sábado, 22 de dezembro de 2007

Fronteiras serradas

Cancelas de fronteiras serradas em Zittau por Angela Merkel da Alemanha, Mirka Topolanka da República Tcheca e Donald Tusk da Polônia sob os olhares dos portugueses José Manuel Baroso e José Sócrates.Foto: Maciej Swierczynski / AG

A abertura das fronteiras terrestres em mais nove países da União Européia, ocorrida a zero hora desta sexta-feira continua a ser comemorado na Europa. Os jornais dos 24 países integrantes trazem em suas primeiras páginas o principal evento organizado para comemorar a Europa sem portas. A cerimônia foi presidida pelos dois principais dirigentes da União Européia, neste momento, que coincidentemente são portugueses. Como presidente de turno da União Européia, o atual primeiro-ministro português José Sócrates, junto ao presidente da Comissão Européia, o ex-primeiro-ministro de Portugal José Durão Barroso, ambos de Portugal, estiveram ontem em Zittau, pequena cidade entre as três fronteiras entre Alemanha, Polônia e República Tcheca.
José Sócrates sublinhou que viver num continente como a Europa significa ter "uma liberdade livre". Já a anfitriã, chanceler alemã, Angela Merkel, disse que "esta é uma liberdade de intercâmbio com os outros e, para os mais velhos, é uma alegria ver que os novos conhecem uma realidade europeia que eles não conheceram". A líder alemã, oriunda da antiga Alemanha comunista, estava também com suas palavras fazendo referência aos anos em que a Europa esteve dividida pelo Muro de Berlim. Já o presidente da Comissão Européia, Durão Barroso, assinalou que a Europa não deve ser vista "como uma construção apenas para os diplomatas mas também para os cidadãos".
Interessante é acompanhar a cobertura de jornais portugueses nestes eventos que vem se repetindo na Europa. Sempre há um comentário, ou uma expressão a lembrar que Portugal fica na Europa e que o idioma de Portugal parece ser propriedade apenas dos portugueses. Como neste parágrafo adiante, onde o enviado especial do jornal Diário de Notícias de Lisboa, faz questão de frizar que o tcheco fala português com sotaque brasileiro:
"É bom ter fronteiras abertas, mas tenho medo", confessa Magdalena Dzialoszynski, tradutora de 27 anos que, apesar de polaca, vive na localidade alemã de Zittau. Zdenek Grmela, estudante checo de 25 anos, que fala português com sotaque do Brasil, diz, porém, que estes receios são maiores entre os alemães. "Este dia é mais um símbolo, mas passar a fronteira será mais fácil, o turismo vai melhorar".
São frases como estas que permitem entender o porquê Portugal insiste em postergar o acordo ortográfico dos países integrantes da CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Ao que tudo indica os portugueses não aceitam o modo de falar dos brasileiros, angolanos, moçambicanos, caboverdianos e os outros 3 países lusófonos.
Receio do sotaque brasileiro
As universidades polacas parecem atentas a esta questão. Algo mudou desde que a Polônia entrou para a União Européia. Uma delas é o ensino do português. Não é de hoje que as universidades da Polônia oferecem cursos de idioma português. A proximidade com o Brasil, em função da forte imigração polaca ocorrida nos séculos 19 e 20 para o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além das telenovelas brasileiras, transpareceu sempre na escolha dos professores para ensinar o idioma falado no Brasil. Desde primeiro de maio de 2004, data da entrada da Polônia na União Européia, os professores que falavam com sotaque brasileiro foram sendo progressivamente substituidos por jovens universitários portugueses. As universidades polacas estão trocando professores brasileiros por estudantes portugueses nas aulas de idioma português. E foi assim que o prof. Evandro Ouriques da UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro se deparou com o sotaque do Alentejo na platéia da Universidade Jagiellonski de Cracóvia, nesta semana, quando esteve fazendo palestra para estudantes polacos de idioma português. Além da importância do tema, o que se percebeu foi uma dissintonia no ar, com muitos não entendendo palavras ditas pelo professor brasileiro. O "ruído" na comunicação foi em parte causado pelo sotaque brasileiro. Sotaque que era comum 4 anos atrás, mas que hoje é apenas uma lembrança. As polacas agora falam "cantadinho" e "chiando" Brasile com L e E no final. Ouriques, um doutor em comunicação e linguagem, não entrou na questão, mas sintomaticamente começou sua palestra dizendo que era muito bom ser entendido num idioma que é falado por mais de 200 milhões de pessoas, sendo 183 milhões apenas no Brasil.
Não passa despercebida esta idiossincrasia portuguesa na Polônia, país que oferece bolsas para estudantes e professores brasileiros descendentes de polacos aprenderem polaco e por outro lado contrata estudantes portugueses para ensinar os polacos a falar português com sotaque do Alentejo, como a agradar os habitantes das magens do Tejo.
Portas semi-abertas
A Polônia, ao mesmo tempo que se integra a Europa, fecha suas fronteiras a Leste. O trecho mais longo de fronteira da União Européia fica justamente na Polônia. São 1.176 quilômetros de fronteira terrestre. Uma linha divisória que será vigiada por 10.000 funcionários, com ajuda de 1.300 veículos destinados a patrulhar imigrantes vindos da Bielorrússia e da Ucrânia. Desde o fim do sistema comunista, a fronteira oriental de Polônia é o passagem para imigrantes da ex-URSS e de países asiáticos, como China, Bangladesh e Paquistão.

Desejo - życzenie


Święta, Święta i po Świętach,
nikt już o nich nie pamięta,
bo Sylwester już za pasem,
bawmy ostro się w tym czasie.


tradução livre: festa, festa e depois das festas, jamais se lembre delas, porque o reveillon já bate à porta, briquemos muito nesta época.

Bicicleta em Bielsku

Foto: Ulisses Iarochinski

Bar da Bicicleta em Bielsko Biała. Depois de uma caminhada em direção ao Parque ao pé das montanhas, faz-se uma paradinha para um "herbata góralski" (rerbata guraksqui - chá montanhês). Chá preto com açucar e vodca. É para ajudar no aquecimento dos pés. Bielsko Biała é um dos mais antigos centros automobilístcos no Sul da Polônia. Cidade próxima a fronteira com a Eslováquia e a Tcheca, na voivodia da Silésia, é a sede da FIAT italiana na Polônia.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Diminuem as fronteiras

Foto: Tomasz Lam
A TVP3 - Televisão polaca canal 3 - acompanhou, ao vivo, com vários repórteres, nesta noite a queda das fronteiras da Polônia com 4 países vizinhos e com quase todos os demais integrantes da União Européia. A meia-noite houve queima de fogos de artifícios em Cieczyn, na fronteira com a República Tcheca, bem como em várias outros postos de fronteira com a Alemanha, Lituânia, Eslováquia e República Tcheca. Acabam-se assim as longas filas nas estradas e pontes que levam mercadorias e pessoas de um canto a outro do velho continente. Por outro lado, a Polônia se converte no último bastião da Europa Unida no Leste. Os controles de fronteira que deixam de existir no Oeste, Norte e Sul são, ao contrário, a partir de agora muito mais reforçados no Leste, nas fronteiras com a Rússia, Bielorrússia e Ucrânia. É a entrada em vigor, do Tratado de Schengen, desde a zero hora deste 21 de dezembro de 2007. As comemorações são significativas pois a partir de agora qualquer cidadão polaco pode cruzar a fronteira com seus vizinhos e demais membros da UE sem levar consigo passaporte, ou carteira de identidade. O mesmo vale para o estrangeiro em circulação pela Europa dos 24. Os novos membros Romênia, Chipre e Bulgária ainda não aderiram ao tratado europeu que foi assinado em 1985 na pequena cidade de Luxemburgo, Schengen. Pelo tratado é livre a circulação de cidadãos no território da União Européia. Nos aeroportos, contudo, o controle de passaporte ainda será realizado até 29 de maio de 2008, bem como no portos do Báltico, onde contudo, deverá continuar para a Rússia. Ouvido pelo jornal Gazeta Wyborcza (vibortcha), Lech Wałęsa (lerrrhh vauensa) disse que "Schengen é esperada concretização do sonho, pelo qual lutamos durante o comunismo, é a verdadeira liberdade. Mas temos ainda coisas importantes a fazer. O governo precisa fazer tudo para que antes da Eurocopa 2012 possamos entrar também na zona da moeda única - o Euro. Só assim, nossa luta por uma Europa unida estará concluída." Para os cidadãos bielorrussos o visto para a zona schengen custará 60 euros, enquanto que para russos e ucranianos apenas 35 euro. Paradoxalmente, os bielorrussos são os mais pobres da região e os que mais emigram para a Europa, fugindo da ditadura pró-russa em seu país. Uma lei polaca, permite, entretanto, que aqueles cidadãos destes três países que comprovem origem polaca estão livres do pagamento do visto.
Com os novos sócios, a zona Schengen terá uma população de 404 milhões. As fronteiras exteriores da União Européia terá agora 4.278 quilômetros, as mais extensas são com Bielorrússia 1.264 km, Rússia 1.058 km, Croacia 1.014km.
O Tratado Schengen tem dois objetivos: eliminar os controles nas fronteiras interiores e definição das fronteiras exteriores comuns e o segundo, "medidas compensatórias" para reforçar e aumentar as fronteiras exteriores com a cooperação judicial e policial, instauração de direitos de observação para as policias dos Estados pertencentes a zona. Para controlar as fronteiras que restaram serão investidos mais de 1 bilhão euros.
Em ato simbólico as fronteiras são "serradas" entre a Eslováquia e a Áustria. Foto Sewerin Sołtys.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

A condecoração Polonia Restituta

Foto: Ordem da Cruz de Comandante com estrela
A condecoração Polonia Restituta (em polaco: Order Odrodzenia Polski), ou Ordem da Polônia Renascida é uma das mais altas condecorações da Polônia. A condecoração pode ser conferida nos vários campos da educação, ciência, esporte, cultura, artes, economia, defesa do país, trabalho social, serviço civil, ou em razão das boas relações entre as nações. Pode ser concedida, portanto, a civis e militares, bem como a estrangeiros. Esta condecoração é sucessora da Ordem dos Cavaleiros de São Estanislau, Bispo e Mártir, estabelecida pelo último Rei da Comunidade polaco-lituana, para honrar os partidários da Coroa da Polônia. Foi criada em 7 de maio de 1765 e com um númeo fixo de apenas 100 a serem concedidas. Depois das partilhas da Polônia, a condecoração foi recuperada no Ducado de Varsóvia, como meio de obter recursos para o hospital da cidade. Quem fazia as doações recebia um título de nobreza hereditária. Mais tarde, quando a Polônia recuperou sua independência, em 1918, o governo aboliu esta condecoração devido aos abusos cometidos pelos russos, que freqüentemente a usavam para premiar aqueles que contribuiam para a destruição total da Polônia. Assim, a Ordem foi reentroduzida em 4 de fevereiro de 1921 com novas regras e novos propósitos. A Ordem ja teve cinco classes: 1. Grande Cruz - Krzyż Wielki 2. Cruz de Comandante com estrela - Krzyż Komandorski z Gwiazdą 3. Cruz de Comandante -Krzyż Komandorski 4. Cruz de Oficial - Krzyż Oficerski 5. Cruz de Cavalheiros -Krzyż Kawalerski .

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Doda canta "Noite Feliz"

Doda - Dorota Rabczewska canta Cicha Noc (Tchirra nots - noite silenciosa) e até Papai Noel se surpreeende.

Exposição judaico-católica em Cracóvia

Rua de Bożego Ciało no bairro judeu de Cracóvia
Nestes últimos dias de 2007 é possível acompanhar a exposição "Nas sombras das igrejas e sinagogas" com imagens e ícones do bairro Kazimierz, em Cracóvia ao longo de séculos. São mostrados mapas, planos, pinturas e gráficos de museu e de coleções de arquivos públicos e privados que contam muito do planejamento urbano, da arquitetura e dos monumentos históricos de um dos mais bem conservados bairros judeus em toda a Europa. Apesar da evacuação durante a segunda guerra mundial e dos anos dificeis do comunismo, o Kazimierz resiste. A exposição permite entender como a antiga cidade medieval dos judeus nas imediações do Castelo Real de Wawel conviveu com 7 igrejas e 7 sinagogas. Parte da exposição contém fotografias que não só registram uma imagem estática da cidade, mas também sua vida cotidiana, os habitantes e suas ocupações. A interpenetração de dois mundos, de um lado uma procissão São Stanislau em Skalka e celebrações do aniversário de morte de Remu junto com crianças judias que vão para um cheder ao longo da Rua Bożego Ciało (Corpus Christi).

Um dos mais belos castelos

Foto: Ulisses Iarochinski
A água do lago formado para a represa de Czorsztyn, congelou com tanto frio. O lindo castelo medieval esta localizado ainda na voivodia da Małopolska, no munícipio de Nowy Targ. Mas já é praticamente fronteira com a Eslováquia. O rio Dunajca divide a Polônia da Eslováquia e ao percorrer a cadeia de montanhas desenha uma das mais belas paisagens do país.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Torta polaca de queijo - Sernik

Sernik - Talvez o doce, torta, ou sobremesa mais tradicional da Polônia, transplantada para o Sul do Brasil pelos imigrantes, logo ganhou o país inteiro com nome de torta de requeijão. É mais um influência polaca nos costumes do Brasil, que muitos brasileiros nem sabem a origem. Aqui uma receita bastante comum:
Ingredientes













1 kg de requeijão
1 ovo
50 gr de passas
3 colheres de açúcar de baunilha
200-250 gr de açúcar
200 gr de manteiga
2 colheres de sopa de farinha de trigo
essência de baunilha

Modo de fazer

Moer bem a ricota no liqüidificador. Bater as gemas de ovos com o açúcar, adicionar a manteiga, a ricota moída, a essência, farinha de trigo, passas e claras batidas em neve. Colocar em forma pirex untada com manteiga. Assar por uma hora. Colocar açúcar de confeiteiro sobre a massa.

Variedade de danças tipicas polacas

As danças típicas da Polônia estão relacionadas com as regiões de origem. As mais conhecidas são aquelas de Cracóvia, em função de que ali quase sempre foram as cortes e a sede do reino polaco. A seguir apresentamos alguns destes bailados tipicos:
CHODZONY - da região da Silésia, é uma das danças mais antigas da Polônia. Era usada nos palácios e cortes para saldar os nobres da época. CIESZYN - duas danças típicas da Polônia, Polka Spacer, da região de Cieszyn que faz divisa com a República Checa e Masztolka, da região montanhosa de Beskid, dançadas por pastores. WIELKOPOLSKIE - da região de Varsóvia e Poznañ é das mais executadas pelos grupos folclóricos de todo mundo. RZESZÓW - retrata o espírito alegre, próprio do povo do sudeste da Polônia, nas vizinhanças da Ucrânia. É uma dança dinâmica, vigorosa em que os jovens exibem suas habilidades para impressionar seus pares. KOLOMAJKI - dançada somente pelas mulheres, é uma dança das montanhas. SUITA LUBELSKA - composta por: Polka Lubelska - dança de Lublin, com influência da dança russa, principalmente na posição dos braços - Cygan e Mach. KURPIE - dança tradicional desta cidade que é caracterizada por variedades de polcas. KRAKOWIAK - de Cracóvia. Caracterizada pelo passo lateral. É uma dança vibrante e mostra a alegria e orgulho do povo. KRAKOWIACZEK - é uma versão infantil do “Krakowiak”. Rítmica, dançada espontaneamente se constitui em um dos primeiros acessos das crianças polacas à sua rica herança cultural. GÓRAL - agilidade e a resistência dos pastores da região de Podlasie, numa dança ao redor do fogo. POLKA SMIESZKA - dois rapazes que tentam conquistar uma moça, que fica em dúvida entre os dois. Finalmente para não magoá-los, decide-se: fica com os dois.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Papai Noel ladrão


A polícia polaca está procurando um Papai Noel suspeito de assaltar uma loja de doces e balas em Płoty. O suspeito vestindo a indumentária vermelha do velhinho, barba postiça, gorro, entrou na loja com uma máscara do personagem natalino. Segundo uma vendedora, o assaltante Noel foi bastante simpático, mas não deixava dúvidas, já que empunhava um revólver de verdade e depois de levar milhares de złotych, Euro e Dollar fugiu num automóvel. O assalto foi realizado no dia de São Nicolau - dia de entrega de presentes de natal - 6 de dezembro.
P.S. Pelo visto desta vez o Papai Noel preferiu roubar a dar presentes.

Concorrentes ao título de mais festeira

Reveillon 2007 em Cracóvia. Foto: Ulisses Iarochinski
As maiores cidades da Polônia estão concorrendo para o título de melhor organizadora do reveillon. Segundo as emissoras de televisão que co-participam das festas, o volume a ser investido será de 3 a 5 bilhões de złotych. (quase 2 bilhões de dólares).
Ano passado cerca de 100 mil pessoas foram a praça central de Wrocław (vrotssuaf) e mais de 140 mil ao Rynek de Cracóvia para fazerem a contagem regressica para o ano novo. Varsóvia este ano quer tirar a primazia de Cracóvia de ser a mais festeira cidade da Polônia, título conquistado na virada de 2006 para 2007. Varsovianos vão investir sozinhos outros 5 bilhões de złotych para sua festa ao redor do Palácio da Cultura. No palco armado estarão: tatiana Okupnik, Kasia Kowalska, Lady Pank, T. Love, Bracia, Feel, Jet Set e Zygmunt Kukla Orchestra.
Por sua vez, Cracóvia já tem programado um mega-show de mais de 6 horas com artistas, cores e fogos que contará com a presença dos mais populares cantores do país. Já estão convocados: Shakina Stevensa, Lou Bega, Boney M. Bajm, Budka Suflera, Czerwone Gitary, Glecu Orkiestra, Kaszmir, Vox, Urszula e Szymon Wydra. E para depois da meia-noite, um espetáculo especial com Andrzej Lampert e Alicja Wegorzewska-Whiskerd.

4,5 bilhões de Euros para Varsóvia

O Palácio da Cultura ainda é o mais alto edifício, mas por pouco tempo.
A cidade de Varsóvia vai investir 4.5 bilhões de Euros para a Copa Futebol Européia de Seleções - a Euro-2012. De acordo com o jornal "Gazeta Prawda", o metrô vai ganhar uma segunda linha. O custo estimado desta expansão é de 3 bilhões de złotys (mais de 1 bilhão de dólares). O prefeito da cidade Jacek Wojciechowski anunciou que o capital maior a ser investido somente será conhecido em 2008. Mas antecipou que 7 projetos, entre eles a nova linha do metrô e a construção do estádio nacional, atenderão a infraestrutura da cidade, em termos de transportes e comunicação. Mesmo para quem faz uma rápida visita por Varsóvia, não deixa de se surpreender com a quantidade de novos arranha-céus que estão sendo construídos. Nunca a imaginação dos arquitetos polacos teve tanta liberdade. Ao contrário de Cracóvia, que é patrimônio mundial da humanidade pela Unesco (onde não pode ser tocado), Varsóvia, com a sua destruição durante a segunda guerra mundial, permite construir uma cidade do século 21, sem muitas amarras e impecilhos.

domingo, 16 de dezembro de 2007

A terra dos Iarochinski

Foto: Ulisses Iarochinski
Finalmente encontrei a terra de origem do meu sobrenome. Atualmente se chama Góra Puławska. Mas este nome é recente, desde a segunda guerra mundial, pois sempre se chamou Góra Jarosińska (Montanha iarochinska). Esta localizada no distrito de Jaroszyn, a 2 km do centro da cidade de Puławy, na regiao Centro-Leste da Polônia. A Paróquia Góra Jarosińska, no alto desta colina, existe desde a idade média.

Jaselka em Curitiba

Foto: Alina Prałat Rocha
Neste domingo, no Bosque do Papa, em Curitiba, acontece a Jaselka, em que os "polskiego pochodzenia" da terceira maior cidade polaca do mundo, comemoram o Natal. estará em festa durante todo o dia de hoje. No local, descendentes de poloneses estarão Haverá a encenação de um auto de Natal e shows de música e dança.
No calendário polaco, o Natal é um ciclo de festas que começa no dia de São Nicolau - 6 de dezembro - e termina no dia de Santo Reis - 6 de janeiro. O ponto alto são os dias 24,25 e 26 de dezembro. Na noite de 24 de dezembro a Vigília, começa cedo, logo quando escure e a primeira estrela aparece no céu (nessa época do ano lá pelas 16 horas). Primeiro é feita a confraternização do "Opłatek", onde cada qual reparte a óstia entre si, desejando-se amor e prosperidade. Em seguida se canta as "kolędy”(canções tradicionais de natal) aos pés da "Choinka" (árvore de natal). Em seguinda é servida a ceia com 12 pratos diferentes e sem carne vermelha. No dia 25 é feita um grande café da manhã com carne e embutidos que foram já benzidos por um padre e no dia 26 é comemorado o dia de Santo Estevão - padroeiro dos pedreiros. No Bosque do Papa a festa promete durar o dia todo. Uma quermesse com produtos típicos da culinária polaca, uma apresentação da Banda Lyra, um concerto do Quarteto Krul, apresentação do Grupo Folclórico Wisła e do coral Papa João Paulo II. A promoção dos festejos é da Fundação Cultural, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Missão Católica Polonesa no Brasil, Consulado Geral da Polônia, Braspol e Associação das Entidades Étnicas do Paraná. Jaselka, no Bosque do Papa, Rua Mateus Leme, em Curitiba, das 10 às 19 horas. Entrada franca.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Artistas condecorados com Gloria Artis

foto: Paweł Kula
Irena Santor, Wojciech Młynarski, Jan Ptaszyn Wróblewski, Karol Śliwka e Zbigniew Kurtycz receberam do ministro da cultura Bogdan Zdrojewski a medalha de ouro da cultura Gloria Artis.
As medalhas de prata foram para os atrizes: Grażyna Barszczewska, Ewa Wiśniewska, Barbara Horowianka, Anna Nehrebecka e Witolda Lubiniecki. Os artistas plásticos: Mieczysława Mazuratysta, Jan Piotra Pruszyńsk. Além do músico: Jacek Urbaniaka - oboista e flautista.
As medalhas de bronze para: Zygmunt Brachmański (escultor), Antoni Dąbrowski (poeta), Henryk Komorowska (dançarina), Tadeusz Siaran (artista gráfico), Ferdynand Szypuła (artista gráfico), Władysław Tomczyk (animador cultural), e Adam Zwierz (cantor solista).

Faltam 10 dias pro Natal

Ainda faltam 10 dias para a comemoração do Natal de Jesus Cristo, ou seja, para a data fixada pelo Vaticano como aniversário do filho de José e Maria. No Brasil, há mais de cem anos, a comemoração de natal incorporou o Papai Noel e a entrega de presentes. Na Polônia, o 25 de dezembro é somente o aniversário de Jesus, pois a entrega de presentes e o Papai Noel são comemorados no dia 06 de dezembro, dia de São Nicolau - o santo amigo das crianças e dos pobres - também conhecido como o Papai do Natal, ou o Papai Noel. O Natal em 25 de Dezembro foi convencionado como forma afrontar a celebração pagã do mês de Dezembro, chamada na Roma Antiga de Saturnalia. Para que o aniversário de Cristo pudesse ser aceito por todos, a igreja absorveu alguns dos rituais pagãos, como as velas e trocas de presentes. E, como nunca se conseguiu determinar com exatidão a data do nascimento de Cristo, foi aproveitado o mês de celebração dos pagãos, dezembro. Isto aconteceu em no ano de 350 DC, quando o Bispo de Roma, Julius I, determinou que o Natal passasse a ser celebrado a 25 de Dezembro.
Assim a comemoração do aniversário de Jesus começa com a ceia de Natal no dia 24 de Dezembro quando surge no céu a primeira estrela. A família se reúne à mesa enfeitada. O momento culminante da reunião é o “Opłatek’’. É o momento da aproximação dos afastados física- e espiritualmente, e, portanto, é o momento de perdoar e perdoar todos os pecados, pois não se pode ficar próximo de alguém, perante a história, com desavenças no coração. O "Opłatek" consiste na troca da óstia não consagrada entre os participantes da ceia. Cada um quebra um pedaço da óstia do outro, faz um desejo e come. Em seguida oferece a sua óstia para que o outro faça o mesmo. Em seguida todos cantam as tradicionais músicas de Natal como "o menino Jeus", "Cicha Noc - Noite Feliz", entre outras. Só depois se sentam. Na ceia não se come carne vermelha. Mas apenas peixes, acompanhados de vinho branco, sopa de cogumelos, pão, doces de mel e torta de sementes de papola. São servidos 12 pratos diferentes, em referência aos 12 apóstolos da Santa Ceia. Quando chega a meia noite, todos saem para ir assistir à missa do galo. Voltam para a casa para dormir. Ao se levantarem na manhã de 25 de Dezembro, não há distribuição de presentes, pois estes já foram dados no dia de São Nicolau, em 6 de dezembro. Assim o café da manhã é marcado, principalmente, pela permissão de se voltar a comer carne vermelha, linguiças, salames e presuntos. Esta é a refeição mais festiva do dia. Na Polônia, o presépio e árvore enfeitada trazem a memória a verdadeira conciliação com Deus. Em Portugal, Espanha e países hispano-americanos, a entrega dos presentes é feita apenas no dia 6 de janeiro, dia de Santo Reis, ou dia dos Reis Magos, efetivamente quem deu os presentes ao menino Jesus.
A estrela, conta o evangelho, os precedia e parou por sobre onde estava o menino Jesus. "E vendo a estrela, alegraram-se eles com grande e intenso júbilo" (Mt 2, 10). "Os Magos ofereceram três presentes ao menino Jesus: Ouro, Incenso e Mirra, cujo significado e simbolismo espiritual é, juntamente com a própria visitação dos magos, ser um resumo do evangelho e da fé cristã, embora existam outras especulações respeito do significado das dádivas dadas por eles. O ouro pode representa a realeza (além providência divina para sua futura fuga ao Egito, quando Herodes mandaria matar todos os meninos até dois anos de idade de Belém). O incenso pode representar a fé, pois o incenso é usado nos templos para simbolizar a oração que chega a Deus assim como a fumaça sobre ao céu (Salmos 141:2). A mirra, resina antiséptica usada em embalsamamentos desde o Egito antigo, nos remete ao gênero da morte de Jesus, o martírio, sendo que um composto de mirra e aloés foi usado no embalsamamento de Jesus (João 19: 39 e 40), sendo que estudos no Sudário de Turim encontraram estes produtos."Entrando na casa, viram o menino (Jesus), com Maria sua mãe. Prostando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra." (Mt 2, 11).

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Não violência em Cracóvia

Nesta segunda-feira, dia 17 de dezembro, estará dando uma aula, na Faculdade de Filologia Românica da Universidade Jaguielônia de Cracóvia o professor brasileiro Dr. Evandro Vieira Ouriques, da UFRJ do Rio de Janeiro. O tema de sua aula será "O Desafio do Resgate do Substrato Indo da Cultura Lusófona e a perspectiva do vigor da não-violência. A aula é aberta não só aos estudantes polacos de línguas latinas, mas à toda comunidade, na sala 202, na ulica Krupnicza, nr. 2, às 13. 15 horas. A promoção do evento é de responsabilidade do Prof.dr hab Jerzy Brzozowski, chefe de departamento no Instytut Filologii Romańskiej UJ. Brzozowski foi cônsul da República da Polônia, em Curitiba, nos anos 90. Naquele período chegou a editar um livro raro "Quatro poetas poloneses" com Czeslaw Milosz, Tadeusz Rózewicz, Wislawa Szymborska e Zbigniew Herbert, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura do Paraná. O livro foi organizado por Henryk Siewierski e José Santiago Naud.

Evandro Vieira Ouriques
Segundo o portal Consciência.net são 40 anos de ação e pesquisa na área da Comunicação e da não-violência. Ouriques é Doutor em Comunicação e Cultura pelo NETCCON.ECO.UFRJ, cientista político, jornalista, terapeuta e escritor, dedica-se à relação entre Comunicação, Poder e Paz, através de método próprio, pelo qual liberdade e vinculação social se tornam possíveis.
Dirige o Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência/Escola de Comunicação/UFRJ, que criou em 1981. É especialista nas relações entre Ética e Estética, Utopia e Economia Psíquica Pós-moderna e na Construção de Estados Mentais Não-violentos. Atua na área como professor, pesquisador e consultor, tanto da ONU quanto de comunidades carentes. Tem 18 livros e catálogos publicados, além de muitos artigos no Brasil e no Exterior.
Transdisciplinar, trabalhou em muitas comunidades diferentes: jornalistas, intelectuais, artistas, fotógrafos, acadêmicos, políticos, servidores públicos, ongueiros, yogues, líderes religiosos e indígenas. Trabalhou em jornais de esquerda e populares durante a década de 70 e 80; atuou como ponte entre a Academia (UFRJ) e o Executivo Cultural (Ministério da Cultura), de 1980 a 1998: coordenou o Projeto Visualidade Brasileira (a dimensão estética brasileira) e o Programa Integrado Clarival do Prado Valadares (formação e dinamização de acervos documentais de arte no Brasil), do Instituto Nacional de Artes Plásticas da Funarte;
Foi curador e designer de exposições do Instituto Nacional de Fotografia da Funarte, onde montou, por exemplo, a primeira exposição de Sebastião Salgado no Brasil, em 82; e coordenador do Belas Artes Memória (Núcleo de Documentação e Pesquisa) e do Projeto Origens da Cultura Brasileira, do Museu Nacional de Belas Artes, no qual também atuou como curador. Foi o presidente da Mesa Criadora do Sindicato dos Profissionais de Yoga do Estado do Rio de Janeiro e o consultor de articulação e conteúdo da Assembléia Global da United Religions Initiative-2002. É membro do Conselho Consultivo do Núcleo de Estudos do Futuro da PUC/SP e Professor Adjunto da UFRJ, desde 1978. O professor mantém um blog, que pode ser acessado em:

Birkenau em dias de neve

Foto: Ulisses Iarochinski
Birkenau foi o maior campo de concentração da Segunda Guerra Mundial. Distante 3 km de Auschwitz, está localizado no munícipio de Brzezinka, cidade a 65 km de Cracóvia. Birkenau é a tradução alemã para Brzezinka... os alemães em todas as invasões que fizeram no território da Polônia sempre tiveram o mau costume de traduzir tudo, nome de cidade, de rua, de rio, de montanha, de pessoas. Von Bismarck bem antes de Hitler já queria aniquilar o povo polaco. Ou seja, isto não foi apenas uma característica dos nazistas, mas dos alemães e prussos de uma maneira geral. Negar, ou reinterpretar o passado é uma forma de eximir-se de culpa. A geração atual é fruto das gerações anteriores e isso não existe lei que prove o contrário. Apenas o perdão permite. Na foto, o portão principal e o terminal ferroviário onde prisioneiros de todos os países da Europa chegavam. A poucos metros dos trilhos estavam duas câmaras de gás e dois crematórios. Era feita, então uma seleção aleatória: trabalho forçado ou morte.
O nome Brzezinka foi dado em 1385 e deriva da árvore do vidoeiro bastante abudante na região. De 1440 a 1483 Brzezinka foi propriedade de Jan Brzeziński.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Alemão reconhece pai nazista

Foto: Arquivo Museu Nacional Auschwitz-Birkenau

Chocante é a expressão que pode traduzir a visita de um turista alemão a Auschwitz neste fim de semana. Um morador de 65 anos de Düsseldorf, reconheceu numa das fotos seu pai no soldado nazista que controlava a entrada dos prisioneiros judeus recém-chegados ao campo de concentração de Auschwitz. "A princípio ele pensava que poderia encontrar em fotos alguém da família, mas nunca como um soldado nazista", disse ao jornal "Gazeta Wyborcza", o funcionário do Museu, Jacek Lech, a respeito do turista que ele atendeu. A fotografia foi feita no próprio campo, em 1944. Na fotografia se observa o transporte de judeus húngaros na plataforma de trens em Birkenau. O oficial da SS seleciona os que vão para a câmara de gás. "Este jovem de uniforme SS é meu pai", confirmou o turista alemão. A fotografia faz parte do álbum de sobrevivente Lili Jacob, húngara judia que tinha 18 anos e perdeu toda sua família em Auschwitz. O turista contou que nasceu em Berlim em 1942 e que sua mãe falava no seu pai como sanitarista que ajudava os doentes nos campos de concentração. Ao encerrar a guerra ele ficou preso durante dois anos pelas forças inglesas. Liberto, em seguida, tornou-se pastor protestante e acabou morrendo em 1988. Infelizmente o funcionário do museu não anotou o nome do turista nem seu endereço na Alemanha.