Por que o convite para visitar Fátima, o qual é feito pelo bispo Alberto, é tratado com tanta trivialidade?
O Papa ainda convalecendo, chama seu amigo o prof. Stefan Swieżawski para falar sobre a coincidência de datas, entre a aparição de Fátima, em 13 de maio de 1917, e o atentado no Vaticano, em 13 de maio de 1981.
Milagre? Não! Apenas o papa estava convencido, que Nossa Senhora tinha lhe salvado a vida na Praça São Pedro, onde o turco Mehmet Ali Agca disparou com sua pistola contra ele.
O Papa promete ao bispo Alberto que irá a Portugal no aniversário do atentado, dali a quatro meses. João Paulo II começa então a aprender rapidamente o idioma português. E o faz durante cada café da manhã, quando recebe para conversar um bispo português. Em março chega a Portugal uma delegação do Vaticano liderada pelo núncio apostólico Sante Portalupim. Em Coimbra se encontram com a irmã Lúcia, carmelita.
O papa já estava restabelecido, forte, quando na grande praça, diante da basílica de Nossa Senhora das Rosas em Fátima, ouve do bispo Alberto: "Ninguém no mundo, ama-o mais do que aqui".
Entre milhares de pelegrinos, está o espanhol, de 32 anos, Juan Fernandez Krohn, padre da irmandade Pio X, ordem religiosa dissidente dirigida pelo bispo Lefebvre. Krohn não poderia ter ido a Fátima para rezar junto com João Paulo II. Não acreditando nos conselhos da igreja, no ecumenismo, na renovação, não faria sentido estar ali. Ele não acredita no Papa. Segundo um velho conhecido, Krohn "é um desqualificado intelectualmente". Enquanto isso, a procissão se aproxima da Capela da Anunciação junto ao altar principal da basílica. João Paulo II livre sobe as escadas. Krohn vestido com roupa preta sob o hábito também preto empurra a multidão e lança contra o papa uma faca do tamanho de uma baioneta. E grita: "Fora com o Papa!" Tenta ferir o papa no coração. O segurança papal Camillo Cibin e os agentes de segurança portugueses detêm o agressor. O Papa se volta para Krohn e apesar de tudo o abençoa. "Eu acuso você pela queda da igreja. Morte ao Concílio Vaticano II." , joga-lhe na cara Krohn. A maioria da pessoas na cerimônia não se dão conta do que está acontecendo. O Papa celebra, abençoa os fiés. ninguém pode supor, o quanto isto lhe custa. Dias depois no jantar do cardeal Agostino Casaroli, chefe da diplomacia do vaticano, transmite uma mensagem do papa, aos membros da Secretaria de Estado, onde pergunta sobre o atentado, e estes rezaram durante toda a noite. "Posso disso entender, que afinal a Secretaria de Estado começou a rezar?". Foi a piada do papa.
Por mais de 26 anos, este fato foi escondido. Só agora com a publicação do livro, ano passado, e do filme recém lançado na Polônia, "Świadectwo", o cardeal Stanisław Dziwisz decidiu revelar mais este segredo, o do atentado de Fátima.
Para o produtor do filme "Świadectwo", Przemysław Häuser a revelação do cardeal Dziwisz foi um choque. "Pensei, que caíria da cadeira, quando ouvi. Não lembro, qual dia de gravação isto aconteceu, pois trabalhávamos de manhã à noite. Perguntamos sobre o segredo de Fátima, quando espontaneamente o cardeal começou a falar sobre este segundo segredo de Fátima", não aqueles guardados pela irmã Lúcia, mas deste "do atentado do espanhol Juan Fernadez Krohn".
Juan Fernandez Krohn foi condenado a seis anos e meio pelo atentado e mais seis meses por insultar o juiz. No processo afirmou que Wojtyła foi agente comunista, o qual sentou-se no centro do Vaticano. Cumpriu apenas três anos de pena. Livre em Portugal, viajou a Bélgica. joga fora o hábito e casa-se com uma jornalista portuguesa, com a qual se correspondia sobre sua situação quando estava na cadeia. Em 2000, foi detido em Bruxelas, por comprovado atentado contra os reis da Bélgica, Alberto e espanhol Juan Carlos I. Passa mais cinco anos na prisão. Krohn conduz um blog, no qual escreve sobre política espahola, sobre a guerra civil de 1936, literatura e religião.
Quando, numa quarta-feira, antes da "avant-première do filme "Świadectwo", no Vaticano para o papa Bento XVI, a agência internacional de notícias propaga sobre o segredo do atentado de Fátima, Krohn reage: "Em primeiro lugar, é mentira. Em segundo: isto é uma cegueira e uma escandaloza hipocrisia... Em terceiro: muito me estranha, porque só agora este bispo polaco revela isto, se escondeu durante 25 anos. A pergunta surge, por que revelar isto, quando a opinião pública de seu país está em choque com a revelação de que mombros da hierárquia da igreja na Polônia, serviram aos serviços de segurança comunistas". Eles temiam que aquela faca estive envenenada.