quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ortega e Gasset e a Rebelião das Massas

Um trecho do texto do filósofo espanhol José Ortega y Gasset, em 1926, alertava no que ia dar a "indignação" do povão europeu: nazismo, fascismo, comunismo e outros ismos menos votados, mas tão mortais quanto.


José Ortega y Gasset
Em Rebelião das Massas, Gasset fala da geração pós primeira guerra:


“Esse homem-massa é o homem previamente esvaziado de sua própria história, sem entranhas de passado... carece de um ‘dentro’, de uma intimidade própria, inexorável e inalienável, de um eu que não se possa revogar. Eis porque está sempre disposto a fingir que é alguma coisa. Só tem apetites, pensa que só tem direitos e não acha que tem obrigações: é um homem sem obrigações de nobreza”, diz Gasset já no prológo de sua obra.


Gasset identificou neste homem ressentido, cheio de certezas sobre seu lugar no mundo e o chamou de “senhorzinho satisfeito”. Este senhorzinho foi o centro das doutrinas coletivistas do século 20, o nazi-fascismo e o comunismo, que quase levaram à Europa à ruína.


Sobre ele, diz Gasset: “Este personagem, que agora anda por todas as partes e impõe sua barbárie íntima em todos os lugares, é, de fato, o menino mimado da história humana. O menino mimado é o herdeiro que se comporta exclusivamente como herdeiro... o senhorzinho pensa que pode se comportar em qualquer lugar como em sua casa, pensa que nada é fatal, irremediável e irrevogável.”


E continua: “Mas acontece a mesma coisa se ele decide ser revolucionário: seu aparente entusiasmo pela [...] justiça social serve-lhe de disfarce para poder desvencilhar-se de qualquer obrigação – como a cortesia, a veracidade e, acima de qualquer outra coisa, o respeito ou a admiração pelos indivíduos superiores.”

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