domingo, 13 de março de 2011

Tusk escreve no Wyborcza

Foto: Franciszek Mazur
"Eu sonhei com isto, olhando para a frente, o maior desafio será o de elevar o padrão de vida nacional de famílias polacas. Isso não pode ser feito com um corte simples, o trabalho de base, altera muitas áreas de nossas vidas."
O texto faz parte de um artigo que o primeiro-ministro Donald Tusk escreveu e que foi publicado pelo jornal Gazeta Wyborcza, neste fim de semana.
Segundo Tusk, desafio, hoje, para a Polônia não é a "luta pela sobrevivência da nação, para salvá-la da queda, mas pelo desenvolvimento. Tempo para construir a paz e prosperidade". Ele pensa que o ser polaco necessita um pouco da normalidade Europeia.
Melhorar a qualidade de vida para milhões de famílias polacas exige "mudanças pontuais e árduas em centenas de leis diferentes." Esta "revolução silenciosa de passos", como Tusk gosta de sublinhar não é um "engajamento de emoções coletivas que envolvem a ideia de uma carga enorme de trabalho nas bases".
Um dos fatores determinantes para uma "normalidade" europeia ainda "está longe". Tusk recorda a construção e modernização de mais de 1,4 mil km de estradas. Foram abertos 195 km de auto-estradas e 400 km de vias expressas, além de 134 km de rotatórias.
O Primeiro-ministro sublinha que nenhum governo na história da Terceira República começou tantos e vultuosos investimentos em infra-estrutura, como o seu.
Para habilitar mães jovens na volta ao trabalho de modo mais rápido, o governo facilitou o estabelecimento de creches, criação de pré-escolas e as equipes de atendimento (número de vagas nas pré-escolares aumentaram em 190 mil vagas). O pós-parto foi estendido para menos 20 semanas e incluído a licença paternidade.
O governo também está investindo em professores, porque depende de seu nível de educação as escolas polacas. Tusk aponta que os salários aumentaram em média de 30 por cento.
Para a Polônia dar um salto de civilização, ela deve se beneficiar de fundos europeus. "No começo de março, foram recebidos cerca de 70 bilhões złotych da UE - cerca de mais da metade do que receberam os outros, como por exemplo, a Espanha!".Mas a maior derrota, Tusk reconhece é encolher a administração no governo. "Em 31 de dezembro de 2007, o governo empregava 382.500 pessoas. No final de 2010, elas já são 457 mil". Disse o primeiro-ministro, embora o governo tenha aprovado uma lei que limita o número de funcionários públicos em 10 por cento. Para resolver a questão o Presidente apelou para o Tribunal Constitucional.
Outra falha do governo de Tusk é o sistema ferroviário polaco. "Foi mostrado nas imagens de televisão, jovens embarcando em um trem, em Zakopane, através de uma janela. Isto é o que melhor resume, o caos que reina nos trilhos no final do ano passado," afirmou o primeiro-ministro.
Mas ele acrescenta que os responsáveis ​​pela confusão em parte foram as bilheterias que não conseguem atender a demanda. E que o governo está trabalhando na melhora da qualidade da infra-estrutura ferroviária. A renovação das estações ferroviárias - incluindo Varsóvia e Katowice - passaram 980 milhões złotych.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Iarochinski: Descobertas na Polônia

Centro Sul – Na última edição o Jornal Hoje Centro Sul apresentou a problemática que existe em torno dos termos “polaco” e “polonês”, de acordo com o jornalista e doutor em Cultura Internacional, Ulisses Iarochinski.

Polaco: as “descobertas” de Iarochinski

Cultura, Destaques / 10 de março de 2011 11:01

Texto: Marina Lukavy, da Redação
Fotos: Divulgação
Publicado na Edição 559, em 09 de março de 2011.



Cerveja, vodka, charuto e sonho são de origem polaca

Ulisses Iarochinski, que esteve em Irati na quarta-feira (23), para o lançamento do livro “Polaco – Identidade Cultural do Brasileiro Descendente de Imigrantes da Polônia”, também abordou questões como a culinária polaca adquirida por outros países e a temática ucranianos x rutenos.
Segundo Iarochinski, muitas questões apresentadas como “descobertas” são conhecidas na Polônia, mas não no Brasil. As informações são disponibilizadas em livros e publicações no idioma polaco. “Aqui no Brasil quem sabe falar polaco? É necessário que os descendentes daqui aprendam o idioma para compreender a história do país. Não inventei nada, aprendi o idioma que é muito complicado, discuti com professores, conversei com muitas pessoas e agora quero contar tudo isso”, explica o autor.
Os principais motivos apontados por Iarochinski para que houvesse a “perda” de idiomas no Brasil, foi a “Lei da Naturalização” instituída por Getúlio Vargas, em 1938, e medo da deportação para campos de concentração na Alemanha.
“A lei obrigou o fechamento de escolas de todas as etnias que ensinavam o idioma dos países dos imigrantes. Muitos também, não falavam mais sua língua de origem, porque tinham medo de ser deportados para morrer nos campos de concentração. Assim como aconteceu com Olga Benário Prestes, jovem militante comunista alemã que foi deportada para a Alemanha durante o governo de Vargas. Lá, foi executada pelo regime nazista em um campo de concentração. Então, todo esse conjunto fez com que as línguas de origem fossem se perdendo”, acrescenta Iarochinski.


Culinária polaca
Quais são os alimentos que você considera típicos da culinária da Polônia? Para Iarochinski, o charuto e o sonho são polacos. Já o tão famoso pierogi, teria origem tártara, ou seja, mongol. A palavra “pierogi” deriva de pier, uma palavra tártara. “Em 1410, na Batalha de Grunwald, a Polônia conseguiu apoio desse povo  e de outras etnias que viviam no reino da Polaco e expulsaram os saxônicos, que naquele momento, ainda não eram chamados de alemães. Dai o porque, acredita-se que foram os tártaros que trouxeram para a Polônia o pierogi, que era algo simples de fazer”,completa.
De acordo com o autor, o charuto também não é árabe e sim polaco, pelo simples fato de o repolho nascer na Polônia. No Líbano, que fica no deserto ,e portanto,  local onde não nasce repolho. A receita sírio e libanesa é feita com folha de parreira.
A origem do sonho foi “descoberta” por acaso, durante o período em que Iarochinski esteve na Polônia. Ele lembra que uma amiga o convidou para ir até uma confeitaria comer um doce legitimamente polaco, o pączki, mas, para sua surpresa, o pączki nada mais era do que o sonho. “Depois disso liguei para casa, pois desde criança comia sonho. Perguntei como eles tinham aprendido a fazer o doce e me contaram que haviam aprendido com uma vizinha que era polaca”, afirma.
Na Polônia, o autor trabalhou como correspondente da TV Bandeirantes e do jornal O Estado de SPaulo, mas como não era um trabalho diário, ele também passou a trabalhar como guia turístico. Certa vez, convidou três empresários portugueses para quem estava prrestando serviço de guia e intérprete, para comerem um doce tipicamente polaco, e ao chegar na confeitaria os homens afirmaram que o "sonho brasileiro", era conhecido como "Bolas de Berlim", em Portugal - e não sonho.
“Agora vem a pergunta: como na Alemanha aprenderam a fazer o sonho?  A resposta é simples: Porque durante vários períodos da história, pelo menos , durante uns 600 anos, os alemães tentaram acabar com a Polônia. Isto não ocorreu somente na 2ª Guerra Mundial. Foram várias invasões e em cada uma delas, eles adquiriam a cultura da Polônia. Como é o caso do sonho, e de muitas outras coisas, que surgiram lá e que o mundo conhece como sendo alemãs ou americanas”, considera.
Neste sentido, também é assim que a cerveja ficou conhecida como alemã e não polaca. Iarochinski conta que durante suas constantes visitas a bibliotecas, descobriu que no século XI existiam cervejarias na Polônia, enquanto que na Alemanha e na Europa não existia nenhuma. A cerveja surgiu no Egito, há cinco mil anos e nesta época era feito como um fermentado de cereais. A primeira vez que se adicionou o lúpulo e se fez uma receita para elaborar a bebida que hoje se chama cerveja, foi na Polônia.
“Existiam cervejarias na Polônia há 300 anos, quando num reino da  atual Alemanha foi pego a receita e a condessa do lugar baixou um decreto de que a partir daquela data a cerveja tinha que ser com aquela receita. Desde então, por causa desse decreto, todo mundo considera que a cerveja é alemã. Da mesma forma, a Rússia também se vangloria que é dona da vodka, o que é mais uma mentira, pois a vodka é polaca”, ressalta.

Ucranianos e rutenos
“Nunca existiram ucranianos, pois estes são na verdade rutenos,  são da Rutênia, um povo que viveu sempre nas terras da Polônia em irmandade. Esses imigrantes que chegaram aqui e se dizem ucranianos, quando vieram para o Brasil não eram  ucranianos, nem polacos, porque não existia diferença para o governo brasileiro entre polaco e ruteno. Eles tinham documentos austríacos e russos, e assim eram considerados pelas autoridades brasileiras”, destaca Iarochinski.
Conforme o autor, a afirmação é embasada no fato de que todos os ucranianos que imigraram para o Brasil, também vieram da milenar Polônia. Isso porque a Ucrânia não existia naqueles tempos, esta foi criada apenas, em 1922, pela  Rússia, como República Socialista Soviética da Ucrânia e, portanto, “pertencente” aos russos soviéticos.
“A palavra Ucrânia deriva da preposição ‘U’ do idioma eslavo que quer dizer ‘aqui, de’, que é utilizada para designar quando se está com alguém, um ser animado, e de ‘kraj", que é ´país´. Em qualquer idioma eslavo com pequenas alterações, a palavra Kraj significa ‘aqui no meu país’. Essa palavra, inclusive é de um poema de um poeta polaco de 1870″, observa.
Iarochinski narra que depois da 1ª Guerra Mundial quando a Polônia conquistou a sua independência e voltou a ser uma república, os rutenos também quiseram ter o seu próprio Estado. Aquela região polaca era disputada pela  Rússia, que a ocupou por 127 anos.  Com o fim da primeira guerra mundial e a vitória da revolução Bolchevique, estes apoiaram os rutenos contra a Polônia e  moldaram a República Socialista Soviética do “Nosso País”. “Então, estes que vieram para o Brasil nunca foram ucranianos, os filhos deles podem até ser”, considera.
Parte do povo ruteno, depois de 1922, negaram a ser chamados de ucranianos, e foram taxados pelo governo da Ucrânia, que se instalava de minoria rutena. “A Ucrânia de hoje sempre foi a Rutênia milenar e os ucranianos sempre foram rutenos. Este povo ruteno tem mais de 2 mil anos e o denominado ‘ucraniano’, apenas 87 anos de existência. Portanto, os atuais cidadãos ucranianos tanto podem ser rutenos, cossacos, bem como polacos. Pois o que define uma etnia, o pertencimento a uma nação, não é uma carteira de identidade, um passaporte ou um diploma de cidadão”, conclui o autor.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Curso "Pogadajmy po polsku" em Curitiba

Setor de Humanas Edificio Dom Pedro I - UFPR - Rua General Carneiro, 460
Curso de extensão: Pogadajmy po polsku – Roda de conversação em polaco
Data de Início: 14.03.2011
Data de Término: 28.11.2011
Horário: Segundas-feiras, de 17:30 às 18:30 h, com intervalo na época do recesso, de 25.06.2011 a 01.08.2011.

Objetivos: De acordo com a proposta do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas (DELEM) e considerando-se a existência da área de Letras "Polonês" na UFPR, optamos pela criação de um curso de extensão que visa, além da aproximação e integração da Universidade com a comunidade de falantes de língua polaca no Estado do Paraná, a oferta de um espaço público que permita aos alunos e outros falantes de polaco aperfeiçoarem o conhecimento e uso desse idioma. O diferencial desse curso encontra-se na forma como será ministrado. A conversação descontraída e informal, sob moderação do professor presente, versará sobre temas variados, permitindo que os cursistas desenvolvam a oralidade na língua polaca e se atualizem com referência aos assuntos abordados.

Realização: Professores: Aleksandra Piasecka - Till, Eduardo Nadalin, Marcelo Paiva de Souza e Piotr Kilanowski
Coordenação: Prof. Piotr Kilanowski
Frequência e Avaliação: A aprovação se dará pela freqüência mínima de 80%

Informações e Inscrições:
Local: Departamento de Letras Estrangeiras Modernas (DELEM) - Rua General Carneiro, 460 / 9.º andar, sala 919 ou 914
Período: de 28.02.2011 até 18.03.2011
Horário: de 8:00 às 12:00h na segunda, terça, quinta e sexta e de 14:00 às 18:00h na segunda, terça, quarta e quinta.
Responsável: Ana Simas ou Piotr Kilanowski
Telefone/Fax: 3360-5183
E-mail: emaildopiotr@gmail.com
Valor da Taxa de Inscrição: Isento.
Vagas Limitadas

Coordenação e realização: Prof. Piotr Kilanowski

Frequência e avaliação: A frequência mínima para obtenção de certificado será de 80%. O aluno será avaliado por sua participação e contribuições nas discussões e pelo trabalho de tradução realizado.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Jaruzelski não irá à beatificação em Roma

Foto: Albert Zawada
 Ele continua vivo. Respondendo a processos. Sendo condenado. Recorrendo nos tribunais superiores. Mas há quem diga, que a história ainda o tratará como herói. Dizem que ele impediu os russos de invadir a Polônia, quando das reviravoltas provocadas pelo sindicato Solidariedade, que transformou o eletricista Lech Wałęsa (pronuncia-se Vauensa) em herói e presidente da República.
O general Wojciech Jaruzelski, embora recolhido à sua residência, ainda é figura na cena polaca.
Nesta quarta-feira, o General Jaruzelski informou que não vai a Roma. Não irá comparecer à cerimônia de 1º. de maio, quando da beatificação do Papa João Paulo II. "Eu não quero dar uma desculpa para - informações sensacionais -, que poderia prejudicar as relações com a cerimônia religiosa.", afirmou o último presidente comunista da Polônia.
Em seu comunicado, Jaruzelski escreveu que "Há vozes de alguns políticos e colunistas questionando de forma -preventiva - meu potencial participação na composição da delegação polaca durante a cerimônia de beatificação do Papa polaco João Paulo II".
Jaruzelski prossegui dizendo que "Quero tranquilizar a todos. Quando eu era o Presidente da República da Polônia, eu tive oito conversações diretas com o Papa João Paulo II (incluindo três em que eu não era uma pessoa oficial), onde foram apresentadas provas extensas no contexto do processo de beatificação".
Para encerrar seu comunicado, Wojciech Jaruzelski conclui: "Provavelmente seria difícil lidarem com a minha participação na cerimônia. Levando tudo isso em conta, eu declaro que, em maio deste ano, eu não vou a Roma."

terça-feira, 8 de março de 2011

Mosteiro de Alvernia queimou

Foto: Michał Łepecki
Considerado uma jóia da região de Cracóvia, o mosteiro da localidade de Alvernia foi consumido pelas chamas neste fim de semana.
Os bombeiros tiveram um imenso trabalho durante quase 24 horas para combater as chamas. Felizmente, antes do fogo começar foi possível salvar o quadro de Jesus "Ecce Homo", ícone da Dívina Misericórdia.
O mosteiro de Alvernia foi criado, em 1616, por iniciativa de Krzystof Koryciński, proprietário de terras nas proximidades, com a aparência do mosteiro de Monte Alverne, na região da Toscana italiana. No morro italiano de Alverne, São Francisco de Assis passava muito tempo em oração e foi lá, em 1224, ele recebeu as estigmas - ferretes representando cada uma das cinco chagas de Cristo.

Fot. Michał Łepecki
As chamas surgiram na noite de domingo na parte residencial do mosteiro dos monges Bernardinos e rapidamente chegou ao sótão. Queimou cerca de mil metros quadrados de telhado.
"Conseguimos salvar um fragmento de uma pequena torre e a torre principal. Algumas imagens e arquivos conseguimos retirar a tempo", disse Bogdan Malinowski, chefe dos bombeiros.
Por enquanto, os bombeiros não querem falar sobre a causa do sinistro. Mas extra-oficialmente, o fogo teria tido início na sala da caldeira na parte traseira da parte residencial do mosteiro.
A destruição da igreja histórica é mais sentida, por se saber que há dezoito meses havia terminado sua restauração. "Ficou uma jóia! Foi um esforço enorme restaurar a igreja", admitiu, com pesar, o guardião do mosteiro Padre Bartłomiej Mazurkiewicz.

Alvernia fica entre Cracóvia e o Campo de Auschwitz, a uns 30 km à Oeste da capital da Małopolska.
Incêndio

segunda-feira, 7 de março de 2011

Najuá: Iarochinski explica preconceito contra o termo "polaco"

A radialista Genoveva Zavilinski, o secretário de Cultura Rafael Ruteski e o escritor Iarochinski
Da Redação, com fotos de Genoveva Zavilinski

No dia 23 de fevereiro aconteceu o lançamento do livro "Polaco – Identidade Cultural do Brasileiro Descendente de Imigrantes da Polônia", de autoria do escritor, jornalista e historiador, Ulisses Iarochinski, no Centro Comercial Clube do Comércio, em Irati e teve o apoio da Secretaria Municipal de Patrimônio Histórico, Cultura, Lazer, Turismo e Desportos e da radialista e incentivadora da cultura em Irati, Genoveva Zavilinski.
Antes do lançamento, o autor proferiu uma palestra sobre o tema do livro. O preconceito contra o termo "polaco", que Iarochinski tenta explicar no livro, nasceu no Brasil, originado entre os próprios imigrantes da Polônia que criaram outro termo para identificar a etnia, o “polonês”. O historiador conta que eles se sentiam envergonhados porque seus pais e avós se fixaram principalmente no interior, longe dos recursos das cidades; diferente do que aconteceu com outras etnias, como os alemães, por exemplo, que se instalaram nos centros maiores.
Quando vinham para a cidade, muitos se sentiam inferiorizados por estarem longe da civilização e por não terem condições de dar estudo para seus filhos. A vida no campo era muito difícil naquela época. As famílias polacas até mesmo deixavam de ensinar a língua de origem para seus descendentes.
Depois, com o desenvolvimento do país, continua explicando Iarochinski, muitos polacos se mudaram para as cidades, estudaram e subiram de classe social. Intencionados de fugir do que era visto por eles como estigma, estes imigrantes e descendentes criaram outra denominação para identificá-los, o "polonês", para separá-los do grupo que continuavam com a vida mais simples no interior, os "polacos".
A palavra polonês não existe na Polônia, assim como não existe o idioma polonês. Aquele que nasce na Polônia se chama "polaco".
Passado tanto tempo, nos dias de hoje, alguns brasileiros descendentes de imigrantes polacos, querem tentar obter a cidadania na Polônia, para poder estudar, trabalhar ou morar na Europa. Porém, o consulado não fornece os documentos porque os imigrantes fugiram da guerra e vieram para o Brasil ilegalmente. Para o consulado da Polônia, eles não existem, contou Iarochinski.

domingo, 6 de março de 2011

Orgulho de ser polaco

No último lançamento do livro "Polaco" na cidade de Irati fui entrevistado por alguns jornalistas da cidade. Um deles, a repórter do jornal "Hoje Centro Sul", publicou reportagem neste domingo neste jornal sobre minhas opiniões e conhecimento da etnia polaca e a Polônia. Esta é a reportagem de Marina Lukavy:


O orgulho de ser polaco sob a perspectiva de Iarochinski
Cultura / 3 de março de 2011

A palavra polaco foi alvo de preconceito

Centro Sul - Polaco sim, polonês não. Para o jornalista e doutor em Cultura Internacional, Ulisses Iarochinski, é assim que devem ser chamados todos os descendentes de imigrantes da Polônia. No lançamento do seu segundo livro, Iarochinski discute questões polêmicas como preconceito a etnia, culinária polaca adquirida por outros países, criação da palavra “polonês” e a temática ucranianos x rutenos.

O autor esteve em Irati na última quarta-feira (23), para o lançamento do livro “Polaco – Identidade Cultural do Brasileiro Descendente de Imigrantes da Polônia”. A obra é a tradução para o português da sua tese de mestrado, escrita originalmente em polaco e defendida na Universidade Iaguielônia, de Cracóvia, na Polônia. Iarochinski é natural de Monte Alegre (PR), quando esta ainda era Tibagi.

Polaco ou polonês?

Desde o lançamento do seu primeiro livro em 2000 (Saga dos Polacos), o autor revela que já arrumou boas brigas pelo uso do termo. Por julgar que nenhuma editora iria se interessar pela temática e publicaria o livro, Iarochinski confeccionou tudo sozinho. Durante a montagem da capa percebeu que a palavra “poloneses” era muito extensa e resolveu utilizar “polacos”. Mal sabia ele o tamanho da confusão que viria pela frente.

Descendente e neto de polacos, o autor sempre viu as palavras polonês e polaco como sinônimos. “Quando fiz a capa para mim não tinha muita diferença entre polaco e polonês. Bendita a hora em que coloquei esta palavra, nunca imaginei que tivesse tanta encrenca com isso”, conta.

“Saga dos Polacos” foi lançada em 27 cidades do Sul do Brasil com grande porção da população sendo descendentes da Polônia. Irati também foi contemplada com o lançamento durante um evento no “Clube Polaco”, como se refere Iarochinski ao Clube Polonês.

Uma história curiosa e que ilustra a polêmica em que o autor se inseriu aconteceu na cidade de Erechim (RS). “Estava certa vez no município, lançando o primeiro livro, quando levantou um senhor e veio até perto de mim. Ele se abaixou e pensei que iria me falar algo, mas para minha surpresa o sujeito deu um murro em meu braço. E ele ainda gritou: ‘Aqui em Erechim não tem polaco, aqui só tem polonês’. Só fui entender a diferença depois de ir para a Polônia”, lembra.

Iarochinski brinca que usou da sua experiência dentro do jornalismo para fazer com que o lançamento do livro em Curitiba tivesse uma boa divulgação. Como era editor do caderno de Cultura do Jornal do Estado, sabia que os conteúdos para a editoria eram poucos nos primeiros dias da semana. Apesar de ter escolhido uma terça-feira chuvosa para o lançamento, reuniu 350 pessoas, vendeu 150 livros e teve uma ótima repercussão.

E foi a “Saga dos Polacos” que abriu as portas para que o autor pudesse ampliar seus estudos na área. Por meio de um convite do Consulado da Polônia em Curitiba viajou para o país, e lá estudou a cultura e o idioma polaco, depois fez mestrado e doutorado. “Para mim saber das origens sempre foi uma preocupação. Queria saber quem somos e o que fazemos no mundo enfim, porque existimos”, completa.

Após aprender o idioma, Iarochinski virou frequentador assíduo das bibliotecas e esteve sempre em busca de novas descobertas. Ele explica que na Polônia não existe nenhum preconceito e nenhuma diferença entre polonês e polaco. Isso se comprova na tradução, no idioma da Polônia, no qual a única palavra que surge é polak.

O preconceito em relação ao termo polaco surgiu no Brasil. Durante o período em que o país passou por um intenso processo de imigração, o Paraná recebeu principalmente eslavos. Iarochinski conta que os polacos foram considerados analfabetos e burros por não saberem o idioma português. Além disso, o processo de adaptação dos imigrantes da Polônia foi muito difícil, principalmente em comparação aos alemães. Estes vieram para as cidades, eram imigrantes urbanos que conviviam com a classe que falava português, já os polacos foram colocados em cidades do interior, ainda bem pouco desenvolvidas.

“Por exemplo, Irati que está a 150km de Curitiba, naquela época essa distância poderia ser comparada como se fosse daqui até Amazônia, e isso levou os polacos a um distanciamento. Mesmo em Curitiba, quando chegaram as primeiras 32 famílias em 1871 vindas de Brusque (SC), os polacos foram colocados no bairro Pilarzinho e foram descriminados. Imigrantes alemães também foram para o bairro e já odiavam os polacos por toda a situação de conflito entre os países. A partir daí começaram a chamar os polacos de bêbados, burros, analfabetos e ignorantes. Neste cenário surge o preconceito contra a etnia, não contra o termo”, esclarece.

A palavra polaco começou a ter sentido pejorativo no Rio de Janeiro. Em função da escravidão a população carioca era composta por muitos africanos, e o imperador queria “branquear” a população da capital brasileira, então incentivou a vinda de prostitutas europeias. As primeiras a chegarem ao Brasil eram da França, depois vieram trazidas dos Açoures, de Portugal, da Espanha e da Itália.

De acordo com o autor, nesta época uma máfia judia com sede em Buenos Aires e em Varsóvia foi até pequenas cidades que estavam sem estado e por isso se misturavam. Alguns locais eram parte da Rússia e da Prússia (Alemanha atualmente), e ainda outra porção era austríaca. “Aquelas comunidades judias que há mil anos estão na Polônia, passaram a ter olhos azuis e ficar loiros. Estes não são como os palestinos do Oriente Médio, eles viraram polacos”, observa.

Como estas prostitutas que eram trazidas pelos judeus eram loiras e de olhos azuis, começaram a ser chamadas de polacas no Rio de Janeiro e neste contexto surge o sentido pejorativo do termo. “Os próprios descendentes adquiriram preconceito contra a palavra porque não queriam ser chamados de ‘filhos de prostitutas’. Os judeus que estavam em Curitiba também negam que são polacos, pelo convencionalismo adotado”, complementa.

Foi também no Brasil que houve a criação da palavra polonês. O termo foi imposto por uma elite de imigrantes da Polônia que frequentava a Universidade Federal do Paraná e que não queria ser confundida com o “caipira analfabeto”, que aos olhos dos brasileiros por não saber falar português era burro.

Em 1927, foi realizado um evento no Consulado da Polônia em Curitiba, um dos convidados era o embaixador da França. “Durante o encontro, a polêmica era que todos aqueles que ali estavam já tinham acendido da classe agrícola para a Universidade, então não queriam ser taxados de polacos, que é o termo que está no país desde o seu descobrimento em 1500. O termo polonês foi então sugerido por esse embaixador da França”, encerra Iarochinski.

A discussão continua

Na próxima edição você vai poder conferir outras informações e “descobertas” que Ulisses Iarochinski traz em seu livro. Não perca!

Texto: Marina Lukavy, da Redação.
Fotos: Adriana Souza, da Redação






































sábado, 5 de março de 2011

A feira de cavalos de Skaryszew

Foto: Paweł Kozioł
Foto: Jacek Marczewski
O fotógrafo Krzysztof Jarczewski documentou cenas de maus-tratos com os famosos cavalos polacos vendidos internacionalmente na Feira de Cavalos de Skaryszew. As origens da feira remontam ao tempo do Rei Władysław IV, quando este, em 1633, permitiu a realização da feira todos os anos na primeira segunda-feira e terça-feira da Quaresma. Este ano, a Feira acontece nos dias 14 e 15 de março. São esperados compradores Itália e França.
O fotógrafo Jarczewski, de Radom convida todos os fotógrafos a virem ao local da Feira para documentar o abuso e os maus tratos contra os cavalos. Seu trabalho faz parte da Fundação Internacional de Bem-Estar Animal Movimento VIVA!
Skaryszew é uma cidade da Polônia, na voivodia da Mazóvia e no município Radom. Estende-se por uma área de 27,49 km², com 3922 habitantes, segundo os censos de 2004, com uma densidade 142,7 hab/km².

sexta-feira, 4 de março de 2011

UEFA: ingressos mais baratos na Euro2012

Mascotes Euro 2012 no estádio de Gdansk - Foto: Damian Kramski
 Na verdade, há apenas uma notícia até o momento digna de assim se considerar: se alguém consegue um bilhete para assistir pelo menos uma partida para o Euro2012, ele é capaz de falar de si mesmo: "Eu sou muito sortudo".
A UEFA anunciou com orgulho que os preços dos ingressos serão acessíveis aos polacos e ucranianos e, portanto, mais barato do que os vendidos durante o Euro 2008. E, de fato, os valores anunciados para as partidas de grupo, são mais baratos. Custam 30 euros, ou cerca de 15 euros a menos do que quatro anos antes. Além disso, a segunda categoria de preços serão de 70 euros enquanto na Áustria e Suíça, eram de 80 euros. Mas a terceira categoria, ou seja, os melhores bilhetes estão mais caros do que em 2008.
Assim, oportunidade de comprar um bilhete por 30 euros dos jogos dos grupos é um verdadeiro milagre. Pois o percentual de bilhetes colocados à venda nesta faixa de preço é de apenas 25% em comparação com os mais caros.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Hoje é dia de "Pączki... dia da gula

Foto: Anna Jarecka
Quinta-feira gorda! A Europa comemora este dia, pelo menos desde o século XIII. Mas na Polônia a data vai além da simples lembrança de que é a última quinta-feira antes da quaresma. Na terra do quase beato João Paulo II, a quinta-feira gorda é um festival consagrado à gula. A gulodice do polaco tem nome: "Pączki"! Palavra que em sua tradução literal é apenas "broto de rosa", mas que em seu significado brasileiro é o famoso "sonho". Sim aquele bolinho recheado com marmelada e polvilhado com açúcar de confeiteiro. Contudo, na Polônia a guloseima é feita com geléia extraída justamente dos brotos das rosas... uma delícia!!!
Há 700 anos, o último dia de carnaval era considerado a terça-feira gorda, justamente o dia que antecede a quarta-feira de cinzas. Mas a tradição foi mudando. Primeiro para a segunda-feira, depois para o domingo, logo em seguida para sábado. Como toda sexta-feira era ligada a ideia da Paixão de Cristo... a comilança acabou ficando com a quinta-feira anterior.
Marcin Stańczuk, etnógrafo do Museu de Radom, explica que "os três últimos dias de carnaval, domingo, segunda e terça-feira eram chamados dias primos ou primas. Nestes tempos, estes dias eram dedicados à festas, danças e jogos".
O ponto alto das cerimônias era a terça-feira, quando os meninos se vestiam de mulher velha, de Diabo, de Judeu, de Milionário, de cigano e de Urso. Os disfarçados desfilavam pela vila, cantando e faziam barulho batendo com pedaços de pau nas panelas vazias.
Os "alegres" visitavam casas e pediam por refrescos. Em troca da graça, desejavam prosperidade agrícola, colheita abundante, uma prole grande de animais para reprodução. Por essa ocasião, diversas travessuras eram feitas, tais como besuntar senhoras de negro, o que era considerado motivo de sorte da família e um bom presságio para os próximos tempos que viriam.
Com o passar dos séculos, os foliões e os visitados na Polônia, foram incorporando às brincadeiras, os "pączki" (sonhos) como moeda de troca. Os desfiles foram acabando, os cantos emudecendo, mas o "sonho" permaneceu. Assim como os "desejos de boa aventurança"!
Hoje, em todas as vilas e cidades, os polacos preparam a guloseima às centenas e saem pelas ruas e estradas distribuindo "sonhos". Para que estes desejos se realizem, de verdade, é preciso ganhar e comer pelos menos dois "sonhos" e meio.
Tanto isso é verdade, que o doce no Brasil, tem o nome de "sonho", porque foi trazido pelos imigrantes polacos. Pois até o século XIX, nenhum brasileiro, ou português tinha comido o "sonho". Os portuguêses foram aprender com os "usurpadores das terras polacas", os alemães, que o confeito polaco era de "bola de Berlim".
Nada mais equivocado, já as bolas alemãs não estão relacionadas ao desejo e ao sonho... apenas à pança. Já o "sonho" brasileiro é o verdadeiro pączki (pronuncia-se pontchki).!!!

Ai ai ai... que gostosura polaca!!!

terça-feira, 1 de março de 2011

Encerrado Festival da Canção de Velejadores em Cracóvia

Foto: Michał Łepecki
Mais de 150 artistas de todo o mundo e 19 concertos em seis dias. Neste fim de semana encerrrou-se o Międzynarodowy Festiwal Piosenki Żeglarskiej "Shanties" (Festival Internacional da Canção de Velejadores).
Pela trigésima vez, Cracóvia foi embalada pelo som de viola, banjo, violino e gaita de boca. Além dos artistas polacos tradicionais, na comemoração dos 30 anos do festival, tocaram músicos da França, Holanda, Estados Unidos e Grã-Bretanha.
Como tradicionalmente, o público foi bom. Segundo os organizadores do evento todos os eventos atraíram cerca de 12 mil participantes.
Pela primeira vez na história das "Shanties" foi possível assistir à concertos que combinaram sons tradicionais com outros gêneros musicais dos velejadores. No Club Żaczek ecoaram em um arranjo de rock uma surpreendente mistura de canções de velejadores e jazz, pelo Clube de Arte de Old Metropolitana Band.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Polaco em Irati: sucesso!!!

O quarto lançamento do Livro "Polaco – Identidade Cultural do Brasileiro Descendente de Imigrantes da Polônia", em Irati foi um sucesso, no ultimo dia 23 de fevereiro em Irati, interior do Paraná. Muitos autógrafos e perguntas após a palestra sobre a "Polônia de sempre".




P.S. As fotos são do site Irati Online.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Marila para sempre


Pelas estradas da Polônia se movimenta um tesouro nacional:"Mary Mary". A artista circula pelas cidades do país promovendo seu mais recente CD "50", com muito suingue, mas que pode ser muito parecido com a música de Lady Gaga.
Maryla Radowicza em meio a tanta entrevista de promoção de seu novo disco, conversou com o jornalista do jornal gratuito "Metro".

Artur Tylmanowski - A senhora ouve Lady Gaga?
Marila - Eu gosto de olhar para ela. Espanta-me, mas não ouço a música dela, mas assisto seus vídeos.

Tylmanowski - A senhora gosta do YouTube, usa o Twitter?
Maryla - Todo dia eu dou uma olhada no Facebook, escrevo para os fãs. Frequentemente ouço música no YouTube.

Tylmanowski - A senhora possui há muitos anos o mesmo público fiel. Os jovens também encaram seu trabalho na boa?
Maryla - Diante do palco juntam-se sempre muitos jovens e eles ajudam a compor a atmosfera do espetáculo. Meu público é muito diversificado, desde crianças até pessoas bastante adultos. Sou de todas as gerações.

Tylmanowski - Quais músicas são as mais pedidas?
Maryla - Eles querem os hits, então eu canto. Mas sempre apresento as últimas canções dos álbuns recentes, como "Jest cudnie", "Ech mała", "Wszyscy chcą kochać", "Łatwopalni". Mas claro, eu também toco músicas do álbum "50". Isso é o que sempre acontece nos shows!

Tylamowski - Qual foi a maior surpresa que lhe fizeram seus fãs?
Maryla - A mera presença deles num espetáculo me faz feliz. Mas é bom ver, por exemplo, meu nome desenhado nos cabelos aparados dos rapazes, ou uma tatuagem com minhas iniciais.

Tylmanowski - Você tem uma legião de fãs muito leal...
Maryla - Também tenho fãs entre monges e freiras. Recentemente, eles se reuniram para orar por mim, e isso, em diferentes partes do mundo, simultaneamente. Provavelmente é por isto que tenho tanto poder.

Tylmanowski - A senhora recebe um monte de cartas íntimas dos fãs?
Maryla - O que é íntimo, eu não posso dizer. Mas há muitas vezes pedidos de apoio financeiro em situações difíceis, como na doença.

Tylmanowski - A senhora foi considerada amiga oficial da Euro 2012. Isto significa que, antes do primeiro jogo da Eurocopa, a senhora irá cantar "Mój chłopiec piłkę kopie"?
Maryla - Eu não sei. Demasiado cedo para dizer sobre isto. Mas se eu tiver uma composição "super". Basta adicionar o texto e música para a Euro e estará pronto. Além disso, eu sonho de cantar junto com os fãs.

A turnê de Radowicza pelos caminhos polacos  indica que ela estará dia 26/02 em Zamość, 27/02 Lublin, 19/03 Zielona Góra, 20/03 Poznań, 26/03 Gdańsk, 27/03 Bydgoszcz, 01/04 Katowice, 02/04 Łódź, 03/04 Kraków, 08/04 Warszawa (Varsóvia) e 29/05 Szczecin.

Maryla, em pleno regime comunista sai da Polônia para cantar na abertura da Copa do Mundo de Futebol, na Alemanha de 1974. Ano de melhor performance do futebol polaco em copas. A Polônia de Lato, Zmuda, Tomaszewski bateu o Brasil de Ademir da Guia, Jairzinho e Rivelino e conquistou o terceiro lugar.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Irati, terra da cerveja caseira polaca

Par do Grupo Folclórico Lublin de Irati
A cidade de Irati, que promove o lançamento do meu livro "Polaco - Identidade do brasileiro descendente de imigrantes da Polônia" tem forte presença da etnia polaca. Ali se mantém as tradições tradidas pelos imigrantes da terra da águia branca como os grupos de danças folclóricas, festas da cerveja, programas de rádio, costumes e culinária.
Os primeiros imigrantes polacos começaram a chegar na cidade em 1908 e se intensificaram no período de 1911 a 1912.
O município paranaense, que dista 147 quilômetros da capital Curitiba, brinda a chegada do novo ano, celebra o almoço de Páscoa e comemora aniversários e casamentos com uma bebida trazida no começo do século por imigrantes polacos: a cerveja caseira.
A boa receita de cerveja feita em casa, fermentada, doce e espumante, é preparada com lúpulo e açúcar caramelizado. De teor alcoólico muito baixo – apenas 0,7%, em comparação com cerca de 5% da bebida industrializada –, a cerveja caseira de Irati pode ser encontrada desde em mamadeiras de crianças até em minimercados e festas de terceira idade. Além disso, é considerada uma das principais tradições do município.
Não por acaso, Irati é o maior consumidor de lúpulo do Estado. Uma espécie de planta aromática utilizada na fabricação da bebida, o lúpulo foi adicionado pela primeira vez na história da cerveja, no século XI, na Polônia. Como se sabe, uma bebida fermentada aparentada da cerveja já era produzida há cinco mil anos no Egito. Mas foi com a adição do Lúpulo que a cerveja, tal como conhecemos hoje, foi finalmente criada.
Assim, a despeito da popularidade das cervejas, alemãs, tchecas, holandeses e belgas, quem realmente criou a cerveja moderna foram os polacos.
Assim, nada mais justo que Irati, seja um grande consumidor de cerveja caseira. Tanto que há alguns anos instituiu a Festa Nacional da Cerveja Caseira, que ocorre todo mês de dezembro, e que registrou, em 1997, a instalação da primeira indústria da cerveja caseira do País.
O primeiro iratiense que tentou produzir e comercializar a cerveja caseira em larga escala foi o engenheiro agrônomo José Luís Pabis. De olho na aceitação que a bebida tinha na região, Pabis decidiu fazer um teste: depois que a mãe, Bronislava, de 68 anos, conseguiu o terceiro lugar num concurso de cerveja caseira em 1995, pediu a ela que preparasse 200 litros e distribuiu-os por bares da BR-277, que passa perto de Irati. “Depois de três dias, o pessoal já tinha vendido tudo e estava pedindo mais”, conta. “Então passamos a produzi-la nos fundos de casa.” Em 1997, a família conseguiu o registro do produto no Ministério da Agricultura e lançou oficialmente a marca Krulowa, que, em idioma polaco, significa rainha. Para evitar a concorrência da produção familiar em Irati, Pabis vendia a bebida em embalagens plásticas de um e dois litros para clientes de Curitiba, Guarapuava, União da Vitória e municípios próximos. “Enquanto a cerveja caseira era novidade ela foi uma febre, mas faltou divulgação.”

P.S. texto baseado em informações de Luciana Gardin

A Palestra "Polônia atual" e o lançamento do livro "Polaco" de Ulisses Iarochinski, acontece hoje, na Casa da Cultura de Irati, às 19:30 horas, rua 15 de julho 329.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"Polaco" chega amanhã em Irati

Irati é a quarta cidade a receber o lançamento do livro "Polaco". Antes dela, Curitiba, Araucária e Telêmaco Borba foram visitadas.
Estão convidados os polacos de todas as colônias e cidades vizinhas, além de simpatizantes e pessoas de outras etnias.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Imigrante ilegal na Polônia já é um problema

 Família Batdavaa da Mongólia - Foto: Krzysztof Koch

Cuidam de filhos de polacos, cozinham, limpam, reformam casas. São os imigrantes ilegais na Polônia. Vivem em silêncio, com a cabeça curvada há anos e muitas vezes são brutalmente explorados.
Após vários dias cheios de movimentações nos meios de comunicação a respeito da família mongol que vivia, em Cracóvia, nos últimos 10 anos e que foi ameaçada de deportação, e finalmente recebeu uma estada tolerada. Os amigos abriram champanhe e os jornalistas puderam observar o sucesso de suas campanhas.
Ao mesmo tempo, o presidente Bronisław Komorowski salvou da deportação o oposicionista vietnamita Ton Van Anh, dando-lhe a cidadania polaca. Tais informações aleatórias que aparecem em jornais e programas de televisão podem causar a falsa impressão de que os problemas dos imigrantes são tratados de forma contínua, e que isso é ótimo. Infelizmente, isso não é bem assim não. A situação dos imigrantes ilegais na Polônia não é nada boa.
Segundo estimativas oficiais vivem na Polônia cerca de 200 mil imigrantes ilegais. A maioria deles são ucranianos.
Mas algumas fontes acreditam que este número chegue a meio milhão de imigrantes sem documentação. Os ucranianos, culturalmente próximos dos polacos, trabalham no país há anos. Estão de tal forma "entranhados" na vida das pessoas , que seria difícil se livrar deles, pois são os enfermeiros dos filhos dos polacos, cuidadores de pais idosos e empregadas domésticas. Geralmente são os trabalhadores que fazem reformas nas casas por preço mais baixo.
Pela falta de documentação estes imigrantes não têm acesso aos serviços de saúde. Vão ao médico somente quando estão prestes a morrer. Isto, não só é desumano, mas todos sabem que é mais barato prevenir do que remediar.
Estes imigrantes chegaram nos últimos anos a Polônia. São jovens e fortes e têm filhos pequenos. Em poucos anos, estas crianças cresceram e ficaram longe das escolas. Seus pais envelheceram no mercado de trabalho ilegal e agora não têm direito a aposentadoria e seus filhos são analfabetos e desempregados.
Representantes do governo polaco começam a se preocupar com a situação, mais movidos pelas pressões de ONG´s do que por um efetivo plano estatal.
Um grande equívoco é que o debate público ainda mistura o termo "imigrante" ao de "refugiado". Os imigrantes que podem ser meio milhões de pessoas, trabalham ilegalmente, pagam impositoriamente impostos. Já o estatuto de refugiado recebem dezenas de pessoas todos os anos. Este é um grupo muito específico de pessoas que não migram para disputar o mercado de trabalho, mas que fogem da terra natal devastada pela guerra, ou de países regidos por regimes opressivos. Pessoas com traumas e sem saída. Elas precisam de cuidados especiais - cuidados físicos, médicos e psicológicos. E se a palavra "solidariedade" na Polônia, representa alguma coisa, os polacos sentem-se obrigados a dar essa assistência.
A deportação, único meio, para sanar esta situação, de acordo o britânico Institute for Public Policy Research , levaria três décadas para dar resultados a um custo 11 mil libras por pessoa, de apenas meio milhão de imigrantes ilegais no Reino Unido.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Polacos conquistam prêmios no Festival Berlim 2011


Wojciech Staroń
O diretor de fotografia polaco Wojciech Staroń ganhou o "Leão de Prata" do Festival de Berlim, encerrado ontem, pelo filme argentino, dirigido por Paula Markowitch, "El Premio". O filme é uma co-produção mexicana, polaca, alemã e francesa.
Já a diretora polaca, Dorota Kędzierzawska ganhou o prêmio principal na categoria Generation Kplus pelo seu filme (Grand Prix of the Deutsches Kinderhilfswerk for the Best Film) "Jutro będzie lepiej" (Amanhã será melhor).

Dorota Kędzierzawska

O júri ficou impressionado com a bela combinação de diversão e humor dentro de uma tensa história de sobrevivência. A cineasta com direção segura e uma fotografia bonita criou uma história emocionante em um mundo áspero. Com atuações excepcionais que criam uma luz na escuridão, o filme apresenta um tema impressionante, bastante íntimo e pessoal sob um pano de fundo político e social.

O grande vencedor da 61ª. edição do festival alemão foi o filme iraniano "Jodaeiye Nader az Simin” (Nader e Simin. Separação) do diretor Ashgar Farhadi.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Ataque com seringa na Bursa Jagieloński

Foto: Michał Łepecki
A tradicional Casa de Estudantes da Universidade Iaguielônica - Bursa - no bairro do Podgorze viveu cenas dramáticas esta semana. Um grupo de estudantes ucranianos em visita a Cracóvia, hospedou-se na casa, que mantém uma ala para turistas a baixo preço a diária. Um deles, de por falta de sua jaqueta e imediatamente alertou os demais. Não demorou muito para encontrar o ladrão vestindo a jaqueta roubada, que burlando o sistema de vigilância da casa, com portaria e câmaras de vídeo, entrou no quarto coletivo e roubou a blusa do estudante ucraniano.
Quando tentaram reaver o produto do roubo, os estudantes foram atacados pelos ladrão, que munido de uma seringa contendo um líquido escuro, bradava que era portador do vírus HIV.
Temendo pela segurança, a polícia foi chamada, que chegou logo em seguida e deteve o ladrão. Segundo, Dariusz Nowak, porta-voz da polícia da voivodia da Małopolska, apesar da seringa não foi encontrada nenhuma agulha, mas ele não descarta que no enfrentamento dos estudantes com o ladrão algum possa ter sido ferido pelo agressor. Por isso recomendou que os mesmos buscassem auxílio no hospital universitário. O ladrão, que é conhecido pela polícia como viciado em drogas foi obrigado a fazer exames para se comprovar se realmente é portador do HIV como gritava.
Katarzyna Pilitowska, porta-voz da Iaguielônica, "é uma experiência traumática para estes jovens. Por este motivo, oeferecemos a eles suporte médico gratuito completo, incluindo testes, vacinas e medicamentos, além de aconselhamento e assistência jurídica".
Já o Prof. Tomasz Mach, diretor do Departamento de Doenças Infecciosas, do Hospital Universitário, reconhece que, em situações como a que ocorreu na Bursa, há risco de infecção pelo HIV. "A infecção pode ocorrer através de sangue ou fluidos corporais. Portanto, neste caso, são dados medicamentos antivirais que reduzem esse risco".

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A cantora Karin Stanek morreu

Karin Stanek no início dos anos 60

Karin no relançamento de seus antigos sucessos



Karin canta um de seus maiores sucessos: Wierny Wiatr

Popular nos anos 60, a cantora polaca Karin Stanek morreu em um hospital alemão, ontem. Ela tinha 67 anos. Lançou os sucessos "Chłopiec z gitarą", "Jedziemy autostopem", "Tato, kup mi dżinsy" e "Wala twist" sobre cosmonauta soviética Valentina Tereshkova.
De pequena estatura, ela usava tranças e sempre se apresentou de calça jeans, o que rendia muitas fofocas como a de que ela tinha tatuagens nas pernas. Devido ao temperamento explosivo era chamada de Capuz-sexy, Miss Dinamite e Capacete Energia Atômica. Nos anos 1962-1969 foi o vocalista do grupo Czerwono-Czarni. Foi ela quem "esquentou" o público antes do show em Varsóvia, o britânico "The Rolling Stones".
Em 1976, ela emigrou para a Alemanha, onde ela cantou como Baby Gun e Cora Gun. Ela publicou uma autobiografia intitulada "Malowana lala" (boneca pintada). Ela nasceu em meio à uma família mineira de Bytom. No pátio, ela jogava futebol. A primeira guitarra foi dada por um tio. Seu primeira apresentação como cantora ocorreu no trabalho, numa indústria de Katowice. Foi quando se inscreveu num concurso para cantores numa rádio da Silésia. Aparentava 12 anos, mas tinha na verdade 17 anos de idade.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Delicatesses na Polônia baixam os preços


Pela primeira vez na história cai o número de delicatesses na Polônia. Para defender-se, elas passam a adotar a mesma estratégia que dos supermercados Biodronka e Lidl. Tem que vender mais barato. Caso contrário é melhor fechar as portas.
"Limões a 2,99 zł (1.70 reais) o quilo, frango a 10,99 zł o quilo, chocolate Milka a 6,49 zł a barra, Vizir em pó a 19,99 zł. Uma semana de preços absolutamente baixos!"
Será esta uma publicidade do Biodronka especializada em cortar preços com desconto? Ou talvez seja a igualmente agressiva política de desconto de preços do Lidl?
Não! É da Bomi Delicatesse, que não há muito tempo não sedejava ter sua marca associada com camarão, azeite e queijo gourmet de luxo a preços baixos. "Ao longo de três trimestres do ano de 2010, o mercado de venda de retalhos diminuiu 3,6% e as nossas vendas cairam 3,4%.. O mercado forçou-nos a revisar nossos esforços de manter as vendas", explica Marek Romanowski da rede Bomi.
Os preços baixos, que dois anos atrás parecia impossível de oferecer, louvava-se as redes Alma e Piotr e Paweł - P&P (nas suas instalações foram instalados banners com a expressão "super preço"). Para ser realmente mais baixos estas redes tiveram que começar a negociar os produtos de marca própria. Por exemplo, o cliente P&P pode comprar agora ovos, ou salmão com o logotipo da rede.
- O que aconteceu?
"Nosso cliente é normalmente um rapaz que cuida de seu próprio orçamento doméstico. Como a crise, os 800 złotych mensais destinados ao orçamento da cozinha que era maior antes, ficou pequeno e uma simples lata de coca-cola agora ficou bem mais cara. Bem, alguma coisa precisamos salvar, se não perdemos aquele cliente cativo", diz Jerzy Mazgaj, presidente da rede Alma.
O dirigente argumenta que, quando se trata da cesta básica (pão, pão, leite, manteiga, legumes, carne, doces, etc.) sua rede teve que se ajustar e agora pode oferecer preços mais baratos do que a P&P, Bomi, e em algumas localidades, consegue bater até mesmo o Biedronka.
"O preço é um elemento extremamente importante na tomada de decisão sobre onde comprar. Nos bons tempos de crescimento econômico estável do consumidor polaco, os "aspirantes" compravam em delicatesse. Em tempos menos estáveis na economia, o mesmo cliente volta-se para lugares mais baratos", afirma Krzysztof Badowski da empresa de consultoria Roland Berger Strategy Consultants.
O comércio varejista mudou na média. Para manter o cliente, teve que se aproveitar da experiência dos supermercados barateiros e de descontos. O Biodronka (maior rede se supermercados da Polônia de proprietários portugueses) no início de fevereiro fizeram promoção com o caríssimo queijo italiano Grana Padano. O Biodronka (português) e o Lidl (Alemão) são célebres em organizar promoções, como o "dia do vinho" italiano, francês, espanhol.
A crise na economia mudou muito o setor de delicatesses. Segundo a revista especializada "Detal Dzisiaj", a crise e a luta contra o preço baixo reduziu o número de clientes dos mercados finos, pela primeira vez, desde o retorno ao sistema de livre mercado pela Polônia. Também retardou o crescimento do setor. Em 2010, existiam 242 delicatesses no país. A tendência é que este número caia bastante em 2011.