quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O pão da padaria de Cracóvia

Hoje ocorreu algo que merece ser contado...
Isto, para ver a atenção dos polacos com as pessoas...
Enquanto morei, em Cracóvia, por quase 10 anos... acostumei-me a comprar um pão muito gostoso: o węgierski (traduzindo: húngaro e pronuncia-se: venguiérsqui)...
Ele é um paozão cheio de sementes, pimentões vermelhos bem picadinhos, queijo picado por cima... uma delícia!


Sempre comprei na padaria "Piekarnia Pochopień" (piecárnia porrópienh) na ulica (rua) Krupnicza (ulitssa crupnitcha), 12. É uma rua lateral ao Teatr Bagatela, que vai dar no Auditorium Maximum da Uniwersytet Jagielloński.



Nestes últimos 10 anos, a atendente é a mesma. Não sei o nome dela. Pois como sempre teve fila, eu apenas dizia: "Prosze Pani, jeden Węgierski." Ela me entregava o pão, eu pagava e só.



Hoje, depois de 3 anos fora da Polônia, entrei na padaria... Tinha fila e... imaginem: a mesma atendente.
Quando chegou a minha vez... Antes que eu repetisse a frase de sempre.... Ela disse: "Węgierski dla Pana!"...
Não resisti, tive que perguntar: "Como a senhora sabe que eu quero este pão se faz 3 anos que não venho aqui?... "Voltei a morar no Brasil?".
E ela: "Sei apenas... Que o senhor só compra o Węgierski. Não é verdade?"



sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ela estaria fazendo 75 anos de vida

Eunice Pereira Iarochinski (meses atrás)

Mãe! Você deve estar sabendo quanta falta me fazes, não?

Não tem sido fácil entender o significado de viver... sem você.

Tua coragem, tua disposição para a luta,
tua serenidade para compreender a todos,
teu carinho e simpatia com os desconhecidos,
o teu amor para os conhecidos,
teu sorriso que era maior que todas as dores que sentias...

Neste 18 de agosto não tem festa, nunca mais haverá festa neste dia de agosto.

Mãe...
É verdade que tenho procurado transparecer a angustia, o desalento...
Viu? Não é?
Estou aqui buscando respostas para minha origem, sabendo que ela na verdade tem apenas um nome, o teu...
dona Eunice, minha mãe eterna!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Voltando a terra do meu avô polaco

Detalhe da janela da casa de troncos em Wojcieszków - Polônia
Sai de Cracóvia às 7:11 da manhã... Vim por estradas alternativas, queria ver de novo a terra polaca por dentro, ou fora... das cidades importantes... Passei por centenas de lugarejos... Quando cheguei a Sandomierz, na margem esquerda do rio Vístula, estava chovendo. 
 Mas nada que me impedisse de andar pela cidadezinha mais linda da Polônia. Coloquei-me na estrada depois de uma hora... Cheguei a capital do Leste: Lublin... Estive filmando por mais de três horas no Skansen - Museu Étnico da Cidade... Uma maravilha. É um parque muito parecido com o Bosque do Papa de Curitiba, mas muito maior e com diferentes tipos de casas. 
Mas meu destino ainda estava a quilômetros de distância. Mais uma vez evitei a auto-estrada para Bialystok e enveredei pelas matas.. Melhor dizendo, pelos lugarejos que são a origem de muitos curitibanos, paranaenses, catarinenses e gaúchos. Daqui de Kock, Lubartów, Serokomla, Firlej, Kamionka, Samoklęski, Starościn, Krasienin, Hordziez, Bronisławów e Wojcieszków sairam muitos polacos e polacas... com uma sacola de roupa, entre 1907 e 1914. 
Wojcieszków fica entre Łuków e Kock
Entre estes milhares de emigrantes da região Lubelska (de Lublin) estavam meu bisavô Piotr Jarosiński, minha bisavó Anna Ognik Filip, meu avô Bolesław, tio-avô Józef e tias-avós Wiktoria e Maria. Finalmente cheguei... ainda deu tempo de caminhar pelas poucas ruas da cidade, fazer as primeiras fotos. 
Neste casa - hoje Centro de Cultura - meu bisavô Piotr fez seu passaporte russo em 1906
Esta é a igreja onde meus bisavós se casaram em 1900 e onde foram batizados seus filhos...
Escrevo estas linhas com muita emoção....desde o quarto do pequeno hotel da cidade...o único! 
Da janela, posso ver os campos em que certamente minha bisavó corria feliz...sem saber que um dia cruzaria os mares e acabaria por morrer aos 96 anos em Castro, no Paraná.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Deu na Gazeta do Povo de hoje


Para se aprofundar















Esses dois livros estão indiretamente relacionados ao Holocausto. Eles não contam relatos de sobreviventes ou a política dos nazistas, mas nos ajudam a entender qual era o cenário da Polônia durante a Segunda Guerra Mundial. Afinal, esse país foi o principal alvo do nazismo: ali começou a guerra, por causa da disputa entre soviéticos e alemães pela cidade de Gdanski (antigamente Danzig). 
Foi também na Polônia onde se instalaram os principais campos de extermínio (porque alemães não queriam toda essa matança no país deles) e também por ser ali, na Polônia, onde existia uma grande concentração de judeus que haviam migrado da Espanha. 
Para entender um pouco mais desse cenário, o jornalista Ulisses Iarochinski publicou duas obras: “Saga dos Polacos” e “Polaco”, depois de cursar o mestrado e doutorado em Cracóvia.
Os livros: “Saga dos Polacos” e “Polaco”
Páginas: 150 e 200 respectivamente
Preços sugeridos: R$ 20 e R$ 40 respectivamente
Autor: Ulisses Iarochinski
À venda: pelo telefone (41) 3336-4275 ou na Livraria do Chaim.


domingo, 12 de agosto de 2012

A economia polaca ainda vai bem


Nicholas Kulish
Para compreender como a Polônia ultrapassou outros países para se tornar um raio de esperança num continente consumido pela melancolia, é bom visitar esta cidade, que ficava às margens de uma estrada sulcada e esburacada entre Berlim e Varsóvia.
Agora, a autoestrada lisinha, concluída em junho, ainda é tão nova que muitas paradas para descanso e abastecer o carro ainda não têm as entradas de acesso.
Situada entre as duas capitais, Poznan, que ao longo dos séculos trocou de mãos diversas vezes entre Alemanha e Polônia, é a principal beneficiária das relações melhoradas entre os países. A fronteira aberta facilitou o comércio, e as regras da União Europeia incentivaram o investimento, cumprindo o compromisso de afiliação antes de o bloco ser tomado pela crise da dívida soberana.
Um arco-íris de brilhantes ônibus novos à espera de testes rodoviários na sede da Solaris Bus and Coach, em Bolechowo, nos arredores da cidade, explica o sucesso das exportações. Ônibus brancos e rosa choque seguirão para Monchengladbach, na Alemanha, os brancos e azuis para Vasteras, na Suécia, e os amarelos para Aarhus, na Dinamarca.
Corporações estrangeiras, como Volkswagen, Bridgestone e GlaxoSmith-Kline, têm operações dentro ou nos arredores de Poznan, cidade com mais de meio milhão de habitantes. Segundo dados do governo polaco, em maio de 2010, Poznan estava empatada com Varsóvia com a mais baixa taxa de desemprego do país, na casa dos 4%.
Ainda assim, Poznan também exemplifica as ameaças apresentadas à história de sucesso da Polônia, sem falar nas economias mais enfraquecidas da Europa. O tipo de infraestrutura monetária da União Europeia que ajudou a construir a autoestrada está sendo desativado. Cofres estatais vazios nos países afetados, em conjunto com a ênfase na austeridade em vez de estímulos à economia, ameaçam comprometer o crescimento polaco.
– Em 2008, 2009, não sentimos a crise financeira – disse Malgorzata Olszewska, diretora de vendas e marketing da Solaris. Após um ano recorde para a empresa em 2011, com receita superior a US$ 450 milhões, as vendas se reduziram, enquanto Grécia, Espanha e Portugal praticamente pararam de fazer compras, e a Itália se tornou muito mais cautelosa.– Os três primeiros são mercados que desapareceram completamente. Não estamos exatamente pessimistas, mas mais cuidadosos – declarou Olszewska.
Os polacos têm bom motivo para esperar que possam nadar novamente contra a maré. A economia do país foi a única que não encolheu em 2009, ano em que a crise financeira foi mais profunda. Embora longe dos 6,8% conquistados em 2007, o crescimento deve atingir 2,7% este ano, o maior do bloco, depois de aumentar 15,8% entre 2008 e 2011.
Depois da recém-terminada Eurocopa, organizada em conjunto pela Polônia e Ucrânia, muitos polacos começaram a avaliar o progresso da nação e um bom humor incomum tomou conta do país. – Foi uma prova de como nós mudamos – disse Bazyli Glowacki, 36 anos, em frente ao shopping center de luxo Stary Browar, batizado com o nome da antiga cervejaria do local. – As lojas são mais bacanas. As pessoas se vestem melhor. Há peças melhores em cartaz.
Outro morador de Poznan, Stanislaw Skrzypczak, citou uma velha expressão polonesa relacionada ao sucesso inesperado para descrever as melhorias recentes: "A Polônia agarrou Deus pelas pernas".
Não se trata de um golpe de sorte, no entanto, mas do resultado de decisões lógicas tomadas em Varsóvia. André Sapir, pesquisador sênior e economista da Bruegel, organização política de Bruxelas especializada na integração europeia, avaliou que o sucesso polaco era resultado de boa gestão monetária e da política fiscal, mantendo dívida reduzida e flexibilidade da taxa de câmbio.
Conforme Sapir, a Polônia exerceu uma forte supervisão financeira, impedindo o tipo de explosão do empréstimo ao consumidor em moedas estrangeiras que saiu do controle na Hungria.
O grande mercado doméstico, uma das vantagens polacas, não pôde ser reproduzido pelos vizinhos do país. Com quase 40 milhões de habitantes (mais do que República Checa, Eslováquia e Hungria juntos), as empresas polonesas dependem menos das exportações do que outros países europeus.
– Gosto de comprar de empresas polonesas porque o dinheiro fica aqui – declarou Tomasz Niespodziany, 22 anos.
Ele e a namorada procuravam alianças numa filial da rede de joalherias polacas Apart, que projeta e produz suas peças dentro e nos arredores de Poznan e as vende em 180 lojas de toda a nação.
A partir de 1997, a cidade comprou bondes usados alemães das décadas de 50 e 60, apelidados de Helmut por causa do corpulento ex-chanceler Helmut Kohl. Hoje em dia, dividem as ruas com os bondes de última geração da Solaris.
– Esse é um dos nossos – disse Olszewska, empolgada, ao apontar um bonde verde e amarelo da linha 16, deslizando em frente ao belo prédio de pedra que abriga a filarmônica local.
Empresa familiar, a Solaris exemplifica os laços históricos e comerciais entre Alemanha e Polônia. Os pais de Olszewska deixaram a Polônia depois que a lei marcial foi declarada em 1981, estabelecendo-se em Berlim Ocidental. Eles voltaram e fundaram a Solaris, que emprega 2,2 mil pessoas no país e outras 200 no Exterior.
NEW YORK TIMES

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Pani Jadwiga nie żyje em Curitiba


Jadwiga Maria Krzyzanowska nasceu em Wielki Komórsk, na Polônia, região de Torun, em 21 de fevereiro de 1916, filha de Leokadia e Konstanty Solecki.
A sra. Jadwiga faleceu neste 9 de agosto em Curitiba aos 96 anos de idade.
 Logo no início da segunda guerra mundial, em 1939, ela ficou presa por participar da resistência polaca, e levada para campo de concentração em Ravensbrüch, ficou ali como prisioneira até 25 de abril de 1945.
Em resultado da ação da Cruz Vermelha Sueca, junto com as outras prisioneiras polacas foi levada para Suécia, onde conheceu seu futuro marido, Sr. Zbigniew Krzyzanowski. 
Em julho de 1950, o casal Krzyzanowski emigrou para Argentina e ali viveram muitos anos, nasceram filhos, netos e bisnetos.
Em 1989, a junto com a família de seu filho imigrou novamente e desta vez para o Brasil, veio morar em Curitiba.

A sra. Jadwiga participava ativamente na vida da comunidade polaca na Argentina e no Brasil. Excelente pintora, incansável defensora da Polônia, da sua cultura e idioma polaco.
Exemplo de atitudes patrióticas e força de espírito. Sempre envolvida em promoção e divulgação das iniciativas em prol da cultura e união dos artistas polacos em Curitiba.
Não só a comunidade polaca de Curitiba, mas eu também quero deixar este registro como testemunho da saudade que sentiremos da querida Pani Jadzia, e expressamos nossos sinceros e profundos sentimentos para com os Familiares.

P.S. No lançamento de meu livro "Saga dos Polacos", no ano de 2000, a sra. Jadwiga esteve presente com seu filho. Meses depois fui companheiro de curso de idioma polaco no Dom Polonii de Cracóvia de sua neta Aleksandra.
Ao retornar ao Brasil tive a imensa alegria de ser brindado com uma obra da grande pintora. Pani Jadwiga, a partir de uma foto minha, do dia do lançamento de meu livro, pintou um retrato a óleo de mim. Este permanece estes anos todos em meu quarto, como prova de agradecimento e do dom inigualável da artista plástica Jadwiga Maria Solecka-Krzyzanowska. Deus em sua onisciente sabedoria a está recebendo com júbilo no céu.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Smolana em Curitiba

O Consulado Geral da Polônia e o Centro de Línguas e Interculturalidade da UFPR estão convidando para o encontro com Prof. Dr. KRZYSZTOF SMOLANA
Ele é historiador da Universidade de Varsóvia. 
A sua palestra (com tradução consecutiva) trata dos ARCHIWA POLONIJNE W AMERYCE POŁUDNIOWEJ (Os Arquivos Polonos na América do Sul). 
É nesta quinta-feira, 09 de agosto de 2012, das 19:00 às 21:00, no Ed.Dom Pedro I,10º andar – s.1009, Rua General Carneiro, ao lado da reitoria da UFPR.

domingo, 5 de agosto de 2012

Como é bom retornar a Cracóvia

Descida da colina do Przegorzaly - estrada nova asfaltada

Mesas diante dos restaurantes e cafés do Rynek

Outro ângulo da festa diária no Rynek de Cracóvia

A torta de café com amêndoas do Arlekim continua imbatível

E a Okocim Mocno - a melhor cerveja do mundo. Esqueçam Tchecas, alemãs, belgas e brasileiras.

A lua cheia iluminando a torre Zigmunt da Catedral de Wawel

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Um filho de Chełm vira livro no Brasil


“As catorze vidas de David — o menino que tinha nome de rei” é o título do livro que conta a história de David Lorber Rolnik, a partir de Chełm, cidadezinha natal no interior da Polônia, e viveu até os seus 19 anos. Quando o país foi ocupado pela Alemanha de Hitler e pela Rússia de Stalin, na Segunda Guerra Mundial, seguiu-se uma implacável perseguição aos judeus. Forçado a abandonar o lar e a família, sobreviveu a uma aktzia nazista — uma marcha mortal —, enfrentou perigos, fome, frio intenso, medo e até a morte que esteve à sua espreita muitas vezes. “Vivi o inferno e não sei como escapei”, contou anos depois, recordando aquele triste período.
O lançamento da obra será na Livraria Cultura do Shopping Curitiba, dia 9/8, às 19h. A história é contada pelos seus filhos Szyja e Blima Lorber, numa homenagem póstuma ao sobrevivente do Holocausto, reconstituindo momentos cruciais de sua vida ante a barbárie praticada pelos nazistas e também pelo comunismo de Stalin. Mostra como pessoas foram arrancadas de suas casas e de seus afazeres, maltratadas, aterrorizadas e executadas por seguir princípios religiosos, posições políticas e partidárias diversas que não se enquadravam nos padrões de uma pseudo “raça pura”. 

A narrativa biográfica também revela a personalidade do homem que não se abateu diante das desventuras enfrentadas na Europa e que atravessou meio mundo para reconstruir no Brasil seu lar e a família. 
Para a professora Maria Luiza Tucci Carneiro, da USP, e coordenadora do Arqshoah – LEER, Arquivo Virtual sobre Holocausto e Antissemitismo, autora do prefácio, as recordações dolorosas de David, são “como peças de um grande quebra-cabeça, que refletem uma difícil imposição do legado às futuras gerações — a reconstrução da memória”. 
“David respira para ganhar ar entre um e outro sufoco. Sua trajetória é singular por registrar cada uma das etapas que marcaram o avanço dos nacional-socialistas em direção ao Leste europeu. As suas lembranças ajudam-nos a investir contra as políticas do esquecimento interessadas em apagar vestígios, em assassinar a memória”, diz a professora Tucci Carneiro. 
Já a jornalista espanhola Pilar Rahola, que contribuiu com textos de apresentação, destaca que os relatos são uma aventura de dor e força, de perdas e reencontros, de morte e renascimento. “Sobrevivente da tentativa de extermínio e também dos gulags soviéticos, foi maltratado e teve a morte a persegui-lo, cercando-o e o ferindo ao longo da sua vida, levando brutalmente sua família e amigos, destruindo a memória do seu ancestral povoado polaco, assassinando a alma da vida judaica europeia, e cavalgando no dorso dos dois grandes totalitarismos do século XX: o nazismo e o stalinismo”, explica ela. 
Apesar dos fatos contundentes da guerra, o livro é também uma história de amor, a de David — o menino com nome de rei tantas vezes perseguido e destinado a sobreviver — pela jovem Małka. Após desencontros causados pela guerra e suas consequências, os dois puderam, finalmente, dar continuidade às suas vidas. “As catorze vidas de David” aponta como a bondade venceu a maldade e a memória superou o esquecimento, honrando milhões de pessoas que perderam suas vozes, suas vidas. Como diz Rahola: “Esta é uma história de luz sobre as trevas e de amor sobre o ódio. A história de um ser humano que, com seu testemunho, dignifica a humanidade inteira”. 
Serviço: Título: “As catorze vidas de David - O menino que tinha nome de rei” Autores: Blima R. Lorber e Szyja B. Lorber Editora: Sêfer, SP. 2012, 304 páginas. Lançamento: 9/8/2012 às 19h Local: Livraria Cultura/Shopping Curitiba Rua Brigadeiro Franco, 2300 Piso L3 / L4 Tel.: (41) 3941-0292

P.S. Tive a oportunidade de visitar a cidade de Chełm em busca de documentos para uma família de São Paulo. Conversei bastante com pessoas no cartório da cidade, na biblioteca municipal e também na prefeitura. Um secretário municipal quando me apresentei dizendo-me de Curitiba, chamou-me até a janela, atrás de sua escrivaninha, para mostrar um edifício no outro lado da rua. "Está vendo ali? Aquela casa onde está o Banco? Pois é propriedade de um senhor que imigrou muitos anos atrás. Ele retornou não faz tempo com sua filha. Ela também é jornalista como o senhor." Perguntei então pelo nome dos dois e ele soube me responder que era Rolnik (de agricultor). Como sempre conheci o Szyja pelo sobrenome Lorber.... não atinei na hora que podia ser o sr. David, pai do amigo. O polaco judeu, como o chamou aquele secretário de Chełm (pronuncia-se Réum) ainda é muito popular em sua cidade de nascimento, lá quase na fronteira com o atual território da Ucrânia. Parabéns Szyja e Blima pelo livro.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Polacos satisfeitos com a Euro 2012

Foto: Krzysztof Miller 
81 por cento dos polacos estão satisfeitos com a organização do Euro 2012 na Polônia. A empresa de pesquisa CBOS - Centro de Pesquisa de Opinião Pública perguntou como os moradores do país avaliavam a organização do torneio, a atitude dos torcedores e dos jogadores, e a resposta foi "estamos orgulhosos". 
De acordo com a pesquisa do CBOS, a realização e a organização do torneio na Polônia e da Ucrânia foram apreciados 89 por cento dos pesquisados. Apenas 3 por cento da população teve uma opinião mais crítica sobre o evento. 
Mesmo após o encerramento do Euro 2012, 81 por cento dos entrevistados mostraram estar satisfeitos com a decisão tomada pela Polônia de organizar o torneio de seleções mais importante da Europa. Para efeito de comparação, em abril passado foi feita a mesma pergunta e o resultado mostrou que apenas 44 por cento estavam satisfeitos. 
Já em relação a participação do selecionado polaco, a pesquisa mostrou que metade dos inquiridos (49 por cento) ficaram com vergonha dos jogadores. Orgulho da seleção sentiram apenas um quarto dos inquiridos (24 por cento).
A atitude da equipe polaca, apesar das expectativas modestas, trouxe mais decepções do que sentimentos positivos. 
A enquete do CBOS foi realizado entre os dias 5 a 12 Julho de 2012, com 960 pessoas em uma amostra aleatória representativa da população polaca adulta.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Kaczka amanhã em Curitiba



PROGRAMA:
J.S. Bach (1685-1750):
 Sonata em Dó BWV 1033 Andante
 Allegro
 Adagio
 Minueto 1,2, Minueto 1 da capo

 H. Villa- Lobos (1887-1959):
- Violão Solo
- Cadência do concerto para violão e orquestra
 Estudo n° 12

F. Chopin (1810-1849):
- Variações sobre temas de Rossini H.

Villa- Lobos (1887-1959): Bachianas Brasileiras n° 5

F. Chopin (1810-1859): 
 Valsa op. 69 n° 2 A. 


Piazzolla (1921-1992) : 
 História de Tango 
- Tango 1900
- Cafe 1930 
- Nightclub 1960 
- Concert d´aujourd´hui 


Intérpretes:


Polônia
 KRZYSZTOF KACZKA


Flautista, nascido em Toruń, Polônia. Após graduação pela Musikhochschule München (Munique), sob tutela da professora Marianne Henkel-Adorján, venceu o o grande prêmio IBLA New York, fato que resultou em sua estréia como DuoArtus com Perry Schack, em Carnegie Recitall Hall, em Nova York. 
Continuou a sua formação musical fazendo pós-graduação com Irena Grafenauer na Universidade Mozarteum de Salzburg e com o principal flautista da Filarmônica de Viena, Wolfgang Schulz, na Universidade de Música e Performances Artísticas de Viena. 
Como bolsista do programa Erasmus Socrates, estudou com Pierre-Yves Artaud no Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris; estudou também com distintos artistas e professores polacos como Elżbieta Dastych-Szwarc e Grzegorz Cimoszko na Universidade de Música Frederic Chopin em Varsóvia, com Zbigniew Kamionka em Cracóvia e Cecylia Knopp em Chorzów. 
Como “Artista Residente” no Banff Centre for the Arts no Canadá apresentou-se com artistas de grande porte como Joel Smirnoff (Juilliard String Quartet), Barry Shiffman (St. Lawrence String Quartet), Chen Halevi, Eliot Fisk, Pedja Muzijevic, entre outros. 
Vencedor e finalista de vários concursos internacionais: IBLA, Australian Flute Festival Competition, Città di Barletta, Città di Padova, Haverhill, NFA Pittsburgh. 
Em 2006 foi laureado com o prestigioso prêmio Young Poland pelo Ministro da Cultura da República da Polônia. 
No mesmo ano lançou quatro CD´s para a Acte Prealabe Label. 
 Atualmente Krzysztof Kaczka é o principal flautista da Shenzhen Symphony Orchestra em Hong Kong, China.

Alemanha
 PERRY SCHACK
Violonista, nascido em 1977 em Munique, Alemanha. Após o curso universitário na Faculdade de Música e Teatro em Munique e no Mozarteum em Salzburg, concluiu seu diploma artístico e mestrado com o legendário violonista Eliot Fisk com “Summa cum Laude“ (com grande honra). 
Perry Schack ganhou seis competições nacionais e internacionais, com destaque para o Prêmio de Fomento à Cultura de Munique, International Solo Guitar Competition em Boston (EUA) e IBlA Grand Prize New York. 
Concertos solo e de câmara foram apresentados nas estações de rádio e televisão B4 Klassik, SWR und ZDF. 
Perry Schack fez concertos em renomados teatros, dentre eles o Herkulessaal em Munique e debutou, em 2008, como DuoArtus com Krzysztof Kaczka no Carnegie Hall em Nova York. 
Como solista e músico de câmara, Perry Schack foi convidado por metrópoles como Berlim, Munique, Varsóvia, Viena, Paris, Roma, Sydney, Wellington, Cingapura, Kuala Lumpur, Tóquio, Nova York e Washington D. C.. 
O DuoArtus foi fundado em 2003 e desde então a dupla tem recebido inúmeros prêmios internacionais, dentre eles o IBLA Grand Prize e a NFA Chamber Music Competition em Pittsburgh. 
Em 2008, estreou no Carnegie Hall de Nova York. O repertório da dupla abrange o universo da literatura de música para flauta e violão erudito, desde as sonatas para flauta de Bach, de Fantasia Carmen de Bizet a História de Tango de Piazzola. 
Krzysztof Kaczka e Perry Schack têm se apresentado nos cinco continentes em locais como Carnegie Hall, Wellington Town Hall, Embaixada da Polônia em Washington DC e Herkulessaal em Munique. 
A dupla já fez um concerto em Brasília no último dia 13 de julho e amanhã encerra o "tour" pelo Brasil em Curitiba na Capela Santa Maria..

domingo, 15 de julho de 2012

Dra. Władysława Wołowska Mussi morreu

médica Władysława Wołowska Mussi
A primeira filha de imigrantes polacos a receber o diploma de médica da mais antiga universidade do Brasil, Władysława Wołowska, em 1932, morreu neste sábado, em Florianópolis. 

Considerada também a primeira mulher a exercer profissão de médica no Estado de Santa Catarina, Wladysława nasceu na Colônia Muricy, município de São José dos Pinhais, no Paraná. 

Dra. Władysława morreu no Hospital de Caridade, em Florianópolis, na manhã deste sábado, vítima de complicações em cirurgias, depois de ter fraturado os dois fêmures. Ela faria 102 anos no próximo mês. O velório começou às 18h de ontem na capela mortuária do Cemitério São Francisco de Assis, no Bairro Itacorubi, em Florianópolis. 

O enterro acontece às 11h deste domingo. Ela estará no mesmo túmulo do esposo, o médico e político Antônio Dib Mussi, que havia falecido em 1959. 

Filha de imigrante polaco e de uma brasileira descendente polacos, Władysława se formou em 1932, na Faculdade de Medicina do Paraná, cujo patrono do ensino da cirurgia no Paraná é o também polaco Dr. Szymon Kossobudzki, um dos membros fundadores da Universidade do Paraná, a atual Universidade Federal do Paraná.

No ano seguinte, Władysława se casou com Dib Mussi e foi morar em Santa Catarina.Viveu anos em Laguna, cidade natal de seu marido. Depois foi morar em Órleans e finalmente Florianópolis. 

A médica trabalhou no serviço de saúde pública e clinicou até depois dos 70 anos. Władysława deixa três filhos: a professora universitária Zuleika Wołowska Mussi Lenzi, o professor universitário Carlos Wołowski Mussi e o cardiologista Mário Wołowski Mussi. E oito netos e três bisnetos. 

Ginecologista e obstetra, Dra. Władysława fez o parto de conhecidos florianopolitanos, como o desembargador aposentado Norberto Ungaretti. 

Sua irmã, dentista em Curitiba, também considerada a primeira descendente de imigrantes polacos, na mesma UFPR conta que quando ainda eram estudantes, um deputado federal paranaense e importante membro da elite curitibana da época, publicou um artigo num jornal de grande circulação em Curitiba desqualificando as duas irmãs polacas. 

Em certo trecho do artigo o conhecido colunista escreveu que era um absurdo duas representantes do sexo feminino terem a ousadia de frequentar um curso universitário, ainda mais sendo polacas da colônia. 

Os comentários do nobre jornalista deputado chegaram aos ouvidos do velho polaco. Sem falar muito bem o idioma português, o pai das duas polaquinhas foi até o jornal tirar satisfações. 

Como o famoso colunista vivia no Rio de Janeiro cumprindo seu mandato, o velho polaco foi encaminhado a sala do diretor. Este o recebeu em pé e estendendo a mão. 

Mas o polaco de Muricy ao invés de estender a mão ao diretor, cerrou os punhos e emendou um sonoro murro na cara do diretor do jornal, virou as costas e saiu pela mesma porta onde havia entrado.

sábado, 14 de julho de 2012

As lendas da Mariacka


A igreja mais famosa da Polônia é a Basílica Santa Maria, 
ou Mariacka.
Existem lendas sobre as torres.

Dois príncipes apostaram quem faria a torre mais próxima do céu. A disputa foi dura e acabou com a morte daquele que construiu a torre mais alta... ele... chegou mais cedo no céu. A segunda lenda, diz que durante a invasão tártara, um corneteiro vigiava os inimigos.
 Uma flecha alcançou seu coração antes que pudesse terminar o toque de alerta.
Desde então, a cada hora, um corneteiro reproduz o toque interrompido.
Em mais de 600 anos, apenas na segunda guerra, os cracovianos deixaram de ouvir o "hejnal" da torre.
O toque do meio-dia é transmitido diariamente pela rádio nacional da Polônia para todo o país.
Um corneteiro da torre é filho e neto de músicos que há mais de 100 anos tocam o heinal de Cracóvia.

P.S. O vídeo produzido e editado por mim está no ar na TV E-Paraná, Canal 9, de Curitiba, e no satélite, para toda a América Latina.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Aroldo Murá: Tudo para desconstruir o imigrante

Embora tardiamente, reproduzo comentário do colunista Aroldo Murá, no Jornal Indústria & Comércio, de Curitiba, sobre minha colaboração na Revista Helena, da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná.






ULISSES IAROCHINSKI: EUROPA CENTRAL

Ulisses Iarochinski: ao imigrante, justiça...
Ulisses Iarochinski, homem de espírito, filho de pai polaco, é com certeza nosso mais significativo conhecedor da contribuição do imigrante europeu ao Paraná.Houve agora, graças, uma quebra da resistência que, por anos, se observou da chamada inteligência paranaense com relação a esse cidadão do mundo.
Ulisses tem o mérito de, sendo universal, enfeixar a linha de frente dos que repõem a cultura européia (e eslava, particularmente) como essencial na formação do DNA paranaense. Há em Ulisses alguns vestígios que me fazem lembrar o meu desaparecido professor Ruy Christovão Wachowicz e o pai dele, o nunca suficientemente reconhecido professor Romão Wachowicz.
Ruy me introduziu à História do Paraná, no Curso de Jornalismo da UCP (hoje PUCPR), finais dos anos 1960/70. Grandes lições me deu ele. Uma delas: no Paraná, por escassa presença de negros, toda a carga racista (particularmente das elites de origem ibérica) foi direcionada contra os polacos. E eslavos em geral, ensinava |Ruy, em cima de pesquisa universitária que realizara.
TUDO PARA DESCONSTRUIR O IMIGRANTE
Iarochinski, bem ao contrário de certos iconoclastas que pretendem desconstruir a importância européia em nossa história (“afinal, é uma gente que veio em tempos distantes, século…”,dizem, com desdém), é uma das leituras obrigatórias em “Helena”. Se alguém duvida, aqui vai uma amostra grátis do ensaio, apenas o título:”Da Europa Central a Cruz Machado”.
Enfim, boa leitura.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Polônia tem novo treinador

Foto: Dawid Chalimoniuk
E a perda do título da Eurocopa fez sua primeira vítima. Franciszek Smuda não é mais treinador da seleção polaca de Futebol. 
O presidente da Federação Polaca de Futebol, Gregorz Lato chamou Waldemar Fornalik para a díficil missão de classificar os polacos para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. 
Como jogador, Fornalik era sólido, mas não excelente. Como treinador não ganhou ainda qualquer troféu, mas levou o time do Ruchu Chorzów a vicecampeão do país. Nesta terça-feira ele foi apresentado como o novo técnico da equipe nacional polaca. 
O contrato que Fornalik assinou se estende até o final de 2013, se conseguir a classificação, então continua até a aventura brasileira. O contrato será então prorrogado até julho de 2014. 
Nas eliminatórias 2012, o treinador já tem programados confrontos a partir de agosto. Serão na sequência, Estônia, Montenegro, Moldávia, e Inglaterra.

domingo, 8 de julho de 2012

Polônia, campeã da Liga Mundial de Vôlei


A Polônia conquistou neste domingo seu primeiro título de Liga Mundial de vôlei. Jogando em Sofia, na Bulgária, a seleção masculina polaca venceu os Estados Unidos, por 3 sets a 0, parciais de 25/17, 26/24 e 25/20. 
Os polacos nunca haviam jogado uma final da Liga Mundial e só tinham uma medalha em 22 anos de competição, um bronze, ano passado. 
Agora os polacos demonstraram grande evolução neste ano, com quatro vitórias em cinco jogos contra o Brasil, encerrando de vez a fama de fregueses dos brasileiros. Na decisão, brilhou o forte bloqueio, com 11 pontos. 
No ataque, destaque para Bartman Zbigniew, autor de 16 pontos, e Kurek Bartosz, de outros 15, sendo três de saque. O bronze da Liga Mundial ficou com Cuba, que fez um jogo equilibrado contra os búlgaros, donos da casa, vencendo apenas no tie-break, com parciais de 25/18, 19/25, 23/25, 25/23, 15/12. 
A campeã Polônia estará nas Olimpíadas de Londres 2012 no grupo da Bulgária, Itália Argentina, Austrália e Grã-Bretanha. 
No tênis, infelizmente a cracoviana Agnieszka Radwańska não conseguiu superar a norte-americana Serena Willians, na final de Winblondow 2012, seja como for a polaca foi ao ponto mais alto de sua carreira.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Polaca Radwańska na final de Wimbledon


A tenista polaca Agnieszka Radwańska está na final do mais importante torneio de tênis do mundo... o aristocrático Wimbledon! Sucesso histórico do tênis polaco. 
Embora o esporte não tenha o clamor popular do salto de esqui, o futebol e o vôlei, o tênis polaca já teve no passado uma Jadwiga Jędrzejowska, que no distante 1937, nunca esteve presente da era dos grandes Torneios Open, principalmente nos quatro do Grande Slam. 
Agnieszka Radwańska chega a esta final após ter vencido por dois sets a zero com parciais de 6:3, 6:4 a alemã Angelique Kerber. 
Atual número três do mundo, Radwanska aguarda agora sua adversária na grande decisão histórica para a Polônia, Radwańska poderá enfrentar Victoria Azarenka ou Serena Williams. 
A polaca, que nunca havia passado das quartas de final, tem chance de virar número 1 do mundo. Para tanto, precisa faturar o título e torcer pela eliminação de Azarenka na semifinal.


Resultados da polaca no torneio
3
A. Radwanska
6
6
Semifinals
8
A. Kerber
3
4
Jul 5, Completed
3
A. Radwanska
7
4
7
Quarterfinals
17
M. Kirilenko
5
6
5
Jul 3, Completed
3
A. Radwanska
6
6
4th Round
C. Giorgi
2
3
Jul 2, Completed
3
A. Radwanska
6
6
3rd Round
H. Watson
0
2
Jun 29, Completed



Aga nasceu em 06 de março de 1989 em Cracóvia. Ela já ganhou dez títulos de simples em sua carreira. Radwańska chega à final do Campeonato Wimbledon 2012, tornando-se a primeira jogadora polaca a chegar a uma Final de simples do Grand Slam
Em 2007, ela já havia se tornado a primeiro jogadora da Polônia a ganhar um título de simples da WTA, quando venceu o Nordea Nordic Light Open
Radwańska ganhou dois prêmios WTA. Aga (diminutivo de Agnieszka - Inês em português) começou a jogar tênis com a idade de quatro anos. 
Sua irmã mais nova, Urszula, também é jogadora de tênis. Radwańska tem como ídolos no esporte, Pete Sampras e Martina Hingis, que ela afirma serem como inspirações. 
Em 2009, tornou-se um embaixadora da WTA para o "Habitat for Humanity". 
Aga estuda turismo em universidade de Cracóvia.



sexta-feira, 29 de junho de 2012

As belas do futebol de Nowa Huta

A garota de julho
Seis belas torcedoras chamaram a atenção pela iniciativa para lá de ousada para ajudar o modesto Klub Sportowy Hutnik Kraków, da 4º divisão do futebol polaco, a se livrar da crise financeira. 
Elas toparam tirar a roupa para um ensaio sensual e produzir um calendário para arrecadar fundos. A aposta deu certo e o ensaio foi um sucesso. Mais de 30 mil exemplares do calendário foram vendidos desde janeiro em Cracóvia, no interior da Polônia. 
A iniciativa transformou o clube e o bairro Nowa Huta de Cracóvia em sucesso de popularidade. E conseguiu salvar o Hutnik da crise financeira. - Resolvi me exibir pois sou fã do Rutnik e queria ajudar o meu time a ganhar dinheiro. O calendário ficou famoso também em outros países. Os asiáticos também ficaram interessados. O time e a cidade ganharam em popularidade - comemorou a torcedora Alicia Kivic
O sucesso da iniciativa rendeu as seis torcedoras o convite para posarem nuas em uma revista masculina. Mas Alicia, namorada do gerente de futebol do Hutnik, Daniel Urbanek, não aceitou a proposta. 
E, sem ela no elenco, as outras torcedoras resolveram desistir da ideia. Mas para a alegria dos marmanjos de Cracóvia, as torcedoras já toparam produzir um novo calendário do Rutnik para 2013. - Sabemos que precisamos fazer coisas enormas e um pouco estranhas para chamar a atenção. E esse calendário é um pouco isso - disse Urbanek.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O que vai restar da Euro na Polônia

Irlandeses com uniforme da seleção nos tramwaj de Poznań
O que resta após a Euro. Os irlandeses ainda estão nas mentes dos moradores da cidade de Poznań, uma das sedes polacas do torneio europeu de seleções. Na capital da voivodia da Wielkopolska, o jogo que realmente mexeu com todos foi entre italianos e croatas. 
Mas foram poucos os torcedores italianos que vieram até a cidade. Os croatas comemoraram de forma calorosa os poucos dias que passaram pela cidade. 
Os irlandeses, no entanto, ficaram duas semanas em Poznań. Pintaram a cidade de verde. Não só a área ao redor do centro. Mas também nos vários campings na periferia da cidade onde secavam as camisas verdes sobre as barraca, ou nas janelas dos pequenos hotéis. 
Nos fóruns e grupos das redes sociais na Internet, os irlandeses escreviam que estavam na Polônia, e do prazer de estar em Poznań. Eles gostaram de tudo, desde os sorridentes e solícitos moradores, da cidade velha, dos tramwaj (verdes!), cerveja e até mesmo do Kebab (saduíche turno com carne assada em espeto giratório) da cidade. 
O prefeito Ryszard Grobelny calcula que a organização da sede da copa, custou aos cofres públicos mais de 20 milhões złotych. 
O dinheiro foi empregado na área dos fãs, nos ônibus adicionais que servem o estádio, expansão de terminais de bancos, na nova estação ferroviária, na reconstrução das principais vias urbanas, reparação de calçadas no centro e na promoção da cidade. 
Os números apontam que perto de meio milhão de pessoas consumiram 156 mil canecas de cerveja, comeram 19 mil zapiekanka (sanduíches polacos com cogumelos) mil kebab. 
O sociólogo prof. Rafał Drozdowski aponta outra vantagem para a cidade: mudança na mentalidade das pessoas que tomaram as ruas para se divertir juntos com os fãs de outros países. 
Com efeito, durante o Euro, os polacos abriram-se aos outros, os poznanianos ficaram muito feliz em ajudar os fãs e visitantes da Irlanda. Muitos comentaristas esperavam que a cidade recebesse mais turistas. 
No entanto, parece que, se os três jogos da Euro, vão mudar algo em Poznań, é acima de tudo a mente dos moradores.