quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Seda paranaense no Vaticano

O Vaticano acaba de fechar negócio com empresa paranaense: a compra de 10 mil metros de seda negra, do Casulo Feliz, produto dos teares artesanais de Glicínia Setenareski, em Maringá, para confecção de trajes sacerdotais. A indicação da fábrica paranaense veio por meio de um tio de Glicínia, monsenhor lotado em Roma. Puro nepotismo, aliás invenção da corte dos papas. A alfaiataria da Casa Pontifícia usará a seda paranaense, gerada nas amoreiras de Nova Esperança, na confecção de barretes e batinas. As dos novos monsenhores, debruadas de preto ou lilás. As dos novos bispos, de roxo magenta. E as dos novos cardeais, púrpura. Haja seda para tantos prelados e tanto farfalhar.
A designer de interiores Glicinia Setenareski trabalha há seis anos com objetos de decoração ecológica, como tapetes, cortinas, jogos americanos, tecidos para paredes, tecidos para cadeiras, entre outros produtos. Sua mais recente criação é um sofá, estilo namoradeira produzido com uma calota de caminhão e fios de seda, ambos recicláveis.
Glicinia trabalha com a seda orgânica, por ser livre de todo tipo de resíduos e ter tingimento vegetal. De acordo com ela, desde a construção do fio, com extração manual, até o acabamento das peças, tudo é feito artesanalmente. "Cada peça demora no mínimo 30 dias para ser produzida. Tem peças que são tecidas 70 cm ao dia e os processos chegam a passar por 50 mãos até a finalização, e são peças de luxo", detalha.
A empresa O Casulo Feliz é a única que produz seda orgânica na América Latina. Nela trabalham, ecologicamente mais de 80 pessoas. Sua produção é exportada para vários países, como Portugal, França, Finlândia, Inglaterra e Argentina.
A empresa está localizada no Conjunto Santa Felicidade, uma das comunidades carentes de Maringá. Além de promover a inclusão social com os moradores do bairro, a empresa produz seda rústica com tintura natural e objetos de decoração. 

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