domingo, 30 de setembro de 2018

Lech Wałesa faz 75 anos e se diz contra Trump e Kaczyński

Lech Wałesa continua o mesmo de sempre. O mesmo ímpeto para mover multidões, que se hoje, não o escuta como há três décadas, pelo menos mantém o respeito pelo homem que mudou a face política do mundo. Foi ele que derrubou com a ajuda de operários dos estaleiros da sua Gdańsk e os mineiros de Katowice a União Soviética Stalinista e não os alemães do Muro do Berlim. O muro foi apenas consequência e não causa.

Nas linhas abaixo a última entrevista que o líder do Solidariedade deu a uma rádio estrangeira:

Com óculos a la Bono - Foto:©Jacek Smarz
O ex-presidente polaco Lech Wałesa, que fez 75 anos neste sábado (29/09), nasceu em condições muito pobres. Seu pai morreu em decorrência da tortura sofrida num campo de trabalhos forçados alemão, e ele teve que cuidar desde muito cedo de si mesmo e da família.

Ele se formou em uma escola vocacional e trabalhou como eletricista desde 1967 no estaleiro de Gdańsk. Em dezembro de 1970, ele foi um dos líderes da mais famosa greve da história da Polônia sob o jugo soviético. Naquela década de 70, ele foi detido no estaleiro e interrogado pelo Serviço de Segurança e libertado.

Em agosto de 1980, ele se juntou à uma nova greve no estaleiro e liderou o comitê de greve. Em 31 de agosto, ele assinou um acordo com a delegação do governo. Após a fundação do Sindicato Independente Autônomo, o Solidarność, do qual se tornou seu primeiro presidente.

Este grande movimento sindical de 1980 contribuiu decisivamente para a derrocada do comunismo e do Muro de Berlim. Em 1983 recebeu o Prêmio Nobel da Paz e, em 1990, se tornou o primeiro presidente eleito livremente na Polônia do pós-Guerra, posição na qual ele negociou a retirada do Exército Vermelho do país, há quase 25 anos.

Em entrevista à rádio internacional alemã Deutsche Welle, o ex-sindicalista ressaltou que populistas de direita como o americano Donald Trump ou o polaco Jarosław Kaczyński, líder do partido governista Direito e Justiça (PiS), servem de motivação para que ele continue atuando na política. "Estou velho, cansado, mas não gosto do que está acontecendo", afirmou.

Deutsche Welle: Com uma vida de tantas conquistas, o senhor ainda sente falta de alguma coisa que possa completar a sua carreira?

Lech Walesa: Na verdade, tudo o que sonhei e que pretendi para minha vida, eu consegui. Mas meu plano ia até a recuperação da liberdade. Recuperar a liberdade e introduzir a democracia eram meus objetivos. Eu pensava: "Se conseguirmos a democracia, então tudo vai para frente". Só que não estávamos preparados para a democracia, nos faltavam boas pessoas e bons programas. Os problemas começaram e, entre outras coisas, foi por isso que perdi a eleição na época. Mas a Polônia se desenvolveu bem, e não estávamos mal. Mas agora eu começo a me perguntar: "Para que serve a vitória se não sabemos o que fazer com ela?" Esse é o meu problema: estou velho, cansado, mas não gosto do que está acontecendo. Porque a política do atual governo não é boa. Eu acho que o diagnóstico dele é bom, mas a terapia é ruim. Por outro lado, casos como Kaczyński ou Trump também me motivam. Eles nos convocam a encontrar soluções. Eles nos inspiram. E, embora o diagnóstico deles esteja correto, por exemplo, "devemos melhorar o trabalho dos tribunais", as soluções escolhidas são ruins.

Deutsche Welle: No momento, o governo polaco tem uma imagem ruim no Ocidente. Há até os que dizem que a Polônia está se movendo em direção a uma ditadura. Isso é verdade?

Lech Wałesa: Estamos lidando com pessoas inaptas, que não passaram por um exame médico, pessoas mesquinhas, complexadas, que chegaram ao poder por acaso. Essa é a nossa desgraça. Eu avisei a sociedade, porque eu já os conhecia de antigamente. O problema atual é como podemos combatê-los, pois somos democratas, não queremos violência, enquanto aqueles que estão no poder adotam leis úteis para si mesmos, sem levar em conta o povo e a Constituição. É difícil combater através de manifestações, porque há, hoje em dia, muito poucas pessoas ativas. Precisamos pensar em algo que nos faça avançar. Atualmente, usamos os procedimentos da UE, pedimos apoio à UE, à Alemanha e a outros países da UE, porque até a eleição ainda há um longo tempo. Isso pode nos arruinar, porque os governantes manipulam as leis e vão nos enganar. Então, precisamos hoje da solidariedade global.

Deutsche Welle: E como o senhor avalia o fato de que atualmente os governantes na Polônia usem estereótipos antialemães?

Lech Wałesa: Eles abrem velhas feridas, abusam da complicada e trágica história entre nossos povos, jogam com ressentimentos. Eles lançam mão da demagogia, semeiam o conflito e colocam as pessoas umas contra as outras. Eles questionam nossas conquistas, nossas vitórias. Eles fazem de Wałesa e outros "agentes" para que possam ganhar. Eles não se importam com o dano que estão causando com isso, contanto que consigam vencer. É por isso que me pergunto se eles são inimigos da Polônia, traidores, agentes ou perfeitos idiotas. Há apenas estas duas possibilidades: ou eles são traidores ou são idiotas completos.

Deutsche Welle: E como os alemães devem se comportar nessa situação?

Lech Wałesa: Eles devem continuar fazendo o que fizeram até agora: resistir e, ao mesmo tempo, pensar em como podem nos ajudar, para que o que já alcançamos em nosso relacionamento pós-Guerra não seja destruído.

Deutsche Welle: Crescem na Polônia as vozes que cobram da Alemanha o pagamento de reparações de guerra. As reivindicações são justificadas?

Lech Wałesa: Os alemães são ricos, nós não somos, e isso por causa de sua agressão e da guerra. As pessoas devem falar sobre isso, mas não exigir, porque é tarde demais. Não é com ataque ou confrontação, mas com discussões e convicções. Deve-se apresentar evidências factuais de que o problema não foi resolvido definitivamente. Demandas e confrontações certamente são um método ruim para se resolver o problema.

Deutsche Welle: O senhor é um católico praticante. Qual o papel da Igreja e da fé cristã em sua vida e em suas ações?

Lech Wałesa: Um papel crucial. Eu não sou religioso. Minha fé não é antiquada ou medieval, ela é um computador da mais nova geração. Eu sei que existe Deus, eu posso encontrá-lo. Eu caio, mas, graças a ele, eu me levanto de novo. Sem fé, tudo que faço seria inútil. Mas eu continuo porque minha fé me diz: "Se você não continuar, terá que responder por isso". Então tenho que fazer o máximo que posso.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

A Polônia vai pro Oscar de "Guerra Fria"

O diretor e seus principais artistas
A Polônia escolheu "Zimna Wojna"(Cold War) como seu filme candidato ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro Filme.

Ele é dirigido por Paweł Pawlikowski, que já conquistou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2015 com "Ida".

De acordo com a revista Variety, a Polônia definiu o longa que irá representa-la no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro: “Guerra Fria”, dirigido por Paweł Pawlikowski, que já lhe rendeu o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes deste ano.

Depois do sucesso sem precedentes em Cannes (participação na competição principal e o prêmio de melhor diretor), e também depois dos Leões de Ouro no Festival de Gdynia (Polônia), que "Guerra Fria" essa escolha parecia óbvia.

Os membros do Comitê do Oscar Polaco deste ano, incluiu Jan A.P. Kaczmarek, Stefan Laudyn, Maria Sadowska, Barbara Hollender, Michał Oleszczyk e o diretor do Instituto de Cinema Polaco Radosław Śmigulski.

O filme se passa durante a Guerra Fria na década de 1950, e é ambientado entre a Polônia comunista e a boemia parisiense. Na trama, um músico amante da liberdade e uma jovem cantora com histórias e temperamentos completamente diferentes vivem um amor impossível.

O filme é estrelado pelos artistas Joanna Kulig, Tomasz Kot, Agata Kulesza, Borys Szyc,  Jeanne Balibar, Adam Woronowicz, Cédric Kahn  e Adam Ferency.

Além de dirigir, Pawlikowski também é responsável pelo roteiro. Seu último longa, “Ida“, conquistou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2015.




Entrevista (em idioma polaco) com o diretor, produtor, ator,  atriz, e diretor de fotografia no set de filmagem. Na gravação, aparece também o mais representativo grupo folclórico da Polônia, o Mazowsze:




“Guerra Fria” ainda não tem data de estreia no Brasil.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Polônia começa a sofrer sanções da UE

Varsóvia e seu enorme edifício Palácio da Cultura rodeado por novos arranha céus.
Acusada pela União Europeia de violar princípios do estado de direito, contrariando os "valores" do bloco, a Polônia começou nesta terça-feira, 18, a sofrer sanções de Bruxelas.

As reformas polacas, segundo a UE, tiraram a autonomia e colocaram o Judiciário sujeito ao controle político. O afastamento faz parte das primeiras represálias aos governos de extrema-direita da Europa Central, acusados de adotar medidas que minam a independência da Justiça.

Na semana passada, o Parlamento Europeu adotou uma medida para obrigar o Conselho Europeu, o fórum dos 28 chefes de Estado e de governo, a abrir processo contra a Hungria por violação do Artigo 7 do Tratado Europeu, pelos mesmos problemas.

A partir da decisão, o governo do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, corre o risco de perder o direito de voto nas instâncias políticas da União Europeia. A mesma sanção é estudada contra a Polônia por infrações semelhantes:

- atentado à independência dos poderes,
- redução da autonomia da Justiça,
- restrição da liberdade de imprensa e limitação da ação de ONGs.

As ameaças se tornaram realidade com a suspensão da Polônia da Rede Europeia de Conselhos de Justiça (ENCJ, na sigla em inglês), uma associação que reúne os conselhos nacionais de Justiça dos diferentes países da UE. "É um dia triste, porque a Polônia foi fundadora da ENCJ", afirmou Luca Forteleoni, porta-voz da entidade, em Bucareste, na Romênia, onde o órgão realizou sua assembleia-geral.

Ameaças
Na terça-feira, 18, em nota oficial conjunta, os governos de França e Alemanha advertiram o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, e o presidente do país, Andrzej Duda, sobre as reformas contrárias ao estado de direito.

Os ministérios de Assuntos Europeus dos dois países exigem que Varsóvia abra negociações com Bruxelas para voltar atrás nas reformas. "Nós esperávamos que a Polônia agisse de maneira construtiva e não tomasse medidas irreversíveis", dizia a nota.

"Nós já discutimos a situação do estado de direito na Polônia cinco vezes desde o início do procedimento, a partir do Artigo 7, mas o diálogo não permitiu progressos substanciais", informaram os ministros de Assuntos Europeus da Alemanha, Michael Roth, e da França, Nathalie Loiseau. "Ao contrário, desde 3 de julho e da implementação do novo regime de aposentadorias dos juízes da Suprema Corte, a situação da Polônia é mais urgente do que nunca."

Bruxelas estuda, além da suspensão do direito ao voto da Polônia e da Hungria, a suspensão ou condicionamento da liberação de verbas e de fundos europeus, uma medida com potencial para desestabilizar os orçamentos públicos dos governos de ambos os países, parcialmente dependentes dos subsídios do bloco. Além da ENCJ, o Tribunal de Justiça da União Europeia já realiza desde agosto uma investigação para apurar se a nova legislação polaca de aposentadoria de magistrados está de acordo com o direito europeu. Segundo o governo polaco, no entanto, a decisão do tribunal poderia ser ignorada por Varsóvia.

Fonte: jornais o Estado de Minas e O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

A história de Karol Jaroszyński do Brasil

Casa construída em 1920 no local onde nasceu Karol em 1880, em Starosiele - Dubienka - Chełm
O rapaz saiu de casa em 1903 (ou 1905), em Starosiele, vila rural da Polônia, localizada na voivodia de Lublin, no município de Chełm, distrito de Dubienka, aos 22 anos, com o sonho de todo o europeu miserável do início do século 20.

Mapa da fronteira polaca-ucraniana
Sim, o sonho era o mesmo para venezianos, napolitanos, sicilianos, toscanos (atuais italianos), renanos, bávaros, saxões (atuais alemães), rutenos (atuais ucranianos), castelhanos, galegos, andaluzes, catalães (atuais espanhóis), portugueses e… polacos: “Fazer a América”.

Karol Jaroszyński
Karol, esse era seu nome, atravessou os mares e o oceano numa viagem de quase dois meses. Foi direto para a Nova Polônia, terra que já tinha recebido milhares de compatriotas seus: Kurytyba, a Nowa Polska, única cidade americana com grafia no idioma polaco.

Karol, nascido em 10 de dezembro de 1882 (segundo a árvore genealógica de parte da família na Polônia, ele teria nascido em 28 de novembro de 1880) era filho de Kacper Jaroszyński. E este por sua vez, nascido em 05/01/1855, Włościanin e falecido em 05/01/1938, em Starosiele. E filho também de Karolina Pawluk, que havia nascido em 09/11/1856, em Tomaszów Lubelski e faleceu em 1920, em Starosiele.

Seu bisavô também se chamava Karol, e este havia nascido em 27/01/1828, em Rogatka, e era casado com Marianna Siemieszka, falecida em 18/08/1864, em Rogatka.

Karol, o que emigrou para o Brasil era bisneto de Jan, que havia nascido em 1778, em Majdan Siedliski e de Apolonia Kołodziejów, nascida em 1779.

Ainda é possível saber que Karol era trineto de Marcin, nascido em 1755 e falecido em 05/08/1810, em Majdan Siedliski, e de Apolonia Szawarska.

Nesta carta, Karol, confirmava que nasceu no Distrito de Dubieka.
Na época, a localidade pertencia à cidade de Horubieszów. Atualmente pertence à cidade de Chełm.
Karol tinha dois irmãos, Jan, nascido em 30/05/1883, e Wacław, nascido em 28/09/1889, todos nascidos em Starosiele. Wacław (pronuncia-se: vátssuáf) falecido em 16/04/1967, foi casado com Anna Jamroz, que faleceu em 09/05/1978; Além de mais 3 irmãs, Adolfa, nascida em 10/08/1879, em Starosiele; Waleria, nascida em 25/12/1885, em Starosiele e falecida em 10/09/1970, que foi casada com Franciszek Gołebiowski, este falecido em 06/01/1955; e Domicela, nascida em 1894 e falecida em 03/01/1926, em Starosiele, foi casada com Antoni Cybulski, falecido em 25/04/1944.
Foto da irmã Waleria, enviada por ela a Carlos em 1956.
No verso da foto ela escreveu: "Ao amado irmão, Waleria em Starosiele - 1 dezembro 1956
O avô Kacper Jaroszyński que viveu na zona rural chamada de Starosiele, teve vários filhos, entre eles Karol, o que emigrou para Curitiba, no Paraná e depois transmigrou para Pariquera-açú, no Estado de São Paulo.

O segundo filho, Wacław, e seu neto Remigiusz estudaram o segundo grau, na cidade Lwów (então Polônia e atualmente no território da Ucrânia).

Karol Hołownicki, filho de Remigiusz, conta que seu avô Wacław e a esposa Irena residiram, em Starosiele na infância, mas que depois, quando voltou de Lwów, passou a residir na cidade de Hrubieszów até 2004, quando morreu. Karol é filho de Jolanta e neto de Wacław (que é irmão de Karol - Carlos do Brasil).

Karol (Carlos do Brasil) não encontrando lugar em nenhuma das mais de 10 colônias de imigrantes polacos, na terra dos pinheirais, foi para a pequena Pariquera-açú, no litoral Sul do Estado de São Paulo, pois lá existia uma pequena comunidade de imigrantes polacos, com quem teve contato.

Lá, em Pariquera-açú, ele encontrou uma descendente de polacos como ele: Marianna Redyś. Logo, o amor nasceu, floresceu entre eles, e também impôs todas as exigências de uma família constituída.
Sobrenome grafado com Yaroczynski

Algum tempo depois, Karol recebeu a notícia de que o governo paulista estava doando lotes coloniais na distante e desconhecida cidadezinha de Barão de Antonina.

E lá foi Karol mais uma vez em busca da realização de seu sonho: “Fazer a América”.

Quem sabe com a bela Marianna não seria mais fácil?

O sonho estava diante de si: 10 hectares de terra, que nunca seus pais e avós ousaram pensar possuir, naquela Polônia, invadida, ocupada, seviciada e escravizada por russos, saxões e austríacos.

Terra fértil que se transformaria em berço de um filho e três filhas, João, Helena, Paulina e Ewa, que perpetuariam seu sobrenome com uma grafia adulterada: Jarochinski (talvez por causa da pronúncia da grafia em idioma polaco soar aos ouvidos brasileiros como chi e não zy).

A família brasileira de Karol foi aumentando ao longo das décadas seguintes.

O filho João se casou com Darci e deu dois netos: José Maria, Carlos e adotou a menina Doraci.
A filha Helena se casou Rodolfo e deu uma neta, Zilda, e dois netos Flávio e Felizberto.
A filha Paulina se casou com João Batista e deu um neto Isaias Carlos, e três netas, Ana Maria, Vera Lúcia e Maria José.
A filha Ewa se casou com Elias e deu três netos João Carlos, Antônio Tadeu, Teófilo José, e duas netas Maria Inês e Rita de Cássia.

O neto José Maria deu três bisnetas Nives, Carolina e Raquel. A bisneta Raquel deu um trineto, Estevan.

O neto Carlos deu dois bisnetos: Gabriel e Leandro.
Marianna Redyś

A neta Doraci deu três bisnetos: Ibrahim Rogério, Luciano e Juliano. O bisneto Ibrahim Rogério deu dois trinetos, Gustavo e João, e a trineta Luíza. O bisneto Luciano deu dois trinetos, Gabriel e João Vitor, e duas trinetas, Maria Vitória e Izadora. O bisneto Juliano deu dois trinetos, Antony e Arthur, e a trineta Nathália.

A neta Zilda deu dois bisnetos: Emerson e Paulo Rodolfo. O bisneto Emerson deu a trineta, Maria Helena.

O neto Isaias Carlos deu dois bisnetos, Gabriel e Rodrigo. O bisneto Rodrigo deu o trineto, Tomás e a enteada Isabella.

A neta Vera Lúcia deu duas bisnetas: Juliana e Mariana. A bisneta Juliana deu uma trineta, Maria Eduarda. A bisneta Mariana deu uma trineta, Ana Clara.

A neta Maria José deu dois bisnetos: Rodrigo e Raíssa.

O neto João Carlos deu dois bisnetos: Ana Flávia e João Carlos. A bisneta Ana Flávia deu uma trineta: Natalie. O bisneto João Carlos deu dois trinetos: Caio e Eric.

Ewa Jarochinski da Silva
O neto Antonio Tadeu deu duas bisnetas: Carolina e Mayara.

O neto Teófilo José deu dois bisnetos: Maria Fernanda e João Guilherme.

A neta Maria Inês deu três bisnetos: Marco, Gabriela e Iacy. O bisneto Marco deu dois trinetos: Gabriel e Manoela.

A neta Rita de Cássia deu três bisnetos: Renato, Pedro e Marianna. A bisneta Marianna deu uma trineta, Maria Beatriz.

A prole cresceu ao longo das décadas. Atualmente 69 brasileiros são descendentes daquele casal que se meteu nas matas da fronteira paulista com o Paraná - a terra da Nova Polônia - e fincou raízes no Brasil, mantendo nas veias os sangues dos Jaroszyński e Redyś.

Um dos genros, Elias, conta que Karol, além de lavrador era um excelente domador de cavalos. Não havia um fazendeiro e sitiante na região de Barão de Antonina, Itaporanga e Rio Vermelho que não o procurasse para amansar seus animais.

Karol, ou Carlos, como Elias chamava seu sogro, criou com dignidade todos os seus filhos. Se mais não fez, foi porque os governos estaduais praticamente se esqueceram daquela terra de imigrantes. A cidade e a região não progrediram. Mas de seu trabalho e persistência, os filhos, netos, bisnetos e trinetos puderam alcançar a universidade e terem uma vida muito melhor que aquele velho imigrante do Leste polaco.


Este bilhete com o endereço de Carlos em poder da família em Starosiele, Dubienka, é de 1948.

Sobre a grafia do sobrenome

Sempre envolta na defesa de seu território, a Polônia foi atacada muitas vezes pelos vizinhos ateus, protestantes, católicos ortodoxos, muçulmanos e tengriistas (mongóis-tártaros).
De 1795 a 11 de novembro de 1918, a Polônia foi invadida, ocupada e repartida entre o Reino da Rússia (onde vivia Kacper), o Império Austríaco e o Reino da Prússia (República da Alemanha, a partir de 1870). As ocupações provocaram um êxodo sem precedente na história da República da Polônia (criada em 1530, em parceria com o ducado da Lituânia, sendo, portanto, a primeira República do mundo moderno). Milhões de polacos emigraram para França, Inglaterra, Austrália, Estados Unidos, México, Haiti, Peru, Argentina e Brasil.

Devido à esta permanente situação de ocupação estrangeira de quase 150 anos nos séculos 18, 19 e 20, os nomes sofreram alterações causadas por funcionários das potências invasoras, por analfabetismo, por registros equivocados nos portos e aduanas.

Assim, grafia do sobrenome dos ancestrais de Karol, de Barão de Antonina, no idioma polaco era Jaroszyński, desde antes 1755.

As ocupações estrangeiras causaram alterações de grafia nos nomes das ruas, vilas, cidades, regiões, e até nomes e sobrenomes da Polônia. E este foi o caso do Karol que virou Carlos e do Jaroszyński, que virou Jarochinski.

Nas regiões ocupadas pelos povos saxônicos houve adulteração não só na grafia de algumas letras, mas sílabas inteiras. Nomes de cidades grafados em polaco como Oświęcin e Brzezinka se transformaram em Auschwitz (campo de concentração e extermínio alemão nazista) e Birkenau, assim como Szulman se transformou em Schulmann, Szmyd em Schmidt.

No caso da ocupação russa houve alteração devido à transliteração do alfabeto cirílico usado pela Rússia e o alfabeto latino usado pela Polônia. Assim, uma mesma família devido a essa transliteração de alfabetos, passou a ter duas ou mais grafias. Os parentes do Ocidente continuaram a escrever Jarosiński, mas os do Oriente (onde era mais comum o alfabeto cirílico dos russos, rutenos e bielorrussos) passaram a grafar Jaroszyński.

Na cidade Łuków, no Centro-Leste da Polônia, existem três irmãos, dois deles grafam Jarosiński e um Jaroszyński.

Foi também em Łuków, que nasceu Maria, filha de Piotr e Anna Jarosiński, que emigraram para o Paraná e chegada ao Brasil foi assentada com os pais e irmãos, na colônia do Tronco, na cidade de Castro. Cidade distante de Pariquera-açú e Barão de Antonina para aqueles tempos. Assim, como poderiam ter se encontrado se não falavam português e os transportes eram difíceis?

Devido a essas alterações de idioma, pronúncia, sotaque e alfabetos, muito provavelmente a raiz familiar de sobrenomes polacos como Jarosiński, Jarociński, Jaroszyński, Yaroczynski, Jaroszewski e Jarosz, seja a mesma.

Daí, o fato de existirem no Brasil parentes que não se conhecem e tampouco se reconhecem por terem sobrenomes grafados como Iarochinski, Iarocrinski, Iarozinski, Jarochinski e Jarocheski.

Encontro dos descendentes de Carlos e Marianna em Araçoiaba da Serra - SP

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Família Jarosiński foi morta por esconder judeus

Poviat: Vila de Stryj / Województwo: voivodia (Estado) e cidade de Stanislawów
No Outono de 1943. Bronisław Jarosiński foi preso pela nazista Gestapo junto com sua esposa Maria e o filho Leszek.

Na mesma operação foram presas outras cinco pessoa de uma família de origem judiaca, que Bronisław tinha escondido em sua casa na vila Stryj na voivodia de Stanislawów.

No comunicado do comandante da SS e da polícia na região da Galícia polaca, em 28 de janeiro de 1944, entre as 84 pessoas na 79ª posição, Bronisław Jarosiński foi condenado à morte. Sua esposa, embora não mencionada no documento, juntamente com o marido deu sua vida pela ajuda à pessoas de origem judaica.

Em novembro, a Gestapo tinha chegado à família Jarosiński na companhia de um policial ucraniano. Os policiais foram direto para o alçapão do porão escondido sob o guarda-roupa, onde os judeus estavam escondidos.

Os polacos-judeus foram ordenados a sair e levados para a delegacia de Stryj. Além deles, Bronisław, sua esposa Maria e seu filho, acabaram adoecendo na prisão. Ambas as filhas Alicja de 16 anos e Liwia de 12 anos não estavam em casa e por isso não foram levadas. O pequeno Leszek foi libertado e uma polaca que trabalhava na Gestapo o escoltou até o orfanato dirigido pelas Irmãs Seráficas na igreja de São José.

Orfanato das Irmãs Seráficas em Stryj
Enquanto o casal Jarosiński estave na prisão, Paulina Gruszecka, a irmã de Maria levou as crianças para ver seus avós.

Depois de algum tempo, as crianças  receberam informações de que Bronisław e Maria foram mortos.

As crianças dos Jarosiński ficaram no orfanato até 1945. Depois foram levados para Gliwice para viver com a tia.

Depoimento de Leszek Jarosiński




Mapa da Vila de Stryj
No canto esquerdo, embaixo a vila de Stryj

O autor W. Zajączkowski em seu livro "Mártires da Caridade", ao invés de colocar o correto sobrenome de Bronisław - Jarosiński -  escreveu uma das outras versões de sobrenome: Jaroszyński. Mas foi o único. Em todos os outros autores e documentos é mesmo Jarosiński

Bibliografia:

- IPN BU 392/2033.
- FLV, List od Leszka Jarosińskiego [syn], Gliwice, z dn. 8.2013 r.
- FLV, List od Zaleska-Roman [fragm. książki TB-AR], Warszawa, z dn. 21.01.2014 r.
- Berenstein, A. Rutkowski, Pomoc Żydom w Polsce 1939-1945, Warszawa 1963.
- Bielawski, Zbrodnie na Polakach dokonane przez hitlerowców za pomoc udzielaną Żydom, Warszawa 1981.
- Godni synowie naszej Ojczyzny, cz. 2, s. J. Chodorska CSL (red.), Warszawa 2002.
- Datner, Las sprawiedliwych. Karta z dziejów ratownictwa Żydów w okupowanej Polsce, Warszawa 1968.
- Poray, Those Who Risked Their Lives, Chicago, Illinois 2007.
- Those Who Helped. Polish Rescuers of Jews During the Holocaust, cz. 3, R. Walczak (ed.), Warszawa 1997.
- Wroński, M. Zwolak, Polacy-Żydzi 1939–1945, Warszawa 1971.
- Zajączkowski, Martyrs of Charity, Washington D.C. 1988. [Strona internetowa – http://www.niedziela.pl/wydruk/82564/nd], dostęp: 27.04.2015.

Atenção:

- Poray, Those Who Risked Their Lives, Chicago, Illinois 2007, s. 29; R. Walczak (ed.), Those Who Helped. Polish Rescuers of Jews During the Holocaust, cz. 3, Warszawa 1997, s. 74;
- S. Datner, Las sprawiedliwych. Karta z dziejów ratownictwa Żydów w okupowanej Polsce, Warszawa 1968, s. 103–104;
- S. Wroński, M. Zwolak, Polacy-Żydzi 1939–1945, Warszawa 1971, s. 431, 442;
- W. Bielawski, Zbrodnie na Polakach dokonane przez hitlerowców za pomoc udzielaną Żydom, Warszawa 1981, s. 31;
- W. Zajączkowski, Martyrs of Charity, Washington D.C. 1988, s. 229 podają nazwisko Jaroszyński.

- FLV, List od Leszka Jarosińskiego [syn], Gliwice, z dn. 8.2013 r. Maria nie jest wspominana w relacjach, jednak w relacji syna można znaleźć informację, że została aresztowana i zginęła wraz z mężem za pomoc Żydom.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Irena Palulis, uma artista "polskiego pochodzenie"


Uma mulher paranaense, de descendência polaca, que lutou contra amarras de seu tempo e dedicou-se às artes plásticas como a uma paixão incansável, Irena Palulis ganha a exposição retrospectiva de sua vida e obra “Irena Palulis: humanidade, natureza, cosmos”.



Foi aluna de Guido Viaro e de diversos outros grandes nomes história da arte no Paraná.
Palulis dialogou com os movimentos artísticos paranaenses; estudou na Academia de Belas Artes de Varsóvia; participou de e promoveu diversas exposições, sendo, inclusive, premiada. Mas sempre expressou um traço e personalidade artística próprios, alimentados por uma busca interior que a inquietava, movimentava-a a viajar pelo mundo e a desenvolver-se espiritualmente.



A exposição é fruto de uma parceria dos pesquisadores da Universidade Federal do Paraná e artistas Consuelo Schlichta, Tânia Bloomfield, Luís Carlos dos Santos e Heliana Grudzien junto aos membros da família da artista, que lhes abriram seus arquivos e lembranças. Uma homenagem mais do que justa à trajetória de Irena Palulis, agora ao alcance do público.


A partir da década de 1970, teve contato com grandes nomes da arte no Paraná que a influenciaram sua pintura e suas técnicas de desenho, gravura e principalmente xilogravura retratando tipos humanos em seu cotidiano. Em 1980, Palulis embarca para a Polônia duas vezes para estudar na Academia de Artes de Varsóvia, rompe com o com a religiosidade tradicional e, influenciada por uma espiritualidade sem dogmas, flerta com o pré-refaelismo, simbolismo e com o surrealismo.



A exposição acontece entre os dias 28 de Agosto e 26 de Outubro de 2018, no Museu de Arte da Universidade Federal do Paraná – MusA. A entrada é gratuita, das 12h às 18h.



Já na década de 1990, depois de retornar da Polônia, Irena inaugura uma série abstrata formada principalmente por linoleogravura e monoprint. Com a chegada do século XXI a pintora curitibana, com o domínio de todas as técnicas, sintetiza-as em um método que chama de “técnica própria”. “Irena Palulis sempre expressou um traço e personalidade artística próprioss alimentados por uma busca interior que a inquietava, movimentava-a a viajar pelo mundo e a desenvolver-se espiritualmente”, conta Ivi Belmonte Machado, neta da pintora e uma das idealizadoras da exposição.

 

O diário de Irena

A prensa e os tubos de tinta da artista

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Israelense profana campo de concentração

Monumento ao Holocausto em Majdanek / Lublin - Foto: Ulisses Iarochinski
Um estudante israelense de 17 anos foi multado depois de expor suas nádegas em um dos alojamentos do antigo campo de extermínio de Majdanek, na cidade de Lublin, no Leste da Polônia, informou a polícia local nesta última segunda-feira (14/08).

O ato do jovem foi registrado por uma câmera de segurança. Guardas do local notaram o ato obsceno e chamaram a polícia. As autoridades disseram que o jovem deve responder pelo crime de "profanar um monumento ou memorial".

"Ele admitiu o ato e disse que estava disposto a aceitar a punição", disse o porta-voz da polícia, Andrzej Fijolek.

O cidadão israelense, que não foi identificado, estava visitando o campo de extermínio nazista como parte de uma viagem escolar. Ele foi autorizado a deixar o país, mas não antes de pagar uma multa de mil złotych (1.028 reais), acrescentou Fijolek.

Barracões de alojamento Majdanek / Lublin - Foto: Ulisses Iarochinski
Funcionários do memorial condenaram veementemente o ato, que foi descrito como "indecente" e "revoltante".

O campo de Majdanek foi construído em 1941 e serviu de local para o extermínio até 1944. Pelo menos 78 mil pessoas – a maior parte delas de origem judaica – foram mortas pelos nazistas no campo, até que o Exército Vermelho libertasse os sobreviventes.

A imprensa israelense informou que o jovem acabou sendo separado do restante dos estudantes e mandado de volta para Israel logo depois do incidente. O Ministério da Educação israelense também disse que a escola onde o jovem estuda deve tomar medidas disciplinares contra ele. Todos os anos, milhares de estudantes israelenses visitam os campos de concentração e extermínio e outros memoriais do Holocausto criados pelos alemães durante em sua ocupação na Polônia em viagens que recebem apoio do ministério.

Outros casos
Em março de 2018, um tribunal polaco multou outro adolescente israelense por urinar no campo concentração e extermínio alemão de Auschwitz, na cidade de Oświęcin, a 70 km de Cracóvia.

No ano passado, outro caso envolveu um grupo de 12 jovens da Polônia, Bielorrússia e Alemanha que protagonizou um protesto bizarro em Auschwitz. Eles se despiram e mataram um cordeiro em uma das seções do antigo campo. Posteriormente, eles afirmaram que queriam protestar contra a intervenção russa na Ucrânia.

Majdanek/ Lublin - Foto: Ulisses Iarochinski
Dois homens do grupo foram posteriormente sentenciados a penas de prisão de 14 e 18 meses por profanação de um memorial e crueldade com os animais, enquanto o resto do grupo teve pagar multas ou prestar serviço comunitário.

Em julho, dois turistas húngaros foram flagrados tentando levar tijolos de um antigo crematório em Auschwitz. Os dois receberam uma multa equivalente a cerca de 350 euros (1.500 reais) cada um, além da pena de um ano em liberdade condicional.

Fontes; JPS/dpa/ots

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

II PolskaFest começa hoje em Curitiba

Na Sociedade Cultural Abranches, em Curitiba, acontece de hoje nesta sexta-feira (10) e vai até domingo (12), a 2ª PolskaFest, que tem como objetivo valorizar a rica cultura polonesa e também iniciar os festejos para comemorar o Sesquicentenário da imigração polaca em Curitiba, que será em 2020.
O bairro Abranches é a segunda colônia de imigrantes polacos instalada em Curitiba, em 1873, e ainda possui uma das regiões de maior concentração de descendentes de polacos de Curitiba.

A programação inicia nesta sexta, às 17h00 e vai até às 23h00. No sábado e domingo, a festa começa às 11h00 e encerra às 23h00.

Os visitantes podem aproveitar diversas atrações gastronômicas e culturais. A entrada é gratuita, mas se poderá doar um quilo de alimento, não perecível, que será destinado para entidades carentes.

O Salão da Sociedade Cultural Abranches recebe a exposição de artesanatos e fotografia promovida pela Casa da Cultura Polônia Brasil, apresentações de bandas, grupos folclóricos e coral.

Comidas típicas polacas e de etnias convidadas, e cervejas artesanais para agradar todos os paladares.

GRUPOS FOLCLÓRICOS E BANDAS
Tem apresentações dos grupos folclóricos polacos: Wawel (São José dos Pinhais-PR), Junak (Curitiba-PR), Hercílio (São Bento do Sul-SC) e Karolinka (São Mateus do Sul-PR).

Os shows serão com as bandas Os Gaideski, Coração Nativo, Miguel Taborda & Cia e Banda Alkimia. Além da participação do Coral de Sant´Ana.

PRATOS TÍPICOS POLACOS E DE OUTRAS CULTURAS 
O grande destaque do evento será o tradicional prato polaco, os pierogi, que serão servidos por pela pierogueria Pierogi do Miro.
A iguaria terá seguintes recheios: Ricota com batata, Frango com batata, Repolho com batata, Batata com temperos. Serão servicos com molhos de Calabresa (cebola, linguiça, bacon em cubinhos refogados na manteiga), Branco Bechamel (molho à base de leite, cremoso e delicado) e Champignon (molho à base de creme de leite com champignon refogado fresco).

Participação do Pirô na Batatinha, servindo Batata em Cone; a Aero Burguer, com opções de Hamburguer; e a Phoenix com diversas opções em pasteis. A empresa Churros Divinos oferecerá churros gourmet estará com o cardápio voltado para os doces, além da Cafeteria com Cucas com 10 opções de sabores.

AULA SHOW COM PRATOS POLACOS
Uma das novidades dessa edição do PolskaFest, serão as duas Aulas-Show de receitas de pratos típicos polacos, ministradas pelo Chef de Cozinha Diego Machalesky, de Joinville-SC.
Ele estará na festa sábado e domingo, às 14h30. Serão três receitas por dia com os pratos: Zapiekanka (sanduiche), Barszcz Burakowy (caldo de beterraba), Gołabki (charuto de repolho), Kotlet schabowy (carne de porco), Placki ziemniaczane (panqueca de batata) e Żurek (sopa azeda de centeio). As aulas serão gratuitas e terão duração em média de 1h30. Elas terão o objetivo de difundir e apresentar receitas fáceis e baratas comenta o chef. “Os pratos que escolhi são receitas acessíveis, que vão um pouco além do tradicional polonês que conhecemos. Estarei lá orientando e tirando dúvidas para que os participantes possam saber que existem outros pratos, além do pierogi. Também distribuiremos um material com as receitas para que os participantes possam fazê-las em casa”, finaliza.

E as bebidas estarão representadas pelas cervejarias de nome e sobrenome polacos Wensky Bier e DUM, além da OAK Bier e mais duas convidadas, servindo opções para todos os apreciadores de Piwo artesanal.
No Cantinho da Vodka poderá ser consumida a mais famosa aguardente da Polônia, a Wódka Żubrówka, aquela do ramo de capim do bisão.

Será celebrada Missa, no domingo 12 de agosto, comemorando o Dia dos Pais,  especial aos patriarcas das famílias, às 10h30 na Igreja de Sant´Ana, a poucos metros da Sociedade, com a abertura da Semana da Família (todos os dias até sábado 18/08 haverá uma atividade para as famílias à partir das 19h30).

Sociedade Cultural Abranches inaugurada em 1910

Sobre a PolskaFest
A 1ª edição do evento foi realizada no município de Araucária em 2017, na região da antiga colônia Thomaz Coelho (Araucária, Contenda, Campo Largo, Lapa e entorno), para celebrar os 140 anos da imigração polaca na região metropolitana de Curitiba. E neste ano, é a vez da região Norte de Curitiba, que irá comemorar o Sesquicentário da imigração polaca, de 2021 e já começa os preparativos para uma grande sequência de festas desta tão importante data.

2ª Edição da PolskaFest Curitiba 2018
Data do evento: Dias 10, 11 e 12 de agosto de 2018.
Horário: Dias 10 de agosto: 17h até 23h. Dias 11 e 12 de agosto: 11h às 23h.
Local: Sociedade Cultural Abranches - Rua Mateus Leme, 5932.
Classificação: Livre.
Ingressos: Entrada gratuita.
Apoiadores: Casa da Cultura Polônia Brasil e Consulado Geral da Polônia.
Mais informações: 41 3356-8039,
pelo e-mail: aloeventos@aloeventos.com.br
ou www.facebook.com/polskafest.

PROGRAMAÇÃO DA 2ª POLSKAFEST CURITIBA:
DIA 10 DE AGOSTO - SEXTA
17h00 - Abertura da casa 18h - Atividades de Palco, Exposição e gastronomia.
19h30 - Abertura, Cônsul Geral da República da Polônia: Sr. Marek Makoski
20h00 - Miguel Taborda & Cia

DIA 11 DE AGOSTO - SÁBADO
11h00 - Almoço – Espaços Gastronômicos
14h30 - Aula Show de Gastronomia - Chef Diego Machalesky
16h00 Grupo Folclórico Hercílio – São Bento do Sul - SC
16h30 - Gincana de Palco - Prepare sua Criatividade!
17h00- Grupo Folclórico WAWEL - São José dos Pinhais
17h30- OS GAIDESKI
18h30 - Grupo Folclórico KAROLINKA - São Mateus do Sul
19h00 - Grupo Folclórico JUNAK – Curitiba
20h00 - Banda ALKIMIA
21h00-Banda CORAÇÃO NATIVO

DIA 12 DE AGOSTO – DOMINGO – DIA DOS PAIS
10h30 - MISSA – Dia dos Pais - Igreja de Sant´Ana
11h00- Almoço - Espaços Gastronômicos
14h30 - Aula Show de Gastronomia - Chef Diego Machalesky
16h00 - Gincana de Palco - Venha divertir-se com o seu pai!
17h30 - Miguel Taborda & Cia.

Igreja Sant'Ana de Abranches construída em 1940

sexta-feira, 27 de julho de 2018

A Mina de Prata de Tarnowskie Góry


A Mina de Prata em Tarnowskie Góry é uma atração turística única que, juntamente com o sistema de canais subterrâneos, entrou na lista da Unesco em 2017. 

A uma profundidade de 40m foi criado um trilho turístico sobre um canal aquático com um comprimento de 1740m. O percurso conduz, entre outros pontos, pela caverna da Truta Negra. 

A mina vem sendo explorada desde o final do século dezoito. Mas descobertas arqueológicas demostraram que a mineração já tinha começado na região no século três. O descobridor dos depósitos de prata foi o camponês Jan Rybka que vivia em uma colônia de Tarnowice no século quinze.
Rybka encontrou no campo o primeiro pedaço do minério. Foi o que bastou para surgir ali uma vila de mineros e logo começaram a ser escavadas as primeiras minas (no idioma polaco antigo - Góra - que significa montanha deu nome à vila).



Em 1526, o duque de Opole, Jan II, concedeu à comunidade o status de uma cidade mineira independente.
O nome Tarnowskie Góry tem sua origem nos trabalhos da mineração. A primeira parte do nome "Tarnowskie" vem do nome da vila "Tarnowice" onde os depósitos do chumbo enriquecido pela prata foram encontrados.

Atualmente, Tarnowice (na verdade Stare Tarnowice) é um distrito de Tarnowskie Góry.

Já segunda parte do nome, que deu origem ao nome, "Góry" significa "montanhas".  Embora não exista estes acidentes geográficos naturais dignos de serem assim chamados, decorr da elevação criada em torno de numerosos entulhos depositados pela escavação dos poços escavados para retirar a prata.

A indústria de mineração teve que lutar com o problema de inundação de água. Para impedir a constante inundação das galerias, em 1788, foi introduzido primeiro motor a vapor trazido da Inglaterra pelo conde Friedrich Wilhelm von Reden (Nessa época, a Silésia tinha sido invadida e ocupada pelo reino da Prússia - atual Alemanha).



A outra maneira de drenar os locais de trabalho foi escavar cavernas que escoavam a água acumulada usando a diferença de nível. Havia 8 cavernas em Tarnowskie Góry. E é justamente uma parte de uma delas com 600 metros, que está aberta para a visitação dos turistas - chamada de Cavernda da Truta Negra.

A mineração de minério de chumbo em Tarnowskie Góry parou em 1912 por causa da escassez de recursos. No entanto, uma enorme quantidade de vestígios de mineração do passado foi deixada, tanto no subsolo quanto no subsolo.

O principal mineral extraído foi a chamada galena, isto é, minério de chumbo com uma mistura de prata. No século 16, Tarnowskie Góry foi a principal produtora na Europa, o que contribuiu para o desenvolvimento do comércio europeu e a recuperação econômica do continente.

A prata extraída naquele lugarejo da Polônia viajou até a China, onde ela foi usada ​​para produzir moedas. 


A histórica Mina de Prata de Tarnowskie Góry é a única rota turística subterrânea na Polônia que permite explorar as abóbadas da antiga mina de minério de prata, estabelecida nos dolomitos e calcários do Triássico.

A partir de 2004, uma parte da mina foi transformada em monumento histórico de Tarnowskie Góry. Foi aberto para visitação pública o subterrâneo mais antigo mina de prata chamado de a Caverna "Truta Negra".

Desde julho de 2017, ela foi inscrita na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO como a denominação de: Mina de chumbo, prata e zinco, juntamente com o sistema de gerenciamento de água subterrânea de Tarnowskie Góry.



A histórica Mina de Prata está classificada com quatro estrelas na Rota dos Monumentos Industriais da Voivodia (Estado) da Silésia. Em 2014, a Mina foi também inscrita na Rota Europeia do Patrimônio Industrial (ERIH) como um Ponto de Ancoragem.

A mina está localizada nos arredores da cidade de Tarnowskie Góry, na ulica (pronuncia-se ulitssa, significa rua) Szczęść Boże (a benção de Deus), nº 81, na Voivodia da Silésia.

Um dos dois setores da Mina Rei Frederico (do alemão Königliche Friedrichsgrube) foi aberto ao público em 1976, setor que produzia desde 1784. O trecho faz parte de um labirinto subterrâneo de escavações de mineração, cujo comprimento total é superior a 150 km. A uma profundidade de 40m foi construído uma trilha com o comprimento de 1740m no formato de um triângulo que liga três galerias "Anioł", "Żmija” e "Szczęść Boże" ("Anjo","Víbora" e "Deus te abençoe").

Durante o passeio, os turistas observam ancestrais mineiros do século dezoito e dezenove, antigos locais de trabalho e suas ferramentas. Três cavernas de 500 a 2.000 m² são adjacentes à trilha. O trecho de 300 metros é feito em canoas.



Em 2012, a rota turística ganhou um sistema de som que reproduz os ruídos autênticos do trabalho dos mineiros, os efeitos das explosões da mineração, o barulho das carretas de transporte do mineral extraído.

No prédio de entrada da Mina de Prata há uma exposição multimídia (aberta em 20 de abril de 2012), com uma vitrine de objetos com a história, geologia, técnicas de exploração e de drenagem subterrânea de Tarnowskie Góry.



Entre as ferramentas antigas estão um depurador, lâmpadas usadas no subsolo, baldes para extração de resíduos, um banheiro portátil. Uma das peças mais representativas da exposição é uma máquina a vapor - a primeira na Silésia - instalada ali em 1788.

O edifício principal da mina na superfície tem uma sala de cinema e de eventos, um restaurante, lojas de souvenirs e minerais e um estacionamento próximo.

A rota turística da Mina de Prata está adaptada para deficientes. Na caverna existe um microclima com temperatura constante de 10 ° C. Além disso existe uma fábrica de máquinas à vapor da Skansen Maszynowych localizada próxima ao prédio da mina, com uma rica coleção de máquinas a vapor usadas nas indústrias antigas. Ali estão: um rolo compactador, um guindaste ferroviário, uma locomotiva, vários motores a vapor, um gerador de energia, bombas de vapor e máquinas de elevação.

Um elemento decisivo na dinâmica do desenvolvimento da mineração no século dezenove foi a introdução da tecnologia moderna à vapor. E esta tecnologia pode ser apreciada no pequeno passeio da Estrada de Ferro do parque ao redor do museu etnográfico ao ar livre (Skansen).

O trecho ferroviário é de 500 metros. Andar neste pequeno trem, cercado por máquinas antigas é uma experiência inesquecível.

# PL100🇵🇱 #

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Ucranianos Assassinaram e torturam polacos

O parlamento ucraniano aprovou recentemente uma lei exaltando as atividades do UPA - Exército Ucraniano Insurgente.
O UPA era uma organização fundada por nacionalistas ucranianos ligados ao líder Bandera, cujos membros durante a Segunda Guerra Mundial assassinaram brutalmente entre 50 mil a 100.000 polacos.

Os diversos grupos do UPA prepararam os planos para o extermínio dos polacos em fevereiro de 1943. Estas ações genocídas ocorreram apenas 72 anos atrás.

Carnificina na Volínia

Foram assassinatos em massa (limpeza étnica, genocídio) cometidos por nacionalistas ucranianos (com apoio frequente da população ucraniana local) contra a população polaca na antiga Voivodia (Estado) da Volínia, durante o período da Segunda República Polaca e que durante a II Guerra Mundial foi invadida e ocupada pelo Comissariado do Império Ucraniano, ao mesmo tempo que ocupação dos territórios polacos pelos alemães nazistas entre fevereiro de 1943 e fevereiro de 1944.

Ainda é desconhecido o número exato de vítimas (historiadores estimam entre 50 a 100 mil pessoas).  Isso em função da demora em se fazer o reconhecimento dos muitos corpos que foram desmembrados ou queimados.

Na foto abaixo estão cadáveres de habitantes polacos da vila rural de Lipniki no município de Kostopol, na Volínia polaca. Em 26 de março de 1943, ucranianos das unidades da UPA assassinaram 182 pessoas no local:


Os terroristas do UPA cortavam o nariz e o lábio superior e arrancavam a maior parte dos dentes, enquanto perfuravam o olho esquerdo e danificavam gravemente o olho direito:


Estas são algumas das muitas fotos de vítimas do massacre e dos métodos "sofisticados" de tortura praticada pelos ucranianos do UPA (e, felizmente, em muitos casos borradas).

A principal razão para os crimes cometidos pelos vizinhos foi estritamente por considerações étnicas. O que os iguá-la em barbárie aos criminosos de guerra nazistas.

Ainda hoje na Ucrânia, o reconhecimento e adoração dos símbolos do UPA e do presidente desta organização criminosa - Stepan Bandera - ainda estão bastante vivos e cultuados. Exemplo disto é a lei promulgada pelo parlamento ucraniano semanas atrás.

Na foto abaixo, barriga aberta e vísceras colocadas para fora, mostrando como a pele ficou pendurada depois da tentativa de soltá-la. Crime praticada pelos sanguinários da OUN-UPA:


Métodos ucranianos de tortura

1. Cortar a garganta, puxar a língua e arrancá-la. 
2. Recortar a polpa da cabeça, inserindo no cérebro grampos presos com parafusos.
3. Cortar e remover as faixas estreitas de pele das costas em formato de cinto.
4. Retirar os seios das mulheres e polvilhar com sal.
5. Perfurar mulher grávida com baioneta.
6. Cortar o abdomen de mulher em gestação avançada e no lugar do feto retirado, inserir gato vivo e costurar a barriga.
7. Inserrir de pino pontiagudo na vagina e empurrar até a garganta.
8. Cortar o tronco de uma pessoa ao meio com uma serra de carpintaria.
9. Apunhalar a língua de uma criança pequena fixando-a no tampo de uma mesa, que depois ficava pendurada.
10. Perfurar com um fio grosso a orelha passando-o através da segunda orelha.
11. Cortar a cabeça com um machado.
12. Cortar o tronco do corpo de uma pessoa com uma serra de semi-carpintaria.
13. Cortar a frente do tronco do corpo de uma pessoa com uma faca de jardinagem, da vagina até o pescoço e deixar as vísceras do lado de fora.
14. Cortar a barriga e despejar água fervente sobre ela.
15. Cortar o estômago das gestantes e jogar vidro quebrado no interior.
16. Inserir ferro incandescente na vagina.
17. Cortar a barriga e derramar dentro comida para porcos famintos, chamado-os para se banquetear como se fossem lavagem das vísceras das pessoas.
18. Recorte dos dedos com faca.
19. Pregar as mãos na mesa e os pés no chão.
20. Jogar crianças pequenas vivas em poços profundos.
21. Quebrar a cabeça do bebê, arrastando-os pelos pés e batendo os corpos na parede ou no fogão.
22. Martelar uma criança em uma estaca pontuda.
23. Pendurar mulheres em árvores de cabeça para baixo e estuprando-as, e depois cortar os seios e a  língua, fazendo uma fenda na barriga, seccionando os olhos e cortando pedaços das carnes da pessoa com faca.
24. Jogar adulto nas chamas de um incêndio em uma clareira na floresta, em torno do qual garotas ucranianas cantavam e dançavam ao som de harmônicas.
25. Amarrar homens às árvores e atirar neles como se fossem alvo.
26. Rasgar o tronco dos corpos com correntes.
27. Arrastar pela rua mãe com seus três filhos, amarrados a uma carroça com cavalo, de tal forma que uma perna da mãe era amarrada com uma corrente na carroça, e a outra perna da mãe era amarrada numa das pernas do filho mais velho, a outra perna deste filho era amarrada numa das pernas do outro filho mais novo, e perna deste na perna da criança.
28. Apertos periódicos do tronco de um corpo com arame farpado e em intervalos de poucas horas despejavam na vítima água fria para recuperar a consciência e sentir dor e sofrimento.
29. Enterrar pessoas vivas no chão até o pescoço e cortar a cabeça depois com foice.
30. Retalhar com navalha o rosto das pessoas fazendo-as sangrar.

As ilustrações a seguir mostram as torturas praticadas
pelo UPA contra a população polaca, na grande maioria composta apenas por civis.


Corte da frente do corpo da vagina para o pescoço. (Volínia, área de Równe)



Retiravam os seios das mulheres e polvilham as feridas com sal. (Volínia, distrito de Kowel)


Pregavam a vítima com uma estaca no chão perfurando o estômago.
(Latacz, distrito de Zaleszczyki, junho de 1944)


Recortavam tiras de pele das costas da vítima e derramavam água fervente sobre as feridas abertas.
(Vila de Witoldówka, município de Włodzimierz, na voivodia da Volínia, julho de 1943)


Pregavam a língua da criança pequena na mesa, e depois penduravam-na na quina da mesa.
(Município de Krzemieniec, Voivodia da Volínia)


Fonte: Viralka.pl
Texto: Myrmek
Acessado em 01/jul/2018
http://v.viralka.pl/oto-jak-ukrainska-upa-mordowala-i-torturowala-polakow-przerazajaca-lista/

Tradução para o português: Ulisses Iarochinski