sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O rei era homossexual?


Władysław Warneńczyk. Foto: Wikipedia

O rei polaco Władysław Warneńczyk foi gay? Os organizadores das comemorações do aniversário do rei garantem que sim. Os historiadores têm dúvidas. Não ousam dizer que não era. Afinal faz tanto tempo, não?
Por isso o prefeito de Cracóvia já mandou avisar aos organizadores da festa que não irá estar presente nas comemorações da Juventude SdPl com a Sociedade Internacional de Gays e Lésbicas (ILGCN).
No dia 31 de outubro no Rynek Główny (Praça do Mercado Central) ou na Brama Floriańska (Portas Medievais da cidade da rua Florianska) acontecerá a apresentação "Gejowskie miłostki króla" (gueióvsqui miuóstqui crula - amores gays do rei). Depois do espetáculo, os organizadores planejam uma marcha até o Castelo de Wawel para colocarem flores no túmulo do rei.
A idéia dos organizadores com o evento é mostrar que séculos atrás, a Polônia, já garantia liberdade as minorias sexuais. "Hoje o mundo nos vê como homófobos, enquanto a história mostra, que este foi o único país no mundo onde não houve pena de morte por causa da orientação sexual de seus nacionais", sublinha Łukasz Pałucki da ILGCN.
Em defesa da tese de que o rei teria sido homossexual, Sergiusz Wróblewski, historiador de Poznań, diz que "de acordo com os escritos de Jan Długosz - o grande historiador da História da Polônia - e um documentot i papal sobre a batalha de Warna, pode-se vislumbrar que o rei tinha preferências homosexuais". Por outra parte, Janusz Sroka, do Instituto de História da Universidade Iaguielônia de Cracóvia esclarece que "Jan Długosz em seus textos escreve que - o rei -tinha um comportamento obsceno e asqueroso - mas não diz que isto era uma preferência sexual. O rei realmente tinha um mal comportamento, mas as crônicas de Długosz não são claras neste aspecto".
Concluindo, Łukasz Pałucki, diz que não é esta a questão se ele foi gay ou não, o que importa é que "esta comemoração tem um caráter simbólico de que Cracóvia é uma cidade das diferenças".

Curitiba e Varsóvia: as mais seguras

Curitiba é a quarta mais segura do mundo

Curitiba está entre as 65 cidades mais importantes dos países emergentes. De acordo com o estudo feito pela MasterCard, a capital paranaense é a mais segura do Brasil e a quarta do mundo entre as cidades pesquisadas. Enquanto Varsóvia é a mais segura da Polônia e a segunda no mundo. Por ordem, segundo a MasterCard: Budapeste na Húngria, Varsóvia na Polônia, Montevidéu no Uruguai e Curitiba no Brasil.
O estudo leva em consideração diversos índices que analisam características macroeconômicas e financeiras de cidades em países emergentes. O objetivo é definir as 65 metrópoles mais importantes para a economia mundial.

Varsóvia é a segunda cidade mais segura do mundo

Outras quatro cidades brasileiras também foram citadas. São Paulo é a mais bem posicionada, entre elas, em 12º lugar. Depois aparecem o Rio de Janeiro, na 36ª colocação, Brasília, que ficou em 42º e Recife, em 47º.
Ao todo, oito áreas com mais de 100 indicadores foram pesquisados. Curitiba foi a cidade brasileira melhor posicionada no quesito risco e segurança.
Segundo Carlos Fonseca, líder de planejamento e inteligência de mercados para a América Latina e Caribe da MasterCard, o resultado final foi baseado em cinco pontos diferentes, e não apenas em dados de segurança pública.
Neste quesito foram analisados a percepção de um governo democrático, os avisos que os turistas recebem antes de vir para a cidade, acidentes naturais, a liberdade política e social e o sistema político. O Brasil é o país latino americano que mais teve cidades citadas no estudo.

Budapeste é a cidade mais segura do mundo

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Filme polaco em São Paulo

Foto: divulgação

O Clube de Discussão de Filmes da Casa Sanguszko de Cultura "Polonesa" de São Paulo está promovendo a projeção do filme “Rysa” (risco) produção polaca de 2008 e dirigido por Michał (mirrau) Rosa. (www.rysa-film.pl). O filme é falado em polaco com legendas em inglês e legendas eletrônicas em português. Após a projeção os presentes poderão conversar com o diretor Rosa e com o produtor Dariusz Sidor.
O filme conta com as atrizes Jadwiga Jankowska-Cieslak, Ewa Telega, Mirosława Marcheluk entre outros. Recebeu três premiações no festival do Filme polaco para melhor roteiro, de Michał Rosa, menções honrosas para Jadwiga Cieslak e Krzysztof Stroiński.


O filme é uma produção de Filmcontract Ltda. em co-produção de Televisão Polaca - TVP S.A., do Estúdio do filme documentário e ficção polaco - WFDiF - em asociação com o Instituto do filme Polaco - PISF.
O filme conta uma história muito simples. E é tradicional. Um casal tem vivido junto alegremente por muitos anos. A vida teve seus altos e baixos, mas eles sobreviveram apoiando e respeitando um ao outro. De repente algo lança uma sombra em cima da relação, uma suposta colaboração de um deles com a polícia secreta. Eles não são capazes de lidar com isso, que volta como um risco numa superfície brilhante. Como uma onda devolvendo o pecado original no matrimônio. O diretor diz que "eu observo pessoas mais que mecanismos. Eu estou contando a história porque quero entender antes de dar o meu veredicto. Estou perguntando qual a necessidade de balancear os anos de boa vida em conjunto oposição a uma mentira desleal. Estou perguntando o que fazer com todas as dúvidas que aumentam em nós e crescem como uma bola de neve ladeira abaixo; absorvendo tudo e levando à desintegração.”

Jadwiga Jankowska-Cieslak

Para o crítico de cinema do mais importante jornal polaco, Gazeta Wyborcza, Jerzy Armata trata-se "Um dos melhores filmes polacos dos últimos anos".
O filme já foi apresentado em agosto passado, no "Giornate degli Autori - Venice Days", na Itália e estará na 32a. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
O evento ocorre no dia 25 de outubro, próximo sábado, a partir das 17h00 na Rua Prof. João Arruda, 440 – Sumaré – São Paulo.

Moeda polaca em queda livre

Foto: Seweryn Sołtys

Mais de meio milhão de polacos, que economizaram em moeda estrangeira, tem motivos para estarem com dor de cabeça. A cotação do złoty não para de subir em relação ao Euro e Dolar. Em algumas horas da última segunda-feira para a manhã de quarta-feira, a moeda polaca perdeu 27 groszy (grochi - centavos) em relação ao Euro e 25 groszy ao franco suíco. Queda de 6 – 9%. Ten, Quem a um ano atrás contraiu um crédito de 300 mil zł para ser pago em 30 anos, cotado em franco suíço, terá agora que pagar uma taxa de 200 zł a mais do que o ano passado.
O problema do crédito atinge alguns milhares de polacos. Segundo dados do NBP são mais de um milhão e duzentas mil pessoas nessa situação.
Com o Euro custando 3,81 zł, franco suíço 2,56 zł e debilitando também as moedas russas e húngaras como resultado da crise mundial, o złoty se desvaloriza a cada dia. Para se ter uma idéia antes do estouro dos bancos estadunidenses a cotação chegou próxima a paridade 1 Euro 3 złoty.
O vizinho banco central da Húngria acusa uma queda de sua moeda em 15% desde o início de outubro.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Geórgia: conseqüências da ocupação russa

Ekateriny Beruaszwiil e sua mãe no Centro de Saúde da Criança em Varsóvia. Foto: jornal Rzeczpospolita

Duas crianças georgianas da Osetia do Sul chegaram na Polônia. Vieram em busca de especialistas. Ekateriny Beruaszwili de 13 anos têm problemas no coração. Como não tinham dinheiro, pois fugiram da zona ocupara pelos russos em Cchinwali, ainda não puderam ser operadas. A cirurgia deve custar entre 20 a 30 mil złotych. Foi iniciada uma campanha para arrecadar o dinheiro suficiente.
A segunda criança é Temuri Machniaszwili. Sua família toda morreu. O menino Temuri não ouve devido aos bombadeios. Estava prevista uma cirurgia para um implante, que permita a ele voltar a escutar. O Centro Internacional de Audição e Fala de Kajetan quer fazer a cirgurgia gratuitamente, mas é necessário pagar o implante, que custa em torno de 30 mil euros. A mãe de Ekaterina, a senhora Makvala Beruaszwili diz que é um milagre que esteja na Polônia, onde está recebendo ajuda do governo polaco e também da Embaixada da Geórgia em Varsóvia.

A grande batalha medieval

Quadro monumental de autoria do mestre Jan Matejko retratando a maior batalha da idade média, a de Grunwald (ou Tannenberg, em alemão) em 15 de julho de 1410, quando finalmente o reino polaco com seus aliados lituanos e tártaros-lipka, principalmente, expulsaram das terras da Polônia, os cruzados teutônicos (saxões, atuais alemães). Na cena, o grande duque lituano Witold ataca as forças do mestre da ordem Ulrich von Jungingen (de branco com faixa azul no lado direito) que é morto nesse instante, mesmo tendo o maior exército da época. O Rei polaco Władysław Jagiello ajudado por uma combinação de legiões lituanas, francesas, inglesas e mil soldados tártaros-lipka deram fim a uma ocupação de quase 200 anos em terras polacas.

Mapa da fase final da batalha de Grunwald com as posições de cada uma das legiões em confronto. As bandeirinhas vermelhas e brancas da Polônia contra as azuis e brancas dos teutônicos. Do outro lado do rio o avanço dos mil soldados tártaros sob o comando de Dzielal Ed Dyn em direção ao Oeste.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Teresa, caçadora e polaca

Teresa Urban

Navegando pela internet, descubro um longo artigo do jornalista paranaense Aroldo Murá G. Haygert sobre a amiga jornalista e curitibana Teresa Urban, intitulado "A caçadora de florestas no paraíso perdido" . O texto além de traçar um perfil de Tereza como mulher, jornalista mostra o quanto uma filha de polaco tem de tenacidade, defesa dos ideais (já perdidos, por muitos) e do quanto, mesmo que "sozinhos" podemos fazer para salvar nossa terra, nosso planeta. A seguir trechos do artigo do Aroldo publicado na "Idéias" em 13, agosto de 2004, Travessa dos Editores:

Sua força hoje repousa na intransigência com que defende o meio ambiente. Não participa de clubes de elogios mútuos, é parca em reconhecer avanços em áreas pelas quais apostou a vida, e vive, sem muito questionar, uma “loucura de meta certa”. Ao mesmo tempo, com o irmão, João, mergulha no mundo semeado por polacos e seus descendentes no Brasil, captado nas fotos e textos do livro Tu i Tam , lá e cá. Foi militante marxista entre os bóias-frias no Norte do Paraná. Passou dois anos na cadeia por suas convicções políticas. Entre seus troféus, contempla a auditoria que fez ao projeto do Prosan, do Banco Mundial, de saneamento ambiental, trabalho modelar e como tal apresentado oficialmente pelo Brasil, no Habitat II de Istambul.

Muito nela tem a ver com a herança católica tradicional transferida pela mãe, dona Janina, 90, que vive na outra metade da ampla casa da Rua Brigadeiro Franco, em Curitiba, e com o legado espiritual do pai, Estanislau, já morto, polaco que aqui chegou aos 12 anos.
O fumo talvez seja a única contradição na vida de quem há pelo menos 15 anos é paladino das causas ecológicas. Mas que, ao mesmo tempo, é identificada por outros traços notáveis: as lutas e conseqüentes prisões políticas sofridas por ter defendido o homem oprimido; o apego à cultura paranaense-polaca; e sua insubstituível presença no jornalismo do Estado, como repórter e comandante de redações.
Logo nas primeiras locuções bem pronunciadas, o interlocutor recém introduzido a Teresa Urban descobrirá que está diante de um ser precioso. E que gostar dela ou de suas teses, ou apoiá-las, não é o importante. O valioso é ouvi-la e recolher as lições de vidas de um ser inflexível no combate daquilo que aponta como injustiças (contra o homem, os bichos, as florestas, a biosfera, as minorias...).
No telefone, alguém da sua casa, “uma amiga”, informa que Teresa Urban está viajando, ficará 10 dias fora, “à procura de florestas”. É uma caçadora de florestas. Florestas que hoje são preciosidades, em extinção, no Sul. Mas antes de caçar florestas, e de se embrenhar em lutas também sem fim pela preservação de mananciais, como os que abastecem Curitiba, e daquilo que restou de floresta de araucária (0,8% do acervo identificado no começo do século 20), essa mulher que sempre gera polêmicas — “você não fica indiferente às teses dela, ela terá sempre posições muito definidas”, diz uma professora da UFPR, da área biológica — teve uma conturbada ação política.


Tereza Urban, ainda no Colégio São José, em Curitiba.

Madura intelectualmente, dava trabalho a mestres acomodados ou não, no curso de jornalismo da UFPR, de 1965 a 1967. Nunca renunciou a questionar o mundo ao derredor e as verdades históricas encobertas ou os tempos nebulosos de uma universidade de joelhos diante de pressões dos arapongas e de setores castrenses.
Quem a conhece sabe que ameaças e perigos sempre a fizeram mais forte. Foi assim desde o começo da militância esquerdista. Primeiro, em movimentos católicos, como a Ação Católica (JUC); depois, os desdobramentos à esquerda da Igreja, que então era um dos poucos núcleos de resistência ao governo ditatorial. Expressões da Igreja Católica visíveis em organismos como a AP (Ação Popular) — com o qual a hierarquia não se ligou senão por meio de militantes. Nos meios católicos, cita sempre dois contemporâneos de juventude e ideais: Paulo Bottas e Paulo Esmanhotto. Tornou-se agnóstica (ou já não era mais crente nos dogmas do Transcendental?), optou pelo comunismo mas não se filiou ao partidão e teve uma rápida ligação com o grupo dissidente que deu origem ao MR-8. Também atuou junto à POLOP (Política Operária). Era crente disciplinada, a da genuflexão quase completa aos dogmas marxistas aceitos a partir de 1966.
Mas divergiu das esquerdas que pregavam a resistência armada, posição por ela marcada várias vezes. Escolheu o caminho da pedagogia política. Correu o Paraná, tentando “organizar a classe operária”. Resultados parcos. Depois, foi fazer catequese marxista entre os bóias-frias do Norte do Paraná. “Numa semana eles ouviam a gente, na seguinte, já não se encontravam as mesmas pessoas”. Mobilidade física do lúmpen rural acompanhada por um certo desinteresse em organizar-se para enfrentar questões como as de injustiça no dia-a-dia do campo. Não gosta de responder sobre os seus torturadores de 1970. Cita apenas dois: um sargento de sobrenome italiano, morador das Minas Gerais, que tem família em Curitiba, e que em sonhos recorrentes lhe aparece para “apertar a moleira do Gunther”, o filho que era bebê nos dias da prisão; e o delegado paulista Sérgio Fleury, o carrasco da repressão política. Sofreu muito, torturas psicológicas e físicas, inimagináveis, ali na Praça Rui Barbosa, onde então funcionava um quartel militar (hoje, Rua da Cidadania). Era a central curitibana da repressão política. Em busca de liberdade, foi para o Chile, onde viveu sob ares democráticos, de 1970 a 1972. O filho ficou sob os cuidados da mãe, dona Janina, uma mulher de oração e ação, criadora e até agora mantenedora do Abrigo do Senhor (com ajuda de amigos), que acolhe, dando casas e comida, uma dúzia de famílias carentes, em Campo Magro.
— Claro que nunca foi fácil para minha mãe, uma mulher criada no catolicismo tridentino, entender uma opção marxista, comunista, como a minha. Mas ela nunca fugiu dos seus deveres de mãe, de dar apoio, ajuda e consolo, garante Teresa. Uma vez, levados por paranóia sem medidas, cassadores (de cassar direitos) prenderam a outra Urban, dona Janina, por engano. Teresa apressou-se em substituí-la nas grades, enquadrada por práticas de “subversão à ordem constituída”. Esperançosa de tempos melhores, a catequista da luta operária e camponesa volta ao Brasil em 1972. É logo presa, e condenada pela Lei de Segurança Nacional, por “subversão”.
Em 1975, começa a colaborar com a revista Panorama , como repórter. Depois, de 1977 a 1978, era o semanário Voz do Paraná. Depois, uma longa passagem pela revista Veja , em Curitiba, e a seguir a chefia de redação da sucursal de O Estado de S. Paulo . Em 2000 retoma o jornalismo, até final de 2001, dirigindo o diário Folha de Londrina.
Assim, no começo dos anos 90 embrenha-se nas lutas ecológicas, participando de instituições como Sociedade de Pesquisa da Vida Selvagem (SPVS), SOS Mata Atlântica, Rede Verde de Informações Ambientais, e em projetos de educação ambiental. Em parceria com a ONG Mater Natura, Teresa ajudou a viabilizar o projeto Pró-Lago, de educação da população vizinha à represa do Irai e dos mananciais formadores do Iguaçu, Leste de Curitiba, na Região Metropolitana.
De lá para cá, já participou do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAM), fez auditoria ambiental no Prosan, projeto do Banco Mundial de conservação ambiental (saneamento) levado como modelar, exibido no Habitat II, em Istambul, em 1996. O trabalho rendeu a Teresa visibilidade para ganhar novos apoios de entidades internacionais às causas que defende do meio ambiente.
A Fundação Francisco, de Brasília, a Fundação Ashoka, dos Estados Unidos, e o Fundo Nacional do Meio Ambiente apoiaram-na na grande empreitada pioneira em termos mundiais que foi a Rede Verde de Comunicação Ambiental. Esse trabalho recorria a uma espécie de cobaia da internet, a Alternex, abastecendo centenas de jornais, rádios e televisões do Brasil e exterior com informações ecológicas e de catequese ambientalista.
Qual profeta veterotestamentária, Teresa tem clamado contra a degradação ambiental, o comprometimento dos rios, a extinção da Mata Atlântica e das florestas de araucárias, o sumiço da fauna. Fala do mundo mais imediato, o do Sul. Acha que, mal ou bem, graças até ao olhar e pressões internacionais permanentes, a Amazônia — o dito pulmão do mundo — está bem monitorada.
— Temo e tremo pelo que vem aí. Quando faltar água de verdade nas metrópoles, talvez essa catástrofe provoque nas autoridades e no homem em geral interesse para preservar o que levou bilhões de anos para ser formado e estamos destruindo em duas gerações. As grandes mudanças virão, infelizmente, quando o caos estiver instalado e estivermos buscando água a sabe-se lá quantas centenas de quilômetros de Curitiba..., ressalta a ambientalista.
Pelas contas de Teresa, até os anos 70 do século passado, o Paraná derrubou 94% de suas florestas e a implantação de indústrias automobilísticas na Região de Curitiba, com as indústrias subsidiárias, foi um desastre ecológico ainda maior, comprometendo os mananciais: não mais se respeitam as nascentes que formam o Iguaçu (os rios Irai, o Piraquara, o Pequeno, o Miringuava). A chegada da Renault rendeu não poucos dissabores à ecologista e seus aliados, cujos argumentos ecológicos e fincados no futuro mais ou menos imediato perderam para o imediatismo defendido: era preciso gerar empregos a qualquer custo. “O resultado agora é que o licenciamento ambiental no Paraná está desmoralizado”, garante.
Além da prática, Teresa levou sua militância para o papel. No livro Saudade do Matão , publicado pela Editora UFPR em 1999, Teresa faz um amplo levantamento da história da defesa do meio ambiente no Brasil, com depoimentos de seis de seus personagens mais notáveis: Adelmar Faria Coimbra Filho, Alceo Magnanini, almirante Ibsen de Gusmão Câmara, Maria Tereza Jorge Pádua, Paulo Nogueira Neto e Wanderbilt Duarte de Barros. Uma preciosidade realizada com o patrocínio da The John D. and Catherine T. McArthur Foundation e Fundação O Boticário de Proteção à Natureza.
A face mais rica de Teresa talvez seja a que a aponta envolvida com suas raízes. A “etnógrafa” amadora (ela só quer ser jornalista, não tem outra pretensão) descreve com o melhor conhecimento de causa a vida dos polacos e seus descendentes no Sul do Brasil. Está no livro Tu i Tam — lá e cá.

Poloneses no Paraná, Colônia Santana, 1987. processo cromógeno. 21,0 x 31,5 cm (23,8 x 34,0 cm). © João Urban. Todos os direitos reservados. Reprodução proibida.

Os textos são dela, as fotos de João Urban, o irmão fotógrafo premiadíssimo. A proposta editorial bem-sucedida é de registrar momentos de vidas em colônias polacas no Brasil, a partir de flagrantes feitos por João desde 1978. Seqüências fotográficas que depois registram os mesmos personagens agricultores de origem polacas fotografados hoje, no seu dia-a-dia.
Nesse meio tempo, as lentes de João Urban foram à Polônia, em 1992. Acompanhado da mãe, dona Janina, João capturou momentos de semelhanças e dissonâncias entre os trabalhos agrícolas polacos e os de seus parentes aqui. Razão do nome lá e cá, Tu i Tam . As casas ricas em cores, por exemplo, são um gosto comum, diz Teresa. O livro é ferramenta para que se entenda um pouco mais também a jornalista Teresa. Na obra, ela envereda por um universo de trabalho muito peculiar, rico em situações atuais, em colônias como a de Santana, em Cruz Machado, próximo a União da Vitória. “Lá, 30% das crianças ainda falam polaco” — constata Teresa, sem esconder um certo orgulho no examinar essa realidade cultural única. A paisagem é de florestas convivendo com a agricultura familiar. O livro vai também às colônias Muricy e Tomás Coelho (desta, restam poucos vestígios polacos). Santana é só alegrias para a pesquisadora Teresa que, ao contrário de João Urban, não fala, mas pode entender a língua dos pais. “É uma réplica das primeiras colônias no Paraná e está no roteiro definitivo da história polaca no Brasil, iniciada no século 19”.
Entusiasmo contido: Teresa lembra a saga da família de Estanislau, o pai, chegada ao Brasil no final do século 19, indo direto — ele, os pais e cinco irmãos — para as lavouras de café em São Paulo. Mas eram urbanos, trataram de “fugir” para Curitiba, onde Estanislau depois casaria com a filha de polacos Janina Majchrowicz, uma mulher que fala e escreve a língua polaca. Janina é parte de um grupo de dez pessoas que até hoje resiste, aos domingos de manhã, mantendo a celebração da missa em polaco, na Igreja de São Vicente de Paulo, em Curitiba.
Estanislau foi das grandes admirações de Teresa, marceneiro exímio, produtor de móveis requintados muitos dos quais hoje resgatados pela família. O mesmo Estanislau que, um dia, confessaria a Teresa também ter militado no Partido Comunista, “na juventude” — militância abandonada pouco tempo depois, quando retornaria ao catolicismo.
Sente-se como que em estado de graça pelas batalhas campais encetadas. Não importa se algumas foram perdidas. O importante, o que conta, para ela, é que cada vez mais gente de seu calibre e com suas opiniões está tentando salvar o Paraíso. Ninguém merece o Leste do Éden, parece dizer ao despedir-se anunciando: “Na semana que vem estarei fora, procurando florestas”.
PRINCIPAIS OBRAS
- Boias Frias - Tagelohner im Sudem Brasiliens . Edition diá: Alemanha, 1984.
- Bóias Frias - Vista Parcial . Editon diá e Fundação Cultural de Curitiba: Brasil, 1988.
- O livro do Matte . Salamandra Consultoria Editorial: Rio de Janeiro, 1990.
- Engenhos e Barbaquás , com Nego Miranda. Editora do autor: Curitiba, 1998.
- Saudade do Matão . Editora UFPR: Curitiba, 1999.
- Missão (Quase) Impossível . Editora Peirópolis: São Paulo, 2001.
- Em Outras Palavras - Meio Ambiente para Jornalistas . Senar-Pr/SEMA: Curitiba, 2002.
- Memórias de Um Paraíso em Floresta Atlântica: Reserva da Biosfera, com Carlos Renato Fernandes. Curitiba, 2003.
- Histórias do Velho Victor . Editora do autor: Curitiba, 2004.

Turismo rural nas Colônias Polacas do Paraná

Já há algum tempo a região metropolitana de Curitiba vem ganhando novas atrações no turismo. Privilegiada pela natureza ainda exuberante da Serra do Mar tão próxima e as colinas do planalto curitibano, as antigas colônias de imigrantes se transformam em locias de resgate da cultura dos primeiros imigrantes. Foi assim com a introdução do circuito italiano entre Colombo e Santa Felicidade e agora, desde o dia 11 de outubro com a inauguração do Roteiro das Colônias Polacas, iniciativa das prefeituras de Campo Largo e de Campo Magro. A rota é composta de nove atrações nos dois municípios da Região Metropolitana de Curitiba e busca atender os interessados em turismo rural.
São chácaras onde o turista tem a possibilidade de conhecer a produção de flores, mel, vinhos e produtos orgânicos, além de usufruir de espaços de lazer, museu étnico, restaurantes e café colonial.
A região que já foi entre outras as colônias colônias Dom Pedro II, Figueiredo e Rodrigues ainda abriga cerca de 95% dos habiantes como sendo descendentes dos polacos imigrantes. Assim é fácil de entender o porque de algumas atrações como, o
Museu da Etnia Polaca: acervo mostra algo da forma de vida dos primeiros imigrantes polacos chegados ao planalto curitibano através de objetos domésticos e de trabalho. Visitação somente com horário marcado. Ingresso a R$ 1,00. Informações: (41) 3649-4448.
Casa do Bambu (Chamel): casa onde são vendidos mel, chás, bonsais, artesanato, orquídeas e mudas de bambu. Aberto das 7h30 às 18h, de segunda a domingo. Informações: (41) 3555-1147 ou www.chamel.com.br.
Chácara Monjolo/Caminho das Flores: aqui são produzidos e comercializados vinhos artesanais e flores. Funciona das 8h às 11h e das 13h às 17h, de segunda a sexta-feira. Para visitação nos fins de semana, é preciso ligar para (41) 3555-1986.
Chácara Santa Rosa: produtos orgânicos e geléias. Aberta aos sábados, das 13h às 17h, e aos domingos, das 8h às 17h. Informações: (41) 9973-7383.
RF Orquídeas: produção e venda de orquídeas. Funciona de segunda a domingo, das 8h às 11h, e das 13h às 17h. Informações: (41) 9962-3043 ou www.rforquideas.com.
Nowa Polska Restaurante: culinária típica polaca. Aberto das 12h às 15h aos domingos. Para demais datas é preciso reservar pelo telefone (41) 3649-4578. Informações: www.novapolska.com.br.
Sítio Pedra sobre Pedra: piscina com água corrente, trilha, local para festas, quadra de futebol suíço, tanque para pesca, churrasqueira. Aberto de segunda a domingo, das 8h às 18h. Informações: (41) 9622-4637.
Café colonial Vovó Bruna: funciona aos sábados, domingos e feriados, a partir das 16h. Almoço somente com reserva. Informações: (41) 3677-5558.
Chácara Sant'Ana: local de lazer, eventos e comercialização de produtos coloniais. Funciona das 9h às 18h, de quarta a domingo. Informações: (41) 3677-6576.
O acesso ao Roteiro das Colônias Polacas pode ser através dos centros de informações turísticas dos dois municípios vizinhos a Curitiba. Eles estão situados na Casa do Bambu (BR-277, km 112), em Campo Largo, e na Estrada do Cerne, km 13,5, anexo ao Restaurante Cabana di Bella, em Campo Magro. Mais informações: (41) 3677-5784 ou, durante a semana, no telefone (41) 3677-1876.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Carmo contagia Cracóvia

A estréia mundial do filme "Carmo", no Kino Kijów, de Cracóvia foi um grande sucesso. Inteiramente tomado pelo público, o cinema onde Andrzej Wajda costuma fazer suas estréias ficou pequeno para a festa brasileira que contagiou desde o prefeito da cidade até o embaixador brasileiro além de um número bastante grande de artistas e cineastas polacos. Roda de Capoeiristas polacos, banda tocando samba na festa que começou logo após a projeção do filme.
Murilo Pasta, o diretor brasileiro radicado há 18 anos na Inglaterra era o que mais recebia cumprimentos e pedidos de entrevista. O mesmo ocorria com a atriz brasileira Mariana Loureiro e o ator espanhol Fele Martinez, protagonistas deste "road movie" pantaneiro, gravado em Corumbá.
O produtor polaco Grzegorz Hajdarowicz, um dos mais animados da festa, fez questão de no dia seguinte, sábado abrir as portas de sua Dworek - mansão medieval, em Karwionice, nos arredores de Cracóvia para o diretor e os protagonistas do filme.

Murilo, Grzegorz, Mariana e Fele. Foto: Ulisses Iarochinski

A atriz Mariana Loureiro, antes disso, acompanhada pelo irmão Paco e a mãe Glória do ator Fele Martinez foi aos campos de concentração e extermínio alemão-nazistas de Auschwitz e Birkenau na manhã de sábado, guiados pelo blogueiro Ulisses Iarochinski.

Paco Martinez Perez, Mariana, Glória (mãe de Fele). Foto: Ulisses Iarochinski

Porém, ela fez questão de passar em frente ao cinema da estréia, antes que levassem embora o grande painel do filme... Mais uns minutos e não seria possível a foto com o cartaz no chão em frente ao templo do cinema polaco.
Mariana Loureiro no Kino Kijów. Foto: Ulisses Iarochinski

Agora "Carmo" deve ganhar as salas de cinema da Polônia e participar do Festival de Cinema de Łódź. Depois Espanha e só em março estrear no Brasil.

Reforma da previdência terá correção

As manchetes principais do jornal Rzeczpospolita desta segunda-feira, 20 de outubro de 2008, são Correção na Reforma da Saúde e Colin Powel votará em Obama.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O quarto segredo de Fátima

Atentado em Fátima em 12 de maio de 1982 . João Paulo II chegava ao santuário, para agradecer a Nossa Senhora por ter lhe salvado a vida e protegido seu coração. De repente contra ele é desferida uma faca do tamanho de uma baioneta pelo padre dissidente espanhol Juan Fernandez Krohn. Este foi impedido imediatamente pelos seguranças. Na foto: Krohn começa a disferir o ataque.

O atual cardel metropolitano de Cracóvia e ex-secretário particular de sua Santidade o Papa João Paulo II, revela: Um ano após o atentado na praça de São Pedro, o Papa João Paulo II viajou a Fátima, em Portugal, para agradecer a Nossa Senhora pela graça concedida. E agora ele foi ferido pela segunda vez. Por que o Papa escondeu tal fato como sendo um segredo? No início de seu pontificado, em 1978, ou ainda em 1979, João Paulo II recebeu em audiência o bispo português Alberto Cosme do Amaral. Pediu para que o bispo mostrasse no mapa onde estava Fátima. O papa polaco - admirável - não se interessava anteriormente pelo culto a Nossa Senhora de Fátima.
Por que o convite para visitar Fátima, o qual é feito pelo bispo Alberto, é tratado com tanta trivialidade?
Para ir a esta pequena, desconhecida Fátima, ele não escolheu. Em janeiro de 1982, o bispo Alberto reiterou o convite. Então, na senha "Fátima", o papa está pronto para voltar atrás em seus planos nos protocolos diplomático colocando em suas mãos.
O Papa ainda convalecendo, chama seu amigo o prof. Stefan Swieżawski para falar sobre a coincidência de datas, entre a aparição de Fátima, em 13 de maio de 1917, e o atentado no Vaticano, em 13 de maio de 1981.
João Paulo II e o prof. Swieżawski, mais precisamente, tomam juntos o café da manhã em Castel Gandolfo. Swieżawski, lembra: "Isto foi naquele dia, naquela hora, naquele minuto!"
Milagre? Não! Apenas o papa estava convencido, que Nossa Senhora tinha lhe salvado a vida na Praça São Pedro, onde o turco Mehmet Ali Agca disparou com sua pistola contra ele.
O Papa promete ao bispo Alberto que irá a Portugal no aniversário do atentado, dali a quatro meses. João Paulo II começa então a aprender rapidamente o idioma português. E o faz durante cada café da manhã, quando recebe para conversar um bispo português. Em março chega a Portugal uma delegação do Vaticano liderada pelo núncio apostólico Sante Portalupim. Em Coimbra se encontram com a irmã Lúcia, carmelita.
Para ela e seus dois primos, em 1917, sobre um carvalho na Cova da Iria, nos arredores da cidade de Fátima, apareceu Nossa Senhora. A delegação volta a Roma com uma mensagem de irmã Lúcia para o Papa, que irá revelar o terceiro segredo. A grande hierárquia da Igreja reage dizendo que não aceita a proposta de irmã Lúcia. Apenas João Paulo II nunca quis ouvir qualquer crítica a Lúcia. Apesar da posição de seus cardeais, João Paulo II quer ouvir o que Maria teria dito. Este é o famoso terceiro segredo de Fátima: a bala que iria atingir a cabeça do Papa foi desviada naquele 13 de maio de 1981, na praça de São Pedro.
O papa já estava restabelecido, forte, quando na grande praça, diante da basílica de Nossa Senhora das Rosas em Fátima, ouve do bispo Alberto: "Ninguém no mundo, ama-o mais do que aqui".
Entre milhares de pelegrinos, está o espanhol, de 32 anos, Juan Fernandez Krohn, padre da irmandade Pio X, ordem religiosa dissidente dirigida pelo bispo Lefebvre. Krohn não poderia ter ido a Fátima para rezar junto com João Paulo II. Não acreditando nos conselhos da igreja, no ecumenismo, na renovação, não faria sentido estar ali. Ele não acredita no Papa. Segundo um velho conhecido, Krohn "é um desqualificado intelectualmente". Enquanto isso, a procissão se aproxima da Capela da Anunciação junto ao altar principal da basílica. João Paulo II livre sobe as escadas. Krohn vestido com roupa preta sob o hábito também preto empurra a multidão e lança contra o papa uma faca do tamanho de uma baioneta. E grita: "Fora com o Papa!" Tenta ferir o papa no coração. O segurança papal Camillo Cibin e os agentes de segurança portugueses detêm o agressor. O Papa se volta para Krohn e apesar de tudo o abençoa. "Eu acuso você pela queda da igreja. Morte ao Concílio Vaticano II." , joga-lhe na cara Krohn. A maioria da pessoas na cerimônia não se dão conta do que está acontecendo. O Papa celebra, abençoa os fiés. ninguém pode supor, o quanto isto lhe custa. Dias depois no jantar do cardeal Agostino Casaroli, chefe da diplomacia do vaticano, transmite uma mensagem do papa, aos membros da Secretaria de Estado, onde pergunta sobre o atentado, e estes rezaram durante toda a noite. "Posso disso entender, que afinal a Secretaria de Estado começou a rezar?". Foi a piada do papa.
Por mais de 26 anos, este fato foi escondido. Só agora com a publicação do livro, ano passado, e do filme recém lançado na Polônia, "Świadectwo", o cardeal Stanisław Dziwisz decidiu revelar mais este segredo, o do atentado de Fátima.
Para o produtor do filme "Świadectwo", Przemysław Häuser a revelação do cardeal Dziwisz foi um choque. "Pensei, que caíria da cadeira, quando ouvi. Não lembro, qual dia de gravação isto aconteceu, pois trabalhávamos de manhã à noite. Perguntamos sobre o segredo de Fátima, quando espontaneamente o cardeal começou a falar sobre este segundo segredo de Fátima", não aqueles guardados pela irmã Lúcia, mas deste "do atentado do espanhol Juan Fernadez Krohn".
Juan Fernandez Krohn foi condenado a seis anos e meio pelo atentado e mais seis meses por insultar o juiz. No processo afirmou que Wojtyła foi agente comunista, o qual sentou-se no centro do Vaticano. Cumpriu apenas três anos de pena. Livre em Portugal, viajou a Bélgica. joga fora o hábito e casa-se com uma jornalista portuguesa, com a qual se correspondia sobre sua situação quando estava na cadeia. Em 2000, foi detido em Bruxelas, por comprovado atentado contra os reis da Bélgica, Alberto e espanhol Juan Carlos I. Passa mais cinco anos na prisão. Krohn conduz um blog, no qual escreve sobre política espahola, sobre a guerra civil de 1936, literatura e religião.

O ex-padre dissidente hoje vive em Bruxelas. Juan Fernandez Krohn escreve em seu blog: "Se feri Joäo Paulo II em Fátima.. isto está claro para mim, ao contrário de Ali Agca ele não me perdoou nem mesmo antes do relaxamento de minha prisão, nem depois. Mas isto é mentira de que eu o feri."

Quando, numa quarta-feira, antes da "avant-première do filme "Świadectwo", no Vaticano para o papa Bento XVI, a agência internacional de notícias propaga sobre o segredo do atentado de Fátima, Krohn reage: "Em primeiro lugar, é mentira. Em segundo: isto é uma cegueira e uma escandaloza hipocrisia... Em terceiro: muito me estranha, porque só agora este bispo polaco revela isto, se escondeu durante 25 anos. A pergunta surge, por que revelar isto, quando a opinião pública de seu país está em choque com a revelação de que mombros da hierárquia da igreja na Polônia, serviram aos serviços de segurança comunistas". Eles temiam que aquela faca estive envenenada.


A Polícia retira o ensandecido padre Krohn do santuário. Poucos momentos antes ele havia atacado o papa João Paulo II que o abençoou. Krohn foi condenado a seis anos e meio de prisão, mas foi solto depois de três anos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Buscador de origens: Busca infrutífera

Prédio da Prefeitura de Konin. Foto: Ulisses Iarochinski

Infelizmente não deu dessa vez... Não encontrei nenhum rastro da pessoa procurada em Konin, próximo a Poznań. Nem mesmo tal sobrenome existe na região.

Estive em Konin durante todo o dia. Felizmente todos os locais de busca estão concentrados na Stare Konin, ou Velha Konin, numa das margens do rio que banha a cidade. Do outro lado, onde está a estação ferroviária foi construída uma nova Konin, segundo a arquitetura e urbanismo comunista, pós Segunda Guerra Mundial.

Comecei as buscas logo cedo pelos arquivos do Cartório da Cidade Urząd Stan Cywilnego. Duas moças me atenderam de forma bastante prestativa. Verificamos cinco livros de assentamento de nascimentos. Dois da Igreja Católica Apostólica Romana, um da Igreja Católica Ortodoxa, um da Igreja Luterana, um da Sinagoga Judaica e o do Cartório da Cidade referentes ao ano de 1912, não só na data do nascimento, mas em todos os meses. Não encontramos nada, nem mesmo o sobrenome Krzeminski foi encontrado entre os assentamentos destes livros de 1912. Estes livros não eram só de registros da zona urbana da cidade de Konin, mas também dos vários distritos e zona rural da cidade.

Fui então à Igreja católica romana mais antiga da cidade, a de São Bartolomeu. O horário de atendimento da sacristia era apenas das 7 às 9 da manha. Cheguei lá já era mais de meio-dia. Mas insisti com quem abriu a porta que eu vinha de longe (do Brasil) e que o vigário me atendesse. Instantes depois o padre apareceu, um pouco de má-vontade, mas depois de iniciada a pesquisa ele até foi mais cordial. Procuramos não só no livro de 1912, mas nos livros de 1910 a 1917. Apesar dos registros estarem em idioma russo, nas folhas finais de cada livro o nome das pessoas com registros constantes em cada um deles, estava em idioma polaco e alfabeto latino. Mais um vez não encontramos nenhuma referência à pessoa pesquisada e nem mesmo ao sobrenome, dando a entender que esta família pelo menos naquele período e no atual não estavam por ali.

Fui então ao Arquivo Nacional, que mantém em cada região, departamentos regionais que guardam documentos com mais de cem anos de existência. Logo de início o diretor do arquivo foi logo dizendo: Não! Aqui não temos nada referente a 1912... O que mantemos aqui são documentos de antes de 1907.

Mas a conversa com este diretor, ajudou a esclarecer algumas coisas. Muito prestativo e atencioso, mostrou e fotocopiou tabelas. Enfim... São muitas as localidades na Polônia com a denominação Konin. As divisões administrativas na Polônia ao longo do tempo sofreram várias alterações.

  1. Hoje são 16 Voivodias (semelhante a Estado)... Até 1998 eram 49 as Voivodias.
  2. Entre 1918 e 1939 eram outras tantas... E as denominações de cada uma delas era diferente das atuais. O diretor “xerocou” 6 páginas de tabelas, onde aparece o nome Konin, seja como cidade, como distrito, como vila e até lugarejo. Nesta parcial de tabela... Encontramos 111 localidades ligadas ao nome Konin.
  3. Desta centena, pelo menos 5 são cidades, ou Estado, a maioria da centena tem outros nomes... Por exemplo: Estado: Poznańskie (de Poznań – em 1930 além de cidade era um Estado), município: Konin, distrito: Gosławice, localidade (vila, ou lugarejo rural): Konin.
  4. Além disso, pode ter havido nos anos anteriores uma alteração na grafia e a localidade da pessoa buscada não seja Konin, mas Konina, Kakonin, Kolno, Koninko, Koninek.
  5. Numa sétima fotocópia, de um outro antigo livro de divisão administrativa da Polônia do entre guerras, há referência a paróquias. Por exemplo, na página 743 deste livro, existem 10 Konin, 2 Konik, 2 Koniki, 1 Konikowo, 1 konina, 3 Koninek, e 1 Koninko.

Pois bem, este Estado Poznańskie - de Poznań, tinha outra configuração de território da atual Voivodia (Estado) da Wielkopolska, do qual Poznań é a capital. Assim muitas daquelas centenas de localidades, em 1930, atualmente estão em outras Voivodias e ligadas a outras cidades, que não Poznań, ou Poznańskie.

Para simplificar e com a ajuda do diretor do Arquivo Nacional em Konin, Voivodia Wielkopolska, cuja capital é Poznań, a sugestão é que se procure o documento desta pessoa nas cidades de Łódź, Częstochowa e na região Pomorskie (Pomerânia).

Ainda na página 743 daquele livro, referente às localidades e às divisões administrativas, dez Konin pertencem a atual Konin (onde estive próxima a Poznań) e também a Częstochowa, a Łaska, a Nowy Tomyśl, a Szamotuły, a Limanowa, a Kalisz, e a Nowy Sącz.

De mais concreto, o que poderia propor é seguir a busca, partindo mais uma vez da ajuda do interessado por este ancestral. Para isto seria necessário que se verificasse nos documentos que o interessado possui e nas indicações que foram dadas para a localidade Konin,em qualquer um dos nomes referidos acima. A busca assim será mais concreta. Uma segunda maneira seria ir até as atuais cidades de Łódź, Częstochowa, e/ou Limanowa (fica próximo a Cracóvia) e tentar descobrir pelo menos os rastros do sobrenome. Sei que é frustrante. Senti-me assim nesta busca. Parecia tão fácil. As pessoas em todos os lugares muito prestativas, mas nada, nenhum sinal da pessoa buscada.

Mas ainda não desisti... este documento está em uma outra Konin.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Buscador na estrada

O buscador de origens mais uma vez poe o pe nos trilhos e vai ate Konin, na regiao da Wielkopolska em busca de certidao de nascimento da familia Krzeminski... esperamos ter sorte como das vezes anteriores. Por isso, hoje, fazemos uma pausa, nas noticias e curiosidades da Polonia.
Ulisses

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Carmo estréia nos cinemas da Polônia


A prefeitura de Cracóvia, junto com a Gremi Film Production (Polônia), Contraluz Films (Espanha) e Magia Filmes Produções (Brasil) está convidando para a pré-estréia do filme "Carmo", nesta sexta-feira, dia 17 de outubro, no Cine Kijów. A exibição tem o patrocínio do novo embaixador brasileiro na Polônia, Carlos Alberto Simas Magalhães.
A partir de amanhã, terça-feira, dia 14 até quinta-feira dia 16 de outubro, o filme estará sendo apresentado em Varsóvia na Kinokoteka, salas 2 e 7, na PKiN, na Plac Defilad nr.1. durante o 24 Festival do Filme de Varsóvia.

"Carmo", um "road movie" gravado no Mato Grosso do Sul é uma produção espanhola, brasileira e polaca protagonizado pelo espanhol Fele Martínez e pela brasileira Mariana Loureiro. Produtores: Grzegorz Hajdarowicz, Xavier Granada, Alberto Aranda e Roberto D'Avila.
O filme é dirigido por Murilo Pasta e tem ainda a participação dos brasileiros "Seu" Jorge, Márcio Garcia, Rosi Campos, Norival Rizzo, Thais Fersoza, Kiko Bertholini, Nanda Costa, Clarisse Kiste, além da espanhola Paca Galberón. A produção musical é do espanhol Zacarías M. de la Riva. "Carmo" foi exibido numa mostra paralela do último Festival de Cannes.

Murilo Pasta, brasileiro viveu e trabalhou na Grã-Bretanha por 17 anos, onde fez mestrado em roteiro de cinema na London College of Communication. Em 2000 foi nominado para a categoria de melhor curta-metragem do Prêmio BAFTA com "The Tale of the Rat". Dirigiu vários curtas e pela primeira vez um cineasta latino-americano foi convidado para dirigir uma minissérie para a TV BBC, Channel 4 e Sky Television. Ele já dirigiu também vários comerciais para TV. "Carmo" é sua estréia em longas de ficção.
O filme conta a história de "Marco é um espanhol deficiente e solitário que vive do contrabando entre Argentina e Brasil. Quando dois bandidos o atacam e roubam sua mercadoria, Carmo lhe dá uma ajuda para voltar à rodovia. Carmo é brasileira e preferiria morrer do que ter que viver um segundo mais no lugar onde nasceu. Entre os dois o trato é muito simples: me leve pra longe e ficarei ao teu lado."

Segundo a atriz Rosi Campos, que interpreta o papel da cinquentona Serra Feliciano, "Carmo" é um "é um road-movie, ou seja, as ações se desenrolam em viagens na estrada. É uma história sobre relações difíceis, contado de forma bacana, que mistura humor, drama e aventura. O filme foi rodado em quatro cidades do Mato Grosso do Sul, Corumbá, Ladário e Terenos e a capital, Campo Grande, com locações naturais, e conta com um grande elenco, e ainda a participação especial do cantor Zeca Baleiro, em uma rápida cena no bar. Foram dois meses de produção, entre os meses de abril e maio de 2007, e um orçamento de R$ 4 milhões. O filme foi montado na Espanha e deverá ser distribuído para dezenas de países a partir de junho, inclusive no Brasil. A expectativa é de sucesso."

Fele Martinez é um ator espanhol, nascido em 1975, na cidade de Alicante. Tem em seu currículo mais de 30 filmes. Foi dirigido por nomes como Pedro Almodóvar, Alejandro Amenábar e Julio Medem. Ganhou prêmios como o "Goya" de ator revelação do ano de 1996. Também atuou no teatro quando encarnou o papel principal da peça "Sonhos de um Sedutor", de Woody Allen, em sua versão espanhola.


Neste ano já foram vendidos alguns filmes brasileiros para a Polônia, como por exemplo, "A Casa de Alice", para o Canal +, " O Passado, Estômago" e "Tropa de Elite" para exibição em salas de cinema. "Tropa de Elite" vendido para uma das maiores distribuidoras da Polônia, a Kinoswiat, está fazendo sucesso entre os polacos.

domingo, 12 de outubro de 2008

Ditadura de triste lembrança

Médicos retomam formatura congelada pela ditadura por 36 anos

No dia 24, um grupo de médicos vai finalmente concluir sua festa de formatura, iniciada e interrompida há 36 anos pelo regime militar. Dia 13 de dezembro de 1972. Anos de chumbo, época de censura. Cerca de 1.700 pessoas lotam o Teatro Municipal do Rio. São 20h30. Na platéia, em elegantes trajes de festa, estão parentes, amigos e convidados dos 128 formandos do curso de medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O convite da festa traz ilustrações de Henfil.

A reportagem é de Luísa Alcalde e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 12-10-2008.

Vai começar a cerimônia de colação de grau da turma de 1967, com o juramento de Hipócrates, rito de introdução dos acadêmicos em medicina na vida profissional.
No palco, vestidos de becas pretas com babado branco e capelo na cabeça, os recém-formados estão emocionados, pois entre os convidados está a família de Luiz Paulo da Cruz Nunes, assassinado aos 21 anos, no segundo ano do curso, com um tiro na cabeça disparado por policiais durante repressão a uma pacífica manifestação estudantil no dia 22 de outubro de 1968, em frente ao Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel. A ação foi orquestrada pelo Comando do I Exército, DOPS e a PM. Os amigos dizem que o jovem não era ativista político. Estava no local por acaso.
Os parentes de Luiz Paulo, escolhido como patrono, levam flores aos formandos. A direção da UERJ, porém, veta a homenagem dias antes e proíbe qualquer menção ao rapaz. Manda colocar uma tarja preta sobre o nome de Luiz Paulo nos convites, mas isso é feito em apenas alguns deles. A direção garante aos alunos que não mencionará a palavra “patrono” na cerimônia.
O discurso da oradora Telma Ruth Pereira Silveira é submetido à análise dos censores da ditadura e vetado. A alegação: “atentado contra a segurança nacional”. Durante a formatura, no momento em que o texto deveria ser lido, Telma caminha até o púlpito segurando cinco páginas em branco. Folheia lentamente, uma a uma, em silêncio, e agradece. É ruidosamente aplaudida.

A atitude irrita o diretor da Faculdade de Ciências Médicas da UERJ, Jaime Landmann. Em seguida, Landmann anuncia que os pais de Luiz Paulo, “colega falecido”, vão ler uma carta. Uma voz de homem vinda da platéia corta o silêncio do teatro: “Luiz Paulo foi falecido !”. Fingindo ignorar o protesto, Landmann prossegue a cerimônia e anuncia a homenagem ao patrono, imposto pela direção da faculdade: Albert Schweitzer, médico que atende necessitados na África. Em seguida, chama pelo nome de cada um dos formandos. Mas não chama o de Luiz Paulo.
Sem nada combinado, os formandos começam a bradar em coro: “Luiz Paulo, nosso patrono!!!” e a bater os pés no piso. Alguns batem palmas. Imediatamente, Landmann manda fechar as cortinas do palco e encerra a colação de grau. Nenhuma explicação é dada.
Muitos pais morreram sem assistir à formatura dos filhos. O protesto daquela noite foi abafado. Não foi publicada uma linha sequer nos jornais da época. Os formandos foram pedir conselhos ao jurista Heráclito Fontoura Sobral Pinto, famoso por defender presos políticos. A punição, além da abertura de um inquérito para descobrir os culpados pelo protesto, foi obrigar os médicos, separados, um a um, a fazer o juramento da profissão na sala do diretor, no ano seguinte, dois meses depois da formatura.
No dia 24, dois dias após o assassinato de Luiz Paulo completar 40 anos, 104 médicos da turma de medicina de 1967 da UERJ - hoje profissionais renomados inclusive no exterior - vão se reunir na Capela Ecumênica da UERJ, no Maracanã.
Eles vão oficializar a colação de grau da frustrada cerimônia de formatura que não ocorreu 36 anos atrás. E fazem questão de ir trajados de beca, como naquela noite de dezembro de 1972. Os discursos censurados serão lidos. O paraninfo, o neurocirurgião Pedro Sampaio, celebridade em sua área, hoje com 87 anos, já confirmou presença.
Desta vez, vão poder homenagear Luiz Paulo, já que a atual direção da faculdade homologou pedido do grupo. Antônio Augusto, sobrinho de Luiz Paulo, também médico, vai representar a família, pois a mãe e o pai dele já morreram.

P.S. E ainda tem gente que prefere voltar a estes tempos de obscuridade e absoluta falta de liberdade....batem no peito e dizem sem medo e sem censura nos dias de hoje: sou de extrema direita, sou de direita, odeio a esquerda.

Kubica mais próximo do título

- O polonês Robert Kubica, da BMW Sauber, chegou em segundo lugar no Japão, somou 8 pontos e foi para 72. Os três pilotos estão na luta pelo troféu.
- O polonês da BMW Sauber liderou a disputa até o primeiro pit stop.

- No trabalho nos boxes, a Renault mostrou mais agilidade e novamente colocou Alonso na liderança. O espanhol, que venceu o último GP, em Cingapura, abriu boa distância para Robert Kubica e controlou a disputa até o final. Kubica, aliás, foi pressionado por Raikkonen, mas também garantiu o seu sétimo pódio na temporada.

(frases na matéria sobre o GP do Japão de F1 no sitio do jornal O Estado de S. Paulo)

- O polonês Robert Kubica, da BMW Sauber, foi o segundo, à frente de Kimi Raikkonen, da Ferrari, que completou o pódio.
- Robert Kubica, que está em terceiro, está a 12 do lider do campeonato.

- Robert Kubica e Fernando Alonso se aproveitaram da confusão e assumiram as duas primeiras posições.

- Na briga pela primeira posição, Alonso não deixava que Kubica abrisse uma grande vantagem.
- Quando Alonso entrou para sua última parada, na 43ª volta, sua vantagem para Kubica era de 13 segundos.

(frases na matéria do sitio Globo.com)

- o polonês Robert Kubica, da BMW, diminuiu sua diferença para os oponentes e entrou na batalha.
- Faltando duas etapas para o fim da temporada, Hamilton tem 84 pontos, contra 78 de Massa. Kubica aparece agora com 72.

- Com isso, o polonês Robert Kubica, da BMW, assumiu o primeiro posto.

- O espanhol recuperou o primeiro lugar após a parada do seu companheiro de equipe e passou a acelerar para abrir vantagem para Kubica, que faria o seu segundo reabastecimento após o piloto da Renault.

(frases na matéria no sitio do jornal Folha de São Paulo)

- Robert Kubica, da BMW, foi o segundo colocado, seguido por Kimi Räikkönen, da Ferrari.
- Com todo o imbróglio, quem levou a melhor foi Robert Kubica, da BMW, que subiu da sexta para a primeira posição, seguido por Fernando Alonso e Heikki Kovalainen.
- Alonso colocou pouco combustível em seu primeiro pit-stop e voltou à frente de Kubica, pronto para tomar o primeiro lugar assim que todos parassem.
- ...Kubica tentando roubar a liderança de Alonso para voltar à briga no Mundial de pilotos...

- após nova bateria de paradas, Alonso manteve-se no primeiro lugar seguido por Kubica, Räikkönen e Nelsinho Piquet.

(frases na matério do sitio UOL)

As frases das matérias dos principais veículos de comunicação brasileiros quando mencionam o polaco Kubica o fazem de forma obrigatória, pois são descrições dos momentos da corrida. Mas enquanto estes jornalistas brasileiros fazem vistas grossas ao desempenho do polaco Kubica (pronuncia-se cutssa, síbala forte a penúltima) a Polônia, por sua vez, trata o cracoviano como herói e abre todas as páginas e programas de rádio e televisão para exaltar a façanha de um piloto vindo "de un paese lontano" sem tradição no mais caro esporte do mundo.
Nem digo, os senhores Galvão Bueno, Reginaldo Leme, Burti, (daqui da Polônia só se pode assistir a TV Globo comprando um "receiver, antena e cabos" vendido somente em Lisboa ao preço de 800 euros, mais frete, além de uma anualidade de 150 euros para assistir apenas o canal GNT. Via antena parabólica gratuita somente a TV Record, mas esta não transmite Fórmula 1.) pois estes são célebres em patriotadas e esquecimentos temporários de quem, por exemplo está liderando a corrida naquele momento para ficarem falando "abobrinha" de suas prefências clubísticas. Falando neles, por que será que a TV Globo não convida Nelson Piquet para ser comentarista , nem que seja de uma prova, pelo menos?
Mas que a tendência brasileira de ver apenas aquilo que seus miopes comentaristas transmitem causa surpresas o tempo todo. Ou alguém não se lembra quando Guga Kuerten ganhou o torneio de Roland Garros pela primeira vez? Nunca tinham mencionado o "manezinho da Ilha" e então tiveram que se render ao talento do melhor tenista brasileiro de todos os tempos.
Assim vai acabar acontecendo com o Cracoviano Kubica... o piloto polaco já subiu 7 vezes ao pódio nesta temporada e a imprensa e TVs brasileiras perdem tempo falando de um Vertel, de um Kovalainen, de um Glock, de um Sutil que apareceram lá de vez em quando na tela e ignoram solenemente as virtudes do polaco.
Não transcrevi aqui as manchetes das matérias destes sites brasileiros, porque nenhum deles mencionou o polaco... assim vejam, sem patriotadas, como deveria ser um título de uma matéria depois do final da corrida:

Grand Prix Japonii: Kubica drugi, Alonso znowu wygrywa

ou seja, Grande Prêmio do Japão: Kubica segundo, Alonso de novo vence.

Tudo bem, é claro que no Brasil, tem-se que falar obrigatoriamente de Massa, Nelsinho e Barrichello. Mas porque tanta lorota para o "entojado" espanhol? Porque ganhou as duas últimas, porque é bicampeão mundial? Ora o campeonato faz um campeão não só com vitórias na temporada, mas com a presença constante no pódium. Que o diga o grande Nelson Piquet em seu primeiro título mundial, ganhou algumas, mas foi realmente campeão daquele ano pela soma constante de pontos, coisa que o polaco Kubica está fazendo de forma brilhante.

Foto: Kim Kyung-Hoon - Reuter

E na transmissão da TV polaca ainda teve um comentário lembrando que talvez Kubica não seja o primeiro polaco na história da Fórmula 1, mas o segundo. Porque na Polônia, ninguém esquece a senhora polaca que deu o privilégio de dar ao Brasil o primeiro bicampeão mundial, o ícone Emerson Fitipaldi. Sim ele carrega um sobrenome de bisneto de italiano, mas é filho de polaca...Dona Jusy ... que não deixou de ser polaca quando imigrou para o Brasil e tampouco seu pai deixou de contar aos netos Emerson, Wilson e prole que tinham vindos "de um paese lontano", como disse Karol Wojtyła, quando apareceu pela primeira vez na sacada do prédio do Vaticano, naquele outubro de 1978, já como Papa João II.
É só dar uma olhada na classificação do campeonato abaixo para ver que no pódium de Interlagos, pode estar o polaco Kubica, não importa se no lugar mais alto, mas com a coroa e os louros de campeão do mundo de 2008. Depois não escrevam e não digam que foi surpresa.

Classificação da prova

1. Lewis Hamilton (ING/McLaren) - 84
2. Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 78
3. Robert Kubica (POL/BMW) - 72
4. Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari) - 63
5. Nick Heidfeld (ALE/BMW) - 56

sábado, 11 de outubro de 2008

Festival de Cinema em Varsóvia


Desde esta sexta-feira, até o dia 19 acontece o Warszawski Festiwal Filmowy, ou Festival do Filme de Varsóvia. Alguns dos filmes concorrentes prometem agitar a semana, como por exemplo, Tulpan (dir. Siergiej Dworcewoj, 2008), 33 sceny z życia (dir. Małgorzata Szumowska, 2008) , Adoracja (dir. Atom Egoyan, 2008), e Udław się (reż. Clark Gregg, 2008). (títulos em polaco, tal qual foram inscritos).

Mas são dezenas de títulos inscritos em apresentação e devido a um nome desconhecido, pode-se perder de assistir a uma excelente obra cinematográfica, independente de premiação, é o que alerta o organizador do Festival.
Cena do filme da diretora polaca Szumowska, "33 cenas da vida"

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

FIFA e Polônia chegam a um acordo

Conselheiro presidencial Michał Kleiber. Foto: Rafał Guz

A FIFA, UEFA e as autoridades polacas chegaram a um acordo sobre as eleições na federação polaca de futebol - PZPN. O Comitê Eleitoral Independente (IEC), composto por representantes da FIFA, da UEFA e das autoridades polacas, reuniram-se hoje, 10 de outubro de 2008, na sede da FIFA em Zurique e após várias discussões chegaram a um acordo para um roteiro a ser seguido para que as eleições da PZPN ocorram e os passos a ser trilhados no futuro do futebol polaco. Os participantes na reunião reconheceram a evolução positiva ocorrida nas negociações dos últimos dias. Foi confirmado que o administrador temporário da PZPN, que tinha sido nomeado pelo Comitê Olímpico Nacional polaco na semana passada se retirasse e que a um acordo devia ser acertado com ministério dos esportes da Polônia e a PZPN. Estes são os pontos principais do acordo:

· As eleições do PZPN acontecerão no dia 30 de outubro, como anteriormente marcado.
· que O processo eleitoral será supervisionado pelo Comitê Eleitoral Independente que foi criado em 2007 .

· Nas eleições seguintes, FIFA e UEFA, junto com o ministério palaco dos esportes, continuarão monitorando a situação de futebol e apoiarão e ajudarão a liderança recentemente eleita para a presidência da PZPN com o objetivo de melhorar a administração e o desenvolvimento de futebol na Polônia, ajudar na luta contra atividades criminais dentro e fora do futebol do país. Participaram do encontro os membros do IEC, Prof. Michał Kleiber, conselheiro do Presidente da República de Polônia, Adam Giersz, conselheiro do Ministério Polaco de Esporte e Turismo, David Taylor Secretário Geral da UEFA e Jérôme Champagne, Diretor de Relações Internacionais da FIFA. Como observador esteve presente, Michał Listkiewicz, Presidente da PZPN.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Rock nostalgico em Varsovia

Foto: material promocional
Trazendo um rock nostalgico a excentrica vocalista Tanja Frinta e seu grupo Lonely Drifter Karen chegam a Varsovia para se apresentarem esta semana.
Frinta nao e uma pessoa facil para seus fans e os criticos exaltam seu canto nervoso e gritado, mas por onde passa cativa novos aficcionados. Nesta parceria com o grupo austriaco fez uma serie de shows hardcore e vanguardista nos poroes de Viena.
Eles se apresentam no Plan B., na aleja Wyzwolenia 18, tel. 0 508 316 976, o ingresso custa 10 zł, e o espetaculo se inicia as 20 desta quinta-feira, 9 de outubro.

Concerto polaco em Sao Paulo


A Orquestra Sinfonica do Estado de São Paulo-OSESP apresenta neste fim de semana a obra do polaco Karol Szymanowski, com a participação de outro polaco, o pianista Jan Krzysztof Broja e a regencia de Christian Arming.
De Karol Szymanowski, Sinfonia nº 4 para Piano e Orquestra, Op.60 . As apresentacoes acontecem na sexta-feira, 10 de outubro, as 21.00 horas, na sala Carnauba, no sabado, dia 11, tambem as 21.00 horas, na sala Paineira e no domingo dia 12, no horario das 17.00 horas, na sala Imbuia.