Jan e Nelly Rokyta. Fot.Tomasz Wiech / AG
Após um confusão com a tripulação do avião da Lufthansa, o ex-deputado do PO, Jan Rokita foi retirado algemado do avião em Munique, na noite da última terça-feira.
"Apenas defendia minha esposa", disse Rokita ao chegar na manhã de ontem ao aeroporto de Cracóvia. Ele conta que só foi liberado no comissariado de polícia, às cinco da madrugada, após intervenção da cônsul da Polônia, em Munique, Elżbieta Sobótka e dos policiais acessarem o sítio da Vikipedia, na Internet, e constatarem tratar-se do político cracoviano de 49 anos e famoso por seus discursos incisivos e equilibrados e também pelo inseparável chapéu branco.
O incidente teria começado, logo depois do embarque no aeroporto de Munique, na Alemanha, enquanto os passageiros se acomodavam em seus assentos. O avião que deveria levantar voo às 21.25 com destino a Cracóvia estava atrasado. "Sentei três filas atrás dos Rokita. O senhor Jan queria voluntariamente colocar o sobretudo dele e da esposa no armário da bizness classe, e voar na classe econômica", escreveu outro passageiro não identificado no relatório de reclamações do aeroporto. Ainda segundo este relato, a aeromoça trouxe de volta os casacos para a classe econômica "e foi quando Rokita começou a se opor e argumentar. A comissária então foi até o comandante. Este mostrou a porta, mandando-o sair do avião. Tentaram convencer o senhor Jan a espontaneamente sair do avião. Infelizmente, o senhor Jan firmemente permaneceu sentado. Foi quando lá pelas 22:30 chegaram policiais uniformizados. Retiraram ele e sua esposa do avião na marra".
O porta-voz da polícia de Munique, Peter Kammerer, afirmou que realmente às 22:15 o capitão de um avião da Lufthansa chamou os policiais para retirar um passageiro de 49 anos de idade. Kammerer não confirmou tratar-se de Rokita, porque não tinha em mãos o relatório do incidente.
Contudo, segundo a polícia, o piloto pediu a Rokita que de livre e espontânea vontade deixasse o avião, por ter discutido com a aeromoça. "Ele não queria colocar o cinto de segurança, discutiu e ao final repeliu a comissária", explicou Kammerer.
Depois quando chegou a polícia, Rokita continuou teimando e foi retirado do assento algemado e levado para a delegacia. O porta-voz da polícia, disse que foi registrada acusações de inviolabilidade corporal, perturbação da paz e atrapalhar o plano de voo do avião. O ex-deputado polaco reagiu dizendo que: "Este caso teve um caráter surrealista". A polícia alemã, por sua vez, disse que o passageiro de 49 anos foi agressivo. Ao que Rokita contesta, "Não quero falar mais sobre isto, pois mesmo sendo uma prática universal, trataram-me como um cachorro. Os alemães têm ódio aos polacos".
Ainda segundo Rokita, da delegacia, os policiais queriam que ele pagasse alguns milhares de euro como caução, mesmo ele dizendo ser um cidadão da União Europeia. Somente com a chegada da cônsul polaca os policiais desistiram do dinheiro.
"Desagradável, bastante antipática, esta aeromoça alemã humilhou um paraplégico hindu, tirou o chapeu da cabeça da minha esposa. Depois retirou nossos casacos do armário onde eu tinha posto e os colocou no bagageiro, estes caíram e ela novamente, mudou-os de lugar. Então começou a gritar comigo e dizendo que eu teria que deixar o avião. Evidentemente que não concordei. Vinte minutos depois apareceu a polícia dizendo que o comandante havia ordenado me retirar do avião. Era quase meia noite, estávamos cansados, voltávamos da Itália em trânsito, em Munique não tínhamos hotel. Mandar retirar-nos do avião foi o máximo da grosseria. Os policiais assim mesmo, colocaram-me algemas, deitaram-me no chão. Numa situação parecida nos anos oitenta eu teria gritado: socorro! Depois os policiais disseram palavras das mais vulgares em idioma alemão. Intimidaram-me com a exigência de 8 mil euros e 40 dias de prisão. Isto, em meio a comentários antipolacos. Mas a situação mudou quando a cônsul geral da Polônia, em Munique, Elżbieta Sobótka chegou. Depois da conversa e de conferirem na Vikipedia de quem se tratava, mudaram de comportamento. Era cinco da manhã quando me retiraram as algemas. E só então, veio um oficial pedir desculpas."
Jan Rokita vai entrar com duas ações, uma contra um dos policiais e a outra contra a aeromoça. Segundo o político, trataram-no "como cachorro e com ódio alemão antipolaco".
Um comentário:
Amamos aqueles nos odeiam, perdoamos os alemães em nome do Senhor. SEguimos o exemplo de Wojtyla
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