no fim do século XX. O inglês é autor entre outros livros, "História da Europa", "História da Polônia", "Levante de 44", "História da Segunda Guerra Mundial" e a "História da cidade de Wrocław". Autoridade maior e isenta não poderia ter sido convidada para falar sobre o líder do Solidariedade.
Quem será que está enganado, ou enganando com seu comentário. Eu que mostro a cara, ou alguém que gostaria, pelo teor das palavras em seu texto, que o Padre Rydzyk fosse o presidente da Polônia? Ah! não sabe quem é o padre? E por que falo neste padre aqui? Porque ele é um fascista, racista, anti-semita, anti-ecumênico religioso e que embora todos estes adjetivos foi o responsável direto pela eleição do direitista Lech Kaczyński e seu irmão gêmeo (nomeado imediatamente primeiro-ministro) nas últimas eleições presidenciais. Com sua rádio Maria atinge os católicos fervorosos, nacionalistas, saudosos do comunismo stalinista de direita que comandou a Polônia por décadas. Sim! São muitas as pessoas saudosas do comunismo na Polônia, mas engraçado estas pessoas não são de esquerda, são conservadoras, de direita, fanáticas pelo catolicismo do Padre Rydzyk.
Mas de concreto mesmo é que o gêmeo não durou muito. Nas últimas eleições, o gêmeo Jarosław (motivo de piadas na Europa) perdeu o cargo de primeiro-ministro e foi defenestrado pelas urnas populares do Congresso Nacional. Se o presidente tivesse concorrido a algum cargo parlamentar com certeza teria o mesmo destino, ou seja, o ostracismo político. O que lhe salvou é que não se candidatou e tem mais algum tempo na presidência.
Encerrando, quero fazer um convite a este anônimo.
- Por favor, aponte em que outras informações publicadas há mais de um ano neste blog, o que é enganoso, o que é mentira e prove que estou faltando com a verdade, mostrando ao mesmo tempo seu nome e sua cara.
Quero acreditar que o anônimo não está me ofendendo, já que mais parece um analfabeto funcional, do que alguém inteligente. Pois não entende o que lê, apesar de ter freqüentado os bancos escolares e sair por aí comentando o que não sabe e não entende.
Posso até aceitar que tenha uma visão diferente da minha, que não concorde com meus posicionamentos, como vejo e entendo a Polônia onde vivo, por só escrever a palavra polaco, entender política de outro modo que o dele, mas que por tudo isto, ele me denomine falso... Não posso aceitar!
Se determinadas pessoas querem erigir um monumento a Hitler, Generalíssimo Franco, Salazar, Stalin, Mengele, Vargas, Médici, Pinochet, Mussolini, Berlusconi (juntos ou separados), porque acreditam piamente que eles são injustiçados... Que o façam! Mas não esperem que eu concorde com um absurdo desses.

Filme polaco no mercado mundial

Hajdarowicz ao centro, recepcionando em sua casa o diretor brasileiro Murilo Pasta (à direita), o ator espanhol Fele Martinez e atriz brasileira Mariana Loureiro do filme Carmo.
Foto:Ulisses Iarochinski

Neste ano pela primeira vez na história do Instituto Polaco do Filme representou o cinemada Polônia na maior feira mundial do filme, ocorrida na Califórnia, agora em novembro. Isto foi possível graças a colaboração com a European Film Promotion e a Gremi Film Production.
A Gremi de Cracóvia, do mesmo produtor do filme brasileiro Carmo, Grzegorz Hajdarowicz, foi em parte a maior responsável por levar produções de 26 empresas e instituições de 12 países. Os filmes foram apresentados no Loews Hotel em Santa Monica, Los Angeles, onde se concentram os mais importantes produtores mundiais do cinema.
Foi uma oportunidade também para se fazer campanha na American Film Market do filme polaco candidato ao Oscar, "Sztuczki". O representante da Polônia, foi apresentado pela primeira vez nos Estados Unidos no Aero Theatre de Santa Monica, dia 7 de novembro passado. Na mesma mostra também foram apresentados os candidatos da Suíça, Áustria, Finlândia, Luxemburgo e Holanda. O mercado de cinema foi até o dia 12 último. 

Cena do filme Sztuczki

O filme candidato ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro 2009, "Sztuczki" é dirigido por Andrzej Jakimowski e tem no elenco Tomasz Sapryk, Joanna Liczowska, Marzena Sztuka, Ewelina Walendzia, Damian Ul e Rafał Guźniczak. O filme já recebeu 30 prêmios internacionais e foi distribuído para 26 países.

Stefek, interpretado por Damian Ul

O filme conta a história do menino Stefek que desafia o destino aos seis anos de idade. Ele acredita que a cadeia de eventos que ele põe em marcha irá ajudá-lo a se aproximar do pai, que abandonou sua mãe. Sua irmã Elka, de 17 anos, ajuda-o a aprender como "subornar" o destino com pequenos sacrifícios.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Tusk: melhor que seu governo

Foto: Jakub Ostałowski / Fotorzepa

O chefe de governo polaco Donald Tusk após um ano no posto de primeiro ministro consegue ser melhor que o próprio governo administrado por ele. Explica-se: uma pesquisa de opinião divulgada hoje, pelo jornal Rzeczpospolita e realizada pela GfK Polonia demonstra que Tusk tem 48% do universo pesquisado de 500 pessoas, entre 6 e 7 de novembro como bom primeiro-ministro. Contudo seu governo é ruim para 62% dos entrevistados. O ministro de seu gabinete de governo que consegue um maior percentual na escala de bom é Radosław Sikorski com 30%.

Mas o que faz um primeiro-ministro ser melhor que seu próprio governo é polêmica hoje entre sociólogos, economistas e população em geral na Polônia. Tusk mesmo sofrendo com a intrasigência do Presidente da República Lech Kaczynski não tem se abatido. Um dia após ser excluído da lista de convidados nas comemorações do 11 de novembro no Grande Teatro de Varsóvia pelo presidente e ter lhe sido negado o avião presidencial viajou para Frankfurt, na Alemanha, para conversar com o presidente do Banco Central Europeu sobre a introdução do Euro na Polônia. As televisões polacas transmitiram ao vivo, desde a cidade alemã, a entrevista coletiva que Tusk concedeu a imprensa européia depois do encontro. De concreto mesmo, ele não anunciou nada. Mas demonstrou mais uma vez porque consegue ser melhor que seu governo.

Por sua vez, Sikorski, atual ministro das relações exteriores, já foi ministro da defesa e senador. Em 1988, uma foto feita por ele no Afganistão conquistou o concurso "World Press Photo" na categoria de novos fotógrafos. Foi eleito o "homem do ano 2005" pela Gazeta Polska e o “Wiktor 2006” , na categoria do político mais popular. Ele foi eleito pelo PO - Platforma Obywatelska, mesmo partido de Tusk. Sikorski é casado com a jornalista e escritoraAnne Applebaum, que ganhou o Prêmio Pulitzer 2004 com seu livro Gulag: Uma História”.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Sentida ausência de Wałęsa

Lech e Maria Kaczyński e o presidente da Lituânia, Valdas Adamkus, no Grande Teatro de Varsóvia.
Foto: Fotorzep.

A ausência de Lech Wałęsa na cerimônia de gala promovida pelo atual presidente da Polônia, Lech Kaczyński, foi mais sentida do que a exuberância do espetáculo no Grande Teatro de Varsóvia, ontem à noite. O presidente da República ao excluir o mais conhecido polaco em todo o mundo das comemorações dos 90 anos de Independência da Polônia provocou a maior polêmica no país. Pois nem mesmo na mais importante comemoração do dia, na (praça) Plac Piłsudski, sob os olhares de quase duas dezenas de presidentes estrangeiros, Wałęsa esteve.

Dezenas de presidentes estrangeiros na Plac Piłsudski.
Foto: Assessoria presidendial


Para a televisão polaca, Kaczyński declarou, que todo o polaco tem direito do sentimento de alegria pela importante data e não seria diferente com Wałęsa. "Se ele tivesse pedido para participar das comemorações, poderia ter recebido um sim, pois tudo é possível.", afirmou o presidente.
Mas os partidos políticos, entre eles o Platforma Obywatelska do primeiro-ministro Donald Tusk (também excluído da "Noite de Gala"), concididem que o presidente Kaczyński não possui o direito de excluir Wałęsa de qualquer comemoração. "A festa não é do presidente, mas é da Nação e para esta, o ex-líder do Solidariedade é um herói vivo. O atual presidente só pode estar exercendo seu mandato, porque o eletricista de Gdańsk um dia lutou pela segunda Independência da Polônia, que foi a do comunismo.", afirmou um deputado de Szczecin.
Bronisław Komorowski, presidente do Congresso, comentou que, "Kaczyński não convidou para o Grande Teatro Lech Wałęsa - símbolo "Solidarności". Isto é o mesmo que não convidar, antes da guerra, ao general Piłsudski para comemorar o 11 de novembro."

Lech Wałęsa. Foto: Albert Zawada / AG


OUTRA GAFE

Não bastasse esta gafe presidencial, os jornais polacos chegaram as bancas com a informação de que o primeiro-ministro, portanto chefe de governo, tem um encontro, hoje, com o presidente do Banco Central Europeu para tratar dos passos para a introdução da moeda Euro na Polônia.
O presidente Kaczyński reagiu ao encontro dizendo que não cede o avião presidencial para que Tusk se encontre com Jean-Claude Trichet, pois quem trata de Euro na Polônia é ele. Ou seja, o presidente, que junto com seu irmão gêmeo Jarosław foi motivo de piada em toda a Europa, quando este era primeiro-ministro, parece que deseja que a Polônia continue a fazer parte das anedotas que circulam pelos corredores de Bruxelas e Strassburgo.
A pergunta a ser feita é: O Euro é uma questão de governo, ou de Estado?

IMPRENSA BRASILEIRA
Por outro, há que se mencionar que justamente a data comemorada ontem, teve um grande significado não só para a Polônia. Mas para a toda Europa e por extensão o mundo. Allém de marcar a volta da Polônia ao mapa mundial em 1918, como um Estado, o 11 de novembro também marca o do fim da primeira guerra mundial. Por isso foi comemorado em outros países do mundo, como França, Inglaterra e até nos Estados Unidos de Barak Obama e G.G. Bush.
Mas nenhuma comemoração foi mais concorrida que a da Plac Piłsudski (a praça tem este nome em homenagem ao general Józef Piłsudski, presidente da segunda República polaca, a de 1918) de Varsóvia.
Enquanto na França participaram de comemorações apenas o presidente Sarkozy e o Príncipe Charles da Inglaterra, na Polônia estiveram mais de 40 delegações estrangeiras, entre estas, a metade era representada pelos presidentes, primeiros-ministros, reis e príncipes de diversos países dos cinco continentes.

Presidente Nicolas Sarkozy, Príncepe Charles e sua esposa Camilla, duquesa de Cornwall, no Palácio Elysee em Paris. Comemorando o armistício de Verdun sobre a primeira guerra mundial .
Foto: Michel Euler /AP

Mas parece que a imprensa brasileira ainda não consegue avaliar qual é a noticia do dia mais importante do mundo. As televisões brasileiras em seus telejornais da noite, de ontem, preferiram noticiar apenas que Sarkozy e Charles comemoraram o fim da primeira guerra. Nem uma palavra, nenhuma linha sobre os eventos da Polônia. Simplesmente omitiram a nação de Lech Wałęsa (a pronúncia correta é lérrhhh vauensa e nao léqui valêssa) e do Papa João Paulo II.
Seria descortesia com a notícia, seria desconhecimento histórico, seria algo contra a Polônia, seria falta de correspondentes na Europa, seria falta de competência jornalística, ou seria simplesmente preguiça?
Sim, pois será que as agências Reuters (anglo-americana) e FrancePress (francesa) produziram apenas notícia sobre Sarkozi e Charles? Mais fácil é reproduzir o material que as agências enviam quase que gratuitamente a cada minuto (tudo pronto, editado, texto traduzido...é só colocar no ar). É deve ser isto,! Pois é impossível acreditar que os jornalistas brasileiros sejam tão preguiçosos, incompententes e ignorantes no trato com a informação internacional.
A principal manchete do jornal Gazeta Wyborcza não poderia ser outra:
"11 de novembro sem Wałęsa"

Mariana e zapiekanka

Foto: Ulisses Iarochinski

A atriz brasileira Mariana Loureiro comendo um Zapiekanka, o sanduíche polaco, no bairro judeu do Kazimierz. Mariana, do filme "Carmo" de Murilo Pasta, deve voltar a Polônia brevemente para acompanhar a participação do filme no Festival do Cinema de Łódź ( pronuncia-se uudji e não lóds). O melhor Zapiekanka de Cracóvia está exatamente no Kazimierz (cajimiéje). É feito da metade de um pão bengala (baguet em francês e deve ser bengalão para os gaúchos, já que chamam o pão francês dos curitibanos de cacetinho) muito cogumelo silvestre, queijo, molho de tomate e cebolinha picada e claro assado no forno, por isto se chama justamente Zapiekanka.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

90 anos: Chefes de Estado em Varsóvia

Plac Piłsudski, local das comemorações da Independência, ao fundo o monumento ao soldado desconhecido.
Foto: Szczepan

Comemorações da Independência da Polônia estão acontecendo não só na Polônia, mas também na Inglaterra, França, Estados Unidos, Austrália, Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e tantas outras cidades ao redor do mundo onde existe um polaco, ou um descendente de imigrantes polacos.
Em Varsóvia chegaram quase 20 chefes de estado e governo. Entre os mais de 800 convidados, estão, a chanceler alemã, o presidente do Afganistão, o príncipe de Gales, presidentes da Lituânia, Estônia, Letônia, Ucrânia, Áustria, Eslováquia, Tcheca, Eslovênia, Sérvia, Montenegro, Hungria Geórgia e delegações diplomáticas da Arábia Saudita, Bośnia e Hercegowina, Bulgaria, Croácia, Chipre, Finlândia, França, Grécia, Iraque, Lichtenstein, Macedônia, Holanda Romênia, Suécia, Turquia, e Comissão Européia. Angela Merkel, da Alemanha, deposita coroa de flores na tumba do soldado desconhecido.
Mas a Rússia mandou avisar que não estará presente nem o presidente Dimitry Miedwiedwie, nem o primeiro-ministro Putin. Apenas o embaixador representará a Rússia. Assim como o Brasil, que se fará representar pelo novo embaixador Carlos Alberto Simas Magalhães.
No caso específico da Rússia, a imprensa e grande parte dos polacos entendem como um sinal da animosidade milenar que envolve as duas nações.
No Grande Teatro de Varsóvia, o Presidente da República, Lech Kaczyński, promove às 20:00 horas uma Noite de Gala, em comemoração aos 90 da Independência da Polônia. Entre centenas de convidados, será notada a ausência de Lech Wałęsa. O ex-líder do Solidariedade e um dos grandes responsáveis pela outra independência da Polônia, a do sovietismo, respondeu a imprensa, porque não estará presente: "Este é um dia de reflexão para mim, orgulho de nosso passado. Passo este dia junto à minha família. Não fui convidado para a gala presidencial. Apesar do desconforto estou, contudo, disposto a me conciliar com Kaczyński." Também, o primeiro-ministro Donald Tusk não foi convidado pelo presidente.

90 anos da Independência Polaca

Mapa da recuperação da Independência no ano de 1918. Vilno e Lwów ainda faziam parte da Polônia

Era 11 de novembro de 1918 quando finalmente o marechal da guerra Józef Piłsudski assume completamente o poder sobre o território da Polônia desaparecida do mapa 123 anos antes. O significado da data para os polacos atualmente é o maior de sua história, conforme atestam duas pesquisas de opinião publicadas nos dois principais jornais do país esta semana.
Uma Independência da opressão, da ocupação, da invasão. Agressões contra a Polônia, que causaram entre tantas coisas, a grande onda emigratória que ocorreu durante todo o século 19 e início do 20.
Marechal Józef Piłsudski


Com a morte do herdeiro do trono do Império Áustro-húngaro, naquela Sérvia de 1914, a Polônia, apesar da primeira guerra mundial que estourava, tinha pela primeira vez em mais de um século, a grande oportunidade de reconquistar seu território, seu Estado, seu mapa. Depois de dois anos de sangrentos combates na Europa, em 5 de novembro de 1916, os imperadores áustro-húngaro e alemão declaram a crianção do Reino Polaco nos territórios ocupados pelo reino da Rússia. Mais de um mês após, em 25 de dezembro, o Tzar Nicolau II faz declaração semelhante, dizendo sobre a criação de um Estado Polaco aliado a Rússia. Meses mais tarde, em 15 de agosto de 1917, Roman Dmowski e outros polacos criam em Lausanne, na Suíça, o Comitê Nacional Polaco. Com o fim da guerra chegando ao fim, o presidente dos Estados Unidos da América, W. Wilson faz a declaração de seus 14 artigos, em 8 de janeiro de 1918, onde no artigo 13 declara que "Deveria ser criado um estado polaco independente, que abrangesse os territórios onde resida a população majoritariamente polaca e para o qual deve ser assegurado o livre acesso ao mar. A independência política e econômica, assim como a integralidade dos territórios onde vive esta população, deveriam ser garantidos pelas convenções internacionais”.
Em 28 de agosto de 1918, o Conselho de Comissários Populares da Rússia Soviética anula os tratados de que dividiram a Polônia por mais de um século. E finalmente em 11 de novembro de 1918, os alemães assinam armistício em Compiègne, Norte de Paris, o fim da 1ª. Guerra Mundial.
Mas não foram apenas os invasores e potências amigas que faziam, declaravam, aclamavam, os polacos por sua parte, além de tomar parte nas batalhas da primeira guerra mundial lutavam, como sempre lutaram durante os 123 anos que duraram as invasões estrangeiras em sua milenar Polônia.

General J. Haller

Já em 1908, surgem na Galícia áustro-húngara as primeiras organizações militares não legais e paramilitares ambicionando a independência da Polônia. Em 6 de agosto de 1914, as Legiões Polacas, sob o comando de Józef Piłsudski, partem da Galícia e vão para os territórios ocupados pela Rússia. No período que durou a primeira guerra mundial, entre 1914 e 1917, as Legiões Polacas, com três divisões, lutam na frente de batalha sob o comando austríaco. Mas sempre tendo em mente, que o objetivo maior era a Polônia. Assim em junho de 1917, na França, começa a ser formado o Exército Polaco, ou Armia Polska, sob o comando do General J. Haller. Um mês após, em julho de 1917, os soldados das Legiões polacas se recusam a fazer juramento de lealdade ao imperador alemão. As Legiões são dissolvidas e os alemães ordenam a prisão dos oficiais e legionários rebeldes. Piłsudski é um dos aprisionados. Os acontecimentos correm ao explodir das bombas, em agosto de 1917, na Rússia, o Exército Polaco cria suas formações, que ainda tinham que lutar sob o comando russo.
Tanta luta tem que ser reconhecida. Como uma ironia histórica, em 12 de novembro de 1917, é convocado pelos alemães e áustro-húngaros, o Conselho Regente do Reino da Polônia, instância executiva existente no território do Reino Congressista Polaco, sob aocupação russa.

Wincenty Witos

Os fatos são virtiginosos, em 28 de outubro de 1918, o polaco Wincenty Witos convoca a Comissão Polaca de Liquidação, em Cracóvia. A comissão extermina as relações estatais e jurídicas que ligavam a Galícia com o Império Áustro-húngaro e garantem a manutenção da segurança e da paz até o dia da criação do Estado Polaco Independente.
Ignacy Daszyński, em 7 de novembro de 1918, cria em Lublin, seu governo Independente. Cinco dias depois, coincidindo com o fim da guerra, Józef Piłsudski, regressa a Varsóvia, após ter estado aprisionado em Magdburg. O Conselho Regente, imediatamente lhe entrega a chefia das forças armadas da Polônia e o governo Daszyński se demite.
No dia seguinte, 12 de novembro, na cidade de Poznań é criado o Comitê Central de Cidadania transformado em Conselho Popular Superior em seguida. Os Alemães conferem ao Conselho a direção do território e logo depois este Comitê organiza o Levante da Wielkopolska. Dois dias depois, em 14 de novembro de 1918, o Conselho Regente transfere poder total para o Marechal Piłsudski no governo do novo Estado que voltava a figurar no mapa da Europa.

Ignacy Daszyński


Piłsudski convoca o primeiro governo central polaco, em 17 de novembro de 1918, cujo premeiro-ministro é J. Moraczewski. O autogoverno estava finalmente instalado.
As ações que anteriormente pareciam longas e sem resultado, agora se desenvolviam rapidamente. Era urgente reconstruir um Estado vilipendiado durante décadas. Em 22 de novembro, Józef Piłsudski se declara Chefe do Estado Polaco. O ano de 1918 termina, mas na Polônia ele marca as primeiras comemorações do natal e ano novo sob a bandeira branca-vermelha da velha Águia Branca.

Primeiro gabinete de governo em 1918, com Piłsudski, ao centro.

Em 16 de janeiro de 1919, o governo já tinha novo primeiro-ministro, era o pianista mundialmente aclamado, Ignacy Paderewski, que faz a convocação do seu governo e que consegue finalmente o reconhecimento internacional da Independência de sua nação. Na semanas seguintes, são realizadas as eleições do parlamento, em 26 de janeiro, para em 26 de fevereiro, o Parlamento aceita a Constituição que descreve os poderes superiores do Estado polaco. 17 de março de 1921, o Parlamento aprova a Constituição de Março.


Primeiro-ministro, o pianista Ignacy Paderewski

Mas apesar de tudo, a independência não está ainda garantida. É preciso lutar pelas fronteiras polacas, pelas agressões daqueles que não concordar com o renascimento do Estado polaco.
Entre 18 de dezembro de 1918 a 16 de fevereiro de 1919 acontece o Levante da Wielkopolska (Grande Polônia) na região de Poznań. Nos dias entre 16 a 26 de agosto é a vez do Levante da Śląsk (Silésia). Ainda em 1919, os exércitos tchecos ocupam a região Cieszyński na Silésia. É preciso defendê-la. O ano se encerra e as dificuldades continuam, um novo levante volta a ocorrer na Silésia entre 19 e 25 de agosto de 1920 e um plebiscito nas regiões da Warmia, da Mazúria e da própria Silésia para se incorporarem ao novo Estado.
Em 9 de julho de 1920, o Marechal Piłsudski solicita que os cidadãos polacos se alistem nas forças armadas para a defender a Pátria. Em maio do ano seguinte estoura um novo levante na Silésia, que dura até 5 de julho de 1921. Não bastassem estes levantes desde a abril de 1919 a março de 1921, a Polônia tem que enfrentar a guerra contra a Rússia bolchevique. Os revolucionários comunistas da mesma forma que a monarquia Romanov não queriam dar independência para a Polônia. Mas finalmente, depois de muitas batalhas, com os exércitos polacos entrando em Moscou, é assinado um acordo de paz em Riga e fica estabelecida a fronteira polono-soviética no Leste.

BRASIL
O Reino do Brasil e depois a República que durante este todo este tempo recebeu grupos e mais grupos de imigrantes polacos, denominados então polacos-russos, polacos-alemães, polacos-austríacos em função dos documentos de viagem que portavam estes indivíduos, era uma nação que desde então clamava em fóruns internacionais a Independência da Polônia.

O Águia de Haia, Rui Barbosa, defensor da Polônia.

Talvez o brasileiro que mais clamou por isto tenha sido Rui Barbosa, que já em 1907, como embaixador brasileiro na 2ª. Conferência de Paz em Haia, na Holanda, declara-se partidário da independência da Polônia. Em um discurso conferência de Petrópolis, em 17 de março de 1917 declara que “Os polacos eram um povo que havia conquistado as sympathias do mundo pelas injustiças políticas que, ha mais de um século, os governos autocratas da Russia, da Allemanha e da Austria faziam cair sobre a sua cabeça”.
No decorrer da primeira guerra mundial, o presidente Hermes da Fonseca declararia em 1914,
"rigorosa neutralidade” na Guerra. Três anos depois, o Brasil anula a declaração de neutralidade em 01 de junho de 1917. Em 23 de outubro daquele mesmo ano, navios alemães afundaram 4 navios brasileiros, no Atlântico. O presidente Wenceslau Braz declara que o Brasil entra na Guerra ao lado dos aliados.
Finalmente 1918, o O Brasil se torna o primeiro país da América do Sul a reconhecer a Independência da Polônia. E em 18 de janeiro de 1919, a delegação do Brasil participa da Conferência de Paz em Paris, assinando seis meses depois, em 28 de junho de 1919, o Tratado de Versailles se tornando membro da Liga das Nações.


Quadro „Lwowskie orlęta. Obrona cmentarza” (Orlen em Lwów, defesa do cemitério) de Wojciech Kossak. Acervo do Muzeum Wojska Polskiego (Museu polaco das forças armadas).
Meninos polacos lutaram como soldados pela libertação da cidade polaca de Lwów, cidade que hoje se encontra em território da Ucrânia.
Fonte: Archiwum „Mówią wieki”


Filme "Polonia Restituta" de autor desconhecido sobre a Independência da Polônia, com imagens da época, disponibilizado pela TVN24.pl.