O livro “Polaco – Identidade Cultural do Brasileiro descendente de imigrantes da Polônia”, de autoria de Ulisses Iarochinski está sendo lançado nesta quarta-feira, 24 de novembro, às 19:30 horas, no Centro Paranaense Feminino de Cultura, Rua Visconde do Rio Branco, nº. 1717.
O livro é a tradução do original polaco “Tożsamość kulturowa Brazylijczyków polskiego pochodzenia: Polaco czy Polonês?”, defendido como dissertação de Mestrado em Ciências da Cultura Internacional, na Universidade Iaguielônica de Cracóvia, na Polônia.
Contribuição polaca para o Brasil
A contribuição daqueles imigrantes e seus descendentes ao Brasil é inegável e inquestionável. Foram os polacos que introduziram novas técnicas agrícolas no Brasil, que trouxeram o carroção com rodas de aros e puxados a cavalo, em substituição aos antigos carros de boi portugueses, que cobriram o Sul do país com casas de troncos e mais tarde, de tábuas e sarrafos de madeira (portugueses construíam suas casas de estuque – mistura de barro e bambus - italianos construíam com pedras, alemães com tijolos de barro e travessões de madeira). Foram os imigrantes polacos, tecelões da cidade Łódź, que introduziram em Brusque, a indústria têxtil do Estado de Santa Catarina.
Entre os fundadores da primeira universidade do Brasil, a Universidade do Paraná, estava o médico polaco Szymon Kossobudski, patrono do ensino da cirurgia no Paraná. Como também foi a filha de um imigrante polaco analfabeto, uma das primeiras mulheres a se graduar médica, numa universidade brasileira, a do Paraná.
Foi também aquela gente trabalhadora que introduziu o cooperativismo no Brasil e foi o professor e agrônomo polaco Czesław Bieżanko, que trouxe dois quilos de soja da Polônia e plantou em Guarani das Missões-RS. Ele foi até condecorado com a medalha do Cruzeiro do Sul pelo presidente Castelo Branco por ter sido o introdutor da oleaginosa, que transformou o Brasil em maior produtor mundial.
A comemoração da Páscoa, bem como o Natal, nunca mais foi a mesma, no Brasil, depois da chegada dos primeiros imigrantes da Polônia. O Brasil dos portugueses só comemorava o “dia de Santos Reis”.
Foram judeus nascidos na Polônia, os primeiros a mostrar suas tradições mercantilistas que influenciaram tanto a economia, a indústria e as artes brasileiras. E nesta, é preciso salientar a revolução ocorrida no teatro brasileiro pelo ator polaco Zbigniew Ziembinski, - o pai do moderno teatro brasileiro. Costumes, iguarias, música, dança, teatro, cultura, economia.
São tantas e ao mesmo tempo desconhecidas dos brasileiros, as contribuições polacas para o país dos trópicos. Como a família Morozowicz na dança e na música. Como o “sonho”, na verdade, o “pączek” polaco que é saboreado do Oiapoque ao Chuí. Doce genuinamente polaco e que os desavisados portugueses chamam de bola de berlim. Aos 90 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Polônia ainda são muitas as coisas a se revelarem à grande população brasileira. Coisas e fatos que unem estas nações não só em Curitiba e Sul do Brasil, mas no país inteiro.
Um comentário:
Puxa, fiquei sabendo do lançamento tarde demais... só hoje, na quinta. Que pena, perdi a oportunidade de comprar o livro quentinho e de conhecê-lo pessoalmente, Ulisses.
Aliás, onde o livro pode ser encontrado?
Há braços!!!
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