quinta-feira, 12 de março de 2009

Polacos orgulhosos de sua capital

Praça Zbawiciela no centro da cidade, panorama desde a ulica (rua) Marszałkowskiej
Foto: Jerzy Gumowski

A Polônia inteira é orgulhosa de sua capital segundo uma pesquisa do jornal Gazeta Wyborcza. Até mesmo os cracovianos admitem, embora em menor percentual que os polacos de outras cidades onde a pesquisa foi realizada
Em relação aos próprios varsovianos, sempre tão críticos em relação à cidade, a pesquisa apontou que 84% dos moradores sentem Varsóvia como "o mel de seus corações".
Já os moradores de outras oito cidades do país apontaram aquilo que mais representa Varsóvia para eles. Para 79% ela é europeia, 82% que é dinâmica, 72% que é amigável.
Para o Dr. Krzysztof Herbst, sociólogo que trabalha para o Departamento de Estratégia Social de Varsóvia, o resultado da pesquisa, muito deste orgulho tem a ver com a transformação da cidade nos últimos 20 anos, pois deixou de ser a velha capital comunista para se transformar numa metrópole do trabalho, da vida cultural e das oportunidades. Apesar destes resultados favoráveis, as mesmas pessoas responderam que a cidade é insegura com 52% dos pesquisados e para 39% que ela é suja. E que os cracovianos embora tenham orgulho de sua capital, não a amam.
Na tabela abaixo estão os percentuais conseguidos por Varsóvia em cada uma das cidades pesquisadas. As perguntas foram:
Você é orgulhoso da capital da Polônia?
Varsóvia - 86% responderam que sim.
Białystok - 84% responderam que sim.
Lublin - 82% responderam que sim.
Łódź - 79% responderam que sim.
Gdańsk/Gdynia/Sopot - 75% responderam que sim.
Katowice (area metropolitana) - 73% responderam que sim.
Wrocław - 73% responderam que sim.
Kraków - 72% responderam que sim.
Poznań - 69% responderam que sim.

O que os moradores de tua cidade invejam dos varsovianos?

Frequentar cinema, teatro, bares
Białystok - 34%.
Lublin - 48%.
Łódź - 26%.
Gdańsk/Gdynia/Sopot - 24%.
Katowice (area metropolitana) - 46%.
Wrocław - 11%.
Kraków - 8%.
Poznań - 19%.

Maiores salários
Białystok - 86%.
Lublin - 40%.
Łódź - 85%.
Gdańsk/Gdynia/Sopot - 63%.
Katowice (area metropolitana) - 73%.
Wrocław - 60%.
Kraków - 63%.
Poznań - 64%.

Boas escolas
Białystok - 62%.
Lublin - 88%.
Łódź - 38%.
Gdańsk/Gdynia/Sopot - 39%.
Katowice (area metropolitana) - 55%.
Wrocław - 17%.
Kraków - 8%.
Poznań - 18%.

Lugares para encontrar estrelas da TV
Białystok - 62%.
Lublin - 68%.
Łódź - 55%.
Gdańsk/Gdynia/Sopot - 46%.
Katowice (area metropolitana) - 67%.
Wrocław - 42%.
Kraków - 34%.
Poznań - 47%.
Pelos percentuais, percebe-se que Cracóvia é a que menos sente inveja nos quesitos boas escolas e vida cultural. Mas sente inveja dos melhores salários de Varsóvia e dos encontros fortuitos com estrelas da TV.

Miss mundo agita Varsóvia

Foto: Divulgação G. Mokotów

Os grandes shopping center chegaram de vez a Polônia. Em Cracóvia um investimento alemão construiu o maior centro de compras da Europa, justamente ao lado da estação ferroviária central da cidade, a Galeria Krakowska. E isto poucos meses depois da cidade ter ganho o sofisticado Shopping Center Galeria Kazimierz. Cracóvia que já possui cerca de 8 shopping centers se prepara para inaugurar outros até 2012.
Mas a febre destes centros comerciais não é só na capital cultural do país, pois na capital de fato, Varsóvia, a quantidade de shopping centers já começa a saturar.
E a verdade é que os polacos que antes não tinham esta opção começaram a frequentar estes estabelecimentos como alternativa de passeios de fim de semana. As grandes marcas mundiais estão quase todas nestas "galerias" como são chamados aqui os Shopping Centers.
Mas como o poder de compra dos polacos ainda é baixo estes estabelecimentos estão fazendo de tudo para atrair a clientela. A Galeria Mokotów de Varsóvia começou esta semana uma campanha publicitária com ninguém menos que a Miss Mundo 2006. A tcheca Tatana Kucharova, foi contratada para a promoção. Ela não terá que fazer nada muito diferente do que tem feito na vida: ser maquiada.
Os clientes poderão ver todo o processo sendo realizado num estúdio montado no shopping varsoviano com Szymon Brodziak – fotógrafo, Jolanta Czaja – estilista, Gonia Wielocha - maquiadora e Robert Kupisz – cabelereiro.
A idéia de trazer a missa da vizinha República Tcheca foi da agência de propaganda Communication Unlimited. O resultado desta aparição de Tatana será transformada em painéis e "bilboard" por toda a cidade com o título da campanha "Quando a moda floresce".

quarta-feira, 11 de março de 2009

Bartoszewski responde a alemão fascista

Foto: Piotr Kowalczyk

O ex-prisioneiro nr. 4447 do Campo de Concentração e Exterminação Alemão de Auschwitz, Władysław Bartoszewski, não se conteve e respondeu a altura os comentários feitos em um programa da TV alemã ARD, transmitido no último dia primeiro de março, pelo político alemão Rudi Pawelka, de que a Polônia teria atacado a Rússia em 1920. "Pawelka relincha idiotice. Ele não é idiota. Ele é perfeitamente consciente de que a Polônia não atacou a Rússia. Somente a Rússia atacou a Polônia e isto ela faz há séculos." afirmou Bartoszewski para o canal de notícias da televisão polaca TVPInfo.
Pawelka, chefe da Associação de Patriotas Silesianos estava participando do debate sobre candidaturas para chefe da "Associação de Exilados" e para o Conselho de administração da Fundação "Fuga, Expulsão, e Reconciliação", na televisão alemã junto com jornalistas, políticos, historiadores, e ao responder a uma pergunta da política Erika Steinbach disse que, "Devemos recordar que a Polônia atacou a Rússia em 1920 e apoderou-se destes territórios. Posteriormente teve que devolvê-las a Stalin". Pawelka nasceu em 1940, em Wrocław, quando esta cidade estava ocupada pela Alemanha e se chamava Breslau.
A Associação de Patriotas Silesianos faz parte da Associação dos Exilados, que visam cultivar a cultura da Silésia. Mas da Silésia alemã. Atualmente a associação conta com mais de 200 mil membros, em sua maioria alemães e seus descendentes que foram deslocados após a Segunda Guerra Mundial para a Alemanha, uma vez que a Polônia após quase 150 anos de horrenda ocupação alemã finalmente recebia de volta as terras silesianas que sempre foram polacas para o seio do seu milenar território.
Os políticos alemãos não conseguem suportar Bartoszewski e muito menos Erika Steinbach, a qual o presidente da Bundstag - o Parlamento alemão - pediu moderação quando ela falar do polaco Bartoszewski. Ironicamente a política que desistiu à candidatura do conselho da Fundação dos Exilados, fez a seguinte pergunta: "Por acaso não é livre identificar algo diferente dele no pensamento dos palhaços, como este senhor fez?"
Para Bartoszweski esta senhora alemã, não faz mais do que revanchismo histórico contra os polacos. "Ela é uma anti-Polônia". Ele inclusive já fez reclamações pessoais a chanceler Angela Merker contra Steinbach, pelas posições dela, "esclerosadas e antissemitas".
Bartoszewski, além de ter sofrido os horrores das ações monstruosas dos alemães na segunda guerra mundial, é professor, jornalista e político. Já foi ministro das Relações Exteriores da República da Polônia, entre 2000 e 2001, embaixador da Polônia na Áustria e Senador da República e é certamente uma das pessoas mais célebres da Polônia na atualidade.
Talvez seja menos conhecido que Lech Wałęsa, ou o Papa João Paulo II, em todo mundo, mas sua posições em defesa da Polônia e suas duras palavras não admitem contestações. Não só por seu passado de prisioneiro, mas por tudo que realizou em vida depois da segunda guerra mundial. Não há no mundo nenhum fascista que possa se sobrepor a sua figura nem mesmo insultá-lo, como costumeiramente políticos de extrema-direita alemãos fazem contra ele.
Se o mundo da concórdia pede que não se confunda os alemães atuais com seus ascendentes da segunda guerra mundial, também não se pode admitir que estes mesmos descendentes de nazistas ousem levantar a voz contra um ex-prisioneiro dos campos de concentração de Hitler. Pois a estatura moral de Bartoszewski não é ultrapassada por nenhum alemão de alma boa na Alemanha de hoje.
P.S. Na verdade foi a Polônia que sofreu ataque do exército Bolchevique em 1920. Mas o marechal Józef Piłsudski conseguiu conter o ataque russo. E mais, com suas tropas polacas entrou em Moscou. A Polônia junto com o Japão (Guerra Japão-Rússia de 1905) são as duas únicas nações na história a vencerem a Rússia. E os polacos fizeram isto duas vezes, a primeira em 1612 e depois em 1920. Nas duas vezes entraram vitoriosamente em Moscou. Em meu documentário, "Auschwitz-Birkenau", talvez um dos únicos em idioma português sobre a história destes dois campos de concentração alemães em terras da Polônia, mostro Bartoszewski discursando nos 60 anos de libertação do campo, em 2005, quando ele afirma em tom de brado, levantando a mão, as palavras: "Terra não cobrirás meu sangue, porque meu grito não cessará!"

Cracóvia por um Tibet livre

Foto: Stanisław Rozpędzik

Comemorando os 50 anos de ocupação do Tibet, o Rynek Główny - Praça do Mercado Central de Cracóvia foi palco, nesta terça-feira de uma manifestação intitulada "Kraków solidarny z Tybetem" (Cracóvia solidária com o Tibet). A mesma ação foi realizada em outras cidades da Polônia e já ocorre há um ano. Os manifestantes pedem a independência da pátria tibetana das mãos chinesas. Na sua maioria são jovens, mas também se pode ver muitos idosos que se solidarizam com um Tibet Livre. Uma página na Internet dá suporte às manifestações: www.ratujtybet.org.
O Símbolo da manifestação foi a colocação de uma mulher dentro de uma jaula com o rosto pintado nas cores da bandeira do Tibet. Os manifestantes fizeram um apelo ao Presidente da República da Polônia Lech Kaczyński, para que assine um pedido de conversações para uma resolução pacífica do conflito.
Os manifestantes desfilaram com cartazes dizaendo: "Tibet zona ocupada", "Tibet Livre","Pare a ocupação chinesa do Tibet".
"Esta manifestação está sendo feita no sentido de afetar sensibilidade dos polacos e consciêtizar da necessidade de continuar a luta pela liberdade de outros povos. A Consciência dita isso a mim e eu faço. Cada pequena ação é importante", explicava Izabella "Degardo" Pajonk, uma das organizadoras do protesto.



Foto: Stanisław Rozpędzik

Condenada a gangue de Łódź

Carro sendo roubado - Foto: Polícia

Com penas variando de oito meses a quatro anos de prisão, o Tribunal Regional de Łódź, condenou, ontem, 24 pessoas, que roubaram mais de 130 automóveis naquela cidade.
A mais longa condena coube ao chefe da gangue Wiktorio A. (mesmo com a condenação o sobrenome do criminoso não é divulgado na Polônia), que além dos quatro anos de prisão terá que pagar 125 mil zł de multas e reparar danos de mais de 200 mil zł.
O juiz respondeu às críticas de que a pena foi muito branda dizendo que o criminosos não usou de violência e seus crimes são apenas contra a propriedade privada. Nove das sanções não serão de prisão. Os autores deverão apenas reparar os danos causados a um certo número de vítimas.
De acordo com a promotoria, a gangue atuava desde 2005 com regras bem especificas entre seus integrantes. Alguns roubavam os carros, outros escondiam e armazenavam, outros do desmanche e outros se encarregavam da venda das peças.
A maioria dos automóveis foi roubada em estacionamentos de supermercados. Alguns carros de luxo foram devolvidos aos donos sob pagamento de 20 mil złotych de resgate. Se os propritários nao pagavam, aí sim, os carros iam para o desmanche e as peças eram vendidas. Cabe recurso às sentenças.

terça-feira, 10 de março de 2009

Os melhores do cinema polaco 2009

Troféu Orły 2009
A Academia de Cinema da Polônia fez entrega, ontem, do troféu "Águia" 2009 aos melhores do cinema polaco. Os grandes vencedores da edição deste ano foram Małgorzata Szumowska com 4 troféus e Waldemar Krzystek com 5 estatuetas.

Małgorzata Szumowska
que embora não tenha recebido a estatueta de melhor diretora da Academia, ganhou o prêmio de mellhor diretora da crítica e levou outras três Águias para casa pelo seu filme "33 sceny z życia”, que recebeu os prêmios de melhor filme do ano, melhor montagem e melhor música.

Waldemar Krzystek
com seu "Mała Moskwa" ganhou nas categorias de melhor roteiro, melhor figurino, melhor cenografia e som, além do prêmio de revelação do ano para a atriz Elena Leszczyńska. 

O vencedor do troféu de melhor diretor foi Jerzy Skolimowski pelo filme "Cztery noce z Anną”, que deu também o prêmio de melhor atriz para Jadwiga Jankowska-Cieślak. O prêmio de melhor ator foi para Krzysztof Stroiński pelo filme "Rysa" de Michał Rosy (filme que já foi apresentado em São Paulo, no final do ano passado).
A Noite de Gala foi transmitida ao vivo pela TVP Canal 2. Concorreram ao "Águia" 30 filmes polacos produzidos entre primeiro de janeiro e 31 de dezembro de 2008.  Os membros da Academia de Cinema da Polônia foram os votantes desta oitava edição do troféu.  Este ano os membros da academia votaram pela primeira vez no melhor filme europeu exibido em 2008 nos cinemas da Polônia. 

Foram estes os laureados:

Melhor Film
• "33 Sceny z życia"

Melhor diretor
Jerzy Skolimowski, pelo filme "Cztery noce z Anną"

Jerzy Skolimowski,
nasceu em 5 de maio de 1938. Além de diretor é roteirista, dramaturgo e ator. Graduou-se na melhor escola de cinema do planeta, a prestigiosa Escola Superior de Cinema de Łódź (pronuncia-se uúdji).  Skolimowski já dirigiu mais 20 filmes desde seu "début" em 1960, com  "Oko wykol". 

Melhor atriz
Jadwiga Jankowska-Cieślak, pelo fime "Rysa"

Jadwiga Jankowska-Cieślak
nasceu em 15 de fevereiro de 1951 em Gdańsk. Graduada pela Escola Superior Nacional de Teatro de Varsóvia é atriz de cinema, televisão e teatro. Em 1982, ganhou a "Palma de Ouro" de Cannes pelo filme húngaro "Inne spojrzenie".  Em 2004, ganhou o prêmio Aleksandr Zelwerowicz de teatro pela interpretação dos papéis de Paulina e Aurelia na peça „Niedokończonym utworze na aktora” segundo Anton Czechow e Yasminy Rezy além de "Matki" na peça „Opowieściach o zwyczajnym szaleństwie” de Petra Zelenki, ambos espetáculos foram produzidos no Teatrz Dramatyczny de Varsóvia. Em  10 de dezembro de 2007  foi ordenada pelo presidente da república "Cavaleira da Cruz" da "Order Odrodzenia Polska". 

Melhor ator
Krzysztof Stroiński, pelo filme "Rysa"

Krzystof Stroiński
nasceu em Pszczyna em 09 de outubro de 1950.  Em 1972, graduou-se na Escola Superior de Cinema de Łódź. Fez bastante sucesso na série de televisão como Leszek Górecki em "Daleko od szosy" e como Michał Lindner em "Matki".

Melhor atriz coadjuvante
• Danuta Szaflarska, pelo filme "Ile waży koń trojański?"

Melhor ator coadjuvante
• Robert Więckiewicz , pelo filme "Ile waży koń trojański?"

Revelação do ano
• Elena Leszczyńska, atriz, pelo filme "Mała Moskwa”

Melhor Filme Europeu exibido nos cinemas da Polônia
• „Motyl i skafander" („Le Scaphandre et le Papillon"), direção de Julian Schnabel - França/Estados Unidos

Melhor roteiro
• Waldemar Krzystek, pelo filme "Mała Moskwa”

Melhor fotografia
• Adam Sikora, pelo filme "Cztery noce z Anną”

Melhor som
• Wacław Pilkowski, Piotr Knop, Michał Kosterkiewicz, pelo filme "Mała Moskwa”

Melhor montagem
• Jacek Drosio, pelo filme "33 Sceny z życia”

Melhor figurino
• Małgorzata Zacharska, pelo filme "Mała Moskwa”

Melhor cenografia
• Tadeusz Kosarewicz, pelo filme "Mała Moskwa”

Melhor música
• Paweł Mykietyn, pelo filme "33 Sceny z życia”.

O Troféu Polaco de Cinema "Orły" já premiou mais de 500 membros da "Polska Akademia Filmowa", conhecida como Academia de Cinema, e assim como o francês Cezar, o Tcheco Lwy ou o espanhol Goya, faz parte da Academia Europeia de Cinema. Desde 2008, a presidente da academia polaca é Agnieszka Holland.

Nos anos anteriores ganharam o "Águia" de melhor filme do ano: "Historia kina w Popielawach" (1999), "Dług" (2000), "Życie jako śmiertelna choroba przenoszona drogą płciową" (2001), "Cześć Tereska" (2002), "Pianista" (2003) , "Zmruż oczy" (2004), "Wesele" (2005) i "Komornik" (2006), "Plac Zbawiciela" (2007), "Katyń" (2008).

O "Orły" é organizado com a colaboração do Ministério da Cultura, Instituto Polaco de Arte Cinematográfica e Voivodia da Mazóvia. Patrocinaram este ano: Lexus Warszawa - Wola, kancelaria Salans, REVLON, The Chimney Pot, Empresa Catering, The Eve, Blikle e Four Colors, Multikino e Silver Screen, TVP Canal 2, FILM, VIVA,  PR canal 3, stopklatka.pl, gazeta.pl e www.tvp.pl.

Poznań em São José dos Pinhais


Uma comitiva da cidade de Poznań visitou São José dos Pinhais, dentro da parceria de cidades irmãs.
Desta vez, um dos objetivos principais desta Comitiva foi contatar uma universidade paranaense e fazer a entrega de uma carta da Universidade Adam Mickiewicz de Poznań que deseja criar na Cátedra de Filologia o curso de Língua Portuguesa. A universidade polaca quer fazer uma parceria com alguma universidade paranaense.
Os senhores Tomasz Morawski, Diretor de Assuntos de Promoção e Integração da União Europeia, Piotr Burdajewicz, presidente do Conselho Municipal de Poznań, encontraram-se com os Professores Antonio Carlos Gondin, Assesor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Paraná e Roberto Machniewcz da Comissão de São José dos Pinhais para fazer a entrega da carta.
Estiveram presentes no encontro as professoras Norma Zandoná, vice-diretora do Setor de Ciências Humanas; Lúcia Zasnette, Chefe do depto. de Letras Estrangeiras Modernas; Caetano Galindo, Chefe do Depto. de linguística, Letras Clássicas e Vernáculas; Eva Dalmolin, Coordenadora do curso de Letras e Eduardo Nadalin, coordenador do curso de Letras-Polonês.
Os primeiros alunos deste curso pioneiro na América Latina começaram suas aulas agora em março. Um acordo já existente foi firmado no ano passado com a Universidade Jagiellonski de Cracóvia, a mais antiga daquele País, permitirá a ida e vinda de estudantes. Negociações também estão sendo feitas para estabelecer convênio com a Universidade de Varsóvia, explicou o professor Antonio Carlos Gondin.
A Cônsul geral da Polônia em Curitiba, Dorota Barys, que em janeiro último, fez uma visita de cortesia ao novo reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, afirmou que o ensino de Português é mais valorizado e procurado nas universidades polacas do que no Brasil. A esperança em Curitiba são os estudantes que agora começam a graduação do idioma na UFPR, porque em cinco anos serão eles os professores.
Ainda dentro da missão de estreitar relações com São José dos Pinhais, a comitiva polaca foi solicitar apoio para pesquisas na área de músicas folclóricas que doutorandos estão realizando na universidade de Poznań. Os estudantes desejam fazer levantamento junto às comunidades polacas no Paraná.

P.S. Antes da entrada da Polônia na União Europeia em 2004, era comum a presença de professores brasileiros, no curso de português da Faculdade de Filologia Romana da Universidade de Cracóvia e os poucos professores polacos da universidade falavam com sotaque brasileiro. Mas as coisas mudaram e os alunos polacos da Faculdade agora tem sotaque do Alentejo e não mais brasileiro.
A profa. dr.
Regina Przybycien da UFPR retornou a Cracóvia mês passado para ministrar aulas este semestre na Faculdade na disciplina de Literatura Brasileira. É uma tentativa do Prof. dr hab. Jerzy Brzozowski de equilibrar um pouco a língua portuguesa do Brasil com a de Portugal entre seus alunos. Brzozowski foi cônsul da Polônia, em Curitiba, nos anos 90 e é o principal responsável pela vinda da Prof. Regina pela segunda vez a Cracóvia. No passado, o dr. Almir Gonçalves, do setor cultural da Embaixada do Brasil, em Varsóvia, ministrou as aulas desta disciplina por dois anos.

Morreu Zbigniew Religa

Os canais de televisão e vários jornais repercutiram ontem a morte do médico Zbigniew Religa, silesiano, que fez o primeiro transplante de coração na Polônia no ano de 1985. Quatro anos depois foi também o primeiro cirugião a implantar um coração artificial. Nasceu em 16 de dezembro de 1938 em Miedniewice.
Religa terminou seus estudos na Universidade de Varsóvia em 1963. De 1966 a 1980, ele trabalhou no Hospital Wolski de Varsóvia. Em 1973, ele visitou Nova Iorque para se especializar em cirurgia vascular e 1975 fez o mesmo em Detroit. Ainda 1973, ele obteve o título de doutor em medicina e em 1981 ele terminou o grau mais alto dos estudos na Polônia com seu título de "Habilitacja". Religa foi agraciado ainda com o título de "doctor honoris causa" da Universidade de Lwów da Ucrânia, Universidade Médica Silesiana de Katowice, e Universidade Médica de Białystok.
O prof. Religa morreu aos 70, na noite de domingo. Religa teve sucesso também como político, primeiro como senador e depois como ministro da saúde. Era respeitado até pelos adversários políticos em sua luta para reformar o sistema de saúde da Polônia, muitos chegaram a chamá-lo de "John Wayne da medicina e política".
Religa era um torcedor fervoroso do Górnik Zabrze, equipe de futebol da Silésia, que já teve seus dias de glória nos campeonatos polacos de futebol.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Mulheres se manifestam em Varsóvia

Fot. Bartosz Bobkowski

"Cada equipe - a mesma droga!" - este foi o lema da X Manify, que neste domingo desfilou pelas ruas de Varsóvia. Segundos os organizadores entre 5 a 6 mil pessoas estiveram na passeata.
Manifa - manifestação organizada desde 2000 no Dia Internacional da Mulher pelas entidades feministas - a cada ano que passa cresce e expressa novos problemas sociais da mulher. Os postulados este ano antes de tudo: fazer cessar a violência contra as mulheres, a fecundação in vitro, paridade nas eleições, separar a igreja do Estado, respeito para com o trabalho das mães.
A manifestação iniciou-se ao meio-dia na Praça Defilad e terminou diante do Sejm (Câmara dos Deputados), onde os participantes eram aguardados por algumas dezenas de juvens da entidade "Juventude Polônia Una". A Manife 2009 foi organizada por várias entidades, incluindo "Acordo da Mulher 8 de março", Associação SOS Same o Sobie, Fundação MaMa, Fundação "Anka Zet Studio", "Federação para Assuntos da Mulheres e Planejamento Familiar", "Acordo das Lésbicas (LBT)", Portal Kobiety Kobietom (Mulher Mulheres", "Fundação Feminoteka", "UFA", União de Livre Comércio Agosto 80","Crítica Política".
Durante a manifestação as mulheres gritavam palavras de ordem como: "Donald, você não nos ama, você nos respeite!", "Queremos saúde ao invés de paliativo" e portavam cartazes com frases como, "Políticos para casa, mulheres na política", "Lugar de mulheres pugilistas é na cadeia","Exigimos o direito de voto sobre a questão do nosso destino", "Você é crente? Acredite em você mesmo!", "Educação sexual é uma necessidade natural".
Entre as manifestantes estão pessoas de diferentes idades, muitas jovens, pessoas idosas e famílias inteiras com suas crianças. Havia uma plataforma especial para a segurança do divertimento das crianças.
Opositores da Manify distribuiam folhetos com dizeres como "Hitler, introduziu pela primeira vez na Polônia o aborto. Aborto é assassinato". Os contramanifestantes eram membros "Juventude Polônia Una" que esperaram a manifestação diante do Sejm, e empunhavam cartazes com inscrições como: "Pare o aborto". Haviam cartazes e fotografias de fetos com dizeres: "feministas nos tratores!" e "Toda a diferente, são todas feias!"

domingo, 8 de março de 2009

Mulher sempre mulher


Ilustração: Mirosław Owczarek


Segundo o poeta Vinicius de Moraes... MULHER é:

A mulher que passa

Meu Deus, eu quero a mulher que passa
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!
Oh! como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!


Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pelos leves são relva boa
Fresca e macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.

Vinicius, não contente, ainda fez sua

RECEITA DE MULHER:

As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como no âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos então
Nem se fala, que olhe com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável.
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteie em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mas que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas que haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto, sensível à carícia em sentido contrário. É aconselhável na axila uma doce
relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!).
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser frescas nas mãos, nos braços, no dorso, e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37 graus centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras
Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher de sempre a impressão de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação imunerável.

Finalmente, ou inicialmente, o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa... MULHER é:

Datação: 1269.

Acepções:
n substantivo feminino
1 indivíduo do sexo feminino, considerado do ponto de vista das características biológicas, do aspecto ou forma corporal, como tipo representativo de determinada região geográfica, época etc.
Ex.: m negra="", m de="" seios="", pequenos="", m carioca="", m das="" cavernas=""
1.1 aquela que tem sua fisiologia e sua vida genital percebidas como essência do ser humano feminino em sua evolução
1.1.1 na puberdade, com a chegada dos ciclos menstruais, quando ovula e pode conceber; entre menina e moça
Ex.: somente em seu primeiro mênstruo sentiu-se m., sua vital e íntima diferença
1.1.1.1 na fase núbil, pronta para casar-se; moça, mocinha
Ex.: típico patriarca nordestino, observa as m. de sua prole: proveitosos contratos adviriam!
1.1.2 quando deixa de ser virgem
Ex.: tornou-se m. bem cedinho com seu primeiro namorado
2 o ser humano feminino, considerado
2.1 em conjunto, ideal ou concretamente
Ex.: e Deus criou a m.
2.2 por sua experiência inerente e cultural
Ex.: disse-lhe, como m., que dificilmente ela ascenderia à gerência
3 descendente do sexo feminino; filha
Ex.: - Já nasceu? - Homem ou m.?
4 m.q. mulher-feita
Ex.: tem uma filha que já é m., vive fora do país há anos
5 (sXIV)
companheira conjugal; esposa
Ex.: sua m. não poderá acompanhá-lo devido a compromissos profissionais
5.1 companheira, ger. constante; a outra; amante, concubina
Ex.: diz a lenda que marinheiros têm uma m. em cada porto
6 Derivação: por extensão de sentido.
a fêmea humana como parceira sexual (ger. us. no pl.)
Ex.: disse o="" se="" sentir="" do="" por="" ou="", mudou de="" deixou="" as="" noitadas="" e="" as=""
6.1 namorada
Ex.: apresentou-lhes, envaidecido, sua m. atual
7 m.q. mulher-objeto
Ex.: não se="" mas="" o="" fica="" sem="" uma="", do portfolio="" daquele="" grafo="" constam="" que="" vendem="" qualquer="" produto=""
7.1 Derivação: por extensão de sentido.
aquela cuja imagem propaga o sucesso
Ex.: o homem de negócios atual apresenta-se acompanhado de uma m. cuja beleza simboliza seu poder
8 Derivação: sentido figurado.
na tradição, como indivíduo e/ou coletivamente, representação de um ser
8.1 Derivação: sentido figurado.
cuja principal função é cuidar da família, dos afazeres domésticos etc.
Ex.: existe a m. que sonha tornar-se 'rainha do lar'
8.2 Derivação: sentido figurado.
fraco fisicamente, sem defesa; apelidado de 'o sexo frágil'
Ex.: o que pode a m. contra um homem em sua fúria?
8.2.1 Derivação: sentido figurado.
idealmente belo; o chamado 'belo sexo'
Ex.: vive a m. sem espelho?
8.2.2 Derivação: sentido figurado.
sensível, delicado, afetivo, intuitivo
Ex.: como m., chora em todo filme romântico
8.2.3 Derivação: sentido figurado. Uso: pejorativo.
insensato, superficial, volúvel
Ex.: aquela m. troca tanto de marido quanto da cor do cabelo
8.2.4 Derivação: sentido figurado. Uso: pejorativo.
intrigante e/ou sedutor
Ex.: há m. que, vaidosas, fazem das dissenções entre os pares quase que um esporte
8.3 Uso: informal.
cuja presença censura a linguagem masculina (esp. quanto ao uso de expressões de baixo calão)
Ex.: moderou-se quando percebeu que o caixa era uma m.
9 Uso: informal.
pessoa indeterminada
Obs.: por opos. a senhora, dama
Ex.: uma m. deu-lhe a informação
9.1 Derivação: por extensão de sentido. Diacronismo: obsoleto.
serviçal ou empregada que trabalha para alguém ou em determinada tarefa
Ex.: trabalhava com o conselheiro uma m. muito dedicada
10 us. como interlocutório pessoal
Ex.: - Então, m., qual é a solução?
11 Uso: pejorativo.
homem efeminado, que lembra uma mulher, esp. quanto aos hábitos, gostos, trejeitos considerados tipicamente femininos
12 homem homossexual, ou que é o parceiro passivo numa relação sexual com outro homem

Locuções:
m. a dias
Regionalismo: Portugal.
empregada 2diarista
m. à-toa
Uso: pejorativo.
meretriz
m. autoritária
Rubrica: psicologia. Uso: informal.
m.q.mulher fálica
m. da comédia
Uso: pejorativo.
meretriz
m. da rótula
Uso: pejorativo.
meretriz
m. da rua
Regionalismo: Brasil. Uso: pejorativo.
meretriz
m. da vida
Regionalismo: Brasil. Uso: eufemismo, pejorativo.
meretriz
m. da zona
Regionalismo: Brasil. Uso: tabuísmo, pejorativo.
meretriz
m. de amor
Regionalismo: Brasil. Uso: pejorativo.
meretriz
m. de casa
m.q. mulher do lar
m. de má nota
Uso: eufemismo, pejorativo.
meretriz
m. de negócios
mulher que agencia transações comerciais e de investimento, contratos, acordos entre pessoas, empresas ou países, ou que possui e dirige empresa própria, ou que administra a empresa ou os negócios de outrem; empresária
m. de ponta de rua
Regionalismo: Brasil. Uso: pejorativo.
meretriz
m. de programa
1 mulher que, mediante pagamento, acompanha um homem de negócios e deve comportar-se de modo previamente planejado
2 aquela que, tb. mediante pagamento, participa de encontros com fins sexuais e/ou de lazer
m. de sociedade
mulher que pertence ou freqüenta a alta sociedade
m. de verdade
Uso: informal.
1 obsol. m.q. mulher do lar ('mãe de família')
2 mulher que assume o que é de sua responsabilidade em qualquer atividade que exerça
m. do fado
Uso: pejorativo.
meretriz
m. do fandango
Regionalismo: Brasil. Uso: pejorativo.
meretriz
m. do lar
mulher que dirige as atividades domésticas; mãe de família; mulher da casa, mulher de verdade
Obs.: cf. lar ('do lar')
m. do mundo
Uso: eufemismo, pejorativo.
meretriz
m. do pala aberto
Regionalismo: Brasil. Uso: pejorativo.
meretriz
m. do piolho
Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
aquela que teima, insiste obstinadamente
m. do povo
mulher que pertence às classes populares
Obs.: cf. homem do povo
m. errada
Uso: eufemismo, pejorativo.
meretriz
m. fálica
Rubrica: psicologia. Uso: informal.
mulher com traços de personalidade pretendidamente masculinos; mulher autoritária
m. fatal
mulher irresistivelmente atraente, esp. a que induz homens a situações difíceis, perigosas ou catastróficas; sereia, vampe
m. honesta
mulher casada, fiel a seu marido, de reputação ilibada; mulher séria
m. parideira
mulher muito fecunda, que parteja com facilidade
m. perdida
Uso: eufemismo, pejorativo.
meretriz
m. pública
Uso: pejorativo.
prostituta, meretriz
m. séria
m.q. mulher honesta
m. vadia
Regionalismo: Brasil. Uso: pejorativo.
meretriz
de m. para m.
1 como aliada; com a franqueza que liga pessoas de interesse comum
Ex.: advertiu-a de m. para m. que aquela não seria uma boa estratégia
2 em que há sinceridade; franco, verdadeiro
Ex.: conversa de m. para m.
ser m. de (para)
ter capacidade, ânimo, força, condições para
Ex.: não de="" se="", atingir="" por="" boatos="", a deputada="" bastante="" para="" afrontar="" aquele="" reduto="" masculino=""

Gramática: aum.irreg.: mulherão, mulheraça.

Gramática e uso:  empr. tb. apositivamente (determinante específico que significa 'relativo à feminilidade, às qualidades ou aos atributos femininos, ou o aspecto ou os elementos femininos da personalidade') em: a) locuções: menina mulher; filha mulher b) composições eventuais, ligando-se por hífen à primeira palavra: gerente-mulher, tenente-mulher, anestesista-mulher etc.

Coletivos: feminino, mulherame, mulherio

Etimologia: lat. mulìer,èris 'mulher'; note-se que a acp. latina de 'fêmea do homem' só se conservou em port., esp. e romn.; nas outras línguas român., a acp. preservada foi a de 'mulher casada, esposa'; ver mulher-

Noção: noção de 'mulher', usar antepos. gineco-, gin(o)- e mulher-; pospos. -gino

sábado, 7 de março de 2009

Ewa Farna ganha concurso da Disney

A bela cantora adolescente, Ewa Farna da minoria polaca da República Tcheca, apesar de ser cidadã Tcheca não nega suas origens polacas. Ewa venceu o concurso norte-americano do Disney Channel com uma música gravada no idioma polaco. O videoclip da música intitulada "Camp Rock" tem como parceiro o vocalista polaco Kuba Molęda. Ambos foram convidados para a Festa „Czerwonym chodniku“ em Londres para a apresentação do videoclip ganhador do concurso da Disney.
Ewa nasceu em 12/8/1993, em Třinec, ou Trzyniec (em polaco), na República Tcheca, pertencente a região Zaolzie, disputada pela Polônia e Tchecos há séculos. Ainda hoje cerca de 18% da população da região é polaca. E Ewa é uma delas.  A tcheca que canta em polaco, ou a polaquinha que canta em tcheco. Ewa viveu grande parte de seus poucos anos de idade, contudo, em Vendryni. Ali, até os noves anos, frequentava a escola primária, no sistema de ensino de língua polaca.
O produtor de seus discos é Leszek Wronki, o mesmo de Doda, pela gravadora Virgins com quem lançou três álbuns, "Měls mě vůbec rád" (Você não gosta de mim) de 2006, "Cicho" (Silêncio) de 2007 e "Sam na Sam" (Sozinha) também de 2007 cantando em polaco. Aqui ela canta "Tam Gdzie Nie Ma Dróg" (Lá onde não tem estrada) do CD em polaco "Sam na Sam".


sexta-feira, 6 de março de 2009

A história de onde vivo

Baszta do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
O Edifício Villa Rotunda do Przegorzaly, sob a forma de um meio-circulo com cúpula é um projeto do arquiteto Adolf Szyszko-Bohusz que o construiu entre os anos 1928-1929. Está localizado no alto do morro de calcário do Bosque (Las) Wolski, no bairro de Cracóvia, chamado Przegorzały.
Todo o bosque havia sido adquirido pelos Camaldulenses em 1604, quando eles edificaram na Colina da Prata, no então bairro de Bielany, um monastério e uma igreja, até hoje denominada Kamedłów. Estas terras foram doadas pelo magnata Mikołaj Wolski ao monge capelão Sebastian Lubomirski. Desde então os eremitas camaldulenses vivem na Polônia com a denominação em latim de "Congregatio Eremitarum Camaldulensium Montis Coronae", ou em idioma polaco, "Kongregacja Pustelników Kamedułów Góry Koronnej". No mosteiro de Bielany vivem 58 monges (censo de 2003) sendo 21 monges polacos (censo de 2006). O Mosteiro fica muito próximo da Baszta.

Baszta do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Assim em 1916, Szyszko-Bohusz acabou comprando da Congregação Camaldulense da Ordem de São Bento cerca de 9 hectares desta colina. Ali construiu uma mansão denominada "Baszta" (torre de vigia).
No teto do salão principal colocou restos do teto da salão do Senado, do Castelo de Wawel. Szyszko-Bohusz foi o chefe-responsável pela restauração e reforma do Castelo de Wawel no início dos anos 20. No livro de memórias da família de 1934 são encontradas variedades de nomes para a mansão Baszta, como Mościcki e Raczkiewiczów.
Em 1939, com a invasão alemã, a mansão e todo o seu entorno, caiu nas mãos do chefe do distrito de Cracóvia, o nazista Dr. Otto von Wächter. Durante a ocupação nazista, os antigos proprietários foram forçados a deixar o lar.
Castelo do Przegorzały - Foto: ISPE UJ

Algum tempo mais tarde 1942-1943, foi construído ao lado da Baszta, um novo edifício que acabou por ser chamado de Castelo ou Belveder, ao qual os alemães deram o nome de Schloss Wartenberg. O edifício, cuja construção não foi concluída, era para ser um luxuoso "spa" para os pilotos da Luftwaffe. Mas já no final da segunda guerra servia como hospital. Os alemães não conseguiram ter tempo de executar o plano de instalar um elevador desde a base do morro, ao lado do rio Vístula até o alto do morro onde foi construído o hotel dos pilotos nazistas.
Panorama do rio Vístula desde o terraço do Castelo do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski

No final de 1945, a família Bohusz fez todos os esforços para recuperar sua propriedade, mas infelizmente sem resultado. Em 1952, já no período comunista, todo o complexo, Baszta, Castelo e Bosque foi entregue para o Instituto de Pesquisa Florestais do Ministério de Florestas.
Em 1973, com a decisão da Universidade Iaguielônia de Cracóvia de criar um Instituto de pesquisa sobre a etnia e a emigração polaca, no mês de julho, durante o Congresso sobre Origens Polaca, os participantes colocaram a pedra fundamental de criação do centro. Assim toda a área do Przegorzały foi cedida ao Instituto criado oficialmente em 1976, dentro da Faculdade de Estudos Internacionais e Políticos da Universidade. Para os propósitos do Instituto, o castelo e a mansão eram insuficientes, assim que foi entregue aos arquitetos Tomasz Mankowski e Darius Kozlowski o trabalho de projetar um novo hotel ao lado das edificações existentes.
Hotel Dom Gościnni do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Assim, o Instituto de Estudos Polônicos e Étnicos ganhou o Edíficio Kazimierz Pułaski. O investimento, que contou com a ajuda da Kościuszko Foundation de Nova Iorque, finalmente foi concluído em 1991 para abrigar entre outros uma casa de estudantes, uma biblioteca, dois auditórios e salas de aula para o curso de idioma e cultura polaca.
Hotel Dom Gościnni do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Atualmente, o castelo sedia o Instituto de Estudos Europeus, e a "Baszta" e o hotel servem de moradia para estudantes estrangeiros,em sua maioria, e também como hospedaria para qualquer turista que se atreva a subir o morro do Bosque Wolski. Nos meses de verão costuma acontecer aqui vários congressos internacionais.
Bosque Wolski do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
Abaixo dos edifícios, na encosta Leste, há uma reserva natural denominada Skałki Przegorzalskie. Estas pedras brancas são calcárias da era quaternária.
Colina de Calcário do Przegorzały - Foto: Ulisses Iarochinski
P.S. Vivo aqui, neste lugar,  meus últimos dias dos quase sete anos de Cracóvia, um verdadeiro paraíso para estudar tranquilo e sereno.
E para relembrar a música tema do filme "Góra Przegorzały" que produzi em 2004, aqui estão a letra e a tradução da canção "Czy Pamiętasz jak to było", cantada por minha ídola, Edytta Geppert.
Czy pamiętasz jak to było
Piosenkarka: Edyta Geppert
autor słów utworu: Bogdan Olewicz 
kompozytor: Andrzej Rybiński 


Czy pamiętasz, jak to było, czy pamiętasz, jak to było 
Kiedy jeszcze bez wahania ludziom się wierzyło. 
Gdy świat bywał taki prosty, jak elementarze 
Gdy się w złoto obracało każde z naszych marzeń. 

Czy pamiętasz, jak to było, czy pamiętasz, jak to było 
Gdy nas świt do snu prowadził w pościel bladosiwą. 
Gdy do szczęścia brakowało przyjaciół i wina 
Gdy świat się za oknem kończył tam, gdzie się zaczynał. 

Ech, złudzenia, jak na skrzydłach prosto w jutro niosły 
Chcieliśmy za wszelka cenę wkroczyć w świat dorosłych. 
Dzisiaj tylko sny zostały, ale kto je kupi 
Jak przysłowia się sprawdzają - młody to i głupi. 

Czy pamiętasz, jak to było, czy pamiętasz, jak to było 
Kiedy dzień był ja stulecie, a kalendarz chwila. 
Kiedy drzwi się wyważało otwarte na oścież 
Piękne słowa były chlebem, a dłoń każda mostem 

Ech, złudzenia, jak na skrzydłach prosto w jutro niosły 
Chcieliśmy za wszelka cenę wkroczyć w świat dorosłych. 
Dzisiaj tylko sny zostały, ale kto je kupi 
Jak przysłowia się sprawdzają - młody to i głupi. 

Gdyby można po cichutku, kiedy człowiek zaśnie 
Cofnąć życie tak jak zegar o lat kilkanaście... 

Tradução livre:
Você se lembra de como ele foi 
Canta: Edyta Geppert 
Letra: Bogdan Olewicz 
Melodia: Andrew Rybiński


Você se lembra de como era, você se lembra de como era 
Quando as pessoas ainda acreditavam sem hesitação. 
Quando o mundo, muitas vezes, era tão simples como a cartilha 
Quando o ouro se transformava em cada um dos nossos sonhos. 

Você se lembra de como era, você se lembra de como era 
Quando para nós a madrugada levava ao sonho em lençóis embraquiçados. 
Quando para a felicidade faltava amigos e vinho 
Quando o mundo após a janela se acabava ali onde começava. 

Ech, delírios, simples como nas asas nos trazia o amanhã 
Queríamos a todo o custo entrar para o mundo dos adultos. 
Hoje, apenas sonhos restaram, mas quem os compra 
como provérbio se vendem - para os jovens e estúpidos. 

Você se lembra de como era, você se lembra de como era 
Quando o dia era um século, e o calendário era um momento. 
Quando as portas abertas se arrombavam de par em par 
Belas palavras foram o pão e cada mão uma ponte 

Ech, delírios, simples como nas asas nos trazia o amanhã 
Queríamos a todo o custo entrar para o mundo dos adultos. 
Hoje, apenas sonhos restaram, mas quem os compra 
como provérbio se vendem - para os jovens e estúpidos. 

Caso se pudesse depois quietinho quando o homem sonha 
Atrasar a vida, como o relógio, algumas décadas ...