quarta-feira, 22 de junho de 2022

Lwów protegendo seus bens culturais

                                Lwów no século XV - quadro de de Georg Braun e Frans Hogenberg - 1625 

Como a antiga cidade polaca do Leste está tentando salvar o passado para preservar o futuro. Lwów está protegendo seu patrimônio cultural inestimável de forma decidida.

A cidade dos Leões está cuidando de seus monumentos culturais da agressão russa. Desde que a invasão russa começou na Ucrânia há meses, e os ocupantes russos estão bombardeando cidades e vilarejos ucranianos, para não mencionar os museus ucranianos, as autoridades de Lwów decidiram salvar os inestimáveis monumentos da cidade de serem completamente destruídos.

Foto: Halina Tereshchuk

O bairro armênio de Lwów é um dos mais antigos da região. A catedral armênia dos séculos 14/15 é um monumento inestimável da cultura oriental na Europa. Seus afrescos e vitrais foram restaurados e outras reformas estavam em andamento antes do início da invasão. Hoje, a equipe do museu e os restauradores enfrentam a tarefa de proteger esses tesouros culturais da agressão russa.

No pátio armênio, uma capela de madeira esculpida foi envolta em material especial. No seu interior encontra-se o altar mais antigo não só de Lwów, mas de toda a Ucrânia. Ele é composto por três figuras – Cristo crucificado, a Virgem Maria e Maria Madalena - todas montadas num encosto de madeira. O Cristo foi esculpido no século 15, e as outras duas esculturas datam do século 18. Restauradores já desmontaram o altar e encobriram as figuras.

Pátio armênio protegido de tiros. Foto: Halina Tereshchuk

Enquanto o mundo pondera se deve fechar os céus sobre a Ucrânia, Lwów está encobrindo monumentos do patrimônio mundial, de acordo com Lilia Onyshchenko-Shvets, diretora de Preservação do Ambiente Histórico da Câmara Municipal de Lwów, o velho centro histórico da cidade, uma área central de quase 150 hectares, foi adicionado à Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO em 1998.

“Os monumentos aqui datam dos séculos 13 a 20 e representam edifícios de vários períodos, estilos arquitetônicos e a mistura de nacionalidades residentes de Lwów ao longo da história, particularmente armênios, alemães, polacos (católicos e protestantes), polacos de origem judaica e rutenos".diz Lilia Onyshchenko-Shyets, e completa, “Atualmente, estamos protegendo o patrimônio do mundo, não apenas a Ucrânia, mas não podemos ter certeza de que o patrimônio mundial será suficiente para deter o inimigo”.

A Catedral Latina em Lwów protegida de tiros. Foto: Halina Tereshchuk

Nestes tempos de adversidade, Lwów também está tentando salvar centenas de vitrais, cobrindo-os com telas de proteção, alguns estão até sendo derrubados.

A cidade também está garantindo a sobrevivência de preciosas esculturas e grupos escultóricos. Operários cobriram as estátuas de Diana, Netuno, Anfitrite e Adonis que enfeitaram as bacias octogonais das fontes do mercado por três séculos. Os monumentos foram envoltos em tecido à prova de fogo, fibra de vidro e uma película especial, depois cobertos com sacolas feitas sob medida. Onyshchenko-Shyets observa que isso não salvará uma estátua de um ataque direto de mísseis, mas poderia impedir que fortes ondas de choque quebrassem uma escultura em pedacinhos.

Ao lado dessas esculturas famosas fica a Basílica da Assunção da Virgem Maria, dos séculos 14 a 18, também conhecida como a Catedral Latina. Todas as esculturas dos apóstolos ao redor da igreja já foram protegidas e o grupo escultórico do século 17 "A Sepultura do Senhor" foi coberto. Sua figura de Cristo deitado em seu túmulo foi removida durante os tempos da União Soviética e só foi restaurada em seu lugar em meados da década de 1990.

Uma escultura de um Apóstolo da Catedral Latina em Lwów, protegido de bombardeios,
Foto: Halina Tereshchuk

Todo o complexo da Catedral de São Jorge está na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO: a Catedral de São Jorge, o Palácio Metropolitano, o campanário, as casas capitulares e o jardim. Alguns de seus elementos arquitetônicos já receberam coberturas de proteção, mas as obras continuam.

No momento em que a Rússia invadiu a Ucrânia, funcionários de museus, galerias e bibliotecas de Lwów começaram a transferir obras de arte e artefatos para armazenamento seguro. Exposições do Museu Nacional na cidade também foram escondidas, deixando suas paredes vazias. Aliás, a coleção do museu conta com quase 200.000 exposições.

Roman Zilinko, pesquisador do Museu Nacional, descreveu como eles trabalharam dia e noite para remover exposições durante os primeiros dias da guerra. Ele explicou:

"Durante as duas últimas semanas desmontamos, empacotamos e guardamos todas as nossas exposições, deixando o museu praticamente nu. Possíveis riscos para os locais onde tesouros inestimáveis estão sendo armazenados também foram avaliados. As obras de arte devem ser embaladas, o que começamos a embalar assim que as explosões foram ouvidas perto de Lwów. Muito poucas das esculturas da cidade foram escaneadas e digitalizadas. No que diz respeito aos museus ucranianos, embora essa guerra já esteja acontecendo há oito anos, os funcionários do museu foram deixados sozinhos para lidar com tudo. Vários cofres e instalações deveriam ter sido preparados para situações extremas como uma guerra, mas não foram. Estamos simplesmente desmaiando de exaustão."

Todas as paredes dos museus de Lwów foram esvaziadas nas últimas semanas e todas as suas portas estão sendo fechadas neste período de invasão russa.

A Cidade dos Leões possui mais de 2.500 monumentos históricos e arquitetônicos no total. A antiga cidade polaca de Lwów espera que sua herança cultural de séculos passados seja poupada.

Click no link para o youtube para assistir a entrevista:


Autor: Halyna Tereshchuk
(Correspondente do Serviço Ucraniano da RFE/RL. Formada na Franko National University em Lwów, trabalhou como jornalista em jornais e emissoras de TV por muitos anos. Ela se juntou à Radio Liberty em 2000.)

Tradutor: Ulisses iarochinski


domingo, 12 de junho de 2022

Entre os 5 melhores do mundo: Curitiba e Gdańsk

Os cinco melhores aeroportos do mundo segundo a empresa alemã AirHelp, a maior especialista mundial em direitos do passageiro aéreo.

A lista considera 132 aeroportos ao redor do planeta, avaliando três parâmetros: atrasos nas partidas e chegadas, qualidade do serviço e lojas e restaurantes disponíveis.

Entre estes, um é brasileiro e um é polaco (adivinhe quais):

1. Hamad International Airport — Doha, Qatar — 8.39
2. Tokio International Airport — Tóquio, Japão — 8.38
3. Athens International Airport — Atenas, Grécia — 8.38
4. Afonso Pena International Airport — Curitiba, Brasil — 8.37
5. Gdańsk Lech Wałęsa Airport — Gdańsk, Polônia -8.35

CURITIBA


É um caso raro! Aeroportos brasileiros ocupando lugar no Top10 de qualquer ranking internacional de melhores aeroportos do mundo. Entretanto, na avaliação da empresa AirHelp, o Aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, chegou ao quarto lugar da lista deste ano.

O local obteve uma pontuação total de 8,37, sendo 8,4 para pontualidade, 8,4 para qualidade do serviço e 8,3 para qualidade do varejo (lojas e alimentação).


Inaugurado em 1944, atualmente o aeroporto de Curitiba tem capacidade de receber cerca de 15 milhões de passageiros por ano.

Em 2018, foi eleito o melhor aeroporto do Brasil, assim como nos dois anos anteriores, em pesquisa realizada entre os usuários e organizada pelo Ministério dos Transportes.

Curitiba é a capital do Estado do Paraná e está localizada a 934 metros de altitude no Primeiro Planalto Paranaense, a mais de 110 quilômetros do Oceano Atlântico, distante 1.386 km ao Sul de Brasília, capital federal.

Curitiba está Com 1.963.726 habitantes.

Em 1668, foi erguido um pelourinho por Gabriel de Lara, no povoado de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.

Um grupo integrado por dezessete povoadores assistiu ao erguimento do pelourinho.

Alguns, entretanto, atribuem a criação da localidade a Eleodoro Ébano Pereira.

Oficialmente seu aniversário é comemorado em 29 de março, considerando sua elevação ao status de Vila, em 1693.

Mas, segundo Rafael Pires Pardinho, ouvidor-geral da vila em 1721, o ano de criação de Curitiba é, na verdade, 1661, este sim, o ano considerado como oficial.


GDAŃSK


Inaugurado em 1974, o aeroporto de Gdańsk, no norte da Polônia, recebeu o nome oficial, em 2004, em homenagem ao ex-presidente e hoje, chama-se Aeroporto Internacional Lech Wałęsa.

Com pontuação total no ranking da AirHelp, o local conta com apenas uma pista de pouso e decolagem de 2.800 metros, bem longe das maiores pistas do mundo.


O aeroporto de Gdańsk é o terceiro mais movimentado da Polônia.

Gdańsk é uma cidade da voivodia da Pomerânia, no Norte da Polônia, às margens do Mar Báltico, está Localizada na foz do rio Vístula. Atualmente, tem cerca de 460 mil habitantes.

Fundada no século 10 como uma fortaleza polaca, Gdańsk foi um importante porto de pesca e centro comercial do âmbar. Em 13 de novembro de 1308, após o Papa de Roma extinguir os Cavaleiros Cruzados foi ocupada pelos cavaleiros da Ordem Teutônica, que parecem não tinham nada de cristãos, pois massacraram os seus habitantes da cidade.

Após a Batalha contra os Cruzados Teutônicos, em 1454, a cidade foi reintegrada ao Reino da Polônia, e confirmada como tal pelos termos da paz de Toruń, de 1466.

Alguns, a conhecem e insistem por Dantzig, (nome germanizado) após várias invasões e ocupações saxônicas, mas sua alma, apesar disto, permaneceu polaca.

Entre foram os períodos em que a cidade sofreu invasões:

1. Ducado da Polônia — antes de 966 a 1025
2. Reino da Polônia — 1025 a 1226
3. Ocupação dos Cruzados Teutônicos — 1226 a 1525
4. Reino da Polônia - 1525 - 1569
5. República da Polônia Lituânia — 1569 a 1772
6. Ocupação do Reino da Prússia Ocidental — 1772 a 1824
7. Ocupação como Província da Prússia — 1824 a 1878
8. Ocupação do Reino da Prússia Ocidental — 1878 a 1918
9. Cidade Livre de Gdańsk — 1919 a 1939
10. Ocupação da República da Alemanha Nazista — 1939 a 1945
11. República Popular da Polônia — 1949 a 1989
12. República da Polônia — 1990 a …