The Guardian
Andrew Pulver
O filme ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2015, "Ida" passou a ser alvo de uma campanha vociferante de uma organização nacionalista polaca que o acusou de ser "anti-polaco" e de apresentar "falhas graves" sobre fatos históricos.
A Liga Anti-Difamação Polaca (RDI - Reduta Dobrego Imienia - reduto do bom nome) lançou uma petição contra o filme, endereçada ao PISF - Polski Instytut Sztuki Filmowej (Instituto Polaco da Arte Cinematográfica) que é financiado pelo Estado, e que apóia o filme, alegando que o filme "falha, ao reconhecer a ocupação alemã" e "que o telespectador sem compreensão da história é levado a pensar que a culpa pelo Holocausto recai sobre os polacos".
Ida, dirigido e co-escrito por Paweł Pawlikowski, é a história de uma noviça, na Polônia dos anos 60 que descobre que seus pais eram judeus, e que eles foram assassinados por uma família que os escondeu dos nazistas.
A petição também se queixa de que os espectadores do filme poderiam interpretar as motivações do assassino como financeiro, ao passo que "para os telespectadores ingleses, é claro, eles estavam distantes do terror de serem descoberta pelos alemães, já que eles escondiam judeus".
A RDI exigiu que informações sejam colocadas nos créditos iniciais antes do título, deixando claro que a Polônia estava sob ocupação alemã de 1939 a 1945 e que esconder judeus era um crime sancionado com a pena de morte, durante esse período.
No entanto, o livro de 2001 "Vizinhos" de Jan Tomasz Gross, assinala que havia incidentes de judeus assassinados pelos polacos étnicos (católicos).
Até o momento mais de 29.000 pessoas já assinaram a petição da RDI. Acusações de imprecisão histórica contra "Ida" ganharam impulso com seu sucesso fora da Polônia, e sua distribuição crescente no circuito internacional.
Ida ganhou o prêmio de melhor filme no Festival de Cinema de Londres, em outubro de 2013, e posteriormente foi nomeado para melhor filme em língua estrangeira foi para os Globos de Ouro e os prêmios da Academia de Hollywood.
Foi lançado na Polônia, em outubro de 2013, e ganhou o Prêmio Águia Polaca de melhor filme do governo em março de 2014.
A petição do RDI está de acordo com a acusação do deputado de direita Janusz Wojciechowski de dezembro 2014 que diz que IDA retoca a ação dos alemães na história e culpa o "primitivo camponês polaco sujo "colocando-o no lugar dos nazistas.
Os críticos liberais, por outro lado, têm-se queixado de que o filme perpetua os estereótipos do "comunista judeu" e de "Cristianizar o Holocausto".
Figuras proeminentes do mundo britânico, no entanto, surgiram em defesa de IDA.
O historiador Marcin Zaremba disse no site do jornal gazeta wyborcza: "Nem todo filme tem que ser um livro sobre a história da Polônia ... Ida não ofende ninguém ... não tem a pretensão de afirmar que os polacos são os responsáveis pelo Holocausto. É um filme sobre a memória, sobre encontrar a sua própria identidade ... é inteligente e importante".
Tradução para o português de Ulisses Iarochinski
Andrew Pulver
O filme ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2015, "Ida" passou a ser alvo de uma campanha vociferante de uma organização nacionalista polaca que o acusou de ser "anti-polaco" e de apresentar "falhas graves" sobre fatos históricos.
A Liga Anti-Difamação Polaca (RDI - Reduta Dobrego Imienia - reduto do bom nome) lançou uma petição contra o filme, endereçada ao PISF - Polski Instytut Sztuki Filmowej (Instituto Polaco da Arte Cinematográfica) que é financiado pelo Estado, e que apóia o filme, alegando que o filme "falha, ao reconhecer a ocupação alemã" e "que o telespectador sem compreensão da história é levado a pensar que a culpa pelo Holocausto recai sobre os polacos".
Ida, dirigido e co-escrito por Paweł Pawlikowski, é a história de uma noviça, na Polônia dos anos 60 que descobre que seus pais eram judeus, e que eles foram assassinados por uma família que os escondeu dos nazistas.
A petição também se queixa de que os espectadores do filme poderiam interpretar as motivações do assassino como financeiro, ao passo que "para os telespectadores ingleses, é claro, eles estavam distantes do terror de serem descoberta pelos alemães, já que eles escondiam judeus".
A RDI exigiu que informações sejam colocadas nos créditos iniciais antes do título, deixando claro que a Polônia estava sob ocupação alemã de 1939 a 1945 e que esconder judeus era um crime sancionado com a pena de morte, durante esse período.
No entanto, o livro de 2001 "Vizinhos" de Jan Tomasz Gross, assinala que havia incidentes de judeus assassinados pelos polacos étnicos (católicos).
Até o momento mais de 29.000 pessoas já assinaram a petição da RDI. Acusações de imprecisão histórica contra "Ida" ganharam impulso com seu sucesso fora da Polônia, e sua distribuição crescente no circuito internacional.
Ida ganhou o prêmio de melhor filme no Festival de Cinema de Londres, em outubro de 2013, e posteriormente foi nomeado para melhor filme em língua estrangeira foi para os Globos de Ouro e os prêmios da Academia de Hollywood.
Foi lançado na Polônia, em outubro de 2013, e ganhou o Prêmio Águia Polaca de melhor filme do governo em março de 2014.
A petição do RDI está de acordo com a acusação do deputado de direita Janusz Wojciechowski de dezembro 2014 que diz que IDA retoca a ação dos alemães na história e culpa o "primitivo camponês polaco sujo "colocando-o no lugar dos nazistas.
Os críticos liberais, por outro lado, têm-se queixado de que o filme perpetua os estereótipos do "comunista judeu" e de "Cristianizar o Holocausto".
Figuras proeminentes do mundo britânico, no entanto, surgiram em defesa de IDA.
O historiador Marcin Zaremba disse no site do jornal gazeta wyborcza: "Nem todo filme tem que ser um livro sobre a história da Polônia ... Ida não ofende ninguém ... não tem a pretensão de afirmar que os polacos são os responsáveis pelo Holocausto. É um filme sobre a memória, sobre encontrar a sua própria identidade ... é inteligente e importante".
Tradução para o português de Ulisses Iarochinski
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