A bela foto da lua cracoviana é do amigo curitibano da Vila Guaíra, pastor da segunda Igreja Batista de Cracóvia, José Luiz Kaniak (este já tem cidadania polaca também com méritos e justiça). è primavera de lua cheia na cidade de todos os turistas do mundo. Para a foto vale tantas palavras, mas a legenda, do próprio Kaniak diz tudo: "ops, será que pula?
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Pior para os negócios da Polônia
A principal manchete do jornal Rzeczpospolita desta segunda-feira, 21 de abril de 2008 é: Pat na política exterior. Contestação entre presidente e MZS pode causar, que para agências serão levados diplomatas com grau abaixo de embaixador - Isto pode ser ruim para os negócios do país. Alertam interlocutores „Rz".
E abaixo da foto principal do Papa Bento XVI: Papa reza em intenção do 11 de setembro.
E abaixo da foto principal do Papa Bento XVI: Papa reza em intenção do 11 de setembro.
Atletiba no Paranaense
Sim, meu coração coxa-branca continua batendo a milhas áereas de distância do outro lado das estepes européias. E reproduzindo parágrafo do comentário de um ex-colega de redação de jornal, o atleticano Augusto Mafuz saúdo as finais do campeonato paranaense com os dois maiores clubes do Paraná: O romantismo está de volta. Durante duas semanas viveremos de Atletiba. O Atletiba, ainda, é uma razão de vida. Por isso, é uma das poucas coisas que nos resta no futebol.
domingo, 20 de abril de 2008
Guerreiro já tem passaporte
Andei viajando muito nas últimas três semanas. Fui em busca de certidões de polacos nascidos há mais de um século nos confins da Polônia. Assim em alguns dias deixei de publicar informações neste blog, bem como algumas notícias da Polônia acabei não anotando.
Mas aproveito para fazer o registro, mesmo que tardio de que o Presidente Lech Kaczyński, que leva até dois anos para confirmar ou não a cidadania de um legítimo descedente de polaco, em menos de dois meses, assinou a decisão de conceder ao brasileiro (sabe-se se lá de que descendência) Roger Guerreiro, a cidadania polaca. Não só assinou como fez questão de posar com o "gajo paulista" com camisas da seleção polaca (já com o nome do brasileiro nas costas) para fotos ao lado do jogador do Legia Warszawa.
Realmente é triste para aqueles que amam a Polônia e que a duras penas aprenderam o segundo mais difícil idioma do mundo, que cantam em prosa e verso o orgulho que sentem pela terra dos seus avôs receber uma notícia desta.
Todas as exigências que devem ser cumpridas por quem ostenta un sobrenome terminado em nski... Os formulários que têm que preencher, as taxas, as buscas de documentos... para no fim ouvir de funcionários deste governo que o ancestral nasceu quando a Polônia estava ocupada por nações estrangeiras e portanto, não tem direito a cidadania, a passaporte, a carteira de identidade e que pode sim entrar na Polônia, mas só para os regulamentares três meses de turista. Morar em terras polacas ostentando o nski não é para estes descendentes de pobres polacos que oprimidos não tiveram outra alternativa do que emigrar para sobreviver.
Alguns pensam que casando com uma polaca, ou um polaco vão conseguir a tal cidadania que vai lhes permitir trabalhar em paz na Inglaterra. Mas nem estes conseguem a cidadania.
Contudo, para o lateral-esquerdo Roger, ex-Corinthians, nada disto deve fazer a menor diferença. Ele nem deve nem ter preenchido formulários em idioma polaco (mesmo porque ele só sabe falar dobra e pilka), mas mesmo assim, já ganhou a cidadania polaca e segundo os mais exaltados corintianos ele pode vir a ser destaque na próxima Eurocopa.
O jogador de qualidade mediana, que nunca entrou em nenhuma das listas dos melhores da semana do campeonato polaco caiu nas graças do treinador holandês da seleção polaca, disse estar feliz da vida com a certidão de cidadão na mão. O Presidente Lech Kaczyński depois de entregar o "diploma de cidadão", posou para fotos e desejou boa sorte e sucesso para o brasileiro.
Roger para quem não se lembra "queimou-se" no Timão numa partida contra o River Plate, no Morumbi, válida pela Libertadores em 2003. O técnico era Geninho, que no decorrer do jogo, gritou para o lateral que marcava o enjoado DAlessandro. "Pega, pega, pega". Roger não teve dúvidas: meteu o pé no meio do argentino e foi expulso de campo. Depois disso foi foi parar no Flamengo, sagrando-se campeão carioca.
Acabou, sem saber porque, na fria Polônia, onde outros brasileiros se destacavam a cada rodada no campeonato. Bons jogadores como Andradina, Cleber, Jean Paulista e Edson (que já estava jogando no Legia). Edson, sim é um ótimo jogador, mas que infelizmente não foi observado pelo holandês que classificou a Polônia pela primeira vez para uma final de Eurocopa. Com status de herói, o holandês Benhakker agora pode tudo, inclusive conseguir que um obscuro jogador brasileiro ganhe rapidamente o que muitos outros brasileiros sonham anos conseguir: serem chamados de polacos, não só porque possuem sobrenome herdados de bisavôs imigrantes da Polônia, mas porque poderiam viver sem problemas burocráticos de controle de passaporte na terra que botou no mundo tantos avôs e bisavôs Kazimierz, Bolesław, Piotr, Tomasz, Wiktoria, Jan, Adam, Agnieszka, Karol, Katarzyna, que acabaram nas florestas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Mas como disse um funcionário do governo da Polônia: "Cidadania não é questão de sangue, cabelos loiros, olhos azuis, mas apenas um procedimento administrativo, que implica em pagar impostos e dar algo em troca para o Estado". Neste caso, vestir a camisa da seleção de futebol da Polônia no campeonato de seleções da Europa 2008, na Áustria e Suíça.
P.S. Será que se o novo polaco de "carteirinha" der vexame vai ter cassada a cidadania que o Presidente da República Polaca lhe deu com sorrisos?
Mas aproveito para fazer o registro, mesmo que tardio de que o Presidente Lech Kaczyński, que leva até dois anos para confirmar ou não a cidadania de um legítimo descedente de polaco, em menos de dois meses, assinou a decisão de conceder ao brasileiro (sabe-se se lá de que descendência) Roger Guerreiro, a cidadania polaca. Não só assinou como fez questão de posar com o "gajo paulista" com camisas da seleção polaca (já com o nome do brasileiro nas costas) para fotos ao lado do jogador do Legia Warszawa.
Realmente é triste para aqueles que amam a Polônia e que a duras penas aprenderam o segundo mais difícil idioma do mundo, que cantam em prosa e verso o orgulho que sentem pela terra dos seus avôs receber uma notícia desta.
Todas as exigências que devem ser cumpridas por quem ostenta un sobrenome terminado em nski... Os formulários que têm que preencher, as taxas, as buscas de documentos... para no fim ouvir de funcionários deste governo que o ancestral nasceu quando a Polônia estava ocupada por nações estrangeiras e portanto, não tem direito a cidadania, a passaporte, a carteira de identidade e que pode sim entrar na Polônia, mas só para os regulamentares três meses de turista. Morar em terras polacas ostentando o nski não é para estes descendentes de pobres polacos que oprimidos não tiveram outra alternativa do que emigrar para sobreviver.
Alguns pensam que casando com uma polaca, ou um polaco vão conseguir a tal cidadania que vai lhes permitir trabalhar em paz na Inglaterra. Mas nem estes conseguem a cidadania.
Contudo, para o lateral-esquerdo Roger, ex-Corinthians, nada disto deve fazer a menor diferença. Ele nem deve nem ter preenchido formulários em idioma polaco (mesmo porque ele só sabe falar dobra e pilka), mas mesmo assim, já ganhou a cidadania polaca e segundo os mais exaltados corintianos ele pode vir a ser destaque na próxima Eurocopa.
O jogador de qualidade mediana, que nunca entrou em nenhuma das listas dos melhores da semana do campeonato polaco caiu nas graças do treinador holandês da seleção polaca, disse estar feliz da vida com a certidão de cidadão na mão. O Presidente Lech Kaczyński depois de entregar o "diploma de cidadão", posou para fotos e desejou boa sorte e sucesso para o brasileiro.
Roger para quem não se lembra "queimou-se" no Timão numa partida contra o River Plate, no Morumbi, válida pela Libertadores em 2003. O técnico era Geninho, que no decorrer do jogo, gritou para o lateral que marcava o enjoado DAlessandro. "Pega, pega, pega". Roger não teve dúvidas: meteu o pé no meio do argentino e foi expulso de campo. Depois disso foi foi parar no Flamengo, sagrando-se campeão carioca.
Acabou, sem saber porque, na fria Polônia, onde outros brasileiros se destacavam a cada rodada no campeonato. Bons jogadores como Andradina, Cleber, Jean Paulista e Edson (que já estava jogando no Legia). Edson, sim é um ótimo jogador, mas que infelizmente não foi observado pelo holandês que classificou a Polônia pela primeira vez para uma final de Eurocopa. Com status de herói, o holandês Benhakker agora pode tudo, inclusive conseguir que um obscuro jogador brasileiro ganhe rapidamente o que muitos outros brasileiros sonham anos conseguir: serem chamados de polacos, não só porque possuem sobrenome herdados de bisavôs imigrantes da Polônia, mas porque poderiam viver sem problemas burocráticos de controle de passaporte na terra que botou no mundo tantos avôs e bisavôs Kazimierz, Bolesław, Piotr, Tomasz, Wiktoria, Jan, Adam, Agnieszka, Karol, Katarzyna, que acabaram nas florestas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Mas como disse um funcionário do governo da Polônia: "Cidadania não é questão de sangue, cabelos loiros, olhos azuis, mas apenas um procedimento administrativo, que implica em pagar impostos e dar algo em troca para o Estado". Neste caso, vestir a camisa da seleção de futebol da Polônia no campeonato de seleções da Europa 2008, na Áustria e Suíça.
P.S. Será que se o novo polaco de "carteirinha" der vexame vai ter cassada a cidadania que o Presidente da República Polaca lhe deu com sorrisos?
sábado, 19 de abril de 2008
Ali so restam as memórias
Nestas minhas caminhadas em busca de documentos para brasileiros descendentes de polacos, além das paróquias e cartórias também dou passeios por cemitérios. Procuro identificar se existe tumba do sobrenome buscado. Esta placa da foto está num monumento no cemitério de Kamień Pomorski, na voivoda (comparado a um Estado na divisão geográfica da Polônia) Zachodniopomorski, região da milenar Pomerânia polaca. Até 1945 esta cidade estava ocupada pela Alemanha com o nome de Cammin Pommern, ou em português, Pedra Pomerana.
Pois com excessão de 4 tumbas, todas as demais são de pessoas mortas após 1948. Apesar do cemitério ter séculos, todos aqueles alemães-prussos que foram ali enterrados, não podem ser cultuados a não ser nesta pedra monumento. Todas as tumbas de antes de 1945 foram destruídas pelo exército russo em seus embates contra os alemães-nazistas, na segunda guerra mundial. Isto significa que todos aqueles brasileiros descendentes daqueles alemães ou prussos que viviam nesta parte da Polônia de mil anos não podem render homenagens nas tumbas de seus ancestrais. Em homenagem aos restos mortais daqueles que não estão mais ali, colocaram esta placa que nos idiomas alemão e polaco diz: Todos somos crianças do Senhor Deus... Aqui restam as memórias de nossos mortos.
Pois com excessão de 4 tumbas, todas as demais são de pessoas mortas após 1948. Apesar do cemitério ter séculos, todos aqueles alemães-prussos que foram ali enterrados, não podem ser cultuados a não ser nesta pedra monumento. Todas as tumbas de antes de 1945 foram destruídas pelo exército russo em seus embates contra os alemães-nazistas, na segunda guerra mundial. Isto significa que todos aqueles brasileiros descendentes daqueles alemães ou prussos que viviam nesta parte da Polônia de mil anos não podem render homenagens nas tumbas de seus ancestrais. Em homenagem aos restos mortais daqueles que não estão mais ali, colocaram esta placa que nos idiomas alemão e polaco diz: Todos somos crianças do Senhor Deus... Aqui restam as memórias de nossos mortos.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
O coração do Papa na Polônia?
"Esta brutalidade é profanação. Brutalidade? - sim!". A pergunta e a resposta é de um jornalista do "Corriere della Sera", que assim qualifica intenção de guardar o coração de João Paulo II, na Catedral de Wawel, em Cracóvia.
No artigo intitulado "Não deixem ninguém tocar em Karol", o jornalista italiano Pietro Calabrese sublinha, que melhor seria, que corpo inteiro do papa polaco seja transportado para Cracóvia e não apenas o coração. Calabrese escreve, que a intenção dos polacos soa a horror. Como ele pode averiguar, houve um pedido da Igreja polaca no sentido de guardar o coração do papa, em seu país natal, o que para ele seria apenas uma atração pagã. Calabrese mais adiante escreve que nem um filme de horror pode ser mais cruel. "Eu preferiria que o corpo do papa Wojtyła permaneça intato, não dividido (...) sem profanação" - escreve o jornalista italiano.
Segundo sua opinião, seria melhor que Bento XVI decidisse de forma concludente, que para o bem dos polacos fervorosamente católicos, o corpo do papa mais querido em sua época fique intato. "Queria saber, se aquele Karol Wojtyła voltasse à sua Pátria, seria cumprimentado com todas as honras na capela dos reis?". Pergunta-se o jornalista italiano para concluir que ainda "tenho esperança, que ninguém tocará em Karol".
No artigo intitulado "Não deixem ninguém tocar em Karol", o jornalista italiano Pietro Calabrese sublinha, que melhor seria, que corpo inteiro do papa polaco seja transportado para Cracóvia e não apenas o coração. Calabrese escreve, que a intenção dos polacos soa a horror. Como ele pode averiguar, houve um pedido da Igreja polaca no sentido de guardar o coração do papa, em seu país natal, o que para ele seria apenas uma atração pagã. Calabrese mais adiante escreve que nem um filme de horror pode ser mais cruel. "Eu preferiria que o corpo do papa Wojtyła permaneça intato, não dividido (...) sem profanação" - escreve o jornalista italiano.
Segundo sua opinião, seria melhor que Bento XVI decidisse de forma concludente, que para o bem dos polacos fervorosamente católicos, o corpo do papa mais querido em sua época fique intato. "Queria saber, se aquele Karol Wojtyła voltasse à sua Pátria, seria cumprimentado com todas as honras na capela dos reis?". Pergunta-se o jornalista italiano para concluir que ainda "tenho esperança, que ninguém tocará em Karol".
Buscador na Pomerânia - 1
O “buscador de origens” em que me transformei nos últimos meses nesta minha estada polaca levou-me nesta semana que passou ao ponto mais distante de Cracóvia dentro do território da Polônia. Tomei o trem de Cracóvia a Świnoujście. Foram mais de 13 horas com paradas a cada meia hora para entrada de passageiros Katowice, Gliwice, Wrocław, Poznań, Choszczno, Szczecin e muitas outras estações ao longo do percurso. Mas o pior não era o trem parar. Era a troca dos controladores de bilhete. Quando começava a dormir sentado naquela poltrona desconfortável de espaldar alto, a porta da cabine era aberta abruptamente, a luz forte acesa e um novo controlador a pedir o bilhete da passagem que meia hora atrás um outro controlador já havia solicitado. Por essas e outras é que a viagem foi extremamente cansativa. Embarquei as 21h48min horas e desembarquei em Szczecin às 09 horas. Meu primeiro destino estava ainda a 2 horas e meia de viagem de ônibus dali. Tampouco no ônibus foi possível dormir. Mas cheguei a Kamień Pomorski. Finalmente!
A cidade fica na voivoda Zachodniopomorski (Pomerânia Oeste) nas margens da baia Kamieński, a 5 km do Mar Báltico e a 58 km da Fronteira com a Alemanha. A baia faz parte do estuário do Rio Dziwna que permite ligação direta da cidade com o Mar Báltico.
Kamień tem uma área de 208,2 km quadrados com uma população de aproximadamente 15.000 (10.000 dentro dos limites da cidade) pessoas. Está a 57 km do porto marítimo de Świnoujście e a 50 km do aeroporto de Goleniów.
O nome da cidade deriva de uma pedra enorme nas águas da Baía de Kamień, que fica próximo a Ilha de Chrząszczewska, ao Norte da baia. É chamada de Pedra de Thr, ou Pedra do Rei e possui 20 m em circunferência, com 3 m de altura acima do nível da água. A enorme pedra teria sido transportada para o local há aproximadamente 10 mil anos por uma geleira do Pleistoceno e ainda existente na Escandinávia atualmente. O nome também está associado a um evento que teria ocorrido em 1121. O rei polaco Bolesław Krzywousty (bolessuaf kjivousti) teria dado as boas-vindas a uma frota de navios Pomeranos, justamente naquela enorme pedra. Kamień Pomorski, ao longo dos séculos foi ocupada pelos Reino da Polônia e pelas invasões dos cruzados teutônicos.Nestes períodos de ocupação prusso-germânica seu nome sempre era alterado para o alemão Cammin Pommern e assim foi conhecida até o final da Segunda Guerra Mundial em 1945. Atualmente Kamień Pomorski é sede de Powiat e de Gmina, divisões administrativas que corresponderiam ao município e ao distrito na estrutura brasileira. Portanto, possui dois administradores locais, o Starosta que chefia o Powiat e o burmistrze (burmistje), que é governante da Gmina. Fazem parte ainda do Powiat, as Gmina de Wolin, Międzyzdroje, Dziwnów, Golczewo, além de várias vilas rurais como Lubin, Miechowo, Górki, Koplino e outras.
Uma das edificações mais antigas é a catedral. Construída em 1175 pelo príncipe polaco Kazimierz I. De sede de bispado da Igreja Católica apostólica Romana passaria durante as ocupações teutônicas, prussas e alemãs a Igreja Evangélica Protestante. Assim como outras igrejas existentes no município que até 1945 eram evangélicas e hoje em sua totalidade são católicas.
P.S. O relato por terras da Pomerânia e as buscas realizadas lá prosseguem... aguardem nos próximos dias...
A cidade fica na voivoda Zachodniopomorski (Pomerânia Oeste) nas margens da baia Kamieński, a 5 km do Mar Báltico e a 58 km da Fronteira com a Alemanha. A baia faz parte do estuário do Rio Dziwna que permite ligação direta da cidade com o Mar Báltico.
Kamień tem uma área de 208,2 km quadrados com uma população de aproximadamente 15.000 (10.000 dentro dos limites da cidade) pessoas. Está a 57 km do porto marítimo de Świnoujście e a 50 km do aeroporto de Goleniów.
O nome da cidade deriva de uma pedra enorme nas águas da Baía de Kamień, que fica próximo a Ilha de Chrząszczewska, ao Norte da baia. É chamada de Pedra de Thr, ou Pedra do Rei e possui 20 m em circunferência, com 3 m de altura acima do nível da água. A enorme pedra teria sido transportada para o local há aproximadamente 10 mil anos por uma geleira do Pleistoceno e ainda existente na Escandinávia atualmente. O nome também está associado a um evento que teria ocorrido em 1121. O rei polaco Bolesław Krzywousty (bolessuaf kjivousti) teria dado as boas-vindas a uma frota de navios Pomeranos, justamente naquela enorme pedra. Kamień Pomorski, ao longo dos séculos foi ocupada pelos Reino da Polônia e pelas invasões dos cruzados teutônicos.Nestes períodos de ocupação prusso-germânica seu nome sempre era alterado para o alemão Cammin Pommern e assim foi conhecida até o final da Segunda Guerra Mundial em 1945. Atualmente Kamień Pomorski é sede de Powiat e de Gmina, divisões administrativas que corresponderiam ao município e ao distrito na estrutura brasileira. Portanto, possui dois administradores locais, o Starosta que chefia o Powiat e o burmistrze (burmistje), que é governante da Gmina. Fazem parte ainda do Powiat, as Gmina de Wolin, Międzyzdroje, Dziwnów, Golczewo, além de várias vilas rurais como Lubin, Miechowo, Górki, Koplino e outras.
Uma das edificações mais antigas é a catedral. Construída em 1175 pelo príncipe polaco Kazimierz I. De sede de bispado da Igreja Católica apostólica Romana passaria durante as ocupações teutônicas, prussas e alemãs a Igreja Evangélica Protestante. Assim como outras igrejas existentes no município que até 1945 eram evangélicas e hoje em sua totalidade são católicas.
P.S. O relato por terras da Pomerânia e as buscas realizadas lá prosseguem... aguardem nos próximos dias...
Violência e álcool nas escolas
Os adolescentes polacos bebem álcool e são ameaçados freqüentemente, ou até mesmo surrados, nas escolas, informa o jornal Dziennik. De acordo com recente relatório, os estudantes são perseguidos freqüentemente pelos próprios colegas e seus pais não reagem. De fato, muitos pais não se preocupam com o que acontece com seus filhos fora de casa. Além disso, alguns jovens professores já foram vítimas de violência por parte dos estudantes. Quase 40% dos estudantes na faixa etária dos 13 anos já beberam álcool, conforme estudo feito ano passado, adverte o jornal.
Ícones polacos mais populares
Alguns dias atrás o jornal Rzeczpospolita listou símbolos e ícones mais considerados pela maioria dos polacos. A pergunta feita pelo jornal foi: Que ícones da Polônia promoveriam melhor o país no mundo?
A maioria respondem que o mais representativo ícone polaco é o Papa João Paulo II. De acordo com a opinião maniestada através da votação organizada pelo Rzeczpospolita, outros símbolos populares da Polônia são águia branca, o brasão nacional, Mikołaj Kopernik (Nicolau Copérnico) e Lech Wałęsa (leehhrrr vauensa). Ao mesmo tempo os polacos associam a Suécia com Ikea, a Suíça com relógios e Finlândia com Nokia, escreve o jornal.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Celebração dos 65 anos do Levante de Varsóvia
No campo de concentração de Treblinka, o israelense Szimon Peres e o polaco Lech Kaczyński. Foto:Kuba Kamiński.
Com a presença do presidente de Israel Szimon Peres, a Polônia comemorou ontem 65 anos dos Bombardeios Nazistas em Varsóvia. Primeiro parte das solenidades aconteceu diante do Momumento aos Heróis do Gueto da capital polaca. Com muitas bandeiras israelenses e polacas foi feito apelos aos mortos, refutando o kadisz, orações ecumênicas e canto do salmo "El Malle Rachamim" em homenagem aos mortos no gueto. Também estiveram presentes os presidentes doSejm (Câmara de Deputados) e Senado da Polônia, corpo diplomático dos países acreditados no país, comando das Forças Armadas Polacas, organizações judaicas e dos combatentes, prefeitos de várias cidades polacas e européias e estudantes polacos e israelenses.
"Nós desejamos vingança, mas de outro tipo. Depois da exterminação e da guerra nós desejamos a paz. Esta é a nossa vingança: a paz!" Afirmou o presidente de Israel Szimon Peres. Uma vingança metafórica, já que segundo Peres, nos últimos 60 anos do Estado Judeu, Israel foi atacado 7 vezes pelos seus vizinhos.
O presidente israelense lembrou, que a maioria dos insurgentes do gueto foram mortos enquanto lutavam. Mas do seu ponto de vista, a história ainda escreveu que sobre aquilo como vitória. "A Alemanha atual deve refletir sobre os atos dos filhos contemporâneos dela tendo em conta na memória o que fizeram no passado." sublinhou Peres.
Logo após esta cerimônia os presidentes dos dois países abriram o "Muzeum Historii Żydów Polskich" (Museu da História dos Judeus Polacos) edificado muito próximo do monumento aos heróis do gueto. Mais tarde as comitivas se dirigiram ao campo de Concentração de Treblinka onde novas cerimônias foram celebradas presididas pelos presidentes da Polônia e de Israel.
19 de abril de 1943
O levante do Gueto de Varsóvia que explodiu em 19 de abril 1943. Os insurgentes eram fracos e desarmados, mas lutaram contra dois mil soldados alemães da Wehrmachtu, da SS e de divisões auxiliares ucranianas lituanas e de Letões. De um lado os fracos prisioneiros, de outro o inimigo alemão com armamento pesado, artilharia e aviões. Os insurgentes lutaram até 16 maio. Neste dia o general da SS Juergen Stroop determinou o fim das ações de pacificação e em sinal de vitória ordenou a derrubada da Grande Sinagoga em Tłomacki. De acordo com o relatório de Stroopa, de 20 abril a 16 de maio de 1943, foram encontrados 56 mil corpos de judeus carbonizados. Aproximadamente 6 mil foram mortos por incêndios e sufocamento. 7 mil judeus sobreviventes foram enviados ao campo de concentração de Treblinka. Restaram no gueto cerca de 36 mil pessoas que pouco depois foram enviados para Auschwitz e Maidenek.
"Nós desejamos vingança, mas de outro tipo. Depois da exterminação e da guerra nós desejamos a paz. Esta é a nossa vingança: a paz!" Afirmou o presidente de Israel Szimon Peres. Uma vingança metafórica, já que segundo Peres, nos últimos 60 anos do Estado Judeu, Israel foi atacado 7 vezes pelos seus vizinhos.
O presidente israelense lembrou, que a maioria dos insurgentes do gueto foram mortos enquanto lutavam. Mas do seu ponto de vista, a história ainda escreveu que sobre aquilo como vitória. "A Alemanha atual deve refletir sobre os atos dos filhos contemporâneos dela tendo em conta na memória o que fizeram no passado." sublinhou Peres.
Logo após esta cerimônia os presidentes dos dois países abriram o "Muzeum Historii Żydów Polskich" (Museu da História dos Judeus Polacos) edificado muito próximo do monumento aos heróis do gueto. Mais tarde as comitivas se dirigiram ao campo de Concentração de Treblinka onde novas cerimônias foram celebradas presididas pelos presidentes da Polônia e de Israel.
19 de abril de 1943
O levante do Gueto de Varsóvia que explodiu em 19 de abril 1943. Os insurgentes eram fracos e desarmados, mas lutaram contra dois mil soldados alemães da Wehrmachtu, da SS e de divisões auxiliares ucranianas lituanas e de Letões. De um lado os fracos prisioneiros, de outro o inimigo alemão com armamento pesado, artilharia e aviões. Os insurgentes lutaram até 16 maio. Neste dia o general da SS Juergen Stroop determinou o fim das ações de pacificação e em sinal de vitória ordenou a derrubada da Grande Sinagoga em Tłomacki. De acordo com o relatório de Stroopa, de 20 abril a 16 de maio de 1943, foram encontrados 56 mil corpos de judeus carbonizados. Aproximadamente 6 mil foram mortos por incêndios e sufocamento. 7 mil judeus sobreviventes foram enviados ao campo de concentração de Treblinka. Restaram no gueto cerca de 36 mil pessoas que pouco depois foram enviados para Auschwitz e Maidenek.
Coração Nativo Polscy Muzykanci
A Banda foi criada em 1994, no Órleans, tradicional bairro de colonização polaca de Curitiba, e também identificado pelo viaduto decorado com "lambrequins", na BR 277. O Coração Nativo teve como formação inicial os irmãos João Cesar e Ivan Jaszczerski e os vizinhos Clemerson Belinovski, Joel Dering e Rafhael Obrzut e Otacílio Drutchaiki. Algum tempo depois o que nasceu como "conjunto" virou "Banda Coração Nativo Polscy Muzykanci (músicos polacos)"em função da origem étnica comum de seus integrantes.
Foi animando "graciosamente" festas de igrejas e quermesses que surgiram os primeiros contratos. Os casamentos polacos eram muito mais "divertidos" com a música da banda, pois o vasto repertório de músicas tradicionais se tornou a marca do grupo. Às canções recolhidas oralmente dos pioneiros imigrantes, somaram-se as músicas regionais brasileiras. O xote, bugio, vaneirão e forrós se mesclaram aos boleros e rock's de época (anos 60), numa integração de cultura, ritmos e sons.
Atualmente a banda conta com dez múltiplos instrumentistas, na maioria descendente de polacos e no decorrer de mais de treze anos, poucas foram as alterações na formação. Nesses 13 anos "CANTANDO a POLÔNIA", algumas apresentações marcaram a trajetória da banda, como o Festival Folclórico e de Etnias do Paraná (Teatro Guaíra/Curitiba), Semana Eslava na Pousada do Rio Quente (Goiás), Festa do Pêssego (Araucária/PR), Festa do Kiwi (Marechal Mallet/PR), Semana da Cultura Polaca do Museu Paranaense, aniversário do programa de rádio "Godzina Polska" (Rádio Najuá em Irati/PR), Baile da Wodka e Festival de Dança Polaca (Colônia Muricy em São José dos Pinhais/PR), Baile do Pirogue (São Mateus do Sul/PR), Festa da Batatinha (Campo Magro/PR), além de outras nos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Foram já gravados dois CD's com as principais canções do folclore polaco acrescidas de novos arranjos e harmonia. Contatos através do e-mail drutchaiki@gmail.com ou nos telefones (041)3288-2384 e 8425-2384 com OTACÍLIO.
Foi animando "graciosamente" festas de igrejas e quermesses que surgiram os primeiros contratos. Os casamentos polacos eram muito mais "divertidos" com a música da banda, pois o vasto repertório de músicas tradicionais se tornou a marca do grupo. Às canções recolhidas oralmente dos pioneiros imigrantes, somaram-se as músicas regionais brasileiras. O xote, bugio, vaneirão e forrós se mesclaram aos boleros e rock's de época (anos 60), numa integração de cultura, ritmos e sons.
Atualmente a banda conta com dez múltiplos instrumentistas, na maioria descendente de polacos e no decorrer de mais de treze anos, poucas foram as alterações na formação. Nesses 13 anos "CANTANDO a POLÔNIA", algumas apresentações marcaram a trajetória da banda, como o Festival Folclórico e de Etnias do Paraná (Teatro Guaíra/Curitiba), Semana Eslava na Pousada do Rio Quente (Goiás), Festa do Pêssego (Araucária/PR), Festa do Kiwi (Marechal Mallet/PR), Semana da Cultura Polaca do Museu Paranaense, aniversário do programa de rádio "Godzina Polska" (Rádio Najuá em Irati/PR), Baile da Wodka e Festival de Dança Polaca (Colônia Muricy em São José dos Pinhais/PR), Baile do Pirogue (São Mateus do Sul/PR), Festa da Batatinha (Campo Magro/PR), além de outras nos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Foram já gravados dois CD's com as principais canções do folclore polaco acrescidas de novos arranjos e harmonia. Contatos através do e-mail drutchaiki@gmail.com ou nos telefones (041)3288-2384 e 8425-2384 com OTACÍLIO.
terça-feira, 15 de abril de 2008
Banda Polaca em Camboriú
Neste Domingo, 20 de abril, às 17horas 30 minutos acontecerá sessão de autógrafos de Dante Mendonça, autor do livro “A BANDA POLACA. Humor do imigrante no Brasil Meridional” (140 páginas, Editora Novo Século, ilustrações de Márcia Széliga – R$ 33,00, nas Livrarias Catarinense do Shopping Balneário Camboriú, Santa Catarina.
O livro que já foi lançado em algumas cidades do Sul do Brasil fala entre outras coisas que é de Santa Catarina, especificamente de Brusque, a primeira polaquinha nascida no Brasil, no século XIX: Izabella Kokot, em 12 de outubro de 1869.
Das terras catarinenses algumas famílias polacas reimigraram para o Paraná, que hoje concentra a segunda maior concentração da etnia fora da Europa (a primeira é em Chicago, nos EUA). Mas restam descendentes dos pioneiros polacos em Brusque e no norte de Santa Catarina. Mais de um século se passou e a força de sua influência permanece. São coisas de se ler em “A Banda Polaca: Humor do Imigrante no Brasil Meridional”, história e estórias, causos e piadas dessa brava gente recolhidas por Dante Mendonça, jornalista e cartunista neotrentino radicado em Curitiba.
A Banda Polaca é o lado polaco do Sul do Brasil. Também foi uma banda do carnaval curitibano nos anos 70. Essa duplicidade de conceitos inspirou Dante Mendonça, um dos fundadores da carnavalesca Banda Polaca, a escrever o livro.O anticarnaval de Curitiba foi só a desculpa para introduzir o assunto. Vale mesmo, ao longo das páginas bem pesquisadas, o comportamento do polaco. Muitas vezes quieto, pensativo, com um ar que parece ingênuo, o polaco é de verdade mesmo muito esperto, inovador de costumes, com um humor fino e elaboradíssimo. Introduziu nas terras do Sul traços culturais que se incorporaram ao dia-a-dia do restante das populações. Isso se vê na agricultura, na produção doméstica de alimentos, nas receitas, nas danças, na música, nas cores preferenciais, no jeito de fazer a casa e de morar. Especialmente, no humor. Esse toma conta do polaco cientista, intelectual, professor, artista, pesquisador e também do que chegou como colono, cercou a propriedade, introduziu a carroça de toldo, ensinou a cortar madeira no tempo certo para fazer a casa, a fazer a broa de centeio, a azedar o repolho na pipa, a festejar o casamento – ou o batizado - por três dias seguidos. O sotaque em gerúndio, quando nem se sonhava com a internet e a tradução literal do inglês informático, dá sabor especial às conversas e às piadas, aos causos contados com um humor tocante, de rir e de emocionar. Mais informações e contatos com o autor:dantem@matrix.com.br
O livro que já foi lançado em algumas cidades do Sul do Brasil fala entre outras coisas que é de Santa Catarina, especificamente de Brusque, a primeira polaquinha nascida no Brasil, no século XIX: Izabella Kokot, em 12 de outubro de 1869.
Das terras catarinenses algumas famílias polacas reimigraram para o Paraná, que hoje concentra a segunda maior concentração da etnia fora da Europa (a primeira é em Chicago, nos EUA). Mas restam descendentes dos pioneiros polacos em Brusque e no norte de Santa Catarina. Mais de um século se passou e a força de sua influência permanece. São coisas de se ler em “A Banda Polaca: Humor do Imigrante no Brasil Meridional”, história e estórias, causos e piadas dessa brava gente recolhidas por Dante Mendonça, jornalista e cartunista neotrentino radicado em Curitiba.
A Banda Polaca é o lado polaco do Sul do Brasil. Também foi uma banda do carnaval curitibano nos anos 70. Essa duplicidade de conceitos inspirou Dante Mendonça, um dos fundadores da carnavalesca Banda Polaca, a escrever o livro.O anticarnaval de Curitiba foi só a desculpa para introduzir o assunto. Vale mesmo, ao longo das páginas bem pesquisadas, o comportamento do polaco. Muitas vezes quieto, pensativo, com um ar que parece ingênuo, o polaco é de verdade mesmo muito esperto, inovador de costumes, com um humor fino e elaboradíssimo. Introduziu nas terras do Sul traços culturais que se incorporaram ao dia-a-dia do restante das populações. Isso se vê na agricultura, na produção doméstica de alimentos, nas receitas, nas danças, na música, nas cores preferenciais, no jeito de fazer a casa e de morar. Especialmente, no humor. Esse toma conta do polaco cientista, intelectual, professor, artista, pesquisador e também do que chegou como colono, cercou a propriedade, introduziu a carroça de toldo, ensinou a cortar madeira no tempo certo para fazer a casa, a fazer a broa de centeio, a azedar o repolho na pipa, a festejar o casamento – ou o batizado - por três dias seguidos. O sotaque em gerúndio, quando nem se sonhava com a internet e a tradução literal do inglês informático, dá sabor especial às conversas e às piadas, aos causos contados com um humor tocante, de rir e de emocionar. Mais informações e contatos com o autor:dantem@matrix.com.br
(0xx41)3233-2346
Entardecer em Lublin
Estive este fim de semana, mais uma vez em Lublin. Esta rua - Ulica Grodzka - é o calçadão do centro que leva até a Brama Kraków, ou o portão da cidade antiga com saída para Cracóvia, daí o nome de Kraków.
Fotógrafas polacas 4
Detido presidente do MKS Cracóvia
A imprensa polaca apenas hoje divulgou que a polícia deteve no último sábado o famoso homem de negócios e presidente do clube de futebol Cracóvia prof. Janusz Filipiak, que depois de interrogativo foi libertado. Ele é suspeito de irregularidades na transação de um jogador. Por ordem do promotor público de Cracóvia, os policiais detiveram Janusz Filipiak às 15 horas, no aeroporto de Balice (Cracóvia), quando este voltava de viagem do estrangeiro. Junto com ele foram detidos outras três pessoas ligadas ao clube de futebol. Durante a manhã de domingo todos os quatro foram liberados mediante fiança (Filipiak 100 mil złotych e as demais pessoas, 20 mil złotych). O motivo da detenção se refere à questão financeira envolvendo o ex-jogador do clube Paweł Drumlak. O presidente do Cracóvia, Janusz Filipiak foi acusado pelo jogador de atividades danosas para os credores do centenário clube ao assinar contrato com data anterior à correta. Uma segunda acusação se refere a infringir os direitos trabalhistas de Drumlak - informou o porta-voz do promotor público regional de Cracóvia Bogusław Marcinkowski.
Os membros da administração do Cracóvia Rafał W. e Jakub T. são suspeitos de tentativa de fraude ao preparar um anexo no contrato de Drumlak com assinatura falsa, onde obrigavam o jogador a concordar com os aditivos ao contrato que tinha firmado com o vice-presidente anterior do clube Pawel M. O professor Janusz Filipiak fundador e presidente da empresa de informática ComArch, patrocinava o MKS Cracóvia em 2002, quando o clube estava na terceira divisão. Filipiak começou então a comprar ações do Clube do qual acabou se tornando o principal acionista e levando o centenário clube da cidade novamente a primeira divisão do campeonato polaco. Janusz Filipiak foi entrevistado por um repórter da Rádio RMFM depois que foi liberado da detenção:
Repórter: Quando no sábado o senhor foi detido no aeroporto internacional de Cracóvia por policiais com algemas, pensou que poderia ter algo a ver com algum escândalo de corrupção? Filipiak: Sim. Eu pensei, mas nada temi, porque não tenho nada em comum com a corrupção. Mas com todos estes escândalos de suborno no futebol polaco, alguém poderia ter citado meu nome.
Repórter: O senhor estava voltando de Roma, onde foi tratar de assuntos de sua empresa de informática...
Filipiak: Não quero sobre isto falar, não quero prejudicar a imagem da ComArch.
Repórter: O senhor somente foi solto sob fiança. O senhor não quer explicar porque é suspeito?
Filipiak: Não sou suspeito de nada, paguei 100 mil złotych para poder responder a estas acusações. Este assunto se refere ao ex-jogador do Cracóvia Paweł Drumlak que exige indenizações.
Os membros da administração do Cracóvia Rafał W. e Jakub T. são suspeitos de tentativa de fraude ao preparar um anexo no contrato de Drumlak com assinatura falsa, onde obrigavam o jogador a concordar com os aditivos ao contrato que tinha firmado com o vice-presidente anterior do clube Pawel M. O professor Janusz Filipiak fundador e presidente da empresa de informática ComArch, patrocinava o MKS Cracóvia em 2002, quando o clube estava na terceira divisão. Filipiak começou então a comprar ações do Clube do qual acabou se tornando o principal acionista e levando o centenário clube da cidade novamente a primeira divisão do campeonato polaco. Janusz Filipiak foi entrevistado por um repórter da Rádio RMFM depois que foi liberado da detenção:
Repórter: Quando no sábado o senhor foi detido no aeroporto internacional de Cracóvia por policiais com algemas, pensou que poderia ter algo a ver com algum escândalo de corrupção? Filipiak: Sim. Eu pensei, mas nada temi, porque não tenho nada em comum com a corrupção. Mas com todos estes escândalos de suborno no futebol polaco, alguém poderia ter citado meu nome.
Repórter: O senhor estava voltando de Roma, onde foi tratar de assuntos de sua empresa de informática...
Filipiak: Não quero sobre isto falar, não quero prejudicar a imagem da ComArch.
Repórter: O senhor somente foi solto sob fiança. O senhor não quer explicar porque é suspeito?
Filipiak: Não sou suspeito de nada, paguei 100 mil złotych para poder responder a estas acusações. Este assunto se refere ao ex-jogador do Cracóvia Paweł Drumlak que exige indenizações.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
A história dos JAROSIŃSKI no Brasil
Meus ancestrais chegaram ao Brasil, no navio vapor Columbia, da Companhia Austro-Americana Janowitzer, Wahle & Cia., comandado por Antonio Dminak (Comandate) e Rodolfo Godnig (1°. comissário), em 14 junho de 1911, procedentes do porto italiano de Trieste.
Foram 24 dias no mar. Na viagem morreram duas crianças, Alexander Chajar, de 1 ano, de convulsão e Jan Sołdys, com 2 meses, de bronquite e nasceu a filha de Wojciech Wróblewski e Michalina Wróblewski Jaraika, no dia 6 de junho, já em águas territoriais brasileiras.
Os Wróblewski eram originários da localidade de Rodzienec em Guber Liedlecka, "capitanato" de Milanor. O atestado de nascimento não apresenta o nome da criança, mas foi assinado conjuntamente pelo Dr. Leo Mager e pela enfermeira Anna Grusovin, os mesmos que atestaram a morte das duas crianças.
Os Jarosiński faziam parte de um grupo de 194 famílias, procedentes das governadorias de Siedlce, Chełm e Lublin. Cada família era constituída em média de 6 pessoas, ou seja, estavam naquele navio 1150 imigrantes.
Após permanecerem 10 dias na hospedaria do imigrante da Ilha das Flores, na baia da Guanabara, embarcaram com destino a Paranaguá no navio costeiro Itaúba.
Era 24 de junho.
Depois de Paranaguá, subiram a Serra do Mar de trem e passaram alguns dias na Casa do Imigrante, em Curitiba, até serem encaminhados a Colônia Iapó de Castro.
A viagem desde Wojcieszków foi cansativa, penosa mas cheia de esperança. Antes de embarcarem na estação de trem de Krzywda com destino a Lublin, Viena e Trieste, tinham feito os doze quilômetros que separavam a cidade natal de Anna da estação.
Meus bisavós, Piotr (Jackowska) Jarosiński e Anna (Ognik Filip) Jarosiński, nasceram respectivamente em 10 de dezembro de 1880, em Poręby, paróquia de Dobre, proximidades de Mińsk Mazoviecki, governadoria de Varsóvia, e 15 de maio de 1878, na Stare Wieś de Wojcieszków, a cerca de 18 quilômetros de Łuków, respectivamente.
Antes de virem para o Brasil, viviam na Vila Helenów, distrito de Wojcieszków, sub-Província de Łuków, Província de Siedlce (atualmente pertencente a Voivodia de Lublin), a cerca de 150 km da capital Varsóvia, na Polônia.
Os dois, com as idades de 31 e 32 anos trouxeram os filhos Wiktoria (9 anos), Bolesław (4 anos), Józef (2 anos) e Maria (dois meses de idade). Os pais de Piotr, Jan Jarosiński e Wiktória Jackowska (de Poręby) e de Anna, Antoni Filip e Katarzyna Ognik (de Wojcieszków), ao que tudo indica ficaram na Polônia, não se sabe se vivos ou mortos, pois a insurreição de 1905 a 1907 foi bastante dura para a população da região de Łuków. Foram os camponeses desta região os primeiros a se rebelarem contra o jugo invasor dos russos.
Na Colônia Iapó, em Castro, nasceram Jan (João) e Władysław (Ladislau). Na cidade vizinha de Ponta Grossa, nasceram Angelina, Anastazia e Francisco (que morreu com alguns meses de idade).
Dificuldades com a língua portuguesa e a necessidade de se integrar ao novo país logo modificaria a grafia e a pronúncia de seus nomes para Pedro, Ana, Vitória, José, Boleslau (Boles) e Maria. Os demais filhos já podiam ser considerados brasileiros e seus nomes foram registrados em português. Os primeiros permaneceram com a cidadania polaca e nunca se naturalizaram.
Pedro, apesar de alfabetizado em polaco e russo, quando assinava seu nome em documentos, como certidões de nascimento e casamento dos filhos, alternava a grafia do sobrenome, ora em português, ora em polaco. O sobrenome Jarosiński foi ditado em polaco aos tabeliães e cartorários e estes grafaram como ouviram em português e trocaram a grafia polaca pela pronúncia. Assim Jarosiński virou Iarochinski.
Em 1956, após a morte de Piotr, foi feita tradução do seu passaporte em idioma russo para português, pelo tradutor juramentado Renato Silvio Wolf, de Curitiba.
O tradutor, grafou Pjutr (transliterou do alfabeto círilico o nome polaco Piotr) como Pedro. Em outras partes traduziu e grafou o sobrenome de três formas diferentes: Jarisonski, Jarosinski e Jarosinsk (provalemente levado pelas declinações da língua). O que facilmente se configura em pobreza de tradução.
Familiares do tradutor já falecido confirmaram que ele era apenas tradutor de alemão e nunca o tinha sido da língua russo. Os erros ficam mais evidentes, quando ele traduziu para o alfabeto latino, os nomes das localidades.
Gminno ficou sendo o nome do município, quando se sabe que a palavra município é Gmina no idioma polaco.
O passaporte foi emitido na localidade de Wojcieszków em 1 de outubro de 1906.
A vida dos Jarosiński no Brasil foi sempre muito difícil. Desde os primeiros momentos da viagem, passando pelo assentamento até suas mortes, eles sofreram toda a sorte de agruras.
Conta-se que a fome era tanta, que um dia, por desconhecimento, mataram um urubu para comer. Mas acabaram em jejum porque a carne era muito dura e porque foram alertados para a espécie da ave, que eles nunca tinham visto na Europa.
Logo que puderam, começaram a plantar arroz, feijão, mandioca, batata e milho. O produto do trabalho dava apenas para a alimentação, pois como Castro era muito pequena, e eles não tinham para quem vender. Resultado: sem dinheiro não podiam comprar outros produtos, como utensílios e roupas. Obrigavam-se a trabalhar na cidade como carpinteiros e marceneiros.
Como o trabalho na cidade começou a ser mais lucrativo, Piotr abandonou a colônia, onde a agricultura não dava o sustento que a família numerosa necessitava e foi viver na rua Coronel J. Marcondes, na Vila Rio Branco. Piotr construiu a própria casa e os móveis.
Corria o ano de 1928. Por essa época, junto com os filhos e outros polacos das colônias vizinhas trabalharam na construção da estrada de ferro Sorocaba - Marcelino Ramos. Recebiam 200 réis a hora e trabalhavam 10 horas por dia. Em Jaguariaíva, o soldo era melhor, pagavam 500 réis a hora, o que dava 5 contos de réis por dia.
Os polacos de Castro, em busca do soldo de Jaguariaíva iam a pé até esta cidade em busca do trabalho. Levavam dois dias para percorrer os quase 80 quilômetros. Cada vez mais, os polacos se afastavam da agricultura e de suas terras.
Os filhos homens de Piotr e Anna, em função da infância miserável, foram sempre pessoas revoltadas e agressivas. Quando jovens e depois como adultos buscaram trabalho como carpinteiros, marceneiros e motoristas.
Bolesław (meu avô) nasceu em 14 de janeiro de 1905 em Helenów - Wojcieszków, como a mãe.
No final dos anos 30, ele saiu de Castro e foi viver com a esposa Paulina e seus filhos em Monte Alegre, município de Tibagi (atual Telêmaco Borba).
Ali participou da construção da fábrica de papel da Klabin como motorista de caminhão e outras funções, transportando toras de madeira e outros materiais. Bóles, como era chamado pelos companheiros, trabalhava com um caminhão Chevrolet ano 41, de propriedade da empreiteira do Sr. Danilo, subcontratado das Indústrias Klabin do Paraná.
Os pais, Piotr e Anna, também tinham se transferido para a localidade, mas não se deram bem, entre outras coisas por causa da idade avançada e voltaram para Castro, onde possuíam casa própria.
Bolesław permaneceu com a esposa e os filhos. Mas aos 39 anos, após uma extração dentária foi obrigado a se medicar em Castro. A cirurgia infeccionou tanto que o impediu de se alimentar. Como não havia soro, ele acabou morrendo não só da infecção que havia tomado completamente sua boca, mas principalmente de fome.
Seis meses após o início da infecção, morreu sozinho na pequena casa que o pai construiu, especialmente, para abrigá-lo neste período angustiante. Era 21 de dezembro de 1944.
Com a morte de Bolesław, a esposa Paulina permaneceu em Monte Alegre, em Harmonia (sede da Klabin do Paraná), trabalhando como costureira para sustentar os filhos Janina, Amélia, Plínio, Vitório, Cassemiro (meu pai) e Azélia.
A primeira filha do casal, Ana, morreu aos 2 meses de idade, em Castro, e Rosa após desentendimentos com o pai, saiu de casa, para nunca mais retornar.
Piotr Jarosiński morreu em 5 de dezembro de 1955 e Anna (Babucha) atingiu os 94 anos de idade, morrendo em 20 de outubro de 1972, também em Castro.
Os netos mais velhos contam que Piotr os convidava para ir a missa toda semana. Junto levava o livrinho do novo testamento escrito no alfabeto cirílico. Piotr sempre foi muito católico e dizia, no idioma polaco, ao neto que o acompanhava, que sempre respeitasse a Deus e fosse obediente aos pais. Babucha até morrer, conservou a lucidez e o idioma polaco na ponta da língua.
Foram 24 dias no mar. Na viagem morreram duas crianças, Alexander Chajar, de 1 ano, de convulsão e Jan Sołdys, com 2 meses, de bronquite e nasceu a filha de Wojciech Wróblewski e Michalina Wróblewski Jaraika, no dia 6 de junho, já em águas territoriais brasileiras.
Os Wróblewski eram originários da localidade de Rodzienec em Guber Liedlecka, "capitanato" de Milanor. O atestado de nascimento não apresenta o nome da criança, mas foi assinado conjuntamente pelo Dr. Leo Mager e pela enfermeira Anna Grusovin, os mesmos que atestaram a morte das duas crianças.
Os Jarosiński faziam parte de um grupo de 194 famílias, procedentes das governadorias de Siedlce, Chełm e Lublin. Cada família era constituída em média de 6 pessoas, ou seja, estavam naquele navio 1150 imigrantes.
Após permanecerem 10 dias na hospedaria do imigrante da Ilha das Flores, na baia da Guanabara, embarcaram com destino a Paranaguá no navio costeiro Itaúba.
Era 24 de junho.
Depois de Paranaguá, subiram a Serra do Mar de trem e passaram alguns dias na Casa do Imigrante, em Curitiba, até serem encaminhados a Colônia Iapó de Castro.
A viagem desde Wojcieszków foi cansativa, penosa mas cheia de esperança. Antes de embarcarem na estação de trem de Krzywda com destino a Lublin, Viena e Trieste, tinham feito os doze quilômetros que separavam a cidade natal de Anna da estação.
Meus bisavós, Piotr (Jackowska) Jarosiński e Anna (Ognik Filip) Jarosiński, nasceram respectivamente em 10 de dezembro de 1880, em Poręby, paróquia de Dobre, proximidades de Mińsk Mazoviecki, governadoria de Varsóvia, e 15 de maio de 1878, na Stare Wieś de Wojcieszków, a cerca de 18 quilômetros de Łuków, respectivamente.
Antes de virem para o Brasil, viviam na Vila Helenów, distrito de Wojcieszków, sub-Província de Łuków, Província de Siedlce (atualmente pertencente a Voivodia de Lublin), a cerca de 150 km da capital Varsóvia, na Polônia.
Os dois, com as idades de 31 e 32 anos trouxeram os filhos Wiktoria (9 anos), Bolesław (4 anos), Józef (2 anos) e Maria (dois meses de idade). Os pais de Piotr, Jan Jarosiński e Wiktória Jackowska (de Poręby) e de Anna, Antoni Filip e Katarzyna Ognik (de Wojcieszków), ao que tudo indica ficaram na Polônia, não se sabe se vivos ou mortos, pois a insurreição de 1905 a 1907 foi bastante dura para a população da região de Łuków. Foram os camponeses desta região os primeiros a se rebelarem contra o jugo invasor dos russos.
Na Colônia Iapó, em Castro, nasceram Jan (João) e Władysław (Ladislau). Na cidade vizinha de Ponta Grossa, nasceram Angelina, Anastazia e Francisco (que morreu com alguns meses de idade).
Dificuldades com a língua portuguesa e a necessidade de se integrar ao novo país logo modificaria a grafia e a pronúncia de seus nomes para Pedro, Ana, Vitória, José, Boleslau (Boles) e Maria. Os demais filhos já podiam ser considerados brasileiros e seus nomes foram registrados em português. Os primeiros permaneceram com a cidadania polaca e nunca se naturalizaram.
Pedro, apesar de alfabetizado em polaco e russo, quando assinava seu nome em documentos, como certidões de nascimento e casamento dos filhos, alternava a grafia do sobrenome, ora em português, ora em polaco. O sobrenome Jarosiński foi ditado em polaco aos tabeliães e cartorários e estes grafaram como ouviram em português e trocaram a grafia polaca pela pronúncia. Assim Jarosiński virou Iarochinski.
Em 1956, após a morte de Piotr, foi feita tradução do seu passaporte em idioma russo para português, pelo tradutor juramentado Renato Silvio Wolf, de Curitiba.
O tradutor, grafou Pjutr (transliterou do alfabeto círilico o nome polaco Piotr) como Pedro. Em outras partes traduziu e grafou o sobrenome de três formas diferentes: Jarisonski, Jarosinski e Jarosinsk (provalemente levado pelas declinações da língua). O que facilmente se configura em pobreza de tradução.
Familiares do tradutor já falecido confirmaram que ele era apenas tradutor de alemão e nunca o tinha sido da língua russo. Os erros ficam mais evidentes, quando ele traduziu para o alfabeto latino, os nomes das localidades.
Gminno ficou sendo o nome do município, quando se sabe que a palavra município é Gmina no idioma polaco.
O passaporte foi emitido na localidade de Wojcieszków em 1 de outubro de 1906.
A vida dos Jarosiński no Brasil foi sempre muito difícil. Desde os primeiros momentos da viagem, passando pelo assentamento até suas mortes, eles sofreram toda a sorte de agruras.
Conta-se que a fome era tanta, que um dia, por desconhecimento, mataram um urubu para comer. Mas acabaram em jejum porque a carne era muito dura e porque foram alertados para a espécie da ave, que eles nunca tinham visto na Europa.
Logo que puderam, começaram a plantar arroz, feijão, mandioca, batata e milho. O produto do trabalho dava apenas para a alimentação, pois como Castro era muito pequena, e eles não tinham para quem vender. Resultado: sem dinheiro não podiam comprar outros produtos, como utensílios e roupas. Obrigavam-se a trabalhar na cidade como carpinteiros e marceneiros.
Como o trabalho na cidade começou a ser mais lucrativo, Piotr abandonou a colônia, onde a agricultura não dava o sustento que a família numerosa necessitava e foi viver na rua Coronel J. Marcondes, na Vila Rio Branco. Piotr construiu a própria casa e os móveis.
Corria o ano de 1928. Por essa época, junto com os filhos e outros polacos das colônias vizinhas trabalharam na construção da estrada de ferro Sorocaba - Marcelino Ramos. Recebiam 200 réis a hora e trabalhavam 10 horas por dia. Em Jaguariaíva, o soldo era melhor, pagavam 500 réis a hora, o que dava 5 contos de réis por dia.
Os polacos de Castro, em busca do soldo de Jaguariaíva iam a pé até esta cidade em busca do trabalho. Levavam dois dias para percorrer os quase 80 quilômetros. Cada vez mais, os polacos se afastavam da agricultura e de suas terras.
Os filhos homens de Piotr e Anna, em função da infância miserável, foram sempre pessoas revoltadas e agressivas. Quando jovens e depois como adultos buscaram trabalho como carpinteiros, marceneiros e motoristas.
Bolesław (meu avô) nasceu em 14 de janeiro de 1905 em Helenów - Wojcieszków, como a mãe.
No final dos anos 30, ele saiu de Castro e foi viver com a esposa Paulina e seus filhos em Monte Alegre, município de Tibagi (atual Telêmaco Borba).
Ali participou da construção da fábrica de papel da Klabin como motorista de caminhão e outras funções, transportando toras de madeira e outros materiais. Bóles, como era chamado pelos companheiros, trabalhava com um caminhão Chevrolet ano 41, de propriedade da empreiteira do Sr. Danilo, subcontratado das Indústrias Klabin do Paraná.
Os pais, Piotr e Anna, também tinham se transferido para a localidade, mas não se deram bem, entre outras coisas por causa da idade avançada e voltaram para Castro, onde possuíam casa própria.
Bolesław permaneceu com a esposa e os filhos. Mas aos 39 anos, após uma extração dentária foi obrigado a se medicar em Castro. A cirurgia infeccionou tanto que o impediu de se alimentar. Como não havia soro, ele acabou morrendo não só da infecção que havia tomado completamente sua boca, mas principalmente de fome.
Seis meses após o início da infecção, morreu sozinho na pequena casa que o pai construiu, especialmente, para abrigá-lo neste período angustiante. Era 21 de dezembro de 1944.
Com a morte de Bolesław, a esposa Paulina permaneceu em Monte Alegre, em Harmonia (sede da Klabin do Paraná), trabalhando como costureira para sustentar os filhos Janina, Amélia, Plínio, Vitório, Cassemiro (meu pai) e Azélia.
A primeira filha do casal, Ana, morreu aos 2 meses de idade, em Castro, e Rosa após desentendimentos com o pai, saiu de casa, para nunca mais retornar.
Piotr Jarosiński morreu em 5 de dezembro de 1955 e Anna (Babucha) atingiu os 94 anos de idade, morrendo em 20 de outubro de 1972, também em Castro.
Os netos mais velhos contam que Piotr os convidava para ir a missa toda semana. Junto levava o livrinho do novo testamento escrito no alfabeto cirílico. Piotr sempre foi muito católico e dizia, no idioma polaco, ao neto que o acompanhava, que sempre respeitasse a Deus e fosse obediente aos pais. Babucha até morrer, conservou a lucidez e o idioma polaco na ponta da língua.
Meu pai, Cassemiro (Kazio diminutivo de Kazimierz que se pronuncia como Cajo), morreu assassinado, aos 25 anos de idade, em Harmonia (ora Telêmaco Borba), em 1961.
Seu matador, Nadal Banik (de origem ucraniana), fugiu e nunca foi encontrado para pagar pelo crime que cometeu injustamente.
Seu matador, Nadal Banik (de origem ucraniana), fugiu e nunca foi encontrado para pagar pelo crime que cometeu injustamente.
Meses após o incidente, o delegado do distrito interceptou uma carta, onde o criminoso reconhecia ter matado um inocente e pedia a esposa para que fosse ao seu encontro com os filhos.
Apesar da carta, a polícia nunca conseguiu encontrá-lo. Tampouco os militares do Exército o encontraram. A ajuda do Exército tinha sido pedida em função de Kazio ter chegado ao posto de cabo.
Só mais recentemente, através de uma neta do assassino, soube-se que Nadal Banik, morreu 9 anos após assassinar injustamente Cassemiro, de ataque cardíaco, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde está enterrado, no cemitério municipal.
JAROSIŃSKI NO BRASIL
Piotr e Anna Jarosiński deixaram dezenas de descendentes no Brasil, que se uniram aos Kuk, Bigaski, Wisniewski, Ratuchney, Sarnoski, Marques, Oliveira, Mendes do Prado, Valentim, Domingues, Pereira da Silva e outros.
Até outubro de 1999, os descendentes destes dois pioneiros passavam de 244 pessoas. Perdeu-se o contato com Rosa, filha de Bolesław e de Pedro, filho de Jozéf, que ao que se sabe teve dois filhos, porém não se tem conhecimento se possui netos e bisnetos. Destes, apenas 37 pessoas conservaram o sobrenome Jarosiński (às vezes grafando Iarochinski, Jarosinski, e Iarosinski).
No Brasil, ao que tudo indica, os primeiros Jarosiński chegaram em 1903, procedentes de Łódż. (uudji).
Jan chegou ao Rio de Janeiro com o casal de filhos Alfred e Cesaria. A esposa ficou na Polônia, onde tinha abandonado o marido para se casar com um oficial russo.
Desgostoso, Jan acompanhado dos filhos de 5 e 3 anos veio tentar a sorte na capital brasileira. Em 1920, Jan e o filho Alfred, então com 22 anos, mudaram-se para a comunidade de Rio dos Índios, atual município de Reserva, no Paraná.
Alfred se casou com Catarina Cembak e seus filhos passaram a assinar Iarozinski. Alfred casou uma segunda vez e os filhos deste segundo casamento tiveram o sobrenome mudado para Iarocrinski.
Atualmente, os descendentes de Jan e Alfred estão radicados no vale do rio Ivaí, região central do Paraná e na cidade de Ponta Grossa.
Outro Jaroszyński se estabeleceu em Mafra, em Santa Catarina. Pedro e Júlia chegaram em ano incerto e no Brasil tiveram 13 filhos.
Seus descendentes vivem nas cidades de Mafra e Canoínhas em Santa Catarina e Curitiba no Paraná. Em sua maioria assinam Iarrochenski e Iaruchinsqui.
Uma outra família Jaroczyński se estabeleceu no início deste século em Massaranduba-SC e alguns de seus descendentes vivem em Curitiba e Mato Grosso.
Um outro Jarosiński, de nome Karol, chegou ao Brasil em ano incerto e se estabeleceu em Pariquera-açu, em São Paulo. Lá casou com Marianna Redys. Tiveram filhos.
Mais tarde Carlos Jarochinski (como passou a assinar seu nome aportuguesado), mudou-se para Barão de Antonina, pequena cidade paulista na divisa com o Paraná.
Seus filhos José Maria e Ewa multiplicaram o sobrenome na região. Deste núcleo existem Jarochinski, atualmente, em Itaporanga, Itapeva, Sorocaba, São Paulo e Lavras em Minas Gerais.
E finalmente, o mais novo imigrante Jarosiński é um padre que chegou da Polônia e reside em São Paulo.
LISTA DO NAVIO
Lista de passageiros do navio vapor Columbia, que chegou ao Rio de Janeiro em 14 de junho de 1911, procedente do porto italiano de Trieste. O Columbia era de propriedade da empresa austro-americana Janowitzer, Wahle & Cia. Eram 194 chefes de família, algumas destas chefiadas por mulheres. A grande maioria era de polacos da região ocupada pela Rússia. Portavam em sua maioria passaportes russos, em alfabeto cirílico, com exceção de 5 famílias austríacas, 3 alemãs e 1 russa (pelo menos assim se identificavam, como bem podem ser polacas também). Cada família se compunha em média de 6 pessoas (casal e 4 filhos), o que soma 1150 imigrantes. São estes os passageiros, por ordem alfabética do sobrenome:
Adamik, Paweł - Antol, Jozéf - Babniak, Michał - Bakune, Michał - Banhowski, Bolesław - Beida, Piotr - Beik, Jozéf - Bek, Marya - Bojarczuk, Marcin - Brokopnik, Jacob - Bronikowski, Jan - Budniewski, Alexander - Burzec, Jan - Czech, Teodora - Czerwiński, Wojciech - Czupryna, Andrzej - Delezneh, Jozéf - Delczuk, Franz - Dmybruk, Stanisław - Dmytruk, Stanisław - Daniluk, Jan - Durckiak, Antoni - Eekhart, Johann (austríaco) - Feldman, Ornsk (russo) - Filewski, Jan - Framiński, Anton - Fymeszuk, Helena - Gadomski, Jan - Gadomski, Simon - Gajka, Jozéf - Gługowski, Jozéf - Gorka, Jozéf - Gortal, Andrzej - Gur, Wladysław - Halabura, Antoni - Hanak, Jan - Hange, Erdmann - Harwyłuk, Jan - Hawyłuk, Stanisław - Hawyłuk, Ludwik - Hebrawski, Michał - Herski, Antoni - Holejko, Piotr - Hrynerzk, Antoni - Hrynczuk, Jan - Hrzpernuk, Jozéf - Hrzek, Jozéf - Hubiński, Marek - Hudek, Ludwik - Hunik, Jozéf - Hukaszuk, Jgnacy - Hurko, Kondrak - Husbek, Karl (austríaco) - Jabłoński-Michał - Jachar, Janczuk - Jajac, Jan - Jamelinak, Jozéf - Jańkowski, Julian - Jańkowski, Teofil - Jarmuk, Jan - Jarosiński, Piotr - Jasarski, Julian - Jelecki, Janina - Jezdrzjewski, Stanisław - Jdrinek, Adam - Jlürzel, Johan (alemão) - Jodełka, Alexander - Jurzwik, Antoni - Jusreryński, Jacob - Jzych, Jan - Karpysz, Jgnacy - Kasiński, Sever - Kazulek, Jan - Kazubek, Jozéf - Koch, Piotr - Kocyba, Benedykt - Kocyła, Jozéf - Kogelski, Jan - Kohrioc, Jan - Komon, Karol - Kopice, Marcin - Korioł, Fedor - Korioł, Jozéf - Korioł, Marya - Korkik, Adolf (austríaco) - Korolezwk, Nikodem - Korylko, Andrzej - Koschut, Felix - Kowalewski, Felix - Kowalik, Karol - Krawczuk, Adam - Król, Tomasz - Krwiwtkowski, Jozéf - Krystał, Fedor - Krzyszłoszyk, Stanisław - Kulik, Leon - Kuriełko, Franz - Kutiewicz, Jan - Kutniewierz, - Shorupska, Stefan - Kruzniak, Wicenty - Kryk, Grzegorz - Leszczyński, Wladysław - Lewansdowski, Jan - Liszek, Andrzej - Liwgowicz, Franz - Lwzyński, Jan - Madej, Wicenty - Marciniuk, Michał - Marecki, Kazimierz - Margzal, Katarzyna - Melniczyn, Michał - Miłwra, Jozéf - Mikuc, Jan - Mitura, Alexander - Molniczyn, Andrzej - Moœcilerodzki, Michał - Muciał, Semen - Naumiak, Jozéf - Naumowicz, Joachin - Onojetek, Jgnacy - Orzechowski, Jan - Osiak, Adam - Oslapi, Wawrzyncz, Teofila - Palenczuk, Michał - Panarowski, Marcin - Partyka, Jan - Paszko, Paweł - Pasykiewicz, Jan - Patryareki, Franciczek - Pawlik,Andrzej - Pientosa, Ludwik - Pietraszek, Stanisław - Pietrowski, Tadeusz - Pola, Jan - Pokorecki, Filip - Prelack, Andrzej - Prijuk, Arseu - Pzyjmak, Jawło - Pulo, Leonard - Rakowski, Wojciek - Rejniczak, Andrzej - Rodak, Paweł - Rokicki, Jozéf - Roman, Stanisław - Rosa, Wicenty - Rymwski, Anton - Sadi, Jgnacy - Sawczuk, Jan - Seńkala, Franz - Seńkala, Michalina - Schenk, Heinrich (austríaco) - Schröller, EdwardMarya - Sobianek, Andrzej - Sobieraj, Wawrzynge - Sobiesek, Andrzej - Sołkys, Antoni - Solendrak, Antoni - Sokołowski, Andrzej - Sokołowski, Jacob - Sokołowski, Jozéf - Spil, Piotr - Spi, Grzegorz - Sryszka, Bolesław - Srzyjmak, Jurko - Stachał, Jgnacy - Staszkiewicz, Wladysław - Stefaniac, Franciszek - Stielgman, Simon (alemão) - Stypkowski, Michał - Surdykowski, Felix - Szezerka, Michał - Szezypaniuk, Jan - Szymaniuk, Jacob - Szymonka, Wojcieck - Szyplowska, Agnieszka - Szyrerzyk, Roman - Syek, Jan - Tarisk, Mathias (austríaco) - Uss, Jacob - Walewski, Alexander - Walilewski, Adam - Wasilewski, Karol - Wawrecki, Andrzej - Wesp, Hans (alemão) - Wesriczuk, Jan - Wojcieki, Anton - Wojtowiez, Stanisław - Wokyeki, Wladysław - Worchon, Władysław - Wróblewski, Wojcieck - Wsyniewski, Dmytry - Zakrzewski, Jan - Zieliński, Jgnacy.
P.S. A reprodução deste trecho da história da minha família polaca esta presente nas páginas de meu livro "SAGA DOS POLACOS - A Polônia e seus emigrantes no Brasil", a venda na Livraria do Chaim. O livro com preço de 25 reais pode ser adquirido pelo correio. Para tanto basta ligar para 041 3336 4275 (em Curitiba) que a remessa será providenciada rapidamente. O livro é um pequeno compêndio das coisas da Polônia com história, tradição, receitas, minidicionário polaco-português, principais colônias polacas no Brasil e uma série de informações que permite aos descendente de polaco e interessados compreender um pouco mais de suas origens.
domingo, 13 de abril de 2008
O lago de Choszczno
Foto: Ulisses Iarochinski
Este senhor é um tranqüilo morador da cidade de Choszczno, na voivoda Zachodniopomorski (Pomerânia Oeste), região de Szczecin. Até bem pouco tempo este aprazível lago atendia pelo nome de See Arnswalde (em alemão mesmo, pois a cidade de Choszczno esteve sob domínio prusso-alemão por 150 anos com o nome de Arnswalde. Mais uma cidade visitada pelo "buscador de origens"
Nas águas do Báltico
Em minhas recentes andanças pelos quatro cantos da Polônia como "buscador de origens" andei passando por belas paisagens. A foto acima é do Mar Báltico, lá em cima, no mapa da Polônia, no cantinho mais à esquerda (bem no Noroeste), coladinho no mapa da Alemanha. A cidade chama-se Świnoujście (schvinouischtchie) e fica difícil de traduzir, mas como ali é a desembocadura do rzeka (rio) Świna (Świno - ujście: escapar).
Saber que lá do outro lado destas águas calmas está a terra sueca... foi legal! Ah! E sim é primavera, a areia é branquinha e fina, mas a temperatura era de 4 graus positivos...e um vento de cortar orelhas.
Saber que lá do outro lado destas águas calmas está a terra sueca... foi legal! Ah! E sim é primavera, a areia é branquinha e fina, mas a temperatura era de 4 graus positivos...e um vento de cortar orelhas.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Buscador de origens viajando
Caros leitores ganhei a estrada nos "caminhos de ferro" polacos. Estou em em busca de documentos na regiao de Lublin... quando voltar apresento o relatório.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Governo polaco "briga" contra a inflação
A quantidade de notas de 200 złotych em circulação é mais um indício da inflação que ninguém admite mas que tem dado sérias dores de cabeça ao governo do primeiro-ministro Donald Tusk.
Os prognósticos mais pessimistas da OCDE - Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (que reúne os países mais ricos do mundo) é de que a inflação fique acima dos 7% na Polônia, no próximo ano. Os especialistas da OCDE, ao analisarem os 11.4% de desempregados do final de 2007 e os atuais 5% de inflação, acreditam que o poder de compra da moeda polaca vai ficar entre 4,2% e 8,4% em 2008.
Piotr Kalisz, economista do banco CitiHandlowy, afirma que a situação dos Estados Unidos, Ásia e Grã-Bretanha tem forte influência na economia da Polônia, já que muitos polacos estão trabalhando nestas regiões. Também a valorização do złoty em 30% em relação ao dólar nos últimos meses pode estar influenciando esta alta da inflação na Polônia.
P.S. E parece que a solução de segurar os salários nos últimos dois anos em patamares muito inferiores aos práticados nos outros países membros da União Européia é sintomático dos métodos arcaicos dos economistas dos últimos governos polacos. Soluções como esta faziam parte do receituário brasileiro nos tempos de hiperinflação.
Os prognósticos mais pessimistas da OCDE - Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (que reúne os países mais ricos do mundo) é de que a inflação fique acima dos 7% na Polônia, no próximo ano. Os especialistas da OCDE, ao analisarem os 11.4% de desempregados do final de 2007 e os atuais 5% de inflação, acreditam que o poder de compra da moeda polaca vai ficar entre 4,2% e 8,4% em 2008.
Piotr Kalisz, economista do banco CitiHandlowy, afirma que a situação dos Estados Unidos, Ásia e Grã-Bretanha tem forte influência na economia da Polônia, já que muitos polacos estão trabalhando nestas regiões. Também a valorização do złoty em 30% em relação ao dólar nos últimos meses pode estar influenciando esta alta da inflação na Polônia.
P.S. E parece que a solução de segurar os salários nos últimos dois anos em patamares muito inferiores aos práticados nos outros países membros da União Européia é sintomático dos métodos arcaicos dos economistas dos últimos governos polacos. Soluções como esta faziam parte do receituário brasileiro nos tempos de hiperinflação.
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