domingo, 9 de maio de 2010

Razões para amar e odiar a Ucrânia

Um dos leitores mais assíduos deste blog é o "Jest nas Wielu", autor do blog "Ucrânia em África". Desconheço seu nome verdadeiro. Mas vivendo, em Moçambique, tem como objetivo fazer com que "as pessoas que falam português possam entender a realidade ucraniana." Os laços que unem os antigos rutenos aos polacos é mais do que milenar, parecem até eternos. Por essa razão me permito transcrever neste espaço polaco-brasileiro que é meu blog, o texto traduzido por Jest nas Wielu.

A revista ucraniana Korrespondent.net no seu último número apresentou a sua própria lista de 10 maiores feitios e 10 maiores problemas da sociedade ucraniana.
A Ucrânia pode orgulhar-se do alto nível de literacia dos seus concidadãos. Segundo os dados da ONU de 2009, 99,7% dos ucranianos adultos sabem ler e escrever. É uma taxa superior da Alemanha, França, Espanha e Grã – Bretanha.
Os cidadãos da Ucrânia podem compram no mercado os produtos cultivados sem o uso de pesticidas, suplementos hormonais ou da engenharia genética. Estes produtos às vezes são menos atraentes na aparência e não podem ser armazenados por longos períodos de tempo, mas esses alimentos tem o gosto melhor, e mais importante, são mais úteis para o organismo.
O aluno médio ucraniano sabe muito mais do que os seus pares europeus, enquanto os jovens ucranianos têm a oportunidade de iniciar a carreira profissional na especialidade antes da formatura. Aos 30 anos, os ucranianos tendem a ocupar posições mais elevadas do que, por exemplo, os seus jovens checos e alemães.
Entre os méritos da sociedade ucraniana pode ser mencionada a tranquilidade nos locais públicos: os ucranianos vivem em um dos países mais seguros da Europa. Os habitantes de países ricos da Europa Ocidental estão expostas à violência na rua com muito mais frequência do que os ucranianos. Além disso, a Ucrânia é um país com baixo risco de ataques terroristas.
Outro bónus da Ucrânia é a liberdade de expressão. Ucrânia tem a maior índice de acesso à informação sobre os acontecimentos no país e no mundo entre os países do espaço pós – soviético. Embora a organização Freedom House coloca o país no grupo de “parcialmente livres”, ocupando o 117 º lugar entre os 195 países, mas no espaço pós – soviético, em termos da liberdade a Ucrânia perde apenas para os Estados Bálticos.
A revista também chama a atenção para as atraentes oportunidades de fazer o lazer no país: no Verão é o mar e a praia e no Inverno as montanhas cobertas de neve e pistas de esqui, e entre eles as florestas protegidas e estepes, e tudo isso dentro do mesmo país. Além disso, ao contrário dos países da UE, os ucranianos têm o acesso mais livre aos lugares naturais para fins recreativos.
Outro ponto forte da Ucrânia é a atitude amigável dos cidadãos, não só em relação aos seus vizinhos, mas também para os representantes de todas as outras nacionalidades e raças que vivem aqui ou visitando o país. Além disso, apesar da crise política, uma grave situação económica e à necessidade diária para fazer face às despesas, os ucranianos continuam ser um povo aberto, confiante e hospitaleiro.
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Fonte: http://korrespondent.net/ukraine/events/1069937
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Dez maiores problemas da sociedade ucraniana
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1. Grande número de abortos (um dos líderes da Europa).
2. Os números de propagação da SIDA (2° lugar na Europa após a Rússia).
3. Tuberculose: Ucrânia abriga 11% de todos os atingidos por essa doença na Europa.
4. Falta de homens: o homem médio ucraniano vive 62 anos, que é 12 anos menos do que a mulher média ucraniana.
5. Cancro (câncer em português do Brasil): “graças” ao desastre de Chornobyl a Ucrânia divide na Europa o 2° lugar (com a Rússia), perdendo apenas para Hungria.
6. Alto nível de alcoolismo entre os jovens; problemas ecológicos; 2° lugar do mundo em número de cigarros fumados (após a Grécia); o país se tornou um exportador activo das pessoas raptadas para diversos tipos de exploração ilegal.
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Fonte: http://korrespondent.net/ukraine/events/1069918
Publicada por Jest nas Wielu

6 comentários:

Fernando Tokarski disse...

Ulisses,

Muito interessante este texto! Gostei de saber dos aspectos positivos e negativos atuais da Ucrânia. Admiro a cultura rutena, mas percebo que na região do Contestado ainda há animosidade dos ucranianos em relação aos descendentes polacos!

Fernando Tokarski
Canoinhas - SC

Jest nas Wielu disse...

Estimado, Ulisses,

Obrigado pela atenção que despensa ao nosso blogue. Acredito que ucranianos e polacos neste momento estão fazer um bom trabalho para reconciliar as feridas do passado. A história demonstra, que não sendo amigos, sucumbíamos facilmente, juntos, tomamos o Moscovo em 1611 e defendemos a Varsóvia em 1921.

Sendo o termo “ruteno” é um antigo termo para os naturais da Galiza, não faz nenhum sentido chamar assim os ucranianos contemporâneos. Pessoalmente, sou ucraniano sem nenhuma ligação à Galiza (Ucrânia Ocidental).

p.s.
Jarosław_Kaczyński fala aos russos:
http://www.youtube.com/watch?v=rjfUm6mbBv4

Anônimo disse...

Jan Skrzetuski.

Não tenho nada contra nem a favor dos ucranianos aqui na minha colonia no Paraná onde a maioria é polonesa a relaçao entre os descendentes destes povos eslavos nunca foi e nem é das melhores, por estarem no Brasil e serem primeiramente Brasileiros coexistem mas não muito bem heheeh, mas tudo bem.

Quanto a defesa de Varsóvia em 1920/21.
A Polonia e a Rússia queriam impor a Kiev um governo "amigo" que lhes favorecesse assim como esta sendo ainda hoje na ucrania com o tratado com a Russia que foi uma verdadeira vergonha para o povo Ruteno, os Russos expulsaram as tropas polonesas de Kiev depois pelo que me consta Pilsudski somente com o exército polaco expulsou os bolchevics pra longe de Varsóvia a Ucrania com seus cossacos não estavam juntos.

abraço e viva
Jeremy Wisnowiecki!!!

Fernando Tokarski disse...

Caro anônimo Jest nas Wielu!

Eternamente os ucranianos serão rutenos! Como o senhor conhece História, sabe que não há como dissociar nomes modernos àqueles adotados desde os tempos mais antigos. Assim, não chamaríamos de francos os franceses, bem como de saxões os britânicos. Muito menos de lusos ou iberos os portugueses e por aí vai.

No mais, entendo que rutenos ou ucranianos, esses constituem um povo-irmão dos polacos.

Fernando Tokarski
Canoinhas - SC

Anônimo disse...

Jan Skrzetuski

Caro Fernando todos sabemos que soa quase como uma hipocrisia dizer que os Ucranianos e os Polacos são um povo irmão não sei da onde tiraram esta idéia,estude a história e verá que isto não é verdade inventaram agora esta Euro 2012 entre outras coisas pra aproximar povos que a mais de mil anos não se acertam direito, e todo mundo ve tmb que na verdade a Polônia poderia fazer a Euro sozinha citei isto antes que comentm, sem demagogia por favor nunca foram povos irmãos mas no futuro quem sabe as relações melhoraram bastante vamnos torcer pra que um dia isto ocorra ou não sei lá.
Abração!!!!!!

Jest nas Wielu disse...

Estimado, Jeremy Wisnowiecki,

Estas equivocado, na guerra polaco – soviética participaram ao lado da Polónia vários soldados e oficiais ucranianos provenientes do exército da República Popular da Ucrânia (UNR). A título do exemplo, o futuro patriarca da Igreja Autocefálica Ucraniana (UAPC), Mstyslav / Stepan Skrypnyk (http://en.wikipedia.org/wiki/Patriarch_Mstyslav_(Skrypnyk) participou nesta guerra e foi condecorado pela sua bravura pelo governo da Polónia em 1990 (já após a queda do comunismo).

2 Fernando Tokarski

Como já expliquei, o termo ruteno significa literalmente “ucraniano natural da Galiza”. Como tal, é errado assim chamar um ucraniano natural de Poltava, de Donbass, da Crimeia. Mas se insistir no seu erro, nada posso fazer.

Povos – irmãos: sim, somos povos irmãos de sangue. Esqueci de dizer, que o avo do meu bisavô é polaco, Bonifacio Gurski (não sei se é assim se escreve em polaco). No entanto, sou ucraniano.

Já escrevi aqui que quer polacos, quer ucranianos (no Brasil, pois na Europa já ultrapassamos bastante este preconceito) devem deixar de operar com os conceitos do século XIX, para passar às relações do século XXI. Senão iremos sofrer uma grande decepção, todos por igual.