sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Indignação com a faixa de torcedores Israelenses

Nagyerdei Stadion na Hungria

Torcedores de futebol israelenses ergueram uma faixa com os dizeres: “Assassinos desde 1939”, durante uma partida contra um time polaco na quinta-feira (14/08/25), causando indignação na Polônia.

O presidente da República recém-empossado disse que a faixa insulta a memória dos polacos, incluindo judeus, mortos na Segunda Guerra Mundial.

A Polônia foi ocupada pela Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. A população de origem judaica do país, de 3,2 milhões de pessoas, era a maior da Europa no início da guerra. Quase todos foram mortos, muitos deles em campos de extermínio da Alemanha nazista, e outros 3 milhões de cidadãos polacos não judeus também morreram durante a ocupação.

Disputas históricas sobre a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto prejudicaram as relações entre a Polônia e Israel no passado. Estudos mostraram cumplicidade de alguns polacos na denúncia de judeus que acabaram assassinados pela Alemanha nazista.

Entretanto, muitos polacos rejeitam essas conclusões, dizendo que elas são uma tentativa de desonrar um país que sofreu imensamente durante a guerra.

A faixa “Assassinos desde 1939” foi exibida com destaque em uma arquibancada ocupada por torcedores do clube israelense Maccabi Haifa durante a partida da Liga Conferência da Europa contra o Raków Częstochowa, que foi disputada em Debrecen, na Hungria, por motivos de segurança.

“A faixa escandalosa exibida pelos torcedores do Maccabi Haifa insulta a memória dos cidadãos polacos – vítimas da Segunda Guerra Mundial, incluindo 2,7 milhões de judeus, destes 1,2 milhão eram polacos de origem judaica”, escreveu o presidente polaco Karol Nawrocki, ex-chefe do Instituto de Memória Nacional do país, no X: “Estupidez que nenhuma palavra pode justificar.”

O ministro do Interior polaco, Marcin Kierwiński, disse que “antipolonismo e a escandalosa distorção da história polaca pelos hooligans israelenses exigem forte condenação”.

A embaixada israelense, em Varsóvia, também condenou a faixa. “Não há lugar para tais palavras e ações, de qualquer lado, nem no estádio nem em qualquer outro lugar. Nunca!”, escreveu a embaixada no X.

“Esses incidentes vergonhosos não refletem o espírito da maioria dos torcedores israelenses.”

Resultado da Partida
Raków Częstochowa venceu o jogo por 2 x 0, o que lhe deu uma vitória por 2 x 1 no placar agregado.

FONTE: Agência deNotícias Reuters

P.S. Estes sionistas não conhecem a própria história e parece nem mesmo o Holocausto que eles prezam tanto.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

TURISTANDO NA POLÔNIA

 

Catedral e Castelo Real de Wawel

Constantemente me perguntam sobre o que ver, conhecer, comer, beber. Fiz uma listinha onde faltam muitas coisas, mas estas, a seguir, não podem faltar numa visita ou passeios pelas terras polacas:

 
Para ver:
·               Cidade Velha de Cracóvia e o Castelo Real de Wawel
·               Bairro Judeu do Kazimierz em Cracóvia
·               Memorial e Museu de Auschwitz – Birkenau
·               Mina de Sal de Wieliczka
·               Floresta intacta de Białowieża
·               Casa-museu de Maria Skłodowska Curie em Varsóvia
·               Cidade Velha de Toruń
·               Praça central e Panorama Racławicka de Wrocław
·               Zakopane e Montanhas Tatras
·               Praça central da Sandomierz
·               Cidade de Kazimierz Dolny
·              Cidade de Lublin - janela virtual entre as cidades de Lublin e Vilno                  
(Lituânia) e Skansen Park (Museu Etnográfico a céu aberto)

Para comer:
·               Pierogi (pastéis cozidos)
·               Żurek (sopa de trigo azedo)
·               Zupa Grzybowa w chlebie (sopa de cogumelos na broa)
·               Kiełbasa (linguiças e salames)
·               Placki ziemniaczane (panqueca de batata)
·               Zapiekanka (sanduíche de cogumelos)
·               Oscypek (queijo de leite de ovelha)
·               Kremówka (torta de massa folheada com muito creme – Doce do Papa)
·               Makowiec (recambole recheado com sementes de papoula)
·               Sernik (torta de requeijão)
·               Chleb węgierski (pão húngaro)
·               Szarlotka (torta de maça)
·               Pączek (o famoso Sonho no Brasil, só que com recheio de geléia de broto de rosas)

Para beber:
·               Wódka (vodcas Żubrówka, Żołądkowa Gorza)
·               Piwo (cervejas Okocim mocne, Żiwiec, Warka Strong, Tyskie, Lech)
·               Herbata (chás: Czarna porzeczka, góralska)

Para comprar:
·      Cerâmica de Bolesławiec
·      Wycinanki (papéis recortados)
·      Licor Krupnik
·      Jóias de âmbar de Gdańsk
·      Oscypek (Queijos decorados de leite de ovelha)
·      Chapéu de montanhês com guizos

Para sentir e assistir:
·      Concertos de Chopin em Varsóvia
·      Feira de São Domingos em Gdańsk
·      Cruzeiro no rio Odra em Wrocław
·      Descer o rio de canoa de troncos no rio Dunajcem
·      Percorrer o Castelo de Malbork
·      Tomar banho nas termas de Chochołowski

Para ir:
·      Esquiar em Zakopane
·      Velejar nos lagos da Mazuria
·      Ouvir o Hejnal da Basílica de Santa Maria em Cracóvia
·      Almoçar num Bar Mleczne
·      Subir no Monte Artificial de Kościuszko em Cracóvia

Meses para turistar:
·      Maio e setembro (menos turistas)

Dias de visita
·      No mínimo 14 dias
 
Conselhos: 
·     As cidades polacas possuem eficiente sistema de transporte público, em muitas delas tem bondes elétricos. Compre o tíquete Jakdojade.
·    Use o trem PKP Intercity para viagens mais rápidas entre as maiores cidades. Evite chamar táxis na rua. Use os aplicativos Bolt ou FreeNow para preços justos.
·      A Polônia usa a moeda złoty, não euro. Muitos lugares não aceitam euros ou dólares.
·   Não faça piadas sobre a história polaca. Tópicos como Segunda Guerra Mundial, comunismo ou mudanças de fronteiras são temas delicados.

 

Texto: Ulisses iarochinski

terça-feira, 29 de julho de 2025

Descoberto esqueleto de 700 anos na Polônia

Foto: Piotr Wittman

Esqueleto completo de cavaleiro medieval é descoberto sob antiga sorveteria na Polônia Enterrado há mais de 700 anos, homem possui uma lápide esculpida que indica possível posição de destaque na sociedade. 

Durante escavações no centro histórico de Gdańsk, cidade costeira no norte da Polônia, arqueólogos encontraram o esqueleto completo de um cavaleiro medieval enterrado sob o que foi, por décadas, um ponto comercial bastante conhecido da região.

O terreno abrigava a sorveteria Miś, inaugurada em 1962 e recentemente transferida para outro endereço. A descoberta começou no início deste mês, quando a equipe do Laboratório Arqueológico e de Conservação ArcheoScan identificou uma lápide de calcário gravada com a imagem de um guerreiro em armadura, empunhando espada e escudo.

A pedra, posteriormente datada entre os séculos 13 e 14, foi removida do local em 8 de julho e levada ao Museu Arqueológico de Gdańsk. Dois dias depois, os arqueólogos encontraram, um esqueleto humano em notável estado de preservação. “De acordo com análises preliminares, era um homem forte, com mais de 40 anos. Tinha cerca de 1,70 m de altura, talvez mais. Esse era o tamanho médio dos homens em Gdańsk na Idade Média. As mulheres, em média, eram 10 cm mais baixas”, disse a antropóloga Aleksandra Pudło, responsável pela análise dos restos mortais, em comunicado.

Neste comunicado foi informado que:

O esqueleto completo de um cavaleiro foi encontrado. Quem era ele? Como devemos chamá-lo? Na quinta-feira, 10 de julho, arqueólogos começaram a explorar um túmulo que data da virada dos séculos XIII e XIV no "castelo". Eles encontraram os restos de um caixão contendo um esqueleto e um crânio. De acordo com o exame preliminar, o homem era robusto, com aproximadamente 40 anos de idade e pelo menos 1,70 m de altura. Como sabemos que ele não era um morador comum de Gdansk? Graças à lápide sob a qual ele esteve enterrado por mais de 700 anos: um valioso monumento de calcário de Gdańsk esculpido com a imagem de um cavaleiro de armadura segurando um escudo. Era quase 13h quando o próprio crânio emergiu de debaixo das espátulas e escovas. Depois, a mandíbula e as vértebras cervicais. As horas seguintes revelaram o esqueleto inteiro sob as camadas de terra. A arqueóloga Sylwia Kurzyńska e a antropóloga Aleksandra Pudło, do Museu Arqueológico de Gdańsk, decidiram trabalhar incansavelmente nessa descoberta única — até recuperarem o espécime inteiro e o guardarem em sacos plásticos. Tudo isso devido às previsões meteorológicas de chuva forte em Gdańsk na sexta-feira. A água poderia ter danificado irreversivelmente o conteúdo da sepultura. "Sylwia, seu celular está tocando de novo! Deve ser seu marido!", gritou um dos trabalhadores da escavação. "Diga a ele que não posso mais! Estou na sepultura!"

Embora o crânio esteja mais desgastado, o conjunto ósseo foi descrito como “muito bem preservado”. Ainda não se sabe a identidade do cavaleiro nem a quem ele servia. “A lápide está surpreendentemente bem preservada, considerando que foi entalhada em calcário macio e ficou enterrada por séculos”, afirmou Sylwia Kurzyńska, arqueóloga e diretora da ArcheoScan.

“O cavaleiro aparece em pé, com a espada erguida. Só uma pequena parte dessas lápides incluía representações dos falecidos e, entre essas, a maioria trazia apenas gravuras simplificadas em placas planas, feitas para pisos de igrejas. Todas as evidências sugerem que o falecido pertencia à elite social – muito provavelmente um cavaleiro ou comandante altamente respeitado”, acrescentou.


Durante a Idade Média, Gdańsk foi palco de disputas entre diversas forças. A cidade foi tomada no início do século 13 pela Ordem dos Cavaleiros Teutônicos, um grupo militar católico de origem alemã saxônica.

Antes disso, a região era controlada pela dinastia polaca Sobiesław, ativa entre os séculos 11 e 12. Sem uma datação precisa da sepultura, ainda não é possível afirmar se o enterro ocorreu antes ou depois da invasão teutônica.

A ausência de brasão de armas também dificulta a identificação direta do personagem. A descoberta se soma a outras importantes feitas no mesmo terreno desde que ele foi transformado em um sítio arqueológico, há dois anos.

A empresa que adquiriu o lote para futuros empreendimentos teve que realizar escavações obrigatórias antes do início das obras – e acabou revelando camadas inteiras de história soterrada sob a cidade moderna.

Em 2024, arqueólogos identificaram ali os restos de uma igreja de madeira datada de cerca de 1140, considerada a mais antiga já encontrada em Gdańsk. Com 14 por 14 metros, o templo medieval foi acompanhado por um cemitério com mais de 200 sepulturas, das quais apenas oito apresentavam lápides (incluindo a do cavaleiro).



Também foram localizados vestígios de casas do século 12 e 13 e uma antiga rua da cidade medieval. “Era um espaço de poder, fé e sepultamento – um local de importância simbólica e estratégica na de Gdańsk”, destacou Kurzyńska.

Com base na qualidade da lápide e na raridade da sepultura, os especialistas acreditam que esta pode ser a única tumba desse tipo já encontrada na Polônia. Por isso, o objeto passará por uma série análises detalhadas, incluindo modelagem em 3D, para tentar reconstituir sua aparência original e decifrar os elementos perdidos com o tempo. Já o esqueleto passará por um exame antropológico aprofundado, que deve fornecer mais pistas sobre a saúde, alimentação, possíveis doenças e até a origem geográfica do indivíduo. Segundo Pudło, os resultados podem começar a ser divulgados já no próximo ano.

Fontes: Super Interessante e gdańsk.pl

The Voice of Poland em Curitiba

Vem aí o THE VOICE OF POLAND - América do Sul em Curitiba!


Se você ama cantar e tem uma conexão com a cultura polaca, essa é sua chance!

O concurso internacional "The Voice of Poland" chega pela primeira vez a América do Sul e as inscrições estão abertas até o dia 31 de julho de 2025.

Podem participar pessoas que moram na América do Sul e gostam de música polaca – basta enviar seus vídeos e preencher o formulário de inscrição no site:


Um júri profissional irá selecionar 32 participantes para a fase presencial ,em Curitiba, na Casa da Cultura Polônia Brasil, no dia 22 de agosto.

Os finalistas se apresentarão na grande final no dia 23 de agosto de 2025, às 19 horas, na Casa da Cultura Polônia Brasil (Rua Ébano Pereira, 502, Curitiba/PR).

E mais: o concurso terá um prêmio especial no valor de 1000 euros, oferecido pela Associação de Artistas Intérpretes SAWP.

A final contará com banda ao vivo sob a direção de Cezariusz Gadzina. Entrada livre para o público! Venha prestigiar e torcer pelos talentos da nossa comunidade!

Inscrições até 31/07 – Final ao vivo em 23/08, Curitiba.

Mais informações: www.thevoiceofpolonia.eu

Este projeto é financiado no âmbito do apoio do Senado da República da Polônia à diáspora polaca e aos polacos no exterior em 2025 e tem apoio da TVP Polonia, da Associação dos Artistas Intérpretes SAWP, Fundação TAK "Temat Aktualny Kultura", Casa da Cultura Polônia Brasil e Sociedade Polono-Brasileira Tadeusz Kościuszko.

Cezariusz Gadzina

Saxofonista formado pela Academia de Música Frederic Chopin, em Varsóvia, Polônia (na classe de saxofone clássico do saxofonista americano David Pituch), pelo Lemmensinstituut em Leuven, Bélgica (na classe de saxofone clássico do saxofonista holandês Ed Bogaard) e pelo Conservatório Real de Música de Bruxelas, Bélgica (na classe de saxofone jazz do saxofonista americano John Ruocco).

No Conservatório Real de Bruxelas, estudou também regência sinfônica com o maestro britânico Frank Shipway. Vencedor de diversos prêmios e distinções, entre os quais os mais importantes são: o 1º lugar no Concurso Europeu de Jazz em Sorgues/Avignon, França, e duas vezes finalista no Concurso Internacional de Jazz em Hoeilaart, Bélgica. Recebeu a Chave de Ouro para Carreira no Pomeranian Jazz Autumn.

Foi bolsista do Governo Belga. Recebeu uma bolsa do Berklee College of Music em Boston, EUA. Apresentou-se em diversos festivais de música: Festspiele em Salzburgo, Ars Musica em Bruxelas e Zagreb. Bienal, Bienal de Bonner em Bonn, Festival Aca em Maiorca, Outono de Varsóvia, Jamboree de Jazz em Varsóvia, Maratona de Jazz de Bruxelas, Jazz em Liège e Jazz Kroegentocht em Ghent, Jazz Nord em Lille, Azawane Laayunne Internacional – Marrocos e muitos outros.

Tocou como solista com diversas orquestras sinfônicas – Orquestra da Rádio Dinamarquesa, Orquestra de Câmara da Rádio Polaca, Orquestra de Câmara de Bruxelas – Ricercare, Filarmônicas do Báltico em Gdansk, Filarmônicas de Białystok, Kalisz, Wałbrzych, Koszalin, Kielce, Opole, Poznań Trabalhou também com a Filarmônica Nacional de Varsóvia, a Orquestra da Ópera Nacional de Varsóvia e a Orquestra da Ópera "De Munt" de Bruxelas, o Ictus Ensemble de Bruxelas, o Ensemble de Música Nova de Bruxelas, o Urban Sax de Paris, entre outros.

Em 2004, Cezariusz Gadzina, como primeiro saxofonista polaco, gravou com a Orquestra de Câmara da Rádio Polaca "Amadeus", regida por Agnieszka Duczmal, o primeiro concerto polaco para saxofone – Concertino de Roman Palester, escrito em 1938 e perdido durante a Segunda Guerra Mundial.



P.S. Quem não conseguir preencher o formulário, por não entender o idioma polaco, estou a disposição para ajudar.

domingo, 20 de julho de 2025

Hoje: 20 anos de existência deste blog

20 ANOS DO BLOG

JAROSIŃKI DO BRASIL

A Polônia em português

do jornalista Ulisses Iarochinski


- MAIS DE UM MILHÃO DE VISUALIZAÇÕES
- 2.977 PUBLICAÇÕES - 1.958 COMENTÁRIOS
- BLOG DEDICADO ARTE, CULTURA, CURIOSIDADE, CIDADANIA, HISTÓRIA, IDIOMA, POVO, POLÍTICA, TURISMO E NOTÍCIAS DA POLÔNIA.


Há exatos 20 anos, no dia 20 de julho de 2005, desativei o portal que mantinha em um provedor de Internet, em Curitiba, para o qual eu pagava mensalidade já há 11 anos, a fim de falar assuntos da imigração polaca no Brasil. O portal “Saga dos Polacos”, estava hospedado no endereço http:// www.ui.jor.br.

Já tinha transformado o portal em um livro, lançado em novembro de 2000, com o título “Saga dos Polacos – A Polônia e seus emigrantes no Brasil". Mas, após cinco anos na Polônia, manter o portal no provedor curitibano tornou-se oneroso e difícil.

Naquele verão polaco, eu era o único estudante na Casa de Estudantes do Przegorzały - uma colina no bairro Zwierzyniec, pertencente à Uniwersytet Jagielloński de Cracóvia. Todos os outros estudantes já haviam concluído seus cursos ou estavam de férias. Restaram eu e os funcionários, já que a casa permanecia aberta pra eventuais hóspedes.



O Przegorzały está localizado a 6,5 quilômetros a oeste do centro da cidade, no Bosque Wolski, a leste do bairro de Bielany e a oeste do Monte Kościuszko, com vista para o rio Vístula
Possui várias reservas naturais e mantém um caráter semi-rural.

Mas, voltando ao tema: havia acabado de escrever um artigo acadêmico para entregar ao meu orientador do doutorado. Pesquisando na Internet, descobri que eu poderia ter um site ou algo parecido sem precisar pagar mensalidade para um provedor de Internet.

Era o Blogger, também conhecido como Blogspot, criado em agosto de 1999 pela Pyra Labs. Em 2003, a plataforma foi adquirida pelo Google, e eu não sabia nada disso.

O Blogspot tinha se tornado um dos primeiros serviços de blog gratuitos e populares. Já tinha algum conhecimento da linguagem HTML, pois vinha criando sites desde 1994, e o Blogspot, além de ser gratuito, era muito mais fácil de usar. Foi assim que postei aquele artigo, em português, intitulado “Porque Polaco”.


A princípio, eram poucos os visitantes ou leitores do blog, mas o fato dele permitir que eu continuasse exercendo minha profissão de jornalista me oferecia um mundo inteiramente novo: a Polônia recém-inserida na União Europeia, ser mostrada para os descendentes de imigrantes polacos do Brasil.

Além disso, mantinha contato com os leitores do meu portal e do livro “Saga dos Polacos” (que, em novembro próximo, completa também 25 anos de publicado...e ainda vende!).

No entanto, o acúmulo de leituras obrigatórias do doutorado e das pesquisas para artigos acadêmicos e para a tese, que viria a ser “Cruz Machado – a Lenda virou História”, consumia todo o tempo, tanto livre quanto não livre.

Assim, a segunda publicação no blog veio apenas na última semana de janeiro do ano seguinte.

Quem já passou o inverno inteiro na Polônia sabe: em outubro o céu começa a ficar nublado, a ventania bate forte nas árvores, derrubando todas as folhas. O dia fica mais curto.

O inverno chega em novembro, e com ele, as primeiras nevascas e temperaturas abaixo de zero. Em dezembro, às 15h30, já é noite. O céu continua nublado. Nada de sol, nada de lua, nada de estrelas.

Naquele domingo, ainda na cama, acordei com os raios de sol inundando meu quarto e bateram no meu rosto. Olhei através da fina cortina branca e vi o céu azul. Não podia ser.

Só podia estar sonhando com o verão. Que nada! Não era sonho. O céu realmente estava azul e o sol brilhava.

Levantei-me, nem tomei o chá da manhã. Coloquei meia de lã, ceroula, calça de alpinista forrada, camiseta de flanela, duas blusas de lã, um casacão de alpinista, uma manta (cachecol) ao redor da barba crescida, toca, capuz, luvas de couro e lã por dentro e saí correndo da casa, munido de uma pequena máquina fotográfica e de um celular.

A ideia era aproveitar para tirar o máximo de fotos com aquela visão magnífica de sol, céu azul e o branco da neve acumulada - mais de 1,5 de altura. O contraste certamente será incrível, pensei. Estava lá no meio daquele bosque, com a Baszta (torre de defesa) e o Castelo do Przegorzały ao lado. Fotos ficaram incríveis.

O dedo coberto com a luva apertava o obturador da câmera sem parar. De repente, o celular tocou. Tirei a luva para apertar o botão do celular, levei-o ao ouvido e abaixei o cachecol para falar. Não consegui movimentar a mandíbula para abrir a boca e dizer: “Sucham” (escuto).

Estava completamente travada, congelada. Dei uns grunhidos e desisti de falar.

Enquanto colocava o celular no bolso, vestia a luva e recolocava o cachecol, percebi algo endurecido no meu bigode e no cavanhaque. A respiração do nariz e o bafo da boca haviam virado gelo e estavam grudadas pedrinhas nos pelos.

Aproveitei e tirei esta foto.

Ela foi minha segunda publicação no blog.

Enviei ainda a mesma foto para o jornal Tribuna do Paraná, de Curitiba, e ela foi publicada pelo jornalista e cartunista Dante Mendonça, não só em sua coluna, mas também no jornal O Estado do Paraná.



Sim, estava muito frio.

Desci os mil metros de altitude da colina do Przegorzały e fui para o ponto de ônibus lá embaixo. Logo chegou o coletivo, quentinho lá dentro. Ao passar pela loja de departamentos Jubilat, às margens do rio Vístula, pude ver o luminoso de neon informando a temperatura: 33 graus negativos.

Foi essa a temperatura que travou minha mandíbula. Aquela temperatura se manteve por duas semanas, até o dia 10 de fevereiro. A repercussão da foto junto aos leitores da Tribuna e do Estado do Paraná foi grande. Isso me motivou a encontrar tempo para novas publicações no blog. Estes foram os textos que publiquei no blog ao completar 5, 10 e 15 anos:



Na verdade, são duas as Santas Edvirges. E ambas da Polônia.

A primeira, embora tenha nascido no Reino da Bavária, foi esposa do Duque da Silésia polaca, Henrik. Isso ocorreu em um período em que o reino da Polônia foi dividido em vários ducados, só voltando a ser reino com a reunificação feita pelo Duque Władysław I, de Cracóvia.

Em idioma polaco Edvirges é Jadwiga.

A segunda Jadwiga, embora nascida na Hungria, era sobrinha do rei Casimiro – o Grande, e foi entronizada como Rei da Polônia aos 12 anos de idade. Ela virou rainha, quando se casou com o Grão-Duque da Lituânia, que se tornou rei das duas nações.

Jadwiga, filha de Elżbieta da dinatia polaca dos Piast, foi quem criou a primeira universidade da Polônia, a Uniwersytet Jagielloński de Cracóvia, nome dado em homenagem a seu esposo lituano Jagiellau.

Essa Jadwiga foi canonizada pelo Papa João Paulo II e seu sarcófago com seus restos mortais, está na Catedral de Wawel, em Cracóvia, próxima ao Palácio onde ela foi Rei e Rainha. Esta Santa Jadwiga (Edvirges) é padroeira da Polônia e da União Europeia.

Quando o blog completou 10 anos, a publicação foi a seguinte:



Além de ser intitulada a “Terra da Cerveja”, “Terra da Vódca”, “Terra do Linho”, “Terra do Âmbar”, a Polônia também é a “Terra das Sopas e Consomês e Caldos”.

As minhas preferidas são a de Cogumelos (Zupa Grzybowa), a de Farinha Azeda de Trigo Sarraceno (Żurek) e a cremoso de Pepinos Frescos (Zupa Ogórkowa). Tem lugar ainda no meu paladar o caldo, ou consomê, o “Barszcz Czerwone” (Caldo de Beterraba).

Atenção: não se deve traduzir Barszcz por Borscht (isso é em inglês). A Tradução correta é Caldo de Beterraba.

Quando fez 15 anos de existência, a publicação foi esta:
Já em 2020, a Polônia estava dividida entre a extrema-direita e o centro, com apoio da esquerda.

Fato que se repetiu recentemente, em junho passado, quando o vencedor, desconhecido da extrema-direita venceu com pouco mais de 1%.

Durante esta semana que passou, fui contemplado com uma breve exposição de algumas de minhas reportagens do blog na Rua da Cidadania, do Bairro Boa Vista, em Curitiba

Algumas delas foram transformadas em painéis:

"Pisanki - ovos coloridos da Polônia",
publicada em 23 de abril de 2022.


"Orações católicas em idioma polaco",
publicada em 19 de fevereiro de 2014



"A carroça é contribuição polaco para o Brasil",
publicada em 19 de dezembro de 2010.



"Wycinanki - arte do papel recortado",
publicado em 4 de maio de 2010.


Nestes 20 anos de existência, os quatro anos que registraram o maior número de publicações foram:

- 2008 - 696 publicações
- 2009 - 472 publicações
- 2008 - 404 publicações
- 2010 - 379 publicações

Estes recordes, coincidentemente, foram registrados após o encerramento dos meus estudos de cultura e idioma polaca, o doutorado em história e o mestrado em cultura internacional. Todos eles na Universidade Iaguielônica de Cracóvia e minha volta ao Brasil.

O blog, neste 20 de julho de 2025, o  apresenta os seguintes dados de leitura, visualização, comentários, e público atingido:



166 seguidores, 2.977 publicações, 1.958 comentários
1.153.961 visualizações, sendo 28.422 no último mês de junho.

ALERTA:
Neste blog, todos os textos apresentam tão somente as palavras: POLACO e POLACA (também no plural), pois o autor É convicto que estes sejam os termos adequados e corretos para denominar o gentílico (e seus descendentes) da Polônia em língua portuguesa, como aliás, fazem os demais 7 países lusófonos ao redor do mundo.

SE POLACO É PEJORATIVO PARA ALGUNS
POLONÊS É PRECONCEITUOSO PARA OUTROS TANTOS.

E POLÔNICO E POLONIJNY SÃO TERMOS DIVISIONISTAS.

O SANGUE QUE CORRE EM ALGUÉM NASCIDO NO BRASIL, OU FORA DAS FRONTEIRAS DO ATUAL TERRITÓRIO DA POLÔNIA É O MESMO:
POLSKA KREW