Jose Maria Morales anuncia Roman Polański como melhor diretor - Foto: Tobias Schwarz
Roman Polański foi consagrado como o prêmio de melhor diretor do Festival de Berlim 2010, que acaba de se encerrar na capital alemã.
O troféu Urso de Prata foi pela direção de seu mais recente filme "Autor Widmo", ou em inglês, "Ghost Writer".
O diretor polaco, de 76 anos, contudo não pode receber pessoalmente o troféu, por estar em prisão domiciliar na Suíça. Por isso, subiu ao palco, o produtor do filme, Alaind Sarde.
O filme, um thriller sobre um escritor-fantasma, traz no elenco o ex-007 James Bond, Pierce Brosnan, além de Olivia William e Ewan McGregor.
Os suíços que prepararam uma armadilha para Polański, quando este foi participar de um festival cinematográfico, nos país dos Alpes, foi preso e aguarda o final do processo de extradição para os Estados Unidos. Os suíços sempre tão isentos do mundo, desta vez se meteram onde não deviam. Isentos na segunda guerra mundial, isentos da União Europeia, mas sempre presentes quando o assunto é dinheiro, relógio e chocolate. Que o diga Paulo Maluf e suas contas secretas nos bancos da Helvetia.
Ano passado, o festival alemão tinha concedido o mesmo prêmio para outro grande cineasta polaco, Andrzej Wajda (pronuncia-se Andjei Vaida) pelo filme "Tatarak".
O filme
Autor Widmo" é uma análise cáustica que o cineasta polaco faz do assédio da mídia.
Baseado no romance do cronista político e escritor Robert Harris, "Ghost-writer" - com música assinada por Alexandre Desplat -, acompanha a vida de Adam Lang (Pierce Brosnan), um ex-primeiro-ministro britânico que recorda muito a figura de Tony Blair.
Instalado na luxuosa mansão de Lang, numa ilha desolada, o escritor investiga o passado político do homem que vai retratar e seu comprometimento polêmico com os Estados Unidos no conflito iraquiano.
A esposa (Olivia Williams), a secretária (Kim Cattrall, a ninfomaníaca Samantha da série "Sex and the City") e um velho amigo (Tom Wilkinson) do político irão, às vezes, direcionar o escritor e às vezes afastá-lo da verdade...
Diálogos vivos e engraçados, e a encenação de um bom suspense embarcam o espectador no "thriller" no qual Polański demonstra toda a maestria do diretor de "Busca Frenética", com Harrison Ford.
Polański espalha visões tragicômicas: um homem enche um carrinho de folhas amareladas que o vento dispersa, o "escritor fantasma" cavalga virilmente em sua bicicleta... que se prende, de maneira lamentável, no saibro de uma aléia.
Tão carismático quanto incompreensível, Adam Lang personifica o homem de poder enredado em zonas de sombra, habituado a ser servido, prestes a manipular as pessoas à volta para favorecer sua carreira.
Brutalmente jogado à lama - ele teria favorecido o sequestro de supostos terroristas islamistas torturados pela CIA -, Lang se vê arrastado ao pelourinho, ao vivo, na televisão.
É obrigado a permanecer nos Estados Unidos para fugir da justiça de seu país - uma experiência que não deixa de lembrar a de Polański, que está há mais de 30 anos sem pisar em solo americano. Isto após ter fugido do processo que o persegue ainda hoje.
Autor Widmo" é uma análise cáustica que o cineasta polaco faz do assédio da mídia.
Baseado no romance do cronista político e escritor Robert Harris, "Ghost-writer" - com música assinada por Alexandre Desplat -, acompanha a vida de Adam Lang (Pierce Brosnan), um ex-primeiro-ministro britânico que recorda muito a figura de Tony Blair.
Instalado na luxuosa mansão de Lang, numa ilha desolada, o escritor investiga o passado político do homem que vai retratar e seu comprometimento polêmico com os Estados Unidos no conflito iraquiano.
A esposa (Olivia Williams), a secretária (Kim Cattrall, a ninfomaníaca Samantha da série "Sex and the City") e um velho amigo (Tom Wilkinson) do político irão, às vezes, direcionar o escritor e às vezes afastá-lo da verdade...
Diálogos vivos e engraçados, e a encenação de um bom suspense embarcam o espectador no "thriller" no qual Polański demonstra toda a maestria do diretor de "Busca Frenética", com Harrison Ford.
Polański espalha visões tragicômicas: um homem enche um carrinho de folhas amareladas que o vento dispersa, o "escritor fantasma" cavalga virilmente em sua bicicleta... que se prende, de maneira lamentável, no saibro de uma aléia.
Tão carismático quanto incompreensível, Adam Lang personifica o homem de poder enredado em zonas de sombra, habituado a ser servido, prestes a manipular as pessoas à volta para favorecer sua carreira.
Brutalmente jogado à lama - ele teria favorecido o sequestro de supostos terroristas islamistas torturados pela CIA -, Lang se vê arrastado ao pelourinho, ao vivo, na televisão.
É obrigado a permanecer nos Estados Unidos para fugir da justiça de seu país - uma experiência que não deixa de lembrar a de Polański, que está há mais de 30 anos sem pisar em solo americano. Isto após ter fugido do processo que o persegue ainda hoje.
O filme já está em cartaz nos cinemas da Polônia. Quando chegará ao Brasil? Está aí, uma pergunta para as distribuidoras norte-americanas, que tomaram de assalto as salas de exibição no país e destruiram as cinelandias de Curitiba e Rio de Janeiro. As multissalas dos shopping centers decretaram o império da exibição Norte-americana no Brasil.
O urso de ouro de melhor filme foi para "Bal", ou "Miód", "Mel" (em português), do diretor turco Semiha Kaplanoglu.
Ghost-writer (em inglês: "Escritor-fantasma") é como se chama à pessoa que, tendo escrito uma obra ou texto, não recebe os créditos da autoria - ficando estes direitos com aquele que o contrata, ou compra o trabalho.
Ghost-writer (em inglês: "Escritor-fantasma") é como se chama à pessoa que, tendo escrito uma obra ou texto, não recebe os créditos da autoria - ficando estes direitos com aquele que o contrata, ou compra o trabalho.
Um comentário:
Polanski errou ao fugir dos EUA naquela época, mas isso não diminui a sua genialidade.
Aliás, a mulher (uma menina, na época em que se relacionou sexualmente com ele) o perdoou publicamente. Está na hora da Justiça americana fazer o mesmo, não?
Em tempo: a Suíça não participou da Segunda Guerra, mas Hitler "amarelou" também, pois acreditou - acertadamente - que teria baixas pesadas se tentasse invadir o pequeno país.
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