Já Deonisio da Silva, escritor, professor universitário e crítico de literatura, em sua coluna "De Dalton Trevisan à banda polaca", distribuida para jornais e sites da Internet, comentou inclusive sobre "polaco/polonês", tema de minha tese de mestrado em Cultura Internacional, pela Universidade Jagielloński, de Cracóvia: "E, por coincidência, na mesma semana em que tão pouco os leitores encontraram sobre a reiterada presença do Paraná no Prêmio Portugal Telecom, o jornalista e cartunista Dante Mendonça lançava A Banda Polaca (Novo Século, 148 páginas, R$ 33). Ilustrado por Márcia Széliga, o livro é uma primorosa coletânea de causos marcados com um tipo de humor quase privativo deste imigrante europeu do Brasil meridional. O sociólogo Octávio Ianni resumiu em triste síntese a vida sofrida que os polacos levaram por muito tempo, quase escravizados por imigrantes já estabelecidos, como os alemães e os italianos. A frase cunhada por Ianni é de uma clarividência rara na sociologia tropical: "o polaco é o negro do Paraná". Também o cineasta Sylvio Back dedicou ao tema um belo documentário: Vida e Sangue de Polaco. O livro levanta, entre tantas questões, uma pequenina e muito curiosa. Por que dizemos "polonês" e não "polaco"? Eis algumas pistas simples de duas línguas neolatinas, como o português: em espanhol é "polaco", em italiano é "polacco". "Polaco" chegou antes à língua portuguesa. O primeiro registro escrito é de 1562. "Polonês" chegou quase um século depois, em 1656. Provavelmente foi a carga pejorativa sobre "polaco", especialmente sobre "polaca", que fez com que o português trocasse "polaco" por "polonês". Com efeito, "polaca" não denominou com preconceito étnico evidente apenas as prostitutas de várias nacionalidades, mas também a Constituição do Brasil promulgada no dia 10 de novembro de 1937. Como se vê, são detalhes que revelam, por vias sutis e transversas, que há mistérios medonhos em tantas ocultações, sejam de vivos, sejam de cadáveres de autores de quem crítica e historiografia literária exigiram como condição sine qua non para os reconhecerem nada menos do que o atestado de óbito!"
P.S. Na foto: a jornalista Mai Nascimento (responsável pela revisão metódica do texto) o autor Dante Mendonça (cartunista, jornalista e escritor) e o arquiteto Jaime Lerner (ex-prefeito, ex-governador e presidente da Associação Mundial de Arquitetos) com o "Banda Polaca" na mão. Foto de Lina Faria.
P.S. Na foto: a jornalista Mai Nascimento (responsável pela revisão metódica do texto) o autor Dante Mendonça (cartunista, jornalista e escritor) e o arquiteto Jaime Lerner (ex-prefeito, ex-governador e presidente da Associação Mundial de Arquitetos) com o "Banda Polaca" na mão. Foto de Lina Faria.
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