quarta-feira, 2 de junho de 2010

Bronisław cai, mas ainda é lider

Kaczyński (à esquerda) Komorowski (à direita)

Na última semana, o candidato do PO, Bronisław Komorowski, perdeu 5% das intenções de voto para a corrida presidencial, mas seus 48% ainda o mantém na dianteira, já que Jarosław Kaczyński conseguiu apenas 33%. Resultados para o 1. turno que acontecerá dia 20 de junho
O jornal Gazeta Wyborcza, que encomendou a pesquisa também examinou as preferências dos eleitores, no caso de um segundo turno, marcado para 4 de julho. Se as eleições fossem neste fim de semana que passou, Bronisław Komorowski teria 64% dos votos e Jarosław Kaczyński apenas 36%. Komorowski receberia mais de 80% dos votos dos eleitores de plataformas de candidatos no segundo turno escava acima de 80 por cento. Chefe eleitores SLD Grzegorz Napieralski do SLD e a maioria dos votantes do atual ministro da economia Waldemar Pawlak do PSL.
Dos candidatos restantes, o melhor colocado nas pesquisas é Napieralski com 8%, enquanto Pawlak consegue apenas 3%, apesar dele ser o comandante da melhor economia da União Europeia, já que é o ministro da economia do atual governo de Donald Tusk. Mas parece que não consegue granjear para si os votos que estão sendo depositados no candidato do PO Komorowski, partido do primeiro-ministro. Andrzej Olechowski, Andrzej Lepper, Janusz Korwin-Mikkego têm 2%. Marek Jurek tem 1%. Bogusław Ziętek e Kornel Morawiecki não alcançam 1%.
A agência PBS DGA ouviu para a Gazeta, entre 28 a 30 de Maio, 1.013 pessoas, em todo o país.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Wajda: não podemos viver uma ficção

Andrzej Wajda na foto de Donat Brykczyński

A revista semanal Polityka, a única de inclinação esquerdista entre os grandes veículos de comunicação da Polônia, traz esta semana, uma longa entrevista com o cineasta Andrzej Wajda (pronuncia-se andjei váida). Na conversa com o jornalista Wawrzyniec Smoczyński, o diretor do filme "Katyń", pede aos seus compatriotas que não vivam no faz de conta. "Não podemos viver uma ficção. A catástrofe misturou tudo, todos compartilharam o funeral. Isto não é novidade. Já sobrevivemos ao governo de Jarosław Kaczyński, que é o demônio do conflito".
Quando a Polônia chorava os mortos do desastre aéreo de Smoleński, Wajda, que teve seu pai assassinado pelo exército vermelho, na Floresta da pequena Katyń, com outros 20 mil oficiais polacos, na segunda guerra mundial, publicou uma carta, no jornal Gazeta Wyborcza, contrária ao enterro do casal Kaczyński (pronuncia-se cátchinsqui... e não cac zinsqui) no panteão real da Catedral do Castelo de Wawel, em Cracóvia.
A posição do cineasta encontrou uma nação dividida em duas. Uns a favor de que um simples plebeu - por mais que tenha sido terrível a sua morte - jaz para sempre ao lado de nobres e heróis da Pátria. Já os que ficaram contra, manifestaram-se em frente a Cúria Metropolita de Cracóvia, da prefeitura das cidades do país e dos edifícios do Congresso Nacional e do Palácio Presidencial. "Este enterro no Wawel é um absurdo", bradavam em voz alta e cartazes.
Entre os que ficaram contra a posição do cineasta Wajda, verdadeiro ícone do cinema mundial e autoridade cultural da Polônia, está o médico que lhe atendia a domicílio. "No dia seguinte a publicação da carta (ler post aqui no blog), o médico que está me tratando, a pedido de minha mulher, respondeu que não tinha tempo para me examinar. Quando minha esposa pediu se podia então, atender no dia seguinte, ele disse: - Amanhã eu não tenho tempo. Sugiro que você procure qualquer outro médico. - Isso confirmou nossos temores de que a divisão da sociedade é inevitável."

Smoczyński: Divisão em que grupos?

Wajda: Naqueles que querem usar a imaginação patriota do povo de todas as formas aceitáveis e inaceitáveis de emoção. Estimulando artificialmente o sentido de patriotismo das pessoas e outros que insistem na verdade dos fatos.

Smoczyński: Segundo o senhor, de onde sai essa divisão?

Wajda: O desastre do avião foi lido como uma catástrofe polaca. Pior! Um dos bispos em sua bondade cristã, disse que já que teríamos que passar por esta catástrofe, melhor seria que o avião devesse ter caído em 07 de abril, quando, quem estava à bordo era o primeiro-ministro.

Smoczyński: E como as pessoas reagiram ao discurso do governo?

Wajda: Onde não podemos aparecer, todos nos dão sinais de que estão conosco. Dão sinais, eventualmente de forma irefletida, manifestam sua aprovação em voz muito baixa. Mas ninguém chora na rua.

Smoczyński: Por quê?

Wajda: Aparentemente, as pessoas pensam que, neste caso, não precisam falar alto. Mas um monte de pessoas desconhecidas para mim, dam-me a entender, que essa escolha é necessária. Isso seria ruim se a nossa voz na "Gazeta Wyborcza" não tivesse aparecido. Só que esse poder não tem nada a ver com o que está na nossa televisão todos os dias. Isto é parte de um todo maior.

Smoczyński: Políticagem?

Wajda: O enterro no Wawel foi o início da campanha eleitoral. Desculpe, mas isto tem sido entendido assim por uma grande parte da nossa sociedade.

Smoczyński: Mas o senhor acha que isto foi planejado? Não é maquiavelismo demais?

Wajda: Bem, isso pode ter tido outro motivo? A força desses símbolos são decisivos na Polônia, esta consciência está em nós antes de todas as outras coisas.

Smoczyński: Vamos voltar as manifestações de solidariedade que o senhor recebeu. Esperavas outra reação?

Wajda: Não. Nós só esperávamos que nossa declaração fosse discutida. Em nossa ingenuidade, pensávamos que o Bem não é propriedade de um único decididor.

Smoczyński: O que o governo pode falar sobre isso?

Wajda: Pareceu-me que alguém do governo quisesse falar. Não gostaria de pensar sobre meus queridos compatriotas, que eles se amedrontaram. Pensei que poderia ser uma tentativa de tomar outra forma de decisão, mas com a participação de outra pessoa ainda. Não acho que aquela decisão de enterrar no Wawel tivesse que ser resolvida em um dia apenas.

Smoczyński: Foi dito que a escolha foi toda da família do presidente Lech Kaczyński (pronuncia-se lérrh e não lék e tampouco léxi).

Wajda: Há muitas famílias na Polônia, desejando que os seus parentes nobres sejam enterrados com os reis da Polônia. Mas este não é o motivo.

Smoczyński: A declaração do governo sinalizou que o enterro do Wawel dividiria os polacos. Ele compartiu, ou apenas revelou diferenças nas atitudes existentes há décadas?

Wajda: A catástrofe misturou tudo, todos compartilharam o funeral. Isto não é novidade. Já sobrevivemos ao governo de Jarosław Kaczyński, que é o demônio do conflito. Então! Mas se alguém não tem nenhum programa moderno para o país, que vá além do ideológico, essa pessoa só consegue desenvolver suas ações políticas quando há conflito. Esta necessidade contínua de desautorizar nosso trabalho, o que nós fazemos, o que podemos fazer por este país... é apenas para criar uma situação ambígua. Isto é o que faz a televisão pública, o IPN, o acordo conjunto dos jornais. Será que o país pode viver como na ficção?

Smoczyński: Mas Jarosław Kaczyński foi deposto do poder de governar quando era primeiro-ministro. Os eleitores rejeitaram sua política de conflito. Em vez disso, ele surpreende com esta volta ultraconservadora tradicional. É possível que isso seja uma apenas uma corda vocal da alma polaca?

Wajda: Deus me livre, se isso acontecer. Porque isso significaria que os polacos querem algo, que eu não sei o quê. Estão insatisfeitos. Tem-se a impressão que os descontentes são principalmente aqueles que são uma pequena parte do que o país é hoje e no que realmente está acontecendo. A parte infeliz das pretensões em curso não oferecem uma única alternativa para qualquer das áreas, a não ser uma exceção, ou seja, converter a história polaca na nova história política do país.

Smoczyński: Katyń também não é hoje uma vítima da história política? Não é assim que, a falsa defesa da República Popular da Polônia (Polônia comunista), a qual já na Polônia livre continuou sendo falsificada, na onda do desastres em Smoleński, transformou-a em dimensão mitológica?

Wajda: Mas se há um furo, como se pode medir isso? Por que por 70 anos a memória deste evento não desapareceu? Por duas razões: em primeiro lugar, nunca se tinha assassinado em massa prisioneiros de guerra. Assim como nós aprendemos que as pessoas podem fazer sabão, nós também aprendemos que elas podem ser colocadas numa câmara de gás. Assim, de repente, esta guerra tem nos mostrado que você pode matar milhares de prisioneiros, embora não ameaçe ninguém e, além disso, a maioria deles não são os agentes profissionais. Portanto, não é um crime ocorrido no serviço militar, é um crime contra a intelligentsia polaca. E se assim for, você tem a resposta para a pergunta de por que essa memória sobrevive por tanto tempo. Devido a essas casas intelectuais, as mentes dos intelectuais, os intelectuais, pertencentes a famílias é que a memória tem sido firmemente estabelecida. E isso não serve a qualquer propósito imediato ...

Smoczyński: Hoje não serve? Isto não é instrumentalizar?

Wajda: É isso aí mesmo! Instrumentaliza-a um determinado grupo de políticos, porque buscam conflito em cada campo. E isto porque os polacos têm um legado da União Soviética, e Katyń não foi completamente esclarecida, é fácil jogar com os ressentimentos, e os políticos fazem ilações justamente com essas emoções. Não foi o PiS (Partido Lei e Justiça de Lech Kaczyński) que ratificou Katyń. Memorizaram-na as famílias vítimas de Katyń. Certamente, mais do que gente do PiS, morreu um homem naquele avião, que é Andrzej Przewoźnik. Mas isto não é o PiS, apenas ele construiu um cemitério na Rússia.

Smoczyński: Hoje diz-se que Smoleński é vítima de sua descoberta sobre a verdade de Katyń.
Wajda: Vou dizer de maneira diferente, na minha opinião, o que poderia se tornar positivo entre polacos e a Rússia sobre Katyń, ocorreu em 07 de abril durante a visita do nosso primeiro-ministro. Tusk e Putin disseram que, sob aquela situação, o que poderia ser dito, porque penso que da verdade se vai a uma outra longa estrada, do que possamos pensar. Mas isso faz parte de um todo maior. O primeiro documento quem deu foi o general Jaruzelski a Gorbachev. Esta carta, que serviu de base para o conhecimento do assassinato dos oficiais polacos. Em seguida, documentos foram enviados pelo presidente Yeltsin. Em seguida, foi dada por uma comissão formada - a melhor prova de que estes cemitérios existiam. É impossível não reconhecer estes fatos, não reconhecer o mérito dessas pessoas que forçaram as diferentes etapas do esclarecimento histórico sobre Katyń.
É claro, que o ambiente na Rússia era forte, muito influente, e que poderia parar todo este processo em 2005, quando escrevi ao procurador da Rússia pedindo em que lei, em que pontos, meu pai, o Capitão Jakub Wajda, foi privado de sua vida em 1940. Recebi resposta em que não se podia, dar-me uma explicação satisfatória, porque não estavam de posse da mala do meu pai. Esta não é a resposta para dizer apenas um definitivo "não". Davam com isso a entender que cada um dos oficiais polacos foi baleado por motivo diverso, que supostamente estaria guardados na mala. E esta é a mentira óbvia, porque todos morreram sob a pena de uma mesma assinatura, a de Józef Stalin, em uma carta, a qual Beria preparou para o Politburo em 1940.

Smoczyński: Por que Andrzej Wajda, filho de um oficial que foi morto em Katyń, foi nas comemorações junto com os representantes das famílias vítimas de Katyń com o primeiro-ministro e não com o presidente da República?

Wajda: Porque eu apoio a política do primeiro-ministro Tusk, e não apóio a política do presidente Kaczyński. O gabinete do primeiro-ministro me perguntou se eu iria com ele, em 7 de Abril, até Katyń. Eu respondi que sim, achava, como acho, que este era um passo em direção a um acordo com a Rússia. Além disso, voaram conosco representantes das famílias de Katyń e seu presidente Andrzej Skąpski, que mais tarde voaria, pela segunda vez, com o presidente Kaczyński para morrer.

Smoczyński: O que você acha do slogan "Katyń 1940-2010"?

Wajda: Isto é coisa inadmissível: um acidente de avião pode acontecer a qualquer hora, em qualquer lugar e em cada país, ficou relacionada ao objetivo concreto desta viagem. Imagine que um avião voasse para o 600.º aniversário da Batalha de Grunwald. Um caso semelhante ocorresse e, portanto, a comunicação social informaria que o piloto foi morto junto a Grunwald. A relação sobre este desastre seria um absoluto crime de abuso. Eu entendo que os autores dessas informações, impliquem que a catástrofe foi um desastre.

Smoczyński: Sem a memória das vítimas, dos crimes, é possível hoje construir um patriota polaco?

Wajda: Alguns pensam que o patriotismo é um compromisso com o passado, muitas vezes de forma indiscriminada. Que foram enganados, portanto, que algo deveria ser feito, porque nós mesmos nunca foram culpados do que aconteceu. A Polônia não desapareceu do mapa, porque os nobres ganharam mais direitos e menos responsabilidades ... por isso estamos constantemente a fazer outras reivindicações ao patriotismo e à necessidade de confirmar a crença de que a razão está do nosso lado.
Sob o período do comunismo, o que era o nosso patriotismo? Então... nós queremos pertencer à Europa, porque nós pensamos que o prejuízo que nós conhecemos em 1945, consistiu no fato de que nós nos tornamos um país diferente, um sistema diferente, uma realidade diferente. Nós fomos co-criadores da nossa vitória junto com os Aliados ocidentais, que até então não permitiam isso, que participássemos do desfile da vitória. Por que nós tentamos conseguir um passaporte e sair para o Ocidente para ver como ele enxerha as coisas, como as pessoas de lá vivem? Porque esse foi um projeto nosso, não de Moscou.

Smoczyński: Ok, mas hoje este projeto patriótico- europeização e modernização - já foi amplamente conseguido. Hoje, ante o europeísmo, o atual premier apresenta o túmulo do patriotismo.

Wajda: Tenho esperança, que sob este aspecto, apresente-se pela última vez.

Amola Faca em Festa


Igreja Matriz Monte Claro

Casa da Memória polaca

A colônia Amola Faca, no Oeste paranaense, vai realizar mais uma festa típica. hoje a colônia se transformou em munícipio e é conhecida por Virmond.
O jantar Polaco acontece neste dia 5 de junho no pavilhão da Igreja Matriz de Monte Claro.
No cardápio típico, este ano, além de leitão assado, o participante poderá saborear um autêntico Pierogi e Gołąbki (charuto de repolho recheado).
Na parte musical, o Grupo Mali Polacy apresenta muitas canções em idioma polaco. Maiores informações pelos fones (042) 3618 1017 ou (042) 3618 1370, com Lucimar Orzechowski Lazarin.
Fotos: JJ Palinski

sábado, 29 de maio de 2010

Guarani das Missões em festa de novo




Guarani das Missões: “Capital Polaca dos Gaúchos”

A colonização do Município iniciou em 1891. Os primeiros colonizadores foram os suecos. Depois vieram os polacos e os nativos e também, italianos, alemães, russos, portugueses, tchecoslovacos, austríacos, espanhóis, ucranianos e outros. Hoje existe uma miscigenação grande de etnias. Mas a maior parte da população, quase 90% tem origem na etnia polaca.
A denominação “Guarani das Missões” foi assumida em 1950. É de origem indígena e se refere aos índios Guaranis que aqui habitavam.
O Município foi criado pela Lei Estadual nº 3.699 de 31 de janeiro de 1.959 e a instalação ocorreu, no dia 27 de maio do mesmo ano, com a posse do primeiro Prefeito e da Câmara de Vereadores, data em que se comemora o Dia do Município.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Stajnia no Kazimierz

Foto: Ulisses Iarochinski

O bar restaurante Stajnia num pátio interno num edifício, no bairro Kazimierz, em Cracóvia, durante o dia serve pratos típicos da culinária campestre polaca. À noite, ele abre suas portas para o melhor do rock-in-roll dos anos 50 e 60 e muita salsa. Algumas vezes se ouve até samba brasileiro.
Neste pátio, Spilberg gravou cenas de seu filme "Lista de Schindler". Entre os figurantes representando os judeus sendo evacuados estava um amigo curitibano, o então estudante Rogério Piacecki. Ele aparecia numa das portas no primeiro andar, no lado esquerdo desta foto.
Foi também no Stajnia que conheci as primeiras belas estudantes polacas de Cracóvia. Dancei muito aí.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

90 anos de relações diplomáticas Brasil Polônia


Em 27 de maio de 1920, o legado extraordinário e ministro plenipotenciário do Governo da República da Polônia (embaixador designado) Ksawery Orlowski entregava solenemente as cartas credenciais ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil, Epitácio Pessoa da Silva.
Para lembrar a data, o embaixador da Polônia no Brasil, Jacek Junosza Kisielewski, promoveu ontem, em Brasília um ato comemorativo aos 90 anos de estabelecimento das relações diplomáticas entre a Polônia e o Brasil. Presentes ao evento, na Embaixada da Polônia, estavam representantes dos três poderes constituídos do Brasil. Além de embaixadores e cônsules de outros países, entidades comerciais, industriais e culturais do Brasil, juntamente com uma missão polaca composta por parlamentares e empresários ligados às atividades marinheiras.
Com a ausência de última hora, do senhor Vice-Presidente do Brasil, José Alencar, por motivos de saúde, coube ao descendente de imigrantes polacos, o presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, desembargador Ricardo Lewandowski fazer discurso representando o Brasil.
O embaixador Kisielewski, em seu discurso de saudação, lembrou as palavras do primeiro embaixador polaco no Brasil, Conde Orlowski, em sua carta credencial ao Presidente Epitácio, dizendo, "Não esquecemos e não esqueceremos nunca que o Brasil pertenceu às grandes e nobres potências que puseram fim à enorme injustiça do século XIX, saudaram a situação no Leste da Europa, consagraram a ressurreição da Polônia e declararam sua independência. Deve-se estranhar, então, que na Polônia surgiu simpatia a tudo o que é brasileiro?".
Por sua vez, o presidente Lewandowski, lembrou de sua formatura de cadete na cavalaria do Exército Brasileiro, quando jovem brasileiro-nato, descendente de polacos, escolheu para seu paraninfo um herói da Polônia, na resistência aos alemães nazistas à sua Pátria e integrante das tropas aliadas no ataque libertador na Normandia (França), o general Zygmunt Szyszko-Bohusz.
Entre os representantes do Sul do Brasil, havia gente de Nova Prata, Porto Alegre, Chapecó, São Bento do Sul e Curitiba, como André Hamerski, José Sielicki, Marco Viliczinski, Geraldo Rybak, Rizio Wachowicz, Marcos Domakoski e Ulisses Iarochinski.
Na missão econômica polaca estiveram Rafal Baniak, subsecretário de Estado no Ministério da Economia, quatro deputados (representantes dos maiores partidos politicos) e 18 empresários, como a bela engenheira e proprietária da empresa Niwa, Agnieszka Niwa (na foto comigo).
A empresa Niwa atua nos setores produtivo, comercial e de prestação de serviços. Está localizada na cidade de Debica, trabalhando nos setores de instalações portuárias e indústrias cervejeiras. Presta ainda serviços para os setores de refino, petroquímico e alimentício, instalando equipamentos de aço inox.
Realizou mais de 150 investimentos no exterior em 28 países, entre eles, Rússia, Cuba, França. Noruega, Alemanha, Egito, Gana e Finlândia.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Ritmo das obras impressiona UEFA

O futuro estádio de Poznan

"Estou impressionado. Estive aqui há dois anos e posso ver o quanto mudou", disse recentemente o diretor Martin Kallen, da Euro 2012, que visitou as obras do estádio em Poznan.
"Em breve impressionará também toda a Europa. Isto porque os custos de construção para a Euro 2012 são bastante altos, e este estádio, com certeza é o mais moderno do continente.", completou Kallen.
Em Poznan, ainda são necessários 537 milhões de złotych, em Wrocław outros 853 milhões de złotych. Já em Gdansk são necessários 864 milhões de złotych. Na capital Varsóvia, o estádio nacional que abrirá a Euro 2012 (a final será em Kiew, na Ucrânia) o montante para conclusão das obras está orçado em 1 bilhão e 915 milhões de złotych.
Os valores impressionam, mas os torcedores polacos finalmente terão estádios a altura do futebol, que foi bicampeão olímpico e chegou em terceiro lugar no mundial de 1974.
Cracóvia, que perdeu o bonde, por não acreditar que a UEFA desse o direito de sediar a Euro 2012 para Polônia e Ucrânia está construindo 2 estádios, um deles praticamente pronto, o do Clube Wisla Kraków. Mas se o ritmo das obras nas 4 cidades sedes na Polônia continuarem neste ritmo, dificilmente a capital turística do país terá algum jogo no principal campeonato de futebol de seleções do mundo, depois do Mundial da FIFA.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Catástrofe é pouco para os polacos



Fotos: Krzysztof Miller

Em Świniary, na Mazóvia, as águas do rio romperam o dique de proteção contra enchentes.
A luta contra as águas mobiliza toda a cidade de Płock. A foto acima, de Świniary, localidade que fica a 20 km de Płock, o Rio Vístula inundou a imensa planície. Cerca de 95% do território polaco é composto de planícies.


Apenas o Sul, nas fronteira com a Eslováquia e a República Tcheca tem o terreno ondulado com pequenas colinas e a cadeia de montanhas Beskidy e Tatras. Esta situação geológica faz com que os grandes rios, como é o caso do Vístula, que cortam o país de Sul a Norte, em seu caminho vão alagando tudo o que encontram pela frente. Na derrubada do dique acima uma área que compreende mais de 20 cidades ficou completamente debaixo da água. E a tendência, nas próximas horas, é de que esta onda gigante de águas pluviais atinja o mar Báltico, no Norte e as terras mais baixas da Pomerânia polaca fiquem totalmente inundadas.


O voivoda (governador) da Mazóvia, Jacek Kozłowski, já não tem mais pessoal nem recursos para atender a toda a população da voivodia e apela ao governo do país. Que já está ali, ajudando, bem como bombeiros, equipes de resgate e salvamento das três repúblicas do Báltico, Lituânia, Letônia e Estônia, que trabalham na Polônia. Parece que todo este exército de salvadores é insuficiente para ajudar os polacos. Pois o dilúvio não cessa e nem dá trégua.


A Polônia é talvez, dos países do mundo, o que mais enfrenta catástrofes. Não bastasse os quase 500 anos de invasões e conflitos; de ser devastada na II Guerra Mundial como nenhum país envolvido no conflito; os 40 anos de pressão soviética; as enchentes volta e meia estão testando a paciência, a coragem e a religiosidade deste povo de mais de mil anos.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A água atormenta a Polônia


O jornal Gazeta Wyborcza desta segunda-feira 24 de maio de 2010 traz na primeira página a manchete:
O país luta com a água



O Intytut Meteorologii i Gospodarki Wodnej em seu primeiro boletim desta segunda-feira, seis horas da manhã, informou a situação das cidades banhadas pelos diversos rios do país. Em particular, o rio Wisła (pronuncia-se vissúa), ou Vístula (a palavra em português é proparoxítona) apresenta níveis alarmantes em diversas cidades. Varsóvia com 9 metros e 15 centímetros tem o nível do rio mais alto acima do normal. Em Cracóvia, no bairro de Bielany, portanto, antes do rio Vístula atravessar toda a cidade, em direção às cidades de Sandomierz, Varsóvia e Gdańsk, o nível está 4 metros e 46 centímetros acima do normal.

Rio - Cidade - nível acima do normal
Wisła - Ustroń- Obłaziec 1.73 m
Wisła - Nowy Bieruń - 4.03 m
Wisła - Kraków-Bielany - 4.46 m
Wisła - Szczucin - 7.07m
Wisła - Sandomierz - 6.82 m
Wisła - Zawichost - 6.80 m
Wisła - Varsóvia - Nadwilanówka - 9.15 m
Wisła - Toruń - 7.85 m
Wisła - Chełmno - 8.00 m
Wisła - Gdańsk Przegalina - 7.36 m

Skawa - Wadowice - 2.36 m

Raba - Proszówki - 3.80 m

Dunajec - Nowy Targ-Kowaniec - 2.44 m
Dunajec - Żabno - 3.39 m

San - Przemyśl - 2.68 m
San - Nisko - 4.43 m

Wieprz - Krasnystaw - 4.34 m

Narew - Zambski Kościelne - 3.74 m

Bug - Strzyżów - 6.68 m

domingo, 23 de maio de 2010

Bronislauzinho para defender



A revista Polityka desta semana traz na capa o candidato que está na frente nas pesquisas de intenção de votos na Polônia, o presidente da república em exercício,
Bronislaw Komorowski Pronuncia-se Broníssuaf). Deputado do PO - Partido da Plataforma Cívica e presidente da câmara dos deputados (Sejm) e até a morte de Lech Kaczynski (pronuncia-se lérrrrhh catchinski), Bronku (diminutívo de Bronislaw e algo como bronislauzinho), no trocadinho da revista diz que Bronku, do Broni, significa Bronislauzinho para a defesa.

sábado, 22 de maio de 2010

A fábrica de Schindler em Cracóvia



A Fábrica na ulica (ulitssa-rua) Lipowej 4, no bairro do Podgórze (margem direita do rio Vístula), em Cracóvia iniciou suas atividades dois anos antes da guerra. Foi fundada por três empresários judeus. No outono de 1939 o alemão Oskar Schindler (nascido nos Sudetos - atual República Tcheca - viveu de 1908 a 1974), tornou-se seu proprietário.
Schindler foi muito provavelmente colaborador da Abwehry, o que lhe deu liberdade para atuar, pois era também membro do NSDAP - Partido Nazista. Em sua Deutsche Emalien Fabrik, comumente chamado de Esmaltadeira, os judeus foram seus empregados, salvando estes da expulsão e da deportação para campos de concentração. Ali fabricou panelas e utensilhos de metal esmaltado.
Depois de ter sido criado o gueto judaico, o número de empregados de Schindler aumentou de 190 para 900 pessoas entre em 1941 e 1943. Após a liquidação do gueto (março 1943), Schindler através de seus contatos conseguiu autorização para criar uma unidade fabril no sub-campo de trabalhos do bairro de Płaszów, ainda em Cracóvia. Seus trabalhadores viviam em barracas construídas próximas à fábrica. Ali as condições de saneamento e as rações de alimentos eram muito melhores do que no campo destinado aos demais prisioneiros dos nazistas alemães.
Confrontados com possibilidade de derrota na guerra, os alemães começaram a se preparar para evacuar o campo de trabalhos forçados. A Esmaltadeira no sub-campo foi liquidada. Então, Schindler decidiu comprar um prédio em Brünnlitz (então na Tchecoeslováquia), lá começar a produzir munição. Para tanto precisava de seus judeus cracovianos. Conseguiu autorização para transportá-los em dois trens, um de homens e outro de mulheres. A operação era delicada e uma contra-ordem levou as mulheres para o campo de extermínio e concentração alemão nazista de Auschwitz-Birkenau. Schindler foi atrás de suas empregadas e conseguiu no último instante, já no pátio de desembarque de Birkenau, salvar as mulheres judias e o trem finalmente seguiu viagem para a Tchecoslováquia. Assim procedendo, Schindler conseguiu salvar mais de 1.100 pessoas da morte.
Em 1993, no contexto desses eventos, foi produzido pelo famoso cineasta Norte-americano, de origem judia, Steven Spielberg, o filme "A Lista de Schindler". Praticamente todas as "locações" do filme foram gravadas nos cenários autênticos da história, na cidade de Cracóvia.
Schindler até o fim de sua vida esteve em contato com os judeus que salvou, e por seus atos, embora colaboracionista dos nazistas, e por isto e muito mais o Instituto Yad Vashem outorgou-lhe a medalha dos "Justos entre as Nações". De acordo com a sua vontade foi sepultado no cemitério católico de Jerusalém, em Israel.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Jornal russo culpa piloto presidencial

Foto: Mikhail Metzel

Os meios de comunicação e especialistas russos alegam que a culpa da catástrofe do avião presidencial polaco foi dos pilotos. O Ministério Público polaco, contudo, não confia plenamente nestas alegações e quer nomear os seus próprios peritos.
O jornal moscovita "Kommersant", em publicação desta semana, salienta que a Polônia e a Rússia divergem na avaliação das causas da queda do avião presidencial. O jornal baseia suas informações em peritos anônimos da inter-Aviation Committee (MAK), que há dois dias, apresentaram resultados preliminares da investigação da tragédia.
Segundo o "Kommersant", especialistas russos estão convencidos de que o acidente Tu-154M ocorreu devido à inexperiência do piloto presidencial, que, querendo satisfazer o pedido das autoridades, concordou em um pouso fatal. Foi então, que ouviu do navegador os erros desastrosos feitos pelo piloto.
O jornal ainda sugere que o erro dos pilotos pode estar relacionado à presença de terceiros na cabine de comando. Segundo a chefe da MAK, Tatiana Anodiny, a presença de estranhos na cabine é importante para determinar as causas do desastre.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Enchente chegou a Varsóvia

As fortes chuvas que caem desde o fim de semana no Sul da Polônia chegaram a Varsóvia, a capital localizada no centro Leste do país. O rio Vístula subiu 5 metros e meio acima do nível normal. E as evacuações que estão sendo realizadas nos últimos dias em Cracóvia e Sandomierz, principalmente, começam a ser planejadas em Varsóvia e toda a região da Mazóvia.

Ainda na Malopolska, sul do país,a vista aérea mostra a localidade de Sandomierz submersa após enchente.

A terra diante de você



O jornal Gazeta Wyborcza traz nesta quinta-feira, 20 de maio, duas manchetes que preocupam a população polaca nos últimos dias. A primeira mais premente é sobre as enchentes:
Evacuação em Cracóvia e Sandomierz

e a segunda com maior destaque apresenta o primeiro relatório sobre a catástrofe com o avião Tupolev TU-154, com a frase:
A TERRA DIANTE DE TI



No último instante, antes da catástrofe, em Smoleński. segundo o relatório a aterrissagem foi feita em piloto automático. Na cabine do piloto estavam apenas duas pessoas, uma delas o general Andrzej Błasik.
Os registros das conversas dos pilotos na cabine de comando, antes da aterrissagem, demonstram que as portas da mesma estavam abertas, e que ali havia duas pessoas não pertencentes à tripulação. Os membros do Comitê de Investigação ainda se negam a dizer quem são.
A identificação de um deles ainda está em curso. De acordo com informações não confirmadas, ele pode ser o chefe do protocolo diplomático do Ministério das Relações Exteriores, Mariusz Kazan. Em segundo lugar, e de acordo com várias fontes, estava o general Błasik. Ele era o supervisor do 36ª Regimento Especial de Aviação das Forças Armadas polacas, responsável pelo transporte da pessoa mais importante do país naquela viagem.
"Não sabemos o que o general disse para os pilotos. Ele foi na cabine dois minutos depois que a tripulação recebeu a mensagem do aeroporto de Smoleński. Os controladores de vôo relataram denso nevoeiro, a visibilidade de apenas 400 metros e que não havia possibilidade de aterrissagem (a visibilidade mínima exigida para o Tu-154 para aterrissagem naquele aeroporto é de 1.000 metros)."
Logo, as mesmas informações sobre o tempo foram recebidas pelos pilotos do avião Jak-40, que tinha já desembarcado com os jornalistas polacos. O piloto do Jak-40, disse que a visibilidade era de apenas cerca de 200 m, e que isso impedia qualquer aterrissagem.
Edmund Klich negou que a tripulação agiu sob pressão de qualquer autoridade para fazer o pouso forçado. Foi ele que esteve em Moscou onde um psicólogo ouviu a conversa dos pilotos da última fase do vôo, para determinar como era o estado mental dos pilotos naquele momento.
Se realmente foi utilizada a navegação automática, "isto foi uma irresponsabilidade imensa" afirmou um experiente piloto russo com dezenas de aterrissagens naquele aeroporto. "O sistema ILS está mostrando claramente a faixa desembarque, que naquele momento, os controladores disseram estar em 123 metros. Com a informação, o piloto, que mantém os comandos em automático, deve tomar uma decisão e em seguida tomar as rédeas absolutamente da aterrissagem".
De acordo com Alexei Morozov da MAK, o sistema de aviso de aeronaves de aproximação perigosa da Terra (TAWS), alertou 18 segundo antes do acidente com o comando "Pull Up" ou "para cima" e "terreno à sua frente", ou "a terra diante de ti." Segundo Morozov, "ao que parece os pilotos nåo desligaram o piloto automático."
O especialistas da MAK excluiu uma explosão à bordo, fogo, ou falha técnica no Tu-154.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Dilúvio volta a atacar a Polônia

Manchete de primeira página da Gazeta Wyborcza desta quarta-feira, 19 de maio:
Suportai até sábado


Cracóvia. Grande curva do rio Vístula, em frente ao Castelo de Wawel. Ao fundo se vê as águas do rio quase cobrindo a ponte próxima à Loja de Departamentos Jubilat. Nas margens do rio, ainda sob a ponte existem duas vias (de cada lado) que estão a uma altura de mais de 6 metros. Por baixo da ponte, nestas vias, podem passar ônibus e caminhões sem problema algum, embora sejam utilizadas apenas pelos ciclistas e pedestres de passeio.


Czestochowa

Opole

Czechowice-Dziedzice

Mielec

Auschwitz-Birkenau

Cracóvia

O prefeito de Cracóvia, Jacek Majchrowski disse, hoje, que o nível do rio Vístula, em Cracóvia caiu para cerca de 60 cm acima do nível normal do rio. A cidade ainda tem problemas com os diques de proteção, mas o prefeito assegurou que a situação já está sob controle.
As fortes chuvas que atingiram o Sul da Polônia, provocando enchentes em grandes e pequenas cidades está se dirigindo ao Norte do país. Desde o fim de semana equipes de salvamento buscam evacuar áreas de maior risco e instalá-las até em estacionamentos de supermercados, embaixo de grandes tendas de campanha. Em Cracóvia, os moradores retirados são das áreas em Nowa Huta, nas proximidades da curva do rio Vístula, nas ruas Koszykarska, Płaszowska, Myśliwska. Pela manhã, 133 pessoas foram evacuadas e mais 200 pessoas estão ainda em processo de evacuação.
Parte das coleções dos museus de Cracóvia foram levados para pisos superiores. O Museu de Arte e Tecnologia Manggha foi fechado. A água inundou o nível mais baixo da instalação. Ontem, terça-feira foi também fechado o edifício principal do Museu Nacional e o Museu Wyspianski. As autoridades também foram obrigadas a fechar o museu do campo de concentração Auschwitz-Birkenau, na cidade de Oswiecim (65 km de Cracóvia). A medida foi tomada para proteger os arquivos do Holocausto e artefatos mantidos no local. Auschwitz, onde cerca de 1,5 milhões de polacos, a maioria polacos de origem judaica, foram mortos por nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, está localizado em uma das regiões mais afetadas enchentes. Os dois campos de concentração que formam o complexo de mais de 200 hectares estão alagados.
As fortes chuvas inundaram ferrovias no Sul da Polônia, forçando o fechamento da estação em Czechowice-Dziedzice. A estrada nacional próxima ao município também foi fechada temporariamente após a cheia do rio Vístula. Os bombeiros estão drenando a água dos porões de algumas casas, escritórios e hospitais da cidade de Olsztyn, no norte da Polônia, pois a onda de inundação já atingiu as divisas meridionais da voivodia da Mazóvia. 18 mil moradores de comunidades ribeirinhas estão prontas para serem evacuadas. Aumenta o nível das águas no rio Pilica. Em Lipski, o nível do rio atingiu 1 (um) metro acima do normal.
Mais de 2,1 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas na Malopolska. Em Cracóvia, 4,6 mil casas estão sem energia elétrica e provocaram o fechamento de 10 linhas de trem, informou o Ministério de Assuntos Internos do país em comunicado.
Na voivodia da Silesia, mais de 1,5 mil bombeiros e 110 soldados foram mobilizados para ajudar a população local a enfrentar os estragos das chuvas. Desde que começou a chover forte, na segunda feira, seis voivodias já foram atingidas pelas enchentes. São elas: małopolska, podkarpacki, śląska, opolska, świętokrzyska e mazowiecka.
Os governos dos países vizinhos da Lituânia, a Estônia e a Letônia já comunicaram ao governo polaco que estarão enviando nas próximas horas equipes de resgate para auxiliarem a população polaca.
Na região leste da República Tcheca as chuvas deixaram pelo menos 10 mortos, informou, nesta quarta-feira, o primeiro-ministro tcheco Jan Fischer. Na Polônia pelo menos 4 foram dados como mortos e ainda é impreciso o número de desaparecidos.As chuvas que começaram no centro da Europa no último final de semana estão causando enchentes também na Hungria, Eslováquia e República Tcheca, onde os rios transbordaram e inundaram localidades e estradas. Centenas de pessoas foram evacuadas e a luz foi cortada em algumas áreas.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mostra de foclore polaco em SC


A Associação Indaialense Folclórica Polaca e o Grupo Folclórico Polaco Piaskowa estarão promovendo a "Mostra de Folclore Polaco" de Indaial no próximo dia 12 de junho, no Teatro da Vinci, daquela cidade catarinense.
A Mostra contará com a apresentação do Grupo Folclórico Polaco Piaskowa do município Indaial e do Grupo Folclórico Polaco Karolinka do município de São Mateus do Sul, Paraná. Serão apresentados mais de dez trajes típicos e danças de diferentes regiões da Polônia, revivendo costumes e tradições.
Para o evento, será cobrado o ingresso a R$ 10,00. A renda será revertida à Associação Indaialense Folclórica Polaca, para a compra de trajes originais que passarão a ser usados pelo Grupo Folclórico Polaco Piaskowa, em sua futuras apresentações.
Maiores informações:
Associação Indaialense Folclórica Polaca.
Grupo Folclórico Polaco Piaskowa
Rua: Dr Blumenau, 05
89130,000 – Indaial – SC.
Contato:47-33331964 / 47-33949564 / 47-91296871.
nandoanacleto06@yahoo.com.br.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Lech Poznań, campeão da Polônia


Poznań amanheceu o fim de semana vestida de branco e azul. O Lech, equipe da cidade, sagrou-se campeão da primeira divisão do campeonato polaco de futebol. Ironicamente o heroi do título foi o defensor do arquirrival Wisła Kraków, Mariusz Jop que na última terça-feira tinha feito um gol contra. A "pixotada" do cracoviano abriu caminho para um título há muito esperado.
Neste sábado, depois de bater em casa o Lubin por 2-0, na 30.ª e última jornada do campeonato, o Lech pode comemorar seu título. O Wisła Kraków que precisava vencer e torcer pela derrota do Lech para chegar ao título, não fez melhor do que um empate 1-1 com o Odra Wodzislaw.
Depois de um "jejum" de 17 anos, o Lech voltou a conquistar o título polaco, o sexto da sua história, depois de 1983, 1984, 1990, 1992 e 1993.
"O Mestre está de volta. É ótimo". A enorme bandeira, com este lema, foi pendurada nas arquibancadas, quando o jogo ainda estava em andamento. "Que será, será, já somos o próximo campeão", cantava o público que não desdenhou a contribuição de Mariusz Jop para o título do campeonato polaco. E de forma rítmica cantavam, "Jop! Jop! Jop!" e mostravam um poster com a foto do jogador do Wisła Kraków com as palavras, "Santo Subito".
A loucura começou no estádio após o apito final. Manuel Arboleda amalucado tinha preparado uma camiseta comemorativa para esta noite especial. Ele tinha escrito nela: "Jesus e Lech Poznań" e o nome do clube dentro de um coração azul. O colombiano deu a volta olímpica com uma bandeira do seu país. Semir Stilić deitou sobre a bandeira da Bósnia e Herzegovina. Poucos minutos depois, com a bandeira da Bielorrússia, Sergei teve a companhia de Kriwiec.
O mundo parecia que viria abaixo quando o capitão da equipe Bartosz Bosacki recebeu o troféu do campeonato das mãos de Andrzej Ruski, presidente da empresa Premier League. "Neste momento, esperamos 17 anos, mas valeu a pena tanta esperava", gritou o locutor do estádio e em seguida os alto-falantes em altíssimo volume soavam: "We are the Champions!" Começou então um verdadeiro carnaval em direção a praça central da cidade. Eram fãs a pé, em carros e acompanhados de muita buzina, fogos e latas de cerveja (milhares de latas de cerveja).
Ao tricampeão Wisła Kraków restou o consolo do vice-campeonato. Não fosse por aquele gol contra de Jop, a equipe cracoviana poderia estar comemorando um feito inédito na história do futebol polaco... um tetracampeonato. Não foi dessa vez e quem sabe quando será... não é Jop?

Szymanowski e Chopin em Curitiba

A Capela Santa Maria abre suas portas, nesta segunda-feira, para um concerto em comemoração ao Dia Nacional da República da Polônia (0 3 de maio), com a presença do Embaixador Jacek Junosza Kisielewski, a partir das 20:00 horas.
Além do concerto da pianista polaca Anna Kijanowska, o embaixador deverá condecorar pessoas da comunidade dos três Estados do Brasil, área de abrangência do Consulado Geral da Polônia em Curitiba.
No concerto, músicas de dois dos maiores compositores polacos de todos os tempos: Fryderyk F. Chopin e Karol Szymanowski.
No programa do concerto serem intrepretadas por Kijanowska várias Mazurkas (música e ritmo tradicional polaco):

Fryderyc F. Chopin – Mazurka op. 17 nº 4
Karol Szymanowski – Mazurka op. 50 nº 2
Fryderyc F. Chopin – Mazurka op. 24 nº 1
Karol Szymanowski – Mazurka op. 50 nº 15
Fryderyc F. Chopin – Mazurka op. 50 nº 3
Karol Szymanowski – Mazurka op. 50 nº 3
Fryderyc F. Chopin – Mazurka op. 50 nº 1
Karol Szymanowski – Mazurka op. 50 nº 16
Fryderyc F. Chopin – Polonaise-Fantasy op. 61
Ballade Fá Maior op. 38 nº 2
Estudo Dó Menor op.10 nº 12 (“Revolucionário”).

Anna Kijanowska
A pianista é bastante conhecida do público da Polônia, Estados Unidos e Ásia. Sua gravação de Mazurkas de Szymanowski (DUX417) foi muito bem aceita pelos críticos, inclusive pelo The New York Times e The Music Magazine BBC de Londres. Recentemente o disco foi descrito pela Fanfare Magazine (EUA), como a “melhor interpretação” dessas composições no mundo.
Anna Kijanowska iniciou sua educação musical aos sete anos de idade em Bielsko-Biała e aos oito anos deu seu primeiro recital. Entre os anos 1992-1997 realizou estudos superiores em música (interpretação pianística e pedagogia) na Academia de Música de Katowice, e depois em Wrocław, com os excelentes professores Józef Stompel, Paweł Skrzypek e Włodzimierz Obidowicz. Continuou seus estudos de pós-graduação no exterior, com o famoso pianista, Byron Janis (aluno de Horowitz), e em 1999 recebeu o titulo de Doutor pela Manhattan School of Music de Nova Iorque.
A pianista recebeu vários prêmios em concursos internacionais, como, MTNA Collegiate Artist Competition, EUA (1º prêmio), ITNA Artist Competition, EUA (1º prêmio), Troféu no 6th International Competition, Itália (2º prêmio), Frinna Awerbuch International Competition, Nova Iorque (prêmio especial). Apresentou-se no Carnegie Hall, Consulado Geral da Polônia e Fundação “Kosciuszko” em Nova Iorque; no Kennedy Center e National Gallery em Washington, além do Japão, Índia, China, Tailândia, Grã Bretanha, Alemanha, África do Sul, Indonésia e Ucrânia.
Anna Kijanowska participou de gravações de rádio e TV, para a TVP-Telewizja Polska, para a WNYC-FM de Nova Iorque, para a TV Chernigov da Ucrânia e para TV Jakarta da Indonésia.
Anna Kijanowska é bolsista da Fundação “Kosciuszko”, da Fundação “Batory”, da Fundação “Madeleine Forte” de Bielsko-Biała e da Manhattan School of Music de Nova Iorque.
Atualmente, Anna Kijanowska é professora de piano na Universidade de Nevada, em Las Vegas, e no William and Mary College, em Virginia, EUA.
Para maiores informações sobre a pianista acesse: www.annakijanowska.com

sábado, 15 de maio de 2010

Antiocho: O caso que virou causo



O "Casos e Causos" de Guto Pasko, que a a RPCTV, Canal 12 de Curitiba, apresenta neste domingo após o "Fantástico" da Rede Globo, aproxima-se historicamente da figura de Antiocho Pereira como heroi, muito em função dos causos que os descendentes dos primeiros imigrantes da então Colônia de Cruz Machado (hoje município paranaense) contam sobre o passado. Um tempo que no imaginário daquela gente há muito deixou de ser história para ser lenda.
E foi justamente por este fator "causo", que me aventurei a pesquisar sobre o difícil início daqueles imigrantes do Leste da Polônia (região de Lublin) no sul do Paraná em 1911.
Em minhas pesquisas para a tese de doutoramento na Universidade Iaguielônia de Cracóvia fui além do causo, da lenda para me fixar no caso, no fato, na documentação histórica.
Assim que o heroi de Cruz Machado, Antiocho Pereira é mais caso do que causo. Sua estatura humanitária levou-o a ser condecorado pelo governo da Polônia, em retribuição a imensa ajuda que prestou aos imigrantes de Cruz Machado.
O caráter ilibado o transformou na pessoa que encarnou o papel do salvador, do “Bom Samaritano” e por isso, o farmacêutico Antiocho Pereira pelos seus atributos de honradez e moral foi elevado à categoria de mito.
Durante toda a fase das pesquisas para minha tese, seu nome esteve sempre presente, seja nos depoimentos, nos artigos de jornais, ou na bibliografia. Contudo, quando os depoentes são comparados com o acervo da família do farmacêutico e com bibliografia do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, a maioria das informações não se coaduna. A começar pela atuação do farmacêutico na colônia de Cruz Machado em 1911. Irene Fryder Rockenbach em “Dados Históricos e Memórias de Cruz Machado”, publicado em 1996 pela Prefeitura de Cruz Machado diz na página 120 de seu livro que:

Depois que o médico retornou a Curitiba, veio o farmacêutico formado, Antiocho Pereira, o qual mereceu o nome de “bom samaritano”. Dedicou-se inteiramente em prol dos doentes a qualquer hora do dia ou da noite, se tivesse dinheiro, ou não para pagar os medicamentos. Este nobre homem desfez-se dos bens materiais para ajudar os necessitados. Quando os colonos melhoraram de vida, construíram uma casa em União da Vitória, na Avenida Manoel Ribas, entregaram a chave a Antiocho Pereira e convidaram o casal a morar nela.

Nestas afirmações há pelo menos duas questões motivadoras de discussão. Declarar que Antiocho vendeu suas propriedades para comprar remédios é o primeiro desencontro com a verdade, e a segunda, de que os colonos lhe deram uma casa em retribuição também está, pelo menos, parcialmente equivocada. Fryder Rockenbach faz declarações que simplesmente não coincidem com a biografia preparada pelo neto do “heroi”, Fábio Furtado Pereira. Fryder Rockenbach comete outro equívoco, desta vez, em relação ao período de funcionamento da farmácia:

Nasceu em Paranaguá. Estudos feitos em Curitiba. Diplomado em Farmácia no Rio de Janeiro. Veio residir em Porto União da Vitória e depois em Cruz Machado, onde tinha uma farmácia de 1912 a 1925. Nunca pensou em fazer deste nobre mister um meio de ganhar dinheiro. A sua profissão servia a uma finalidade precípua: "sedare dolorem”, segundo o preceito de Hipócrates. Em 1925 mudou-se para União da Vitória. Em 1928 assumiu a Prefeitura de Porto União. Agia em função do povo, com o povo e para o povo. Modernizou a “Praça Hercílio Luz”. Destacou-se profundamente na imprensa local enfocando assuntos agrícolas com grande conhecimento. Era honesto, justo e inteligente. Ajudou muito os colonos poloneses e outros. Atribuiram-lhe o nome de “Bom Samaritano”. Perdeu a farmácia para ajudar os imigrantes.

Os familiares do “heroi” negam muitas dessas informações. As diferenças se relacionam, principalmente, com os períodos e datas mencionados pelas outras fontes. Em relação aos bens que, Antiocho teria vendido para comprar remédios para os infectados imigrantes de Cruz Machado, reside a maior controvérsia. Segundo Fryder Rockenbach, Antiocho possuía uma farmácia, em União da Vitória, no período de 1912 a 1925, que seria o período em que ele teria residido na colônia. Ela afirma que a casa foi uma retribuição aos esforços do farmacêutico em prol dos imigrantes infectados.
Porém Lindolfo Fernandes em sua obra “União da Vitória (Memória) Saúde Pública”, editada pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, Curitiba na página 16 afirma que,

“o pioneiro Antiocho Pereira, fundou em 1924 a - Pharmacia União - originalmente num casarão de madeira na rua XV de Novembro e, posteriormente, na rua Prudente de Morais, em Porto União”.

Portanto, essa parte dos fatos repetidos pelos depoimentos colhidos junto aos descendentes do imigrantes de polacos, em Cruz Machado, não é verdadeira. Antiocho não vendeu a farmácia nem sua casa, por que a farmácia não existia ainda, já que viria a ser inaugurada somente em 1924. E a casa, na verdade, o que os polacos fizeram foi ajudar numa reforma da casa, já que esta estava ficando muito acanhada para acomodar o número crescente de afilhados e compadres do farmaceutico. E isto é comprovado pelos estudos do bisneto de Antiocho,

“Meu bisavô não vendeu nada para ir salvar os imigrantes de Cruz Machado. A casa já existia e nunca foi vendida. O que ocorreu na verdade foi uma ampliação da casa. A planta da reforma comprova isto. Nisso sim, na reforma da casas os compadres polacos ajudaram meu bisavô”.

O projeto da reforma da casa, portanto, desmente os compadres imigrantes, que dizem que,

“os colonos, agora já em melhores condições financeiras, construíram uma casa em União da Vitória entregando as chaves para Antiocho Pereira morar com sua família”.

Eles tampouco compraram o terreno, pois este já era de propriedade de Antiocho. No próprio projeto está assinalado que era um aumento da casa de madeira de propriedade de Antiocho Pereira.


O texto acima é uma versão parcial, traduzida do idioma polaco, de minha tese de doutoramento na Polônia, "Cruz Machado - A história que virou lenda", que estarei publicando em 2011. (ulisses iarochinski).


Mas o curta-metragem de Pasko não tem nada com a realidade, pois trata-se de uma ficção, embora baseada em depoimentos históricos, aceitos por todos, até a publicação de minha tese ano que vem, em forma de livro. Pois então todos poderão conhecer o caso, o fato, a história e não só a lenda que se formou em Cruz Machado.


Vale a pena ver a Revista RPC neste domingo, na Globo do Paraná.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Poster polaco, mais um...


Poster de Leszek Zebrowski para o "The 2009 Austin Polish Film Festival" ocorrido na cidade texana entre 5 e 8 de Novembro de 2009.