segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Polônia quer repatriar polacos e seus descendentes

O governo da Polônia quer lançar um projeto para tentar trazer para casa as centenas de milhares de polacos que moram em outros países, plano que contrasta com a rejeição em receber refugiados, conforme o sistema de cotas proposto pela Comissão Europeia (CE, órgão executivo da União Europeia).

Cerca de 20 milhões de pessoas formam a diáspora polaca, apesar de apenas um terço ter nascido na Polônia. A maior parte é descendente de polacos que deixaram o país nos últimos 150 anos por causa de guerras e outros problemas similares, mas também por questões econômicas.
Exemplo recente é emigração de perto de 1 milhão de cidadãos polacos para Reino Unido e República da Irlanda. Os imigrantes polacos representam 3% da população na Irlanda. Já no Reino Unido, o polaco é a segunda língua mais falada depois do inglês, como consequência da avalanche de trabalhadores da Polônia que chegaram ao país depois do ex-primeiro-ministro Tony Blair (1997-2007) ter aberto o mercado de trabalho para os cidadãos do leste da União Europeia.


O novo presidente polaco, o nacionalista-ultraconservador Andrzej Duda, insiste que é preciso fazer com que esses emigrantes retornem. Ele afirma que eles trarão experiência, novos conhecimentos e novas famílias, algo necessário em um país que enfrenta baixos índices de natalidade e um envelhecimento progressivo da população.
Andrzej Duda
Mas o plano de Duda vai mais longe e busca melhorar a imagem da Polônia no exterior, devolver às raízes do país os que o deixaram, através do reforço do ensino do polaco, além de fornecer incentivos para aqueles que quiserem voltar para casa. "Temos consciência de que muitos de nossos compatriotas em outros países já perderam a nossa nacionalidade, falam outra língua e não conhecem nosso idioma", disse recentemente o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Grzegorz Schetyna.
O ministro, que anunciou programas para colaborar com os países onde vive a maior parte dos polacos no exterior, reconheceu também que inicialmente a aproximação deverá ser "na língua do local no qual eles residem".
Grzegorz Schetyna
Trata-se de um ambicioso plano para "reeducar" esses milhões de polacos ou descendentes distribuídos por países como Brasil, Argentina, Alemanha, Ucrânia, Reino Unido e Estados Unidos, onde cerca de dez milhões de pessoas declararam ter origem polaca.
"Não me parece algo fácil, já que na Polônia os salários são muito baixos e quase não dispomos de auxílios sociais. Existem mais oportunidades fora", Anna Przewoska, polaca que mora há seis meses em Londres.
A fuga de profissionais que afeta o país nos últimos anos se soma aos baixíssimos índices de natalidade, o que projeta um panorama desolador para o ano de 2060, no qual, segundo o Eurostat, a Polônia poderia perder 18,3% de seus habitantes, com mais de um terço de toda população acima dos 65 anos.
O número de polacos com menos de 15 anos caiu 40% durante os últimos 23 anos, enquanto a população com mais de 65 anos cresceu cerca de 50%. "Sobretudo desde que entramos na União Europeia (2004) é notável a mudança de tendência na Polônia, especialmente nas regiões urbanas, onde os casais cada vez se casam mais tarde e, em muitos casos, têm apenas um filho ou nenhum, algo impensável há 20 anos", disse a socióloga Małgosia Woś.

Estátua do Santo João Paulo II na cidade de Częstochowa 
Uma das razões pelas quais muitos polacos migraram para o Reino Unido são as ajudas por filho, o que faz com que a taxa de natalidade entre as mulheres polacas seja maior no território britânico do que no país de origem.
No início desse ano, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, anunciou que irá propor novas normas à UE com o objetivo de limitar o acesso dos imigrantes aos benefícios sociais oferecidos pelo governo britânico.
Ele citou os polacos como exemplo de abuso de generosidade do sistema. O plano do governo polaco para trazer de volta os emigrantes contrasta com a rejeição à proposta da CE de estabelecer cotas para dividir os refugiados nos países do bloco.
Segundo o projeto, a Polônia deveria aceitar os pedidos de asilo de 2.659 eritreus e 40.000 sírios que chegaram à Itália e à Grécia, além de outros 962 refugiados procedentes de acampamentos de fora da União Europeia.
O número de imigrantes ilegais que ingressou em território polaco chegou na primeira metade do ano a 2.900, quase o dobro que no mesmo período de 2014, mas muito abaixo do registrado em Itália, Grécia e Hungria.
A maior parte deles não tem intenção de permanecer na Polônia, mas fixar residência em países da Europa Ocidental.

Fonte: Agência de notícias EFE

Ana Cristina Panek expõe na Polônia: “UM OLHAR”

O Centro de Cultura Judaica - CCJ - em Cracóvia, na Polônia, receberá a exposição fotográfica a partir do dia 17 de setembro.


Filha de polacos - o pai foi herói do Levante de Varsóvia e a mãe fez uma carreira científica internacional - que vieram para o Brasil para fugir dos horrores da Guerra, Ana Cristina Panek, ou “Ania”, como assina em suas fotos, nasceu com um instinto de observação cheio de peculiaridades.


“A formação de Ania como cientista fez dela um observador arguto, capaz de encontrar nos objetos e nas formas mais simples da vida cotidiana, imagens que prendem a atenção”, conta o curador da exposição Pedro Soares de Araújo.
O enfoque no rosto e no torso de pessoas passou a refletir o interesse da artista naqueles que trazem marcas evidentes da vida. “A fotografia é um paradoxo, um conflito. Vejo a beleza e também o lado obscuro das coisas. Quando fotografo surge uma relação íntima com aquilo que amo e que o tempo irá levar embora. É a beleza colorida da tristeza”, explica.
A exposição é composta por 25 quadros que revelam ao público o seu modo de ver e a emoção a isto associada. “Verifiquei que nos anos de 2009 a 2011, Ania fotografou a família de todas as formas e ângulos possíveis. Já em 2013 passou a concentrar a sua atenção em detalhes ou pedaços peculiares das coisas a sua volta”, completa seu curador.


Exposição “Um Olhar” – Ana Cristina Panek
Quando: 17/09 até 27/10, às 19h.
Onde: CCJ – Centro de Cultura Judaica de Cracóvia – Polônia.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Trem de ouro nazista encontrado na Polônia?

O trem de ouro pode ter sido encontrado na Colina de Sowich - Foto: Mieczysław Michalak 
Um trem nazista que estaria carregado com ouro, pedras preciosas e armas teria sido encontrado na Polônia.
Segundo a imprensa polaca, dois homens alegaram ter achado a "relíquia" que teria desaparecido ainda durante a Segunda Guerra Mundial.
O trem teria sumido em um local próximo ao que hoje é a cidade de Wrocław quando forças da União Soviética se aproximaram em 1945.
Os homens que encontraram o trem entraram em contato com um escritório de advocacia polaca para comunicar o achado. Os dois pedem "apenas" uma recompensa equivalente a 10% do valor do carregamento.


Portais de Internet polacos afirmam que a descrição do trem que teria sido encontrado corresponde à do comboio mencionado em relatos folclóricos da região que dizem que o trem era usado para transportar ouro e pedras preciosas e teria desaparecido no fim da guerra, próximo ao castelo Ksiąz.
O escritório de advocacia contatado pelos homens fica em Wałbrzych, a 3 km desse castelo. "Advogados, o exército, a polícia, e a brigada de incêndio estão cuidando disso", disse Marika Tokarska, representante do conselho distrital de Wałbrzych.
"Aquela área nunca foi escavada antes e não sabemos o que podemos encontrar." Dois websites de Wałbrzych dizem que o trem tinha instalado guaritas de onde soldados armados podiam defender o comboio.
Segundo o walbrzych24.com, um dos homens que alegam ter encontrado o trem era polaco e o outro era alemão.
Ainda de acordo com o portal, eles teriam comunicado as autoridades locais que formaram um comitê emergencial liderado pelo prefeito para investigar as alegações.
Outro site, o Wiadomości Wałbrzyskie, disse que a composição teria 150 metros de comprimento e carregaria 300 toneladas de ouro.
Joanna Lamparska, uma estudiosa da história de Wałbrzych, disse à Rádio Wrocław que havia rumores de que o trem teria desaparecido em um túnel e que transportava ouro e material perigoso à bordo.
A rádio acrescenta que pesquisas anteriores feitas na mesma área para encontrar o trem não foram bem-sucedidas.
Já o maior jornal do país, o Gazeta Wyborcza, publicou fotos dos túneis onde poderia estar o trem de ouro e em manchete pergunta e não afirma se realmente o tesouro foi encontrado: Odkryto hitlerowski złoty pociąg? (Descoberto trem de ouro de Hitler?)

Foto: Mieczysław Michalak 

sábado, 15 de agosto de 2015

Częstochowa: maior peregrinação a pé do mundo


A Polônia está na estrada desde maio para as peregrinações ao Santuário de Jasna Góra (pronuncia-se iásna gura - Monte Claro).
A culminação das caminhadas acontece de hoje 15 de agosto a 26 de agosto - dia de Nossa Senhora de Częstochowa (pronuncia-se Tchenstórróva), ou da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria.


As paróquias organizam os grupos de peregrinos que ao longo do percurso de 30 km diários de caminhada são recebidos para pernoite por fiéis de paróquias das cidades seguintes, na direção da cidade de Częstochowa. Dia seguinte, os anfitriões que receberam os fiéis das cidades anteriores, seguem junto com os visitantes para o destino comum: Częstochowa. Nesta cidade está guardado o quadro da Czarna Madona - Nossa Senhora Negra, a Rainha da Polônia.
Neste 15 de agosto junto com 164 grupos de peregrinos de diversas cidades dos quatro cantos da Polônia, tradicionalmente, chegam os batalhões de soldados do exército, aos milhares.


Dependendo da distância das paróquias de origem, estes grupos de peregrinos católicos (95% da população do país se declara católica apostólica romana) percorreram entre 30 km a mil quilômetros a pé.
Apenas como exemplo da quantidade de peregrinos:
de Varsóvia já chegaram hoje, 5 grupos de peregrinos dos 304 que chegaram e ainda vão chegar até o dia 26 de agosto: primeiro grupo 5600 pessoas, segundo grupo 3700 pessoas, terceiro grupo 1600 pessoas, quarto grupo (de deficientes físicos em cadeiras de rodas) 638, quinto grupo com 420 pessoas.
Também chegaram 88 grupos de peregrinos que vieram de bicicleta com 5 mil pessoas.

Nos últimos dias, os grupos mais numerosos de peregrinos que chegaram, vieram das cidades de Cracóvia (35 grupos com 8500 pessoas), de Radom (37 grupos com 6300 pessoas) de Varsóvia (5 grupos com 5600) pessoas.
Os caminhos mais longos percorridos foram de 31 grupos de peregrinos de Lukecin (640 km em 20 dias de caminhada) e Świnoujście (621 km em 19 dias); 34 grupos que partindo de Hel andaram 634 km em 19 dias (Hel fica numa estreita península do Mar Báltico); 33 grupos de Ustka, incluindo pessoas de Koszalin e Kołobrzeg que percorreram a pé 630 km em 19 dias.
E os 23 grupos de Suwałki e Gołdap que fizeram 493 km. Os peregrinos de Ełcka percorreram 559 km em 17 dias.


Interprograma sobre Częstochowa produzido para TV Educativa do Paraná (É-Paraná) em 2010.



sexta-feira, 7 de agosto de 2015

"Semo polaco non semo fraco" há 7 anos em cartaz


“Semo Polaco Non Semo Fraco” está há sete anos arrancando risos e gargalhadas nos teatros de Curitiba e Araucária.
Desta vez a comédia inspirada na cultura polaca, apresenta o personagem Isidório Duppa envolvido com uma garota de programa.
Perseguido por Trambolhão, o leão-de-chacara, Isidório sai pelo mundo contando sua história.
Direção de Juscelino Zilio, texto de Gláucio Karas.
Elenco: Ademar Volpi, Edy Nascimento, Gláucio Karas, Juscelino Zilio e William Barbier.
De 07 a 29 de agosto, às 21 horas, Teatro Barracão, Rua 13 de maio, 160, Curitiba.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Andrzej Duda toma posse como Presidente da Polônia


O presidente eleito da Polônia, o conservador e nacionalista Andrzej Duda, tomou posse nesta quinta-feira de seu cargo, respaldado pelo principal partido da oposição na Polônia, PiS - Direito e Justiça, após sua vitória nas eleições presidenciais realizadas no último mês de maio.
Duda, sexto presidente da Polônia desde a queda do comunismo em 1989, se dirigiu em uma sessão conjunta ao parlamento e ao Senado em discurso no qual defendeu uma maior presença da OTAN na Europa Oriental e pediu mudanças na política externa polaca. "Mas mudanças que não representem uma revolução", esclareceu.


Em sua mensagem, Andrzej Duda (pronuncia-se ándjei dúda), de 43 anos, também defendeu "reforçar" a posição da Polônia na União Europeia e o fortalecimento do exército.
O país centro-europeu realizará eleições generais no próximo mês de outubro, para as quais as últimas pesquisas apontam que o Partido da Plataforma Cívica / PO - Plataforma Obywatelstwa) poderia perder sua hegemonia e passar o bastão ao PiS, após oito anos de governo.
Na Polônia, é o primeiro-ministro quem controla o governo, enquanto o presidente exerce sua influência como chefe de Estado, das forças armadas e principal responsável em política externa, além de dispor da faculdade de propor e vetar leis.